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TrabI_parte V_Equiparação salarial

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EQUIPARAÇÃO SALARIAL
- Fundamento legal: arts. 7°, XXX e XXXI, CF e 461, CLT.
> Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. 
- A idéia da equiparação salarial é equiparar salários, tendo como base o princípio da Isonomia Significa que o empregado pretende receber o mesmo salário que um outro empregado, o que só será possível se forem preenchidos os requisitos legais necessários.
- A pessoa que ganha + e que é apontada (que servirá de comparação) é denominada modelo ou paradigma (= é aquele a quem se quer igualar)
> Art. 461 § 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.
 Significa que se o modelo / paradigma for readaptado, ele NÃO servirá para fins de equiparação salarial por expressa determinação legal.
 Ex: Uma pessoa sofre um acidente de trabalho, fica afastada, faz tratamento mas não consegue recuperar totalmente as suas funções em razão da seqüela Em razão do acidente de trabalho, ela conseguiu ter estabilidade no emprego e, portanto, o empregador não poderá manda-lo embora. Apesar de ela ter uma certa deficiência, o INSS deu alta a ela e, portanto, ela deve ser considerada apta a voltar a trabalhar mas não para a sua função Se ela não puder ficar na sua função e se não houver vaga para uma função acima da sua, a única alternativa para o empregador será colocá-la para uma função inferior, no entanto, o seu salário deverá ser mantido o mesmo Assim, nessa função, todos ganham “Y” mas o empregado readaptado ganha “2 x Y” para desempenhar a mesma função Portanto, não adianta apontar essa pessoa como paradigma na ação de equiparação salarial, o empregado não ganhará na justiça. 
 
Art. 461> Requisitos concomitantes:
1) Mesmo empregador (Súm. 6, item V)
2) Contemporaneidade (Súm. 6, item IV, TST)		 Objetivas
3) Mesmas atribuições (Súm. 6, item II, III, VII, TST) 	 Subjetivas
					 não importa o nome do cargo (primazia da realidade)
4) Mesma localidade (Súm. 6, item X, TST) – LC 87/97
5) Mesma produtividade e perfeição técnica
6) Diferença de tempo na função não superior a 2 anos a favor do modelo (Súm. 6, item II)
7) Inexistência de plano de cargos e salários na empresa com critérios alternados de promoção por Antigüidade e merecimento homologado pelo Ministério do Trabalho e devidamente cumprido (art. 461, §2° e 3°, CLT)
8) Mesmo regime jurídico
1) MESMO EMPREGADOR (mesma fonte pagadora)
- O empregador deve ser o mesmo, pouco importando se os empregados trabalham em lojas ou filiais 
 Ex: 2 vendedoras da Marisa: uma trabalha na loja do Rio Sul e a outra no Barra Shopping O 1° requisito está preenchido
- Se os empregadores forem , é perfeitamente possível que empregados que desempenhem a mesma função recebam salários .
 Ex: Vendedora da Daslu e vendedora da Marisa Ambas são vendedoras e ganham salários 
 Mas se fossem 2 vendedoras da Daslu, o 1° requisito estaria preenchido.
2) CONTEMPORANEIDADE
- Significa a simultaneidade na prestação de serviços: o empregado, para fazer jus à equiparação, deve:
1) Estar desempenhando a mesma função (ou atribuição) ao tempo em que o paradigma também esteja Neste caso, o empregado ajuíza uma ação ainda trabalhando 
2) Ou, em algum momento, mesmo que pretérito, ter desempenhado as mesmas funções que o paradigma Isso é possível porque a pessoa pode querer consertar uma situação que aconteceu quando o seu contrato era vigente. É a hipótese do empregado que já foi demitido mas que durante um determinado período ou durante o contrato inteiro, desempenhou a mesma função que o paradigma, ganhando, no entanto, salário inferior (ele receberá 5 anos para trás).
> Contemporaneidade 	 Estarem exercendo as mesmas funções ou
			 Terem exercido as mesma funções em determinado período 
> Súmula nº 6 - Equiparação salarial. Art. 461 da CLT. 
IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situação pretérita. 
- Para alguns autores, basta que a contemporaneidade ocorra por ocasião do ajuizamento da ação, uma vez que pode a empresa, tão logo proposta a ação judicial, separar os trabalhadores de seção para fraudar o pedido de equiparação. Portanto, se quando da propositura da reclamação ambos os empregados exerciam idênticas funções, é o quanto basta, para alguns autores, a fim de que seja cumprida a exigência da simultaneidade.
> Obs: Quando sai do emprego, o prazo para a reclamação trabalhista é de 2 anos (do término do contrato de trabalho, tem 2 anos para entrar com reclamação trabalhista).
3) MESMAS ATRIBUIÇÕES (Súm. 6, item II, III, VII, TST) 	
- “Mesmas atribuições” - analisar:
 Aspecto objetivo: Há identidade de atribuições Analisar objetivamente a função de cada um (tanto de quem pede como de quem é/foi o paradigma). Ex: Fulano faz “X, Y e Z” e o paradigma tb
 Aspecto subjetivo: Está ligado ao mesmo grau de responsabilidade. Ex: Objetivamente, fulano e o paradigma podem realizar as mesma funções “X, Y e Z” mas, além disso, deve-se verificar se há alguma diferença de grau de responsabilidade entre eles.
Ex: Vendedora “A” pede equiparação salarial à vendedora “B” porque acha que “B” ganha + do que ela O juiz verificará objetivamente que elas faziam a mesma coisa mas, subjetivamente, ele verifica que o paradigma ganhava um plus porque ela era sempre a 1ª a chegar todos os dias, ficava com a chave, era a responsável por abrir e fechar a loja, se alguma coisa ficasse aberta a culpa era dela, se ela se atrasava e a loja abria + tarde a culpa era dela, etc, enfim, se “B” tinha uma responsabilidade maior, não quanto às funções objetivamente mas uma função extra que o empregador lhe deu, o empregador tb lhe deu um aumento Assim, em razão da responsabilidade maior é que há um diferencial salarial
	Portanto, nesse caso, se um empregado recebe + que outro, provavelmente essa diferença salarial é para retribuir esse maior grau de responsabilidade que ela possui dentro da relação de emprego. O empregador não é obrigado a renunciar essa responsabilidade.
> Súmula n° 6 - Equiparação salarial. Art. 461 da CLT. 
II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não no emprego. 
III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. 
VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. 
4) MESMA LOCALIDADE (Súm. 6, item X, TST) – LC 87/97
- Localidade = é o (1) mesmo município ou (2) municípios diferentes mas que façam parte da mesma região metropolitana.
- A LC 87/97 diz quais são os municípios que fazem parte do RJ
- Portanto, é válido que, sendo mesmo o empregador, uma vendedora que trabalhe no Barra Shopping pleiteie equiparação salarial em relação à outra no Rio Sul pois estão dentro do mesmo município 
5) MESMA PRODUTIVIDADE E PERFEIÇÃO TÉCNICA
- Mesma produtividade = é a mesma quantidade de trabalho
- Mesma perfeição técnica = mesma qualidade
> A lei exige um padrão de razoabilidade: a mesma função mas com = produtividade e = perfeição técnica
- Ex: É possível que um empregado que notoriamente produz 120 peças/dia tenha um salário diferenciado em relação aos d+, que produzem 80 peças/dia 
- O critério de mesma produtividade e perfeição técnica é muito subjetivo, é o limiar da desigualdade. Assim, o empregador deve ter cuidado na hora de adotar este critério para trazer uma diferenciação salarial, só devendo pagar um salário maior para determinado funcionáriose sua competência for pública e notória, de forma a não gerar dúvidas para qq outro empregado que seja indagado a respeito. Deve ser um empregado excepcional, infinitamente melhor quanto à produtividade e perfeição técnica. Em razão do subjetivismo é que, mesmo que o empregador entenda não existir mesma produtividade e perfeição técnica, pode ser que o juiz não entenda dessa forma. A análise vai variar de um juiz para outro, podendo haver, inclusive, decisões conflitantes em relação a um mesmo caso. Enfim, a profª não aconselha que um empregador pague um salário maior a um empregado baseado somente neste requisito, a não ser que seja algo fora do comum e incontestável. 
