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Exame Cardiológico e Pressão Arterial HAM

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EXAME CARDIOLÓGICO E PRESSÃO ARTERIAL HAM III 
 
 
EXAME CARDIOLÓGICO E PRESSÃO ARTERIAL | Fernanda Mendes 
EXAME DO CORAÇÃO 
ANAMNESE 
o Idade → nas crianças e jovens, predominam as anomalias congênitas e os episódios iniciais 
da doença reumática; a doença de Chagas e a hipertensão arterial são mais frequentes dos 
20 aos 50 anos de idade; a doença arterial coronariana – angina de peito e infarto agudo do 
miocárdio – é mais comum acima da quinta década de vida, apesar de aparecer cada vez 
mais precocemente; 
o Sexo → lesões mitrais, especialmente a estenose e o prolapso da valva mitral, ocorrem 
mais em mulheres jovens, enquanto a aterosclerose coronária predomina no sexo 
masculino até os 45 anos de idade; a partir desta idade, a incidência vai se tornando igual 
em ambos os sexos; 
o Cor da pele → a hipertensão arterial, além de ser mais frequente nos negros, aparece em 
faixa etárias mais baixas e apresenta evolução mais grave; 
o Profissão → profissões que exigem esforço físico intenso, é mais frequente o aparecimento 
de insuficiência cardíaca. Por outro lado, as atividades que se acompanham de estresse 
emocional ou que o provocam constituem um fator importante na hipertensão arterial e na 
cardiopatia isquêmica; 
o Naturalidade, procedência e residência → doenças endêmicas (doença de Chagas); 
o Antecedentes pessoais → relação entre infecções estreptocócicas, principalmente da 
bucofaringe, e lesões orovalvares de etiologia reumática. Estão bem comprovadas as 
relações entre alimentação rica em lipídios e aterosclerose, entre lesões renais e 
hipertensão arterial e entre perturbações emocionais e manifestações cardiovasculares de 
ansiedade e/ou depressão; 
o Hábitos de vida → destacam-se o tabagismo, o alcoolismo e o sedentarismo, relacionados 
com o aparecimento de aterosclerose e hipertensão arterial; 
o Condições socioeconômicas e culturais → doença reumática é mais frequente em pessoas 
de renda mais baixa, seja em consequência das más condições alimentares e habitacionais 
ou por falta de tratamento precoce e adequado das infecções estreptocócicas. Péssimas 
condições das habitações rurais e da periferia estão entre as causas determinantes da 
endemia chagásica; 
DOR 
o Dor precordial (torácica) não é sinônimo de dor cardíaca, pois pode ter origem no coração e 
em outros órgãos ou estruturas como pleura, esôfago, aorta, mediastino, estômago e na 
própria parede torácica; 
o A dor relacionada com o coração e com a aorta compreende a de origem isquêmica, a 
pericárdica e a aórtica. 
— Isquêmica: A dor de origem isquêmica tem origem na hipoxia celular. A causa mais 
comum de isquemia miocárdica é a aterosclerose coronária, assumindo 
características especiais na angina de peito e no infarto agudo do miocárdio; 
— Pericárdica: A dor da inflamação do pericárdio é mais aguda que a da angina de 
peito, localiza-se na região retroesternal junto da reborda esternal esquerda e 
irradia-se para o pescoço e as costas. Pode ser do tipo “constritiva”, “peso”, 
“opressão”, “queimação” e apresentar grande intensidade; costuma ser contínua – 
durante várias horas –, não se relaciona com exercícios, agrava-se com a respiração, 
com o decúbito dorsal, com os movimentos na cama, com a deglutição e com a 
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movimentação do tronco. O paciente tem algum alívio quando inclina o tórax para 
frente ou ao se colocar na posição genupeitoral. O mecanismo provável da dor da 
pericardite é o atrito entre as membranas ou uma grande e rápida distensão do saco 
pericárdico por líquido; 
— Aórtica: Os aneurismas da aorta geralmente não provocam dor, mas a dissecção 
aguda da aorta determina quadro doloroso importante, com início súbito, muito 
intensa, do tipo lancinante, de localização retroesternal ou face anterior do tórax, 
com irradiação para o pescoço, região interescapular e ombros. Durante a crise 
dolorosa, o paciente fica inquieto – deita-se, levanta-se, revira-se na cama, adota 
posturas estranhas, comprime o tórax com um travesseiro, tentando obter algum 
alívio. 
