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2018-06-24 - EMEPRO I-057 fabrica de lentes

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1 
 
O uso de recursos esquemáticos para melhorar a produtividade de um 
laboratório de lentes em Governador Valadares/MG 
 
Keila Amélia Graciote Reis keilagraciote@hotmail.com 
Anna Karolina Barbosa da Costa (IFMG) akbarbosadacosta@gmail.com 
Daiana Brito Rocha (IFMG) drbrito0 @gmail.com 
Karolliny Siqueira (IFMG) karollinyss@live.com 
Heitor Cardoso de Brito (IFMG) heitor.cardoso@ifmg.edu.br 
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar o fluxo de processos e atividades de um 
laboratório de lentes localizado na cidade de Governador Valadares-MG e apontar melhorias 
de baixo custo que possam ser aplicadas para racionalizar e agilizar sua produção. Para isso, 
foram feitas visitas à empresa com o objetivo de colher informações e realizar o mapeamento 
dos processos com o auxílio das ferramentas fluxograma e mapofluxograma. A partir da 
observação do mapofluxograma e de entrevistas com os funcionários, foi possível identificar 
que as atividades atualmente praticadas tem sobrecarregado o setor de triagem e obrigado os 
funcionários a fazerem deslocamentos desnecessários. Espera-se que, para o leiaute proposto 
– sem a necessidade de nenhum investimento, o processo permita a fabricação de lentes de 
forma mais ágil, padronizando as informações, reduzindo o tempo de espera do cliente 
(especialmente para os serviços com o prazo de entrega curto), e melhore as atividades 
laborais da empresa, seja na redução dos percursos, na redistribuição e nivelamento de 
atividades, na clareza do fluxo/movimentações e até mesmo no nível de satisfação interno, além 
de reduzir o risco de ocorrência de esbarrões entre funcionários e possíveis projeções de 
materiais no chão, ocorrendo quebras, riscos ou pontos na superfície dos mesmos. Foram, 
também, feitas sugestões para trabalhos futuros, que abordam temas de saúde ocupacional e 
análise de viabilidade de implantação de outros equipamentos que contribuam para o aumento 
da produtividade da empresa. Em relação ao processo como um todo, obteve-se a eliminação 
de três atividades e mudança das tarefas do setor de triagem para as área de recepção e 
estoque. 
Palavras-chave: Fluxograma; Mapofluxograma; Diagrama de atividades; Lente; Laboratório 
1. INTRODUÇÃO 
O fluxo de processos de uma organização envolve todas as atividades desenvolvidas 
dentro da empresa. Para que as mesmas consigam atingir seus objetivos de forma eficaz, é muito 
importante definir qual o melhor fluxo de processos possível, pois eles estão diretamente 
ligados à produtividade dos colaboradores e à qualidade de seus produtos e serviços. 
Esse trabalho se justifica na importância das empresas analisarem as rotinas e fluxos de 
processos das empresas, identificarem erros e apontar melhorias nos seus processos. 
Tem-se, com isso, o seguinte problema: Como realizar melhorias de baixo custo que 
que possam ser aplicadas no fluxo de processos desenvolvidos na empresa em estudo? 
 
