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MAPA MENTAL OBJETIVOS 1. Caracterizar a febre hemorrágica e doenças principais (febre maculosa, leptospirose, meningococcemia, febre amarela, hantavírus, dengue) -agente etiológico, quadro clinico e diagnostico Febres hemorrágicas são infecções sistêmicas causadas por vírus de RNA envelopados, e aí entram 4 famílias de vírus : Filovírus, arenavírus, bunyavírus e flavivirus. 2. Descrever a febre exantemática e doenças principais (chikungunya, dengue, zika) 3. Conhecer a epidemiologia, diagnóstico laboratorial e sinais de alerta das síndromes febris agudas 4. Entender o quadro clínico, fisiopatologia, diagnóstico, diagnóstico diferencial, tratamento da dengue Arboviroses são doenças causadas por arbovírus transmitidos por um artrópode, no caso seria o mosquito. Transmissão : O mosquito pica a pessoa infectada, esse mosquito agora infectado contamina uma pessoa saudável. Então, uma pessoa infectada é o principal reservatório e multiplicador do vírus. Sintomas : São bem comuns de modo geral - febre, erupções cutâneas, dor articular, sintomas neurológicos como uma encefalite, manifestação hemorrágica. DENGUE Uma arbovirose transmitida pelo aedes aegypti, contém um quadro febril agudo , é uma doença espectral que aparece de forma leve a forma grave, doença de notificação compulsória. - Etiologia : Aedes Aegypti é ummosquito preto com listras brancas nas pernas, no tronco e na cabeça. Quem precisa do sangue humano são as fêmeas, para a maturação dos ovos. Quando infectada pelo sangue humano que contém o vírus da dengue, ele infecta outras pessoas que picaram. Quando as fêmeas colocam seus ovos, há a possibilidade de parte de suas descendentes já nascerem portadores do vírus.O mosquito não é o causador da doença, é apenas o vetor ! Dois fatores contribuem para sua disseminação : O seu ciclo que permite ovos resistentes, e a capacidade que ele desenvolveu em sugar menos sangue de mais gente. Período de transmissibilidade é enquanto houver vírus no sangue, esse período inicia um dia antes da febre e vai até o sexto dia da doença. A dengue é uma arbovirose com o vírus do gênero FLAVIVIRUS, e possui 4 sorotipos diferentes, o flavivírus é um patógeno envelopado. - epidemio : no brasil em todo país, e no mundo em país com clima tropical e quente. É uma doença bem comum em nosso país, cerca de 50 milhões de pessoas são acometidas, e dessas 500 mil em estado grave (c/ hemorragia), mas casos de óbitos são mais raros, porém, mesmo assim a dengue é considerada um problema de saúde pública, por isso é uma doença de notificação compulsória. - Fisiopatologia : paciente é contaminado -> vírus vai para o sangue em direção aos linfonodos, monócitos e musculatura esquelética para replicação -> para multiplicar o RNA viral é interpretado nos lisossomos e ai a maturação dos vírions (particulas viroticasinfecciosa) são maturados no complexo de golgi para então ser liberado -> vírions liberado em todo corpo -> início de sintomas. Uma das estruturas mais afetadas é a parede vascular, causando hemorragias ou perda de plasma no terceiro espaço. - quadro clínico : período de incubação de 2 a 14 dias. A dengue possui um quadro desde as assintomáticas até quadros com hemorragia e choque. as citosinas que intermediam: CD4, CD8, TNF …. SOROTIPOS PIORES:2,3 ,4, 1 A PESSOA TEM IGG P SEMPRE DO SOROTIPO JÁ INFECTADO E IMUNIDADE A CURTO TEMPO DOS OUTROS SOROTIPOS. FASE FEBRIL/DENGUE CLÁSSICA: Apresenta febre alta súbita que dura de 2 a 7 dias, associadas com sintomas pouco específicos como a dor e fraqueza muscular, dor atrás dos olhos, dor nas articulações , cefaléia e febre alta de 39 a 40°. Além disso, tem sido comum encontrar diarréia ou dor abdominal em crianças e o exantema de padrão maculo-papular em adultos. Com o desaparecimento da febre, é normal que os sintomas regridam também. FASE CRÍTICA/FEBRE HEMORRÁGICA DA DENGUE-dengue grave : Uma parte das pessoas melhoram com os 7 dias, outras podem entrar na fase crítica no terceiro ou quarto dia de evolução, com melhora de febre + desenvolvimento de sinais de alarme. Acontece aqui, a febre alta, fenômenos hemorrágicos, hepatomegalia e insuficiência