o Características semiológicas da dor cardíaca: 
— Localização → A localização mais típica é a retroesternal, podendo ser sentida à 
esquerda ou, mais raramente, à direita da linha esternal. Pode ser restrita a uma 
pequena área ou ocupar toda a região precordial. Se a dor for percebida na pele ou 
em outras estruturas superficiais, é possível afirmar que se origine na parede 
torácica. A dor perimamilar ou por debaixo do mamilo quase nunca é de causa 
cardíaca, podendo ser de origem emocional ou provocada por osteoartrite, distensão 
do estômago ou do ângulo esplênico; 
— Irradiação → A irradiação da dor está relacionada com sua intensidade. Quanto mais 
intensa, maior a probabilidade de irradiar-se. A dor por obstrução de uma artéria 
coronária pode ter diversas irradiações: para os pavilhões auriculares, maxilar 
inferior, nuca, região cervical, membros superiores, ombros, região epigástrica e 
região interescapulovertebral; 
— Caráter ou qualidade → A dor anginosa é quase sempre do tipo constritivo, tendo o 
paciente a sensação de que algo aperta o tórax ou a região retroesternal. Para 
caracterizá-la, o paciente leva a mão fechada ao peito. Costuma ser descrita como 
“aperto”, “opressão”, “peso”, “queimação” e “sufocação”. Pode ter também a 
sensação de nó na garganta, como se estivesse sendo estrangulado. A mesma 
sensação pode ser percebida nas áreas de irradiação da dor como, por exemplo, 
impressão de aperto ou de um bracelete no braço. Outros tipos são a dor em 
queimação ou ardência no precórdio, formigamento ou facada, que podem ser 
expressões da dor cardíaca.; 
— Duração → A dor da angina de peito tem duração curta, em geral de 2 a 3 minutos, 
raramente ultrapassando 10 minutos. Isso porque sua origem é apenas a hipoxia 
miocárdica, sem alteração necrobiótica. Na angina instável, a dor é mais prolongada, 
chegando a durar 20 minutos, pois nesta síndrome já há alterações histológicas. No 
infarto agudo do miocárdio, quando ocorrem alterações necróticas, a dor dura mais 
de 20 minutos, podendo chegar a algumas horas; 
— Intensidade → A intensidade da dor varia de acordo com o grau de 
comprometimento isquêmico. Dor leve é quando o paciente a sente, mas não se fixa 
nela, relatando-a, muitas vezes, como uma sensação de peso ou desconforto. Dor 
moderada é quando incomoda bastante o paciente e agrava-se com os exercícios 
físicos. Dor intensa é aquela que inflige grande sofrimento, obrigando o paciente a 
ficar o mais quieto possível, pois ele percebe que a dor se agrava com os movimentos 
ou pequenos esforços. Acompanha-se de sudorese, palidez, angústia e sensação de 
morte iminente; 
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— Fatores desencadeantes ou agravantes → A dor da angina de peito ocorre quase 
invariavelmente após esforço físico, mas pode ser desencadeada por todas as 
condições que aumentam o trabalho cardíaco, tais como emoções, taquicardia, frio 
ou após refeição copiosa. No infarto agudo do miocárdio, a dor costuma ter início 
com o paciente em repouso; 
— Fatores atenuantes da dor → O alívio da dor pelo repouso é uma das características 
fundamentais da angina de peito. O uso de vasodilatadores coronários também faz a 
dor desaparecer. É muito importante o tempo que a dor leva para desaparecer após 
uso de nitrato sublingual. Na angina de peito, a dor desaparece 3 ou 4 minutos após; 
se levar maior tempo (5 ou 10 minutos), provavelmente não se trata de angina 
clássica, podendo ser angina instável. A dor da pericardite aguda pode ser amenizadaou cessar quando o paciente inclina o tórax para frente ou o comprime com um 
travesseiro; 
— Sintomas concomitantes → Precordialgia intensa, acompanhada de náuseas, 
vômitos e sudorese fria, sugere infarto agudo do miocárdio. Dor precordial durante 
crise de palpitações pode decorrer de isquemia provocada por taquiarritmia; 
o Dor de origem psicogênica: 
— Aparece em indivíduos com ansiedade e/ou depressão; 
— Síndrome de astenia neurocirculatória ou “neurose cardíaca”: a dor limita-se à região 
da ponta do coração, costuma ser surda, persistindo por horas ou semanas e 
acentuando-se quando o paciente sofre contrariedades ou emoções desagradáveis. 