6) DIFERENÇA DE TEMPO NA FUNÇÃO NÃO SUPERIOR A 2 ANOS A FAVOR DO MODELO (Súm. 6, item II)
- Quem não pode estar há + de 2 anos na função é o modelo / paradigma “A” pode estar na função há muito tempo. Quem não pode estar na função há + de 2 anos do que “A” é o seu paradigma. 
- Atenção: Tempo na função Tempo no serviço Isso porque uma pessoa pode estar trabalhando na empresa há anos e depois de um determinado período passa a exercer uma função diferente
> Art. 461 § 1º: Trabalho de = valor será o que for feito com = produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 anos. 
 Fala em tempo de serviço e não em tempo de função mas essa não é a interpretação correta porque o legislador estava se referindo a tempo de serviço naquela função. Portanto, é tempo de serviço na função. É tempo de função (e não de serviço).	
- O paradigma não pode ter iniciado na função + que 2 anos antes do empregado que pretende a equiparação salarial porque quando uma pessoa fica muito tempo em uma função, às vezes ela incorpora algumas gratificações.
- O empregado que pretende a equiparação, deve indagar: “Quando é que eu entrei na função?”. Suponha que tenha sido hoje. O outro funcionário, apontado como paradigma, não pode estar exercendo esta mesma função há + de 2 anos. 
- Ex: Empregado está na função há 1 ano e só depois de passado um ano é que ele descobre que o outro funcionário, que desempenha a mesma função há 5 anos, ganha + O que fazer para saber se ela serve de modelo ou paradigma? Ele tem que retroceder 1 ano (que foi quando ele entrou) e, portanto, o paradigma já estava na função há 4 anos Significa que ela não servirá como paradigma ou modelo pois já estava na função há + de 2 anos. Portanto, poderá ser justificado que ela tinha um diferencial no salário por causa desse longo período.
	
 Isso é de tempo de serviço. O paradigma pode ter entrado na empresa há 5 anos nessa função, sendo que eu trabalho na empresa há 20 anos mas, nessa função, estou apenas há 1 ano. Portanto, o tempo de serviço na empresa não tem nada a ver para fins de equiparação salarial. O que deve ser analisado é o tempo de serviço na função.
- Se for o oposto Ex: Eu entro hoje na empresa, ganhando + do que aquela pessoa que já trabalha lá há 5 anos. Exercemos a mesma função. Ele poderá pedir equiparação salarial em relação a mim, eu serei o seu paradigma porque eu não tenho + de 2 anos na função.
> Obs
1) A Súmula n° 6, III diz que não importa o nome do cargo: se há 2 empregados dentro da mesma empresa com as mesmas atribuições e o nome do cargo é o mesmo, há uma presunção de que as funções também são as mesmas (ex: se há 2 vendedores, há uma presunção de que eles fazem a mesma coisa) No entanto, essa presunção é relativa, porque além da análise objetiva, há tb uma subjetiva, o que poderá levar a um desnível entre os cargos. Assim, deverá ser provado o que cada empregado faz, objetiva e subjetivamente, sendo que pouco importará a denominação do cargo, uma vez que no DTrabalho o que vale é o princípio da Primazia da Realidade.
2) O modelo / paradigma não pode ter o seu salário rebaixado. Vc, por não preencher os requisitos, continuará recebendo a mesma coisa e o modelo receberá o mesmo que recebia antes. Mas se vc preencher os requisitos, receberá a mesma coisa que o modelo.
3) O modelo não é penalizado, até porque independe da vontade ele, vc aponta-lo ou não, como modelou ou paradigma. Ele não tem que dar autorização para isso. Ele pode nem saber eu foi apontado como modelo de uma determinada reclamação trabalhista.