respiratória. A presença desses sinais de alerta, indica que o paciente tem uma chance maior de ter complicações, que são : - Choque : A dengue causa uma inflamação sistêmica, afetando principalmente os vasos e isso aumenta a permeabilidade do vaso permitindo a passagem de líquido para o terceiro espaço (espaço intersticial). - Hemorragia grave : Além da inflamação comprometer a permeabilidade dos vasos, compromete a ação das plaquetas também e isso descompensa a ação da cascata de coagulação. Por isso, PACIENTES COM SUSPEITA DE DENGUE NUNCA PODE USAR AINES E OS AAS-ASPIRINA. - Disfunção sistêmica: A dengue pode levar comprometimentos de vários órgãos, como rim, fígado, coração ... DEVEMOS TOMAR CUIDADO COM A DENGUE EM CRIANÇAS E GESTANTES !!! Crianças não costumam apresentar a dengue clássica então deve se atentar a epidemiologia, costumam ser assintomáticas, e na gestante a dengue costuma causar alterações no sangramento obstétrico. - Diagnóstico : Laboratorial e Diferencial Exames Específicos A comprovação laboratorial das infecções pelo vírus da dengue faz-se pelo isolamento do agente ou pelo emprego de métodos sorológicos - demonstração da presença de anticorpos da classe IgM em única amostra de soro ou aumento do título de anticorpos IgG em amostras pareadas (conversão sorológica). Isolamento: é o método mais específico para determinação do sorotipo responsável pela infecção. A coleta de sangue deverá ser feita em condições de assepsia, de preferência no terceiro ou quarto dia do início dos sintomas. Após o término dos sintomas não se deve coletar sangue para isolamento viral. Sorologia: os testes sorológicos complementam o isolamento do vírus e a coleta de amostra de sangue deverá ser feita após o sexto dia do início da doença. Exames Inespecíficos Dengue clássica: Hemograma: a leucopenia é achado usual, embora possa ocorrer leucocitose. Pode estar presente linfocitose com atipia linfocitária. A trombocitopenia é observada ocasionalmente. 3 alterações : hemoconcentração, plaquetopenia e leucopenia. - olhar o hematócrito : ele aumenta de acordo com a gravidade ! Com a inflamação (temos liberação de citocinas e elas aumentam a permeabilidade vascular,vasodilatação ..) causada pela dengue, acontece um extravasamento de líquido-plasma do sangue para os tecidos, e com isso as células vermelhas ficam mais concentradas, aumentam e diminui o volume de sangue do paciente o que causa uma redução de oxigênio para ser distribuído. - olhar os linfócitos : reduz no início (leucopenia) e no sétimo dia aumenta com uma atipia.Precisa fazer hemograma todo dia, pq precisa acompanhar a cinética dessa leucopenia.Leucopenia porque os leucócitos saem do sangue para o tecido, para combater a infecção viral. Linfopenia (agente contra a infecção viral) com linfócitos atípicos, em processo de maturação ainda, estão novinhos … essa linfopenia é muito comum em infecção viral.A linfopenia é seguido pela linfocitose (aumento dos linfocitos) - olhar as plaquetas : reduz (trombocitopenia) de forma muito rápida na dengue hemorrágica. <150.000 no primeiro dia é clássico de dengue hemorrágica e sangramento abaixo de 95.000. Quanto maior a inflamação, maior é a queda das plaquetas. Febre Hemorrágica da Dengue - FHD: Hemograma: a contagem de leucócitos é variável, podendo ocorrer desde leucopenia até leucocitose leve. A linfocitose com atipia linfocitária é um achado comum. Destacam-se a concentração de hematócrito e a trombaocitopenia (contagem de plaquetas abaixo de 100.000/mm3). Hemoconcentração: aumento de hematócrito em 20% do valor basal (valor do hematócrito anterior à doença) ou valores superiores a 38% em crianças, a 40% em mulheres e a 45% em homens). Trombocitopenia: contagem de plaquetas abaixo de 100.000/mm3. Coagulograma: aumento nos tempos de protrombina, tromboplastina parcial e trombina. Diminuição defibrinogênio, protrombina, fator VIII, fator XII, antitrombina e α antiplasmina. Bioquímica: diminuição da albumina no sangue, albuminúria e discreto aumento dos testes de função hepática: aminotransferase aspartato sérica (conhecida anteriormente por transaminase glutâmico-oxalacética - TGO) e aminotransferase alanina