Não está relacionada com exercícios e pode ser acompanhada de hipersensibilidade 
do precórdio. Nas crises de dor, ocorrem também palpitações, dispneia suspirosa, 
dormências, astenia, instabilidade emocional e depressão. A dor alivia-se 
parcialmente com repouso, analgésicos, tranquilizantes e placebos; 
o Palpitações: 
— Percepção incômoda dos batimentos cardíacos, sendo relatadas pelos pacientes 
como “batimentos mais fortes”, “falhas”, “arrancos”, “paradas”, “tremor no 
coração”, “coração deixando de bater”, “coração aos pulos”; 
— Nem sempre significam arritmia; 
— As palpitações são contrações mais fortes e mais intensas, lentas ou rápidas, 
rítmicas ou arrítmicas, decorrentes de distúrbios do ritmo ou da frequência 
cardíaca, incluindo todas as manifestações de taquicardia, pausas compensadoras, 
aumento do débito cardíaco, estados hipercinéticos, hipertrofia ventricular, início 
súbito de uma bradicardia causada por bloqueio completo; 
— As palpitações aparecem, também, em indivíduos normais, após exercício físico ou 
emoções; elas devem ser analisadas quanto frequência, ritmo, horário de 
aparecimento, modo de instalação e desaparecimento, isto é, se têm início e 
término súbitos. Deve-se indagar, também, quanto ao uso de chá, café, 
refrigerantes à base de cola, tabaco e drogas, principalmente cocaína e 
anfetaminas; 
— Causas de palpitação: 
▪ Cardíacas: 
▪ Arritmias; 
▪ Insuficiência cardíaca; 
▪ Miocardites; 
▪ Miocardiopatias; 
▪ Não cardíacas: 
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▪ Hipertensão arterial; 
▪ Hipertireoidismo; 
▪ Anemia; 
▪ Esforço físico; 
▪ Emoções; 
▪ Síndrome do pânico. 
Realizam-se a inspeção e a palpação simultaneamente porque os achados semióticos tornam-
se mais significativos quando analisados em conjunto. Os seguintes parâmetros devem ser 
sistematicamente investigados: pesquisa de abaulamentos, análise do ictus cordis ou choque 
da ponta, análise de batimentos ou movimentos visíveis e/ou palpáveis, palpação de bulhas e 
pesquisa de frêmito cardiovascular. O exame físico do coração inclui a inspeção, a palpação e a 
ausculta. 
ASCULTA CARDÍACA 
 
o O foco ou área mitral (FM) se situa no 4o ou 5o espaço intercostal esquerdo da linha 
hemiclavicular e corresponde ao ictus cordis ou ponta do coração; 
o O foco ou área pulmonar (FP) localiza-se no 2o espaço intercostal esquerdo junto ao 
esterno; 
o O foco ou área aórtica (FAo) localiza-se no 2o espaço intercostal direito junto ao esterno; 
o O foco ou área aórtica acessória localiza-se no 3o espaço intercostal esquerdo, junto ao 
esterno; 
o O foco ou área tricúspide (FT) corresponde à base do apêndice xifoide, ligeiramente para 
a esquerda; 
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INSPEÇÃO E PALPAÇÃO 
Realizam-se a inspeção e a palpação simultaneamente 
porque os achados semióticos tornam-se mais 
significativos quando analisados em conjunto. Os 
seguintes parâmetros devem ser sistematicamente 
investigados: pesquisa de abaulamentos, análise do 
ictus cordis ou choque da ponta, análise de batimentos 
ou movimentos visíveis e/ou palpáveis, palpação de 
bulhas e pesquisa de frêmito cardiovascular. 
