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- -1 PRÁTICA DE ENSINO E ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM MATEMÁTICA I SEMINÁRIO SOBRE A TENDÊNCIA DIDÁTICO- PROGRAMÁTICA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA DA MODELAGEM - -2 Olá! O estágio supervisionado é uma instância privilegiada, que permite a articulação entre o estudo teórico e os saberes práticos. Apresentaremos a seguir atividades que o precedem e etapas que o constituem. É necessário que, durante o desenvolvimento de atividades práticas, pertinentes às disciplinas dos primeiros semestres, você se aprofunde em atividades que focalizem os principais aspectos da gestão escolar, como a elaboração da proposta pedagógica e do regimento escolar, a gestão de recursos, a escolha dos materiais didáticos, o processo de avaliação e a organização dos ambientes de ensino. No Estágio Supervisionado, deve ser dada ênfase à análise reflexiva da prática, por meio de observação em salas de aula de Matemática, incluindo atividades em que o estagiário possa analisar as formas de organização didática e refletindo sobre a escolha de diferentes tipos de organização didática tais como: projetos de trabalho, sequências didáticas etc. Merecem destaque a análise dos princípios e critérios para seleção e organização dos conteúdos matemáticos, os contextos de interdisciplinaridade, as formas usadas pelo professor e a incorporação das tendências em educação matemática: a modelagem, a resolução de problemas, a utilização de jogos e tecnologias como recursos para o momento da prática de ensino e estágio supervisionado em Matemática. Ao final desta aula, você será capaz de: 1- Proporcionar a vivência e análise de situações reais de ensino–aprendizagem em Matemática; 2- Considerar criticamente os aspectos científicos, éticos, sociais, econômicos e políticos que envolvem a prática docente; 3- Vivenciar e buscar soluções para situações-problema no contexto prático; 4- Desenvolver uma postura investigativa e uma visão crítica, que permita entender o espaço escolar como espaço de pesquisa e reflexão. 1 O estágio nas licenciaturas de Matemática As licenciaturas em Matemática foram criadas no Brasil em 1934 nas antigas faculdades de Filosofia, devido à preocupação com a regulamentação do preparo de docentes para a escola secundária. Os cursos foram criados no modelo 3+1. Nesse modelo, as disciplinas de conteúdos matemáticos ocupavam três anos da duração do curso, enquanto as disciplinas de natureza pedagógica tinham duração de um ano. - -3 O estágio proporciona uma prática que deixa de ser somente a aplicação de conhecimentos matemáticos e pedagógicos, e passa a ser um espaço de criação e reflexão, onde novos conhecimentos são sempre gerados e os antigos, modificados. É um movimento de constante construção/reconstrução dos conhecimentos matemáticos pelo estagiário, através da pequena vivência que o estágio proporciona aos alunos e através do processo pedagógico, assim como sugere o processo do raciocínio pedagógico. Neste sentido, o professor é tido como um profissional autônomo, que reflete, toma decisões e cria durante sua ação pedagógica, que é entendida como um processo complexo, ímpar, mutável, repleto de improbabilidades e conflitos de valores. 2 A prática de ensino e estágio supervisionado em Matemática Nas aulas de prática de ensino e estágio supervisionado em Matemática, o professor reflete e avalia sua prática, o que o leva a aprender com a sua própria prática. Ao envolver o licenciando com a realidade prática surgem problemas e questões que podem e devem ser discutidas nas disciplinas teóricas, para que sejam articuladas e concomitantes com as disciplinas pedagógicas. 3 Sequência de ações As diretrizes curriculares para os cursos de Matemática passaram a vigorar em 2001 (PARECER CNE/CES 1.302 /2001). Segundo essas diretrizes, o estágio é apresentado como essencial na formação dos professores, enunciando que o educador matemático deve ser capaz de refletir sobre sua prática, ser criativo durante a sua ação pedagógica, ser capaz de tomar decisões diante da realidade em que se insere. Ele deve saber que a sua pratica docente gera conhecimento para o aluno e para ele. Nesse contexto, o estágio deve possibilitar ao licenciando desenvolver uma sequência de ações, em que o aprendiz vai se tornando responsável por tarefas em ordem crescente de complexidade, tomando ciência dos processos formadores. Entendemos que uma das melhores formas para o licenciando desenvolver esta sequência de ações sinalizada no PARECER CNE/CES 1.302/2001 é o debate através de seminários sobre as tendências em educação matemática: • A modelagem; • A resolução de problemas; • A utilização de jogos; • Tecnologias e história da Matemática como recursos para o momento da prática de ensino e estágio • • • • - -4 • Tecnologias e história da Matemática como recursos para o momento da prática de ensino e estágio supervisionado em Matemática. 