sérica (conhecida anteriormente por transaminase glutâmico pirúvica - TGP). O método de escolha para diagnóstico depende do tempo de início da doença, se tem até 5 dias nosso corpo ainda não produziu anticorpos então usa testes mais relacionados ao próprio vírus, já com 6 dias de doença ou mais podemos lançar mão da sorologias (elisa) com pesquisa de IGG e IGM. O anticorpo IgM antidengue desenvolve-se rapidamente após o quinto dia do início da doença, na maioria dos casos, e tanto as primoinfecções quanto às infecções secundárias estimulam a produção destes anticorpos, tornando-os detectáveis. A detecção dos anticorpos IgM do vírus da Dengue é de extrema importância tanto para o diagnóstico de casos suspeitos quanto para subsidiar os profissionais no processo de decisão-ação da vigilância epidemiológica Exames específicos – isolamento do agente ou métodos sorológicos que demonstram a presença de anticorpos da classe IgM, em única amostra de soro, ou o aumento do título de anticorpos IgG (conversão sorológica) em amostras pareadas. Exames inespecíficos – hematócrito e plaquetometria são os mais importantes para o diagnóstico e acompanhamento dos pacientes com manifestações hemorrágicas e para pacientes em situações especiais: gestante, idoso (>65 anos), hipertensão arterial, diabete melito, asma brônquica, doença hematológica ou renal crônicas, doença severa do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica ou doença auto-imune. Hematócrito elevado confirma a presença de homoconcentração. Leucograma pode ter leucopenia com linfocitose. Diagnóstico diferencial Dengue clássico (DC) – a Dengue tem um amplo espectro clínico, mas as principais doenças a serem consideradas no diagnóstico diferencial são gripe, rubéola, sarampo e outras infecções virais, bacterianas e exantemáticas. Além das doenças citadas, outros agravos devem ser considerados de acordo com a situação epidemiológica da região. É o caso confirmado laboratorialmente. No curso de uma epidemia, a confirmação pode ser feita através de critério clínico-epidemiológico, exceto nos primeiros casos da área, que deverão ter confirmação laboratorial. Febre hemorrágica da Dengue (FHD) – no início da fase febril, o diagnóstico diferencial deve ser feito com outras infecções virais e bacterianas e, a partir do 3º ou 4º dias, com choque endotóxico decorrente de infecção bacteriana ou meningococcemia. Outras doenças com as quais deve-se fazer o diagnóstico diferencial são leptospirose, febre amarela, malária, hepatite infecciosa, influenza, bem como outras febres hemorrágicas, transmitidas por mosquitos ou carrapatos. É o caso em que todos os critérios abaixo estão presentes: • febre ou história de febre recente, com duração de 7 dias ou menos; • trombocitopenia (< = 100 mil/mm3); • tendências hemorrágicas evidenciadas por um ou mais dos seguintes sinais: prova do laço positiva, petéquias, equimoses ou púrpuras e sangramentos de mucosas, do trato gastrointestinal e outros; • extravasamento de plasma, devido ao aumento de permeabilidade capilar, manifestado por: hematócrito apresentando um aumento de 20% do valor basal (valor do hematócrito anterior à doença) ou valores superiores a: 45% em crianças; 48% em mulheres e 54% em homens; ou queda do hematócrito em 20%, após o tratamento; ou presença de derrame pleural, ascite e hipoproteinemia; • confirmação laboratorial específica. Outras tecnicas de diagnóstico sorológico do vírus da dengue: • Reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa (RT-PCR) – permite a detecção de quantidades reduzidas de ácido nucléico viral presente nos espécimes, pela amplificação do c-DNA obtido a partir do RNA viral utilizando sondas (primers) tipo-específicos de vírus da Dengue e seus sorotipos. A sensibilidade, especificidade e a rápida detecção de quantidades mínimas de material genético em amostras de paciente fazem do RT-PCR um excelente método de diagnóstico de infecção por vírus de Dengue. Os resultados falso-positivos geralmente estão relacionados com a manipulação inadequada das amostras. O sucesso desse método depende, em parte, da preservação do espécime clínico, sendo recomendado mantê-lo na menor temperatura