 
PRESSÃO ARTERIAL 
o Força exercida pelo sangue na parede dos vasos; 
o Objetivo → promover perfusão dos tecidos; 
o Parte obrigatória do exame físico; 
o Toda faixa etária deve ser respeitada; 
FATORES DETERMINANTES DA PA 
A PA é determinada pelo Débito Cardíaco multiplicado pela Resistência Periférica. Em que o 
Débito Cardíaco é dado pela Frequência Cardíaca pelo Volume Sistólico. 
 PA= DC x RP 
 DC= VSxFC 
 
o DC → Relaciona-se diretamente com a capacidade contrátil do coração e com o retorno 
venoso. Tem impacto na pressão sistólica; 
o RP → Vasocontralidade da rede arteriolar. Tem impacto na pressão diastólica; 
— Depende da ação do sistema simpático: 
• Alfa receptores (vasoconstritores); 
• Beta receptores (vasodilatadores); 
— Sofre influência humoral: 
• Angiotensina e Catecolaminas (vasoconstitores); 
• Prostaglandinas e Cininas (vasodilatadores); 
o Elasticidade das grandes artérias (aorta) influi na pressão sistólica; 
— Redução da elasticidade (pessoas idosas) aumenta a pressão sistólica sem 
elevação concomitante da distólica; 
o Hipertensão Sistólica Isolada → A pressão sistólica eleva-se e a pressão diastólica 
mantém-se; 
o Volume de sangue no sistema arterial interfere na pressão sistólica e diastólica; 
— Ex.: Desidratação – Queda da PA; 
— Glomerulonefrite – Aumento da PA; 
o Viscosidade Sanguínea → Interferência relativamente pequena tanto na sistólica quanto 
na diastólica; 
— Ex.: Anemias Graves – Diminuição da viscosidade sanguínea reduz a PA; 
— Policetemias – Aumento da viscosidade sanguínea eleva a PA; 
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MÉTODO PARA MEDIR A PA 
o Método Direto → Pressão intra-arterial (invasivo); 
o Método Indireto → Técnica ascultatória com estetoscópio; 
MÉTODO INDIRETO 
1. Repouso de 3minutos; 
2. Local tranquilo, sem ruídos, bexiga vazia; 1 hora após tabaco, café ou outras substâncias 
excitantes; 
3. Posição: sentada, deitada ou em pé (anotar a posição do paciente em que a PA foi 
medida); 
4. Artéria braquial no nível do coração; Palma da mão voltada para cima; 
5. Localizar a artéria braquial; 
6. Colocar o manguito 2cm acima da fossa cubital; 
7. Palpar o pulso radial; Inflar até desaparecer o pulso radial; Desinsuflar lentamente 
8. Quando o pulso reaparece → Valor da PRESSÃO SISTÓLICA; 
9. Colocar o estotoscópio sobre a artéria braquial e insuflar o manguito 30mmHg acima do 
valor da sistólica encontrado pelo método palpatório; 
10. Desinsuflar o manguito lentamente e continuamente até o completo esvaziamento da 
câmara; 
FASES DE KOROTKOFF (MÉTODO ASCULTATÓRIO) – 5 FASES 
o FASE I → Aparecimento dos sons = PRESSÃO SISTÓLICA; 
o FASE II → Batimento com murmúrio; 
o FASE III → Murmúrio desaparece; 
o FASE IV → Abafamento dos sons; 
o FASE V → Desaparecimento dos sons = PRESSÃO DIASTÓLICA; 
OBS → Se os ruídos persistirem, a FASE IV é pressão diastólica. 
 
o Hiato Auscultatório → Som desaparece durante a ultima parte da fase I e fase II; 
— Pode cobrir 30 a 40 mmHg; 
— Risco de subestimar a pressão sistólica ou superestimar a diastólica; 
o Sempre realizar o método palpatório antes do ascultatório; 
VALORES DA PA 
A PA sofre variações constantes ao longo do dia: 
o Exercício físico; 
o Uso de tabaco; 
o Ruídos; 
o Estresse; 
o Vigília ou sono; 
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o Dor; 
o Postura; 
o Respiração; 
o Digestão; 
VALOR 12X8 
Existe um conceito popular que há um 
número ideal fixopara a pressão arterial. 