2 
 
Esse trabalho tem como objetivo principal analisar o processo e apontar melhorias que 
possam ser aplicadas no fluxo de fabril de um laboratório de lentes localizado em Governador 
Valadares/MG através da reavalização do arranjo físico por meio da elaboração de fluxogramas. 
Já os objetivos específicos são: identificar processos desnecessários; verificar as opiniões dos 
funcionários quanto aos processos desenvolvidos; desenvolver o layout e fluxograma do 
laboratório; identificar fatores que prejudicam os processos. 
2. MODELAGEM DE PROCESSOS 
Para que um produto ou um serviço seja entregue a um cliente, é necessário que haja 
um ou mais processos. Segundo Harrington (1991, apud GONÇALVES, 2000), um processo é 
uma atividade ou o conjunto delas que toma uma entrada (input), adiciona valor a ele e fornece 
uma saída (output) a um cliente específico, podendo ele ser interno ou externo. Ainda, os 
processos utilizam recursos da organização para oferecer resultados a seus clientes. 
Vernadat (1996 apud COSTA e POLITANO, 2008, p. 5) define a modelagem de 
processos como sendo “um conjunto de atividades que deve ser seguido para a criação de um 
ou mais modelos com o objetivo de representação, comunicação, análise, projeto ou síntese, 
tomada de decisão, ou controle”. O autor também define um modelo como sendo a 
representação de algo, uma abstração da realidade (ou universo em estudo) em termos de algum 
formalismo, definidos pelos constructos de modelagem, para o propósito do usuário. 
O objetivo da modelagem de processos é entender como é o funcionamento interno da 
empresa e para isso utiliza ferramentas como fluxo de processos, organograma, fluxograma. 
Essas ferramentas possibilitam aos colaboradores uma melhor visão das atividades executadas 
durante a sua rotina (DIAS e col., 2011 apud MACHADO e col., 2013). 
De acordo com Dias e col. (2011) o objetivo da modelagem de processos é compreender 
o funcionamento interno da organização. Para tal, a técnica utiliza ferramentas como 
organogramas, diagramas de posicionamento, fluxos de processos, que possibilitam a 
visualização das tarefas executadas pelos funcionários no seu cotidiano, criando uma base de 
estudos, melhoria e compreensão dos processos, e estimativas de custos. 
Para DIAS e col. (2011, apud Machado e col., 2013), a modelagem dos processos pode 
ser utilizada tanto para o mapeamento dos processos atuais como para o mapeamento de 
propostas de melhoria e/ou criação de novos processos (quando necessário). 
3. RACIONALIZAÇÃO DE PROCESSOS 
Segundo Carreira (2009), faz-se necessário racionalizar/simplificar/redesenhar 
processos ou rotinas de trabalho quando se deseja viabilizar a retomada da propriedade do modo 
de produção pela empresa. Basicamente, a técnica consiste em criar processos racionais, lógicos 
e estruturados. 
Para uma definição mais prática, racionalizar processos é adequar os métodos às rotinas 
de trabalhos, simplificando-os, com o objetivo de agilizar, aumentar a produtividade e reduzir 
custos (ZAMBERLAN e col., 2006). 
Para racionalizar um processo é necessário que haja uma comparação entre como ele 
está sendo desenvolvido atualmente e qual a melhor maneira possível de desenvolvê-lo, a fim 
 
3 
 
de reduzir ou até eliminar as imperfeições, tornando-o mais eficaz (MIRANDA, 1981 apud 
ZAMBERLAN, 2006). 
Através do mapeamento e análise dos processos de uma organização podemos ter uma 
visão mais abrangente do funcionamento das atividades e, a partir de conhecimentos empíricos, 
práticos e teóricos, podemos reestruturá-los aplicando as melhorias necessárias. 
4. FLUXOGRAMA 
Fluxograma, de acordo com Peinado e Graeml (2007), Slack e col. (2015), são 
representações gráficas feitas com o auxílio de símbolos predeterminados que mostram o 
sequenciamento dos passos de um determinado trabalho. Sua construção objetiva analisar os 
sistemas produtivos, buscando identificar oprtunidades para melhorar a eficiência dos processos 
uma vez que o mesmo dá uma compreensão detalhada das partes do processo em que algum 
fluxo ocorre. 
Peinado e Graeml (2007) afirmam que não há uma norma rígida para a elaboração de 
fluxogramas, e citam alguns tipos de representações gráficas industriais: fluxograma linear de 
operações, setorial, de linhas de montagem e de arranjo físico funcional. 
Chiavenato (2007), porém, faz menção ao fluxograma vertical. Segundo o autor, este 
modelo é utilizado para descrever procedimentos executados por vários funcionários ou expor 
uma rotina executada por um único funcionário. Ele tem uma enorme utilidade para se montar 
procedimentos ou rotina de trabalho, fixar a sequência das atividades, racionalizar tarefas, 
dentre outros. O fluxograma vertical é utilizado principalmente em processos de linha de 
produção, e tem como vantagens a rapidez no preenchimento, podendo vir em formulário 
padronizado, com clareza nas informações e facilidade na apresentação. 
5. MAPOFLUXOGRAMA 
O mapofluxograma mostra a movimentaçãofísica de um determinado objeto (ou 
matéria-prima) em centros de processamentos produtivos dispostos em uma instalação 
produtiva de acordo com uma rota fixa (BARNES, 1977). 
Sales e col. (2004) afirmam que o mapofluxograma se trata de uma representação do 
sequenciamento das atividades apresentadas no diagrama de processo em plantas ou croquis, e 
permite uma maior transparência da visualização de movimentação de materiais. Sua utilização 
se mostra eficiente no planejamento dos elementos e pode ser usado para avaliar mudanças em 
relação ao que foi planejado, devendo (sempre que possível) ser analisado e revisto. Os 
mapofluxogramas são usados, normalmente, em conjunto com outros diagramas para melhor 
contribuir com a total compreensão do processo. 
6. METODOLOGIA 
Quanto à abordagem, a pesquisa é classificada como quantitativa uma vez que os 
resultados (no caso, as distâncias percorridas pelos operadores) podem ser quantificados 
(FONSECA, 2002). 
 