possível. - Estadiamento : É importante a gente estadiar o paciente para termos a conduta correta e específica. A primeira coisa a ser avaliada é se o paciente tem sinais de risco/alarme. Tem ? Se TEM só pode ser C ou D, e aí podemos diferenciar entre os dois perguntando se tem algum sinal de complicação (que seria choque, hemorragia ou disfunção orgânica). Se TEM é grupo D, se NÃO TEM é grupo C. Se NÃO TEM só pode ser A ou B, aí perguntamos se tem alguma condição especial ( grávida, criança, idoso, cardiopata..), se TEM é grupo B, se NÃO TEM é grupo A. Os exames inespecíficos devem ser solicitados de acordo com a classificação clínica. Grupo A- n tem sinais de alarme e prova do laço negativa Hematócrito, hemoglobina, plaquetas e leucograma: recomendado para pacientes que se enquadrem nas seguintes situações: gestantes; idosos (> 65 anos); hipertensão arterial, diabete melito, DPOC, doenças hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme), doença renal crônica, doença severa do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica e doenças auto-imunes. Grupo B-n tem sinais de alarme, mas tem PL positivo ou manifestações hemorrágicas mas sem repercussão hemodinâmica. Hematócrito, hemoglobina, plaquetas e leucograma: obrigatório para todos os pacientes deste grupo. Grupos C e D- tem sinal de alarme, manifestações hemorrágicas, hipotensão ou sinal de choque. • Hematócrito, hemoglobina, plaquetas, leucograma e outros conforme necessidade (gasometria, eletrólitos, transaminases, albumina, raios X de tórax, ultra-sonografia de abdome); • Uréia, creatinina, glicose, eletrólitos, provas de função hepática, líquor, urina, etc: orientados pela história e evolução clínica. Alterações Observadas • Hemograma – a contagem de leucócitos é variável, podendo ocorrer desde leucopenia até leucocitose leve. A linfocitose com atipia linfocitária é um achado comum. • Coagulograma – aumento nos tempos de protrombina, tromboplastina parcial e trombina. Diminuição de fibrinogênio, protrombina, fator VIII, fator XII, antitrombina e antiplasmina. • Bioquímica – albuminúria e discreto aumento dos testes de função hepática: aminotransferase aspartato sérica/AST (conhecida anteriormente por transaminase glutâmico-oxalacética/TGO) e aminotransferase alanina sérica/ALT (conhecida anteriormente por transaminase glutâmico pirúvica/TGP). Observações: • Em vigência de hemorragia visceral importante, sobretudo no sistema nervoso central, associado à plaquetopenia <50 mil/mm3, avaliar a indicação de transfusão de plaquetas. • Pacientes com plaquetopenia <20 mil/mm3 sem repercussão clínica devem ser internados e reavaliados clínica e laboratorialmente a cada 12 horas. • As manifestações não usuais (encefalite, hepatite, miocardite, entre outras) podem ocorrer em qualquer estágio da doença e terão abordagens específicas. - Tratamento : Dengue clássico – o tratamento é sintomático (analgésicos e antipiréticos) e pode ser feito no domicílio, com orientação para retorno ao serviço de saúde após 48 a 72 horas do início dos sintomas. Indica-se hidratação oral com aumento da ingesta de água, sucos, chás, soros caseiros, etc. Não devem ser usados medicamentos com ou derivados do ácido acetilsalicílico e antiinflamatórios não hormonais, por aumentar o risco de hemorragias. Febre hemorrágica da Dengue – existe uma progressão do Dengue clássico para a FHD, e a conduta frente ao paciente depende dos sinais clínicos e evolução da hemoconcentração. Paciente da categoria A = prescrever paracetamol e/ou dipironapara controle de sintomas + hidratação e repouso. Nunca usar aspirina ou AINES ! - diag : sorologia Paciente da categoria B = mantém sintomáticos + nesse caso observação em leito msm. - diag : sorologia + hemograma + plaquetometria. Prova do laço positiva,ou petéqueas. Hidratação Pacientes com hemoconcentração leve (hematócrito aumentado em até 10% do valor basal ou > 40% e < 44% em mulheres e > 45% e < 50% em homens) e/ou plaquetopenia discreta (entre 50 e 100.000/mm3) e/ou leucopenia (< 1.000 cels/mm3): tratamento ambulatorial com hidratação oral vigorosa (80 mL/kg/dia) e reavaliação clínico/laboratorial para re-estadiamento em 24 horas, ou