O valor “12/8” (que significa na verdade 
120x80 mmHg) é mundialmente aceito 
como representação da normalidade, 
entretanto estes números não 
correspondem à realidade científica. Na 
prática, valores normais < 140 x 90 
mmHg. 
HIPERTENSÃO ARTERIAL 
o O diagnóstico de hipertensão arterial não deve ser mais feito apenas baseado nas 
medidas da pressão dentro dos consultórios médicos; 
o A medida da pressão fora (em casa, no trabalho) torna-se quase obrigatória para afastar 
duas situações relativamente frequentes: 
— Hipertensão do Avental Branco; 
— Hipertensão Mascarada; 
HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO 
o Valores pressóricos persistentemente elevados dentro do consultório com medidas 
normais na monitorização de 24 horas (MAPA) ou monitorização residencial (MRPA); 
o A pressão do paciente ao ver o médico se eleva; 
HIPERTENSÃO MASCARADA 
o Encontro da pressão normal dentro do consultório e aumentada fora dele; 
MAPA (MONITORAMENTO AMBULATORIAL DA PRESSÃO AMBULATORIAL) 
o Custo elevado 
o Indicações: 
— Hipertensão do Avental Branco; 
— Hipertensão Mascarada; 
— Hipertensão resistente a medicamentos; 
— Avaliação de eficácia terapêutica; 
o Semiotécina: 
— Posição adequada do braço não dominante; 
— 3 a 4 medidas por hora na vigília; 
— 2 a 3 medidas por hora no período noturno; 
o Valores médios estabelecidos pelo Consenso Brasileiro: 
— Média 24 horas: PA < 130 x 80mmHg; 
— Média no período de vigília: PA < 135 x 85mmHg; 
— Média no período de sono: PA < 120 x 70mmHg; 
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MRPA (MONITORAMENTO RESIDENCIAL DA PRESSÃO ARTERIAL) 
o Medidas da PA em domicílio e/ou trabalho pelo próprio paciente ou familiar; 
— 5 dias da semana (primeiro dia para orientações e 4 dias de medidas); 
— 3 medidas/período (matutino e vespertino); 
— Aparelhos semiautomáticos; 
— Não fornece informações durante o sono; 
— Menor custo que o MAPA; 
— Anormal: PA > 135 x 85mmHg; 
FATORES DE RISCO PARA A HIPERTENSÃO 
o Idade; 
o Sexo; 
o Etnia; 
o Excesso de peso e obesidade; 
o Ingestão de sal; 
o Ingestão de álcool; 
o Sedentarismo; 
o Fatores socioeconômicos; 
o Fatores genéticos; 
SINAIS E SINTOMAS 
o Assintomáticos; 
o Pode-se suspeitar: 
— Cefaleia (occipital, surge de madrugada ou pela manhã); 
— Zumbido; 
— Palpitações; 
— Tontura; 
— Sensação de peso ou pressão na cabeça; 
EXAME FÍSICO 
o Pulsações da crossa aórtica na fúrcula esternal; 
o Hiperfonese de B2 no foco aórtico; 
o Aumento da intensidade do ictus cordis (localiza-se na linha M clavicular, 5ºespaço 
intercostal, sente-se a ponta do coração, palpável e visível); 
COMPLICAÇÕES 
o AVE; 
o IAM; 
o IC; 
o DAP; 
o DRC; 
o Morte súbita; 
OUTROS SINTOMAS DEPENDEM DO SURGIMENTO DE COMPLICAÇÕES 
o Ictus cordis propulsivo e deslocado para fora e para baixo; 
o B4 por diminuição e complacência ventricular; 
o Dispneia de esforço e palpitações (cardiopatia hipertensiva e IC); 
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o Noctúria e poliúria (nefropatia hipertensiva); 
o Confusão mental, alterações visuais e paresias (encefalopatia hipertensiva); 
HAS ESSENCIAL (PRIMÁRIA) 
o 90% dos pacientes; 
o Multicausal e multifatorial: 
— Hereditariedade; 
— Reatividade vascular anormal; 
— Alta ingesta de sódio; 
— Uso de bebidas alcoólicas; 
— Disfunção do SRAA; 
— Transtornos emocionais (estresse); 
HAS SECUNDÁRIA 
o 10% dos pacientes; 
o Existe uma causa identificável: 
— Doença renal (Glomerulonefrite aguda ou crônica, IR, PN, rim policísitico e 
hidronefrose); 
— Doenças endócrinas ( Síndrome de Cushing, hiperaldosteronismo primário, 
feocromocitoma e acromegalia); 
— Vascular (Coartação da aorta e estenose de artérias renais - hipertensão 
renovascular); 
o Suspeitar em crianças e jovens; 
o Manifestações clínicas são as mesmas da HAS primária. 