4 
 
Em relação à natureza da pesquisa, a mesma é classificada como sendo aplicada pois, 
segundo Gerhardt e Silveira (2009), gera conhecimentos para aplicação prática e o trabalho é 
dirigido à solução de problemas específicos. 
Ao se tratar dos objetivos do estudo, este se classifica como exploratório. Gil (2007) 
afirma que a pesquisa exploratória proporciona maior familiaridade com o problema, podento 
torná-lo mais explícito ou construindo hipóteses e envolvendo, em sua grande maioria, um 
levantamento bibliográfico e entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o 
problema pesquisado. 
Já em relação aos procedimentos, o trabalho se classifica como sendo um estudo de caso 
e pesquisa de campo. O primeiro, de acordo com Gil (2007, p.33) “Visa conhecer em 
profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos 
aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico”. O autor ainda 
menciona que o pesquisador não tem a intenção de realizar interferências sobre o objeto a ser 
estudado, mas sim fazer revelações de como ele o percebe. Já a pesquisa de campo, para 
Fonseca (2002), além da pesquisa bibliográfica, deve-se realizar coleta de dados junto a 
pessoas. 
Para desenvolvimento da pesquisa foi feita uma entrevista com caráter investigativo 
(apêndice A). Conforme Marconi e Lakatos (2017, p. 338), a entrevista “é uma técnica utilizada 
pelo pesquisador em que ele se põe frente a frente com o investigado e lhe faz algumas 
perguntas, objetivando recolher os dados de que precisa para a realização de sua pesquisa ". As 
ferramentas utilizadas na elaboração desse artigo são o fluxograma vertical e o 
mapofluxograma. 
7. ESTUDO DE CASO 
O organograma mostrado na figura 1 exibe os setores laborais da empresa. O objeto de 
investigação foi realizado nos setores de triagem, surfassagem e montagem, abrangendo todos 
os funcionários envolvidos no processo de fabricação das lentes. Já as entrevistas foram 
realizadas com os gerentes financeiro e comercial, o encarregado de produção e os funcionários 
dos setores ligados direta ou indiretamente ao processo de fabricação das lentes. 
 
Figura 1 – Organograma do laboratório. Fonte: Elaboração própria. 
Os dados foram obtidos através de observações simples de forma a aprofundar o 
conhecimento das atividades exercidas no local uma vez que, segundo Marconi e Lakatos 
(2017), o uso da técnica de observação utiliza os sentidos para se coletar de dados e conseguir 
 
5 
 
informações de determinados aspectos da realidade; ela ajuda o pesquisador a identificar e obter 
provas que o levem a alcançar os seus objetivos. 
A realização de entrevisas individuais proporcionou maior facilidade na compreensão do 
funcionamento do sistema e contribuiu par a elaboração do fluxograma de atividades (figura 2). 
 