antes, se surgirem sinais de alarme. - Pacientes com hemoconcentração mais intensa (> 10% do valor basal ou > 44% em mulheres e > 50% em homens) ou plaquetopenia mais severa (< 50.000/mm3): manter internado para hidratação oral e/ou endovenosa por um período mínimo de 6 horas. O objetivo é oferecer 80 mL/kg/dia, iniciando o primeiro 1/3 nas primeiras 4 a 6 horas na forma de solução salina isotônica. Após a etapa inicial de hidratação, reavaliar clínica e laboratorialmente. Se hematócrito normalizar, mater hidratação oral vigorosa e orientar retorno para reavaliação clínico/laboratorial em 24 horas, ou antes, se surgirem sinais de alarme. Se a resposta for inadequada, manter o paciente em leito de observação com hidratação parenteral. Paciente da categoria C = Aqui já é um paciente grave e que precisa ser internado. Então, precisa fazer reposição volêmica IV por 24 hrs + sintomáticos + reavaliação clínica constante para retirar qualquer suspeita de complicação e se caso não melhore devemos ir para o de categoria D. Paciente de categoria D = Aqui ele precisa ir pra sala de emergência + fazer reposição volêmica com o ringer + uso de sintomáticos + avaliação de 15 a 30 min + exames de pesquisa. Obs : Interna pct com sinais de alerta p da alta : diminui febre por 2 dias, boas resposta hemodinâmica, hematócrito estável por 24hrs. classificação nova de 2014: dengue leve, com sinais de alerta e grave. - febre hemorrágica e doenças principais (febre maculosa, leptospirose, meningococcemia, febre amarela, hantavírus) -agente etiológico, quadro clínico e diagnóstico FEBRE MACULOSA - FEBRE DO CARRAPATO É uma riquetsiose mais prevalente, uma doença infecciosa causada por bactérias gram - ( Rickettsia rickettsii, Rickettsia parkeri) . São transmitidas por carrapato estrela ou piolhos, ela pode cursar desde quadros leves até os mais graves e letais. - Transmissão : picada do carrapato infectado(reservatório longo da doença), mas a transmissão ocorre principalmente quando o carrapato fica aderido por mais de 4 horas ao hospedeiro. - Epidemiologia : No brasil, é mais comum na região sudoeste e sul do Brasil. - Manifestações clínicas : Por ser uma doença sistêmica, a febre maculosa pode apresentar um curso clínico variável, desde quadros clássicos a formas atípicas sem exantema. O início costuma ser abrupto e os sintomas são inespecíficos de início (febre, em geral alta; cefaleia; mialgia intensa; mal-estar generalizado; náuseas; vômitos). Em geral, entre o segundo e o sexto dia da doença surge o exantema máculo-papular ele não é pruriginoso, de evolução centrípeta e predomínio nos membros inferiores, podendo acometer região palmar e plantar em 50 a 80% dos pacientes com esta manifestação. Embora seja o sinal clínico mais importante, o exantema pode estar ausente, o que pode dificultar e/ou retardar o diagnóstico e o tratamento, determinando uma maior letalidade. Nos casos graves, o exantema vai se transformando em petequial e, depois, em hemorrágico, constituído principalmente por equimoses ou sufusões. No paciente não tratado, as equimoses tendem à confluência, podendo evoluir para necrose, principalmente em extremidades. Nos casos graves, é comum a presença de: •edema de membros inferiores; • hepatoesplenomegalia; • manifestações renais com azotemia pré-renal caracterizada por oligúria e insuficiência renal aguda; •manifestações gastrointestinais, como náusea, vômito, dor abdominal e diarreia; •manifestações pulmonares, como tosse, edema pulmonar, infiltrado alveolar com pneumonia intersticial e derrame pleural; •manifestações neurológicas graves, como déficit neurológico, meningite e/ou meningoencefalite com líquor claro; •manifestações hemorrágicas, como petéquias e sangramento muco-cutâneo, digestivo e pulmonar. Se não tratado, o paciente pode evoluir para um estágio de torpor e confusão mental, com frequentes alterações psicomotoras, chegando ao coma profundo. Icterícia e convulsões podem ocorrer em fase mais avançada da doença. Desta forma, a letalidade, quando não ocorre o tratamento, pode chegar a 80%. - Diagnóstico : Diagnóstico laboratorial Exames específicos - Reação de imunofluorescência indireta (RIFI) :Método