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Universidade Estadual da Paraíba Atividade - Regime Especial: Teletrabalho Discente: Lara Aguiar. Componente Curricular: Direito do Trabalho I - Noturno. A princípio, faz-se necessário realizar algumas considerações conceituais acerca do teletrabalho. De acordo com a legislação vigente brasileira (art. 75-B, CLT), o teletrabalho é aquele em que há a prestação de trabalho preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e comunicação, que, tendo em vista sua natureza, não se qualificam como um trabalho externo. Assim, é possível analisar um ponto essencial desse conceito dado pelo legislador brasileiro: a exigência de que seja um trabalho totalmente realizado fora das dependências do empregador é inexistente, de modo que o empregado poderá frequentá-las, contudo, essa não será a regra. Além disso, a importante diferenciação feita entre o teletrabalho e o trabalho externo, que é feita por meio do entendimento de que o trabalhador externo, diferentemente daquele que se encontra no teletrabalho, precisará da locomoção para o exercício de suas atribuições. Ainda, existe um ponto controverso no que diz respeito aos instrumentos laborais, uma vez que o empregador deve instruir o empregado quanto ao uso, havendo a necessidade de que o empregado assine um termo de compromisso. Para os doutrinadores, esse fato é discutível porque coloca a responsabilidade dos acidentes do trabalho no empregado, que, a princípio, não é capacitado para tal. Agora, tendo em mente tais considerações, analisar-se-á os aspectos positivos e negativos do regime especial do teletrabalho. Os benefícios proporcionados por essa modalidade são, de fato, tentadores para muitos empregados. O primeiro benefício, sem dúvidas, é a facilitação na locomoção, visto que essa não será mais necessária, repercutindo de variadas formas: com a exclusão desse tempo de locomoção, o empregado passa a ter uma maior disponibilidade de horários; indo além, há a diminuição de gastos, seja com combustíveis ou passagens de transportes públicos; e, por fim, há também um impacto ambiental, bem como na própria mobilidade urbana. Com menos veículos automotores circulando, a emissão de gases poluentes, nocivos à camada de ozônio e, até mesmo, à saúde dos indivíduos de modo geral, será reduzida, o que já seria significativo, principalmente quando considerado o aquecimento global. Como dito anteriormente, é inegável a promoção da mobilidade urbana viabilizada pelo teletrabalho, havendo a redução dos congestionamentos e a otimização do tempo. Essa melhora no trânsito não somente representaria uma diminuição no número de acidentes, que, muitas vezes, são ocasionados pelo estresse ou pelo cansaço, mas também poderia impactar até no erário público gasto com a manutenção da infraestrutura rodoviária do Brasil. Há, também, alguns outros bônus observáveis, tais como: aumento da produtividade; autonomia maior dos trabalhadores; possibilidade de que os empregadores possuam mais de um vínculo empregatício, aumentando a renda. Contudo, embora sejam notáveis os motivos que o teletrabalho ganha os olhos dos trabalhadores, existem, igualmente, os malefícios, quais sejam: uma sobrecarga de trabalho, uma vez que, pela falta de controle de horário, a depender da demanda, o trabalhador poderá ultrapassar a carga horária preestabelecida; o abalo psicológico e físico dos trabalhadores; o isolamento social. Os impactos na saúde são indiscutíveis, o que pode ser bem observado no contexto da Pandemia da Covid-19. No teletrabalho, aumenta-se o sedentarismo, alterando até mesmo os níveis hormonais do cérebro do trabalhador, o que pode ocasionar distúrbios como a depressão, o transtorno de ansiedade generalizado e a síndrome de burnout. Dessa forma, é evidente que o teletrabalho possui os seus benefícios, que são muitos, mas precisa ser repensado no que tange à garantia da saúde do trabalhador.
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