FIGURA 2 – Fluxograma das atividades de confecção de lentes de resina comum. Fonte: Elaboração própria. 
 
6 
 
É importante ressaltar que, devido à existência de diversas opções de fabricação dos 
produtos (e.g. tratamentos na lente, tipos de materiais, opção de coloração das lentes, aquisição 
de lentes pré-fabricadas e com surfassagem digital), a equipe optou por realizar o mapeamento 
do processo produção da lente de resina comum – todas as lentes fabricadas no laboratório 
passam pelo mesmo processo, mas esta é o produto que apresenta maior número de vendas na 
empresa. Desta forma, o diagrama de atividades mostrado na figura 2 se refere à manufatura 
desse material. 
De volta à figura 2, observa-se a existência de grande volume de atividades operacionais 
(ações essas que agregam valor ao negócio) sendo as etapas de montagem e surfassagem as que 
mais aparecem no fluxo. Por outro lado, a atividade de transporte aparece sete vezes (28% dos 
casos); para esse tipo de ação, três delas aparecem no setor de triagem, onde se suspeita de 
movimentações desnecessáriasrealizadas pelo símbolo caracterizado como execução/inspeção 
(13 ações ao todo), principalmente no setor de montagem. O resumo das quantidades de 
movimentações em casa setor é mostrado na tabela 1. 
TABELA 1 – Número de movimentações por setor e total de atividades realizadas por tipo de ação 
Setor Operação Transporte Inspeção 
Arquivo 
provisório 
Arquivo 
permanente 
Subtoal 
Estoque - 1 1 - 2 
Montagem 5 - 2 1 8 
Recepção 3 3 - - 6 
Surfassagem 4 2 - - 6 
Triagem 1 2 - - 3 
Subtotal 13 8 3 1 25 
Fonte: Elaboração própria. 
De posse do fluxograma de atividades, foi possível elaborar o mapofluxograma, que foi 
‘peça-chave’ no diagnóstico dos problemas e falhas identificados no processo. 
7.1 Diagnóstico do atual processo de produção 
O diagnóstico do processo de produção do laboratório de lentes analisado indicou 
diversos problemas como retrabalhos, idas e vindas desncecessárias, longos trajetos percorridos 
e, consequentemente, diversas oportunidades de melhoria. 
A primeira visita à empresa foi realizada com o intuito de entender todas as etapas do 
processo produtivo das lentes. Durante as visitas posteriores foi desenvolvido um fluxograma 
resumido do processo produtivo e foi feita uma pesquisa sobre os conceitos de processo de 
resolução de problemas baseados nos conceitos da teoria de Taylor sobre “Tempos e 
movimentos” ligados a produtividade para embasar qualquer proposta de melhoria futura. 
7.2 Análise do arranjo físico atual 
A primeira etapa desta análise compreendeu a elaboração de uma planta baixa 
simplificada do local. Devido ao pouco período de tempo nas visitações à empresa e, para evitar 
intervenções nos processos laborais, a equipe optou pela não realização de medições exatas das 
acomodações, equipamentos, mesas etc. – isto é, o arranjo físico mostrado na figura 3 está sem 
escala. Buscou-se, porém, informações detalhadas sobre o funcionamento de todas as máquinas 
existentes no laboratório, identificando cada uma delas. 
 