4 Análise e discussão dos relatórios e diagnósticos realizados no Estágio Supervisionado Em cada Seminário, deve ser priorizada a análise e discussão dos relatórios e diagnósticos realizados no , baseada no estudo de referências teóricas que possibilitem formular propostas paraEstágio Supervisionado os problemas identificados relativamente à profissão docente de professor. A escrita de memórias, a partir de suas lembranças como alunos de Matemática, é fundamental para lembrar como se sentiram na época em que viveram essas experiências, que influências esses momentos tiveram em suas escolhas profissionais. 5 Atividades centrais da Prática de Ensino Na , é importante que os alunos discutam como fazer registros sobre o que aprendem,Prática de Ensino destacando sua opinião a respeito do que aprendem, os sucessos que obtêm, suas preocupações etc. Uma das atividades centrais da Prática de Ensino é a elaboração de projetos de trabalho e/ou de sequências didáticas referentes a um dado conteúdo de Matemática, partindo de uma pesquisa prévia para aprofundamento desse conteúdo, dos pontos de vista matemático e da didática sobre a escolha de uma ou mais tendências em educação matemática: Modelagem, resolução de problemas, utilização de jogos, tecnologias e/ou história da Matemática. 5.1 Prática de ensino e estágio supervisionado em matemática: a modelagem A Modelagem Matemática leva os alunos a despertar maior interesse, ampliar o conhecimento e auxiliar na estruturação de sua maneira de pensar e agir, além de redefinir o papel do professor no momento em que perde o caráter de detentor e transmissor de saber para ser entendido como aquele que está na condução das atividades, numa posição participativa. • - -5 Blum apresenta para a inclusão da modelagem na prática de ensino e Estágio(1995) cinco motivos Supervisionado em Matemática: Motivação Os alunos se sentiriam mais estimulados para o estudo de Matemática, já que vislumbrariam a aplicabilidade do que estudam. Facilitação da aprendizagem Os alunos teriam mais facilidade em entender as ideias matemáticas, já que poderiam conectá-las a outros assuntos. Preparação para ut i l izar a Matemática em diferentes áreas Os alunos teriam a oportunidade de desenvolver a capacidade de aplicar Matemática em diversas situações, o que é desejável para moverem-se no dia a dia e no mundo do trabalho. Desenvolvimento de habilidades gera is de exploração Os alunos desenvolveriam habilidades gerais de investigação. Compreensão do p a p e l sociocultural da Matemática Os alunos analisariam como a Matemática é usada nas práticas sociais. 5.2 Modelagem Matemática Para Bassanezi (2002, p. 36-37), cinco argumentos podem ser levantados para destacar a relevância da modelagem matemática quando utilizada como estratégia de ensino-aprendizagem: • Argumento formativo • - -6 Enfatiza a performance da modelagem matemática para desenvolver capacidades em geral e atitudes dos estudantes, tornando-os explorativos, criativos e habilidosos na resolução de problemas. • Argumento de competênciacrítica Focaliza a preparação dos estudantes para a vida real como cidadãos atuantes na sociedade, competentes para ver e formar juízos próprios, reconhecer e entender exemplos representativos de aplicações de conceitos matemáticos. • Argumento de utilidade Pode preparar o estudante para utilizar a Matemática como ferramenta para resolver problemas em diferentes situações e áreas. • Argumento intrínseco Considera que a inclusão de modelagem fornece ao estudante um rico arsenal para entender e interpretar a própria Matemática em todas suas facetas. • Argumento de aprendizagem Garante que os processos aplicativos facilitam ao estudante entender melhor os argumentos matemáticos, guardar os conceitos e os resultados, e valorizar a própria Matemática. O que vem na próxima aula Na próxima aula, você vai estudar: • Seminário sobre a tendência didático-pragmática em educação matemática na resolução de problemas. CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Aprendeu que, segundo as diretrizes curriculares para os cursos de Matemática, o estágio é apresentado como essencial na formação dos professores, enunciando que o educador matemático deve ser capaz de refletir sobre sua prática além de ser criativo durante a sua ação pedagógica e, nesse contexto o estágio deve possibilitar ao licenciando desenvolver uma sequência de ações, em que o aprendiz vai se tornando responsável por tarefas em ordem crescente de complexidade, tomando ciência dos processos formadores; • Entendeu que Modelagem Matemática é um processo dinâmico utilizado para a obtenção e validação de • • • • • • • - -7 • Entendeu que Modelagem Matemática é um processo dinâmico utilizado para a obtenção e validação de modelos matemáticos. É uma forma de abstração e generalização com a finalidade de previsão de tendências; • Verificou que a Modelagem em Educação Matemática pode ganhar novas possibilidades, atendo-se ao próprio processo, no qual se pode valer das possíveis discussões matemáticas que poderão surgir nesse entremeio, abrindo espaço para abordagem de conteúdos matemáticos trabalhados ou que possam ser discutidos a partir daí. • •
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