CASO CLÍNICO 
C.C, 50 anos, sexo feminino, negra, dona de casa, com diagnóstico de HAS há 15 anos, em 
tratamento regular com enalapril 20mg 8/8 horas, HACTZ 25mg 24/24 horas, nifedipina 20mg 
8/8 horas e metildopa 500mg 8/8 horas, com níveis pressóricos de difícil controle e história 
prévia de 2 AVEs. Refere, durante consulta de rotina, presença de dor pericordial, tipo 
pontada, sem irradiação, associada à dispneia e sudorese, com duração 20 minutos 
desencadeada após estresse emocional e aliviada ao repouso. Refere ainda presença de 
cefaleia halocraniana de evolução crônica, escala visual analógica de dor (EVA) 9/10, sem 
fatores agravantes e atenuada com uso de dipirona. Nega dorsalgia, convulsões, uso de drogas 
ilícitas e etilismo. Relata uso de cigarro por 10 anos e cerca de 1 maço por dia (carga tabagica 
de 10 anos-maço). 
Exame Físico: 
PA= 260 x 140 mmHg; 
IMC = 33,68 kg/m2; 
Paciente em regular estado geral, lúcida, orientada no tempo e no espaço, hidratada e 
hipocorada, anictérica, afebril, eupneica. 
FC= 92 bpm; 
FR= 18 irm; 
Tax= 36,5; 
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EXAME CARDIOLÓGICO E PRESSÃO ARTERIAL | Fernanda Mendes 
Marcha hemiplégica, equilíbrio preservado, força diminuída em hemicorpo D, disartria, tônus, 
coordenação e sensibilidade sem alterações, ausência de reflexos patológicos e de sinais 
meníngeos. 
AP= expansibilidade e FTV preservados; MV + DD sem RA. 
Ictus cordis é palpável em linha hemiclavicular E, na altura do quinto espaço intercostal E, 
propulsivo, medindo cerca de 3 cm; bulhas rítmicas e normofonéticas, com presença de B4, 
sem sopros. 
Abdome sem cicatrizes, globoso; RHA +, indolor à palpação superficial e profunda. Ausência de 
massas ou visceromegalias. Panturrilhas sem sinais de TVP. Pulsos pediosos palpáveis e 
simétricos; ausência de edema. 
IDENTIFICAR SINAIS E SINTOMAS DA HAS 
LEVES → Cefaleia, tontura, zombido; 
GRAVES → Dispneia, dor precordial, coma e morte (com ou sem lesão aguda de órgão alvo); 
URGÊNCIA HIPERTENSIVA → Sintomatologia é leve e não envolvimento de órgãos-alvo; 
EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA → Sinais de lesão de órgãos-alvo (encefalopatia, IAM, angina 
instável, EAP, AVE, dissecção aórtica); 
O nível absoluto de PA não é o mais importante, mas sim o nível de acometimento dos ógãos-
alvo. 
QUAIS OS FATORES ESTÃO RELACIONADOS A ALTERAÇÕES NA PA 
o Idade, sexo, etnia; 
o Excesso de peso e obesidade; 
o Ingestão de sal; 
o Ingestão de álcool; 
o Sedentarismo; 
o Fatores socioeconômicos; 
o Fatores genéticos; 
CASO CLÍNICO: HAS de difícil controle, tabagismo, obesidade, histórico de 2 AVEs (paciente de 
muito alto risco CV);

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