7 
 
 
FIGURA 3 – Arranjo físico simplificado do laboratório, sem escalas métricas. Fonte: Elaboração própria. 
As numerações de um a quatro inseridas na figura 3 se referem às máquinas presentes 
no laboratório. O quadro 1, a seguir, mostra informações a respeito das mesmas. 
Número Equipamento Descrição 
1 Lensômentro 
Equipamento utilizado no processo de conferêcia e marcação das lentes, fazendo 
a leitura de suas dioptrias (convergência de uma lente) 
2 
Facetadora 
automática 
Máquina utilizada no corte de todos os tipos de materiais. Ela também realiza 
todos os tipos de acabamento automaticamente. 
3 
Facetadora 
diamantada 
Equipamento para desbaste, acabamento, ringles e polimento em lentes de resina, 
Poli e Cristal. 
4 
Frisadora de 
lentes 
Equipamento utilizado na confecção da canaleta (friso) na lente para armações 
em fio de nylon. 
5 Gerador ótico 
Equipamento destinado à alta produção de lentes oftálmicas, gera curvas 
esféricas, tóricas e prismáticas além de realizara retificação de moldes de 
alumínio ou plástico. 
6 
Polidora com 
lixa 
Equipamento utilizado no polimento das lentes. Processo feito com lixa grossa ou 
fina, em que a lixa executa movimentos circulares na superfície da lente de forma 
a polí-la suave e gradativamente. 
7 
Polidora para 
acabamento 
Equipamento utilizado para polimento final/ acabamento da lente. Processo feito 
com molde de feltro e abrasão feita com pó de óxido de alumínio misturado em 
água. 
QUADRO 1 – descrição dos equipamentos mostrados na figura 3. Fonte: Elaboração própria. 
De posse do fluxograma de atividades realizado para as lentes de resina comum e do 
arranjo físico geral e, com o auxílio gerente do laboratório, foi possível realizar o 
sequenciamento das tarefas que fazem parte do ciclo de produção do referido objeto. A figura 
4 mostra o mapofluxograma praticado atualmente para aquele produto, onde se observa, de 
forma nítida, a realização de movimentos desnecessários (principalmente entre os setores de 
triagem e de estoque) e mau posicionamento das máquinas 1, 2, 3 e 4 no setor de montagem. 
 
8 
 
 
FIGURA 4 – Mapofluxograma do processo atual de fabricação de lentes de resina comum. Fonte: Elaboração 
própria. 
7.3 Identificação de retrabalhos e propostas de melhoria imediata 
Ao realizar o diagnóstico foi possível identificar que o atual fluxo de processos dentro 
do laboratório está distribuído de forma a sobrecarregar o setor de triagem, centralizando ali 
algumas tarefas que não correspondem às atividades que realmente agregam valor à função. 
Essas ocupações extras fazem com que o funcionário se dirija diversas vezes ao setor de estoque 
para localizar as lentes pretendidas e retorne novamente à seção de triagem para poder fazer a 
marcação e passar a fita de proteção nas mesmas antes de encaminhá-las à subdivisão de 
surfassagem. Sugere-se, desta forma, que seja realizada a mudança da mesa de marcação da 
triagem para o estoque e que o sistema de entrada de pedidos seja realocado da triagem para a 
recepção. O quadro 2 mostra o resumo dessas sugestões de mudança. 
Item Atividade 
Mudar 
Do setor Para o setor 
3 Dar entrada no pedido no sistema de controle Triagem Recepção 
4 Deslocar até o estoque Triagem Recepção 
7 Passar fita de proteção e fazer a blocagem do material (fixar o bloco em 
suporte de alumínio) 
Triagem Estoque 
8 Encaminhar o pedido juntamente com o bloco para o setor de surfassagem Triagem Estoque 
24 Dar baixa do pedido no sistema para futuro encaminhamento ao cliente Triagem Recepção 
QUADRO 2 – Sugestões de mudança na realização das atividades. Fonte: Elaboração própria. 
A simples mudança da localização do computador onde se fazem os cadastramentos dos 
pedidos do setor de triagem para a recepção e a colocação da mesa de marcação de pedidos 
(antes localizada na triagem) dentro da sala de estocagem, além de pequenas mudanças no 
layout desta área, porporcionou a eliminação das atividades 2, 6 e 25. O diagrama de atividades 
sugerido é mostrado na figura 5, lembrando que o grupo optou por não modificar as numerações 
referentes ao sequenciamento dos processos para facilitar a visualização e entendimento. 
 
