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LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO Sabemos que, no processo de alfabetização e letramento, o ambiente alfabetizador é importantíssimo para que a criança se aproprie da leitura e da escrita de forma satisfatória. Devemos considerar que, antes de ingressar na escola, a criança já tem contato com diferentes situações de comunicação escrita. Dessa forma, o professor pode utilizar um ambiente que o auxilie na mediação do conhecimento que a criança traz consigo antes de iniciar seu processo de escolarização. Assim, qual a importância do ambiente alfabetizador dentro e fora da escola? O educador que tem como finalidade principal a aprendizagem de seus alunos. Deve proporcionar uma sala de aula que lhes permita ter acesso a diversos tipos de cultura escrita, com os quais possam interagir. O grande desafio do educador é alfabetizar letrando, de maneira que possa proporcionar interações com a cultura escrita de forma que o aluno faça uso social da linguagem escrita. Para vivermos em uma sociedade letrada é necessário sermos letrados. Para tanto, é indispensável, um ambiente alfabetizador na sala de aula. Alfabetizar é simplesmente ensinar a leitura e a escrita, o domínio do funcionamento do sistema alfabético, ou seja, saber ler e escrever convencionalmente. Já Letramento é utilizar a escrita e a leitura em práticas sociais, como por exemplo, ler jornais ou revistas, interpretar tabelas, contas de água, preencher um requerimento são alguns exemplos de vida cotidiana. Segundo o Referencial Curricular para Educação Infantil, as crianças que são provenientes de famílias que a leitura e a escrita são marcantes, apresentam maior facilidade para lidar com as questões da escrita, do que aquelas que não têm este modelo de práticas de leitura em seu lar. De acordo com Ana Teberosky, um ambiente alfabetizador “é aquele em que há uma cultura letrada, com livros, textos – digitais ou em papel – um mundo de escritos que circulam socialmente. A comunidade que usa a todo o momento esses escritos, que faz circular ideias que eles contêm, é chamada alfabetizadora”. Permitindo desta maneira, a inserção da língua escrita no cotidiano do alfabetizando, seja por meio de revistas, jornais, gibis, livros, cartazes, das palavras na lousa, ou de situações cotidianas, como outdoors, letreiro de ônibus ou metrô, caixas eletrônicos etc. O ambiente alfabetizador, portanto, deve ser organizado de forma que se constitua uma ferramenta de aprendizagem, incluindo diversos gêneros textuais, os quais devem estar acessíveis aos alunos e permitindo uma interação com os mesmos. Tal ambiente não valoriza apenas a aparência, o material escrito deve estar relacionado com as atividades desenvolvidas, de acordo com as necessidades dos alunos, o que possibilita as crianças construírem seu próprio conhecimento, e, neste processo dinâmico de aprendizagem, o professor é o mediador. A localização dos materiais escritos determina o nível de interesse que as crianças terão em manuseá- los. Por esta razão, os materiais escritos, sejam os das prateleiras da biblioteca ou os disponíveis em sala de aula, devem estar sempre ao alcance das crianças e nunca sobre quadros negros e armários. É imprescindível que o professor escolha os materiais de forma criteriosa, visando garantir qualidade e a atratividade, facilitando a compreensão infantil. Este processo é possível através de materiais de linguagem simples, com clareza de ilustrações e sentidos, características de previsibilidade do texto, níveis de repetições e etc. A troca de materiais em um ambiente alfabetizador é o termômetro que mostrará o desenvolvimento do trabalho. Logo, os materiais que permanecem sem troca, ao longo do curso, provam que não foram usados como ferramentas de ensino, mas simplesmente como objetos decorativos. Já, os materiais que são trocados periodicamente provam seu valor funcional e sua riqueza como recurso educativo escolar. Ler não implica apenas em que o leitor apreenda o significado, e sim, que consiga trazer para o texto lido a visão e experiência que possui, implica na interação direta entre leitor e texto, permitindo elementos para a construção de novos textos. O aluno não lê para aprender a ler, mas lê para atingir objetivos, para viver e interagir com os outros, estimular o lúdico, ampliar os esquemas cognitivos através de pesquisas e projetos criados. Quando se tem o objetivo de estimular a criança a descrever, falar sobre, e entender diversos tipos de leitura e escrita, é indispensável o uso de materiais de seu cotidiano como por exemplo, folders e impressos públicos, jornais, revistas, rótulos de produtos domésticos, receitas, gibis, contos de fadas, calendário, parlendas, rimas, textos instrucionais o educando desenvolverá interesse pela leitura e escrita através da compreensão de sua importância, por isso, os materiais expostos precisam fazer sentido para o seu mundo e trabalhar, simultaneamente em diversos aspectos, desde a leitura e escrita até a sistematização e reflexão dos conceitos abordados. Estes estímulos tornarão o aprendizado não mecânico, permitindo que o educando consiga encontrar significado no texto escrito dentro e fora do ambiente escolar. O ambiente alfabetizador é de grande importância porque não tem a função apenas de importar-se com a leitura e escrita, mas também com a função social que o educando necessita compreender de maneira que perceba o sentido no processo de leitura e escrita para seu dia-a-dia. A escola é um processo contínuo de aprendizagem, ou seja, ainda muito pequena, a família de uma criança já lhe apresenta a um mundo de alfabetização, o ambiente escolar apenas dá a continuidade no processo. Segundo Ana Teberosky, os professores como guiadores deste processo possuem a responsabilidade de criar um ambiente alfabetizador rico em materiais apropriados, levando em conta o conhecimento prévio dos alunos, garantindo um trabalho contínuo e gradativo para o processo de aprendizagem.
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