7) INEXISTÊNCIA DE PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS NA EMPRESA com critérios alternados de promoção por antiguidade e merecimento homologado pelo Ministérios do Trabalho e devidamente cumprido (art. 461, §2° e 3°, CLT)
- As empresas podem dispor o pessoal em quadro, organizando uma carreira, com referências e padrões salariais, e com previsão de promoções, por antigüidade e merecimento. Não é obrigatório que o faça. No entanto, fazendo constar esse quadro, incabível será a equiparação, quando o pessoal da empresa estiver organizado em quadro de carreira, com promoções alternadas, por merecimento e antiguidade. 
- Os §§ 2° e 3° do art. 461 dizem que se a empresa tiver plano de cargos e salários, haverá, a princípio, um óbice à equiparação: 
> § 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento. 
§ 3º - No caso do § anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antigüidade, dentro de cada categoria profissional.
 	
 Isso quer dizer que se a própria empresa já possui esta estrutura pré-estabelecida, a empregada “A” não poderá receber como a empregada “B” se ela não preencheu os critérios estabelecidos pela empresa. Conforme cumpra esses requisitos é que ela poderá, seja por critério de merecimento, seja por antiguidade, ou outros critérios subjetivos e/ou objetivos, ter seu salário aumentado. 
No entanto, não basta ter um quadro. É preciso que esse quadro seja válido:
1°) O plano / quadro deve ter previsão de promoção tanto por antigüidade como por merecimento.
 Assim, o juiz vai verificar: tem quadro? Tem. Tem critério de promoção tanto por antigüidade como por merecimento? Tem. Então foi preenchido o 1° requisito para a validade do quadro.
2°) O plano / quadro tem que ser homologado pelo Ministério do Trabalho.
- O art. 358, CLT exige a aprovação do quadro pelo Ministério do Trabalho. E, segundo o Enunciado n° 6 do TST, para os fins previstos no §2° do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, sem o que não terá validade. 
- A empresa faz o quadro e depois o submete à aprovação do MT Se já tiver no quadro o carimbo do MT, há uma presunção de que no MT foi submetido a uma análise (foi visto se havia critérios de antigüidade e merecimento, se foi feito o enquadramento correto) e que está tudo correto. 
- E se o empregado faz um plano, homologa e depois “coloca-o na gaveta”? E então, quando um empregado entra com uma reclamação trabalhista, ele tira da gaveta e junta no processo o plano.
 O juiz analisa, verifica que tem o plano e que esse plano é homologado e tem critérios, então, a princípio, não tem equiparação salarial.
 Na prática, deve-se saber se a empresa cumpria esse quadro / plano ou se era meramente um “plano de gaveta”, feito pela empresa apenas com o objetivo de frustrar qq ação de equiparação salarial
 Por isso é que não basta apenas a homologação, o quadro deve estar sendo efetivamente cumprido. A lei não fala que tem que ser devidamente cumprido mas é uma aplicação lógica do próprio instituto, do contrário permitir-se-ia o uso dos quadros “de gaveta”.
 Então, quando um empregado ajuíza um pedido de equiparação salarial e a empresa junta o plano (ou quadro) ao processo, com critérios de merecimento e antigüidade, e homologado pelo MT, o juiz não julgará improcedente de imediato. Ele verificará se existem outros pedidos, se o plano estava sendo realmente cumprido e de que forma funcionava, ouvirá as partes, as testemunhas, etc, com o objetivo de apurar se era realmente um plano(quadro) e era realidade dentro da empresa ou se era um plano de gaveta. 
8) MESMO REGIME JURÍDICO
- A lei nada diz mas o regime jurídico entre 2 empregados deve ser o mesmo. O regime que tem que reger essa relação é a CLT. Se não for, não tem como aplicar.
- Funcionário público: é regido pelo Estatuto do Funcionário Público. 
- No entanto, há concursados que são regidos pela CLT 
> EFEITOS
- Preenchidos os requisitos, o empregado equiparado terá direito ao mesmo salário do paradigma, excluídas as vantagens pessoais deste.

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