 
9 
 
 
FIGURA 5 – Proposta de mudança do fluxograma das atividades de confecção de lentes de resina comum. Fonte: 
Elaboração própria. 
Constatou-se, também, que os equipamentos disponibilizados no setor de montagem 
foram alocados de forma aleatória, em posições que não se adequam a uma ordem lógica de 
utilização. Sugere-se, desta forma, que sejam realizadas mudanças no posicionamento das 
máquinas 1, 2, 3 e 4, conforme mostrado na figura 6. 
 
10 
 
 
FIGURA 6 – Arranjo físico proposto de acordo com a implementação do mapofluxograma. Fonte: Elaboração 
própria. 
Caso a empresa adote as sugestões propostas, o processo geral na fabricação de lentes 
poderá ser feito de forma mais ágil, padronizando as informações, reduzindo o tempo de espera 
do cliente (especialmente para os serviços com o prazo de entrega curto), e melhorando as 
atividades laborais da empresa, seja na redução dos percursos, na redistribuição e nivelamento 
de atividades, na clareza do fluxo/movimentações e até mesmo no nível de satisfação interno. 
Ainda, na atual situação a grande circulação de funcionários transportando lentes 
aumenta o risco de ocorrência de esbarrões entre eles e possíveis projeções de materiais no 
chão, ocorrendo quebras, riscos ou pontos na superfície das mesmas. O aceite da proposta 
poderá diminuir a ocorrência desse risco de acontecimento, sem mencionar a redução de 
deslocamentos desnecessários ao longo da jornada de trabalho. 
As alterações sugeridas proporcionaram um mapofluxograma mais claro, objetivo, 
compreensivo e com um aspecto mais organizado. 
8. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 
O roteiro de entrevista (apêndice A) proporcionou a identificação da necessidade de se 
construir um sistema de reaproveitamento de água, uma vez que a produção de lentes exige a 
utilização de muitos litros de água para lubrificar o material na lixadora e na facetadora. Esta 
implementação, além de trazer beneficios financeiros, também contribuirá com a imagem da 
empresa como promovedora de ações ambientalmente corretas. 
Governador Valadares é também conhecida como uma cidade que apresenta elevadas 
temperaturas – média anual em torno de 24ºC e chegando aos 40ºC em janeiro, o mês mais 
quente (INMET, 2018). Tal ocorrência afeta o setor de surfassagem da lente: o processo se 
torna mais lento por causa do superaquecimento do gerador ótico durante a obtenção do grau 
esperado. Esse problema poderia ser resolvido com a instalação de um sistema de refrigeração, 
reduzindo o tempo gasto nesta etapa, evitando atrasos na entrega dos pedidos e promovendo 
 
11 
 
melhores condições de trabalho e consequente aumento de produtividade em função da redução 
do cansaço provocado. 
Para trabalhos futuros, sugere-se que sejam feitos estudos voltados à análise de 
viabilidade de reaproveitamento de água (não somente benefícios internos, mas também 
externos perante uma possível melhoria da imagem da empresa), e que também sejam 
realizados estudos de segurança e saúde ocupacional que meçam os níveis de conforto térmico 
diante das atividades executatas. Nesta última, poderão ser feitos estudos que comparem a 
produção antes e depois da instalação de um sistema de condicionamento de ar, onde 
(novamente) a análise de viabilidade pode comprovar (ou não) se o investimento realizado traz 
lucros para a empresa. 
Por fim, pode-se concluir que a análise do fluxo de processos é uma ferramenta de 
simples aplicabilidade e traz informações valiosas às organizações pois, através dela, é possível 
identificar imperfeições que interferem na produtividade, desempenho, qualidade e 
lucratividade da empresa, e apontar melhorias extraordinárias e de baixo custo de 
implementação. 
9. REFERÊNCIAS 
BARNES, Ralph M. Estudo de Movimentos e de Tempos: projeto e medida do trabalho. São Paulo: Edgard 
Blücher, 1977. 
CARREIRA, Dorival. Organização, Sistemas e Métodos: ferramentas para racionalizar as rotinas de trabalho e 
a estrutura organizacional da empresa. São Paulo: Saraiva, 2009. 
CHIAVENATO, Idalberto. Administração: teoria, processo e prática. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 
2007. 
COSTA, Eugênio Pacceli; POLITANO, Paulo Rogério. Modelagem e mapeamento: técnicas imprescindíveis na 
gestão de processos de negócios. XXVII ENEGEP – Encontro Nacional de engenharia de Produção, 2008. 
DIAS, M. H. B.; OLIVEIRA, C. C.; ABE, J. M. Aplicação de BPM e as suas soluções na modelagem de processos 
de negócio. Faculdade de Tecnologia da Zona Leste – FATEC-ZL. São Paulo, 2011. 
FONSECA, João José Saraiva da. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila. 
GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de Pesquisa. Série Educação a Distância. Porto 
Alegre: UFRGS, 2009.GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007 
GONÇALVES, José Ernesto Lima. As empresas são grandes coleções de processos. Revista de Administração de 
Empresas, v. 40, n. 1, p. 6-9, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v40n1/v40n1a02.pdf>. Acesso 
em: 14 de jun. 2017. 
Instituto Nacional de Meteorologia – INMET. Disponível em: 
<http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=home2/index>. Acesso em: 31 de mar. 2018. 
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 
MACHADO, Pablo Maicá; TATSCH, Marcelo Pastoriza; PRESTES, Tiago de Medeiros; GODOY, Leoni 
Pentiado; GARLET, Eliane. Mapofluxograma dos Processos do Setor de Engenharia de uma Empresa Metal 
Mecânica. 3ª Semana Internacional das Engenharias da FAHOR. Horizontina-RS, 2013. Disponível em: 
<http://www.fahor.com.br/publicacoes/sief/2013/mapofluxograma_dos.pdf>. Acesso em: 13 de jun. 2017. 
PEINADO, Jurandir; GRAEML, Alexandre Reis. Administração da Produção: operações industriais e serviços. 
Curitiba: UnicenP, 2007. 
SALES, Alessandra Luize Fontes; BARROS NETO, José de Paula; ALMINO, Ivo. A Gestão dos Fluxos Físicos 
nos Canteiros de Obras Focando a Melhoria nos Processos Construtivos. 2004. I Conferência Latino-americana 
 
12 
 
de Construção Sustentável. X Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. 18-21 julho 2004, São 
Paulo. 
SLACK, Nigel; JOHNSTON, Robert; BRANDON-JONES, Alistair. Administração da Produção. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2015. 
ZAMBERLAN, Carlos Otávio; JACQUES, Luciana Borges; SONAGLIO, Claudia Maria; MINELLO, Ítalo 
Fernando; SILVA, Angelita Freitas da. Gerenciamento de Processos: o caso da LJ Central de Cosméticos Ltda. 
Disponível em: <http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/901.pdf>. Acesso em: 14 de jun. 2017. 
 
APÊNDICE A – Roteiro de Entrevista aos Funcionários 
Instrumento de coleta de dados 
Roteiro de entrevistas 
Cargo: _______________________ 
1. Qual seu papel na produção de lentes? O que faz exatamente? Quais as etapas? 
2. Todas as etapas do trabalho devem ser descritas em detalhes, buscando: 
a) O que é realizado? 
b) Por que é realizado? 
c) Onde é realizado? 
d) Quando é realizado? 
e) Por quem é realizado? 
f) Como é realizado? 
3. Existe alguma etapa anterior ao seu trabalho? O que é feito antes? 
4. Como chega o pedido (de quem recebe o trabalho)? 
5. Quando você termina seu trabalho, para quem repassa? De que forma? 
6. O que é realizado após a realização do seu trabalho? Qual a próxima etapa? 
7. Você percebe alguma falha no processo de produção de lentes? Teria alguma sugestão 
para melhoria?

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