sorológicomais utilizado para o diagnóstico das riquetsioses (padrão ouro). Em geral, os anticorpos são detectados a partir do 7o até o 10o dia de doença. Os anticorpos IgM podem apresentar reação cruzada com outras doenças (dengue, leptospirose, entre outras) e, portanto, devem ser analisados com critério. Já os anticorpos IgG aparecem pouco tempo depois dos IgM e são os mais específicos e indicados para interpretação diagnóstica. O diagnóstico laboratorial por RIFI é estabelecido pelo aparecimento de anticorpos específicos, que aumentam em título com a evolução da doença, no soro de pacientes. Deve-se coletar a primeira amostra de soro nos primeiros dias da doença (fase aguda) e a segunda amostra de 14 a 21 dias após a primeira coleta. A presença de um aumento de quatro vezes nos títulos de anticorpos, observado em amostras pareadas de soro, é o requisito para confirmação diagnóstica pela sorologia. O processamento das amostras deve ser preferencialmente pareado, ou seja, nas mesmas condições e analisadas pelo mesmo operador. O resultado deve ser interpretado dentro de um contexto clínico e epidemiológico. - Pesquisa direta da riquétsia: Imuno-histoquímica − realizada em amostras de tecidos obtidas em biópsia de lesões de pele de pacientes infectados, em especial os graves, ou em material de necrópsia, como fragmentos de pulmão, fígado, baço, coração, músculos e cérebro. A imuno-histoquímica em lesões vasculíticas de pele é considerada o método mais sensível para a confirmação de febre maculosa na fase inicial da doença. - Técnicas de biologia molecular : reação em cadeia da polimerase (PCR), realizada em amostras de sangue, coágulos formados após centrifugação do sangue coletado, tecido de biópsia ou necrópsia. Apesar de ser um método rápido, não possui um padrão específico, e a sensibilidade e a especificidade diagnósticas podem variar entre os testes. As técnicas de biologia molecular possibilitam melhor e mais adequada caracterização dos dois grupos de riquétsias: o grupo febre maculosa, e o grupo do tifo (GT). Para esclarecimento de resultados inconclusivos, a PCR deve ser utilizada na primeira amostra. - Isolamento : cultura com isolamento da riquétsia é o método diagnóstico ideal. Deve ser realizado sob condições de biossegurança NB3. O isolamento do agente etiológico é feito a partir do sangue (coágulo) ou de fragmentos de tecidos (pele e pulmão obtidos por biópsia) ou de órgãos (pulmão, baço, fígado obtidos por necrópsia), além do carrapato retirado do paciente. O vetor coletado deverá ser acondicionado em frasco com propiletílico e encaminhado ao laboratório de referência para ixodídeos. Exames inespecíficos e complementares - Hemograma : A anemia e a plaquetopenia são achados comuns e auxiliam na suspeita diagnóstica. Os leucócitos podem apresentar desvio à esquerda. - Enzimas : Creatinoquinase (CK), desidrogenase lática (LDH), aminotransferases (ALT/TGP e AST/TGO) e bilirrubinas (BT) estão geralmente aumentadas. LEPTOSPIROSE - Agente etiológico: A bactéria helicoidal gram - (espiroqueta) aeróbica obrigatória do gênero leptospira, pode acontecer em qualquer época do ano mas tem maior frequênciaem períodos chuvosos por conta de inundações. É UMA DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA. - Reservatório: animais domésticos e selvagens (p.e. roedores-durante toda a vida do roedor infectado - O hospedeiro: humano - Transmissão : O reservatório (roedor) mantém a bactéria no rim e elimina viva pela urina contaminando água, alimento e solo, então, o hospedeiro pode ter esse contato direto ou indiretamente : Pela imersão prolongada da pele íntegra numa água contaminada, ou penetração da bactéria pela pele lesionada ou pela mucosa. - Quadro clínico : Pode variar muito ! É uma doença dividida em fase precoce e tardia Fase precoce/leptospirêmica: É a maioria dos casos!! febre súbita alta, cefaleia, mialgia, anorexia, náuseas e vômitos, diarreia, artralgia, hiperemia/hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular, tosse, exantema. Sintomas bem característicos da leptospirose são a dor na panturrilha e a sufusão conjuntival. hiperemia e edema da conjuntiva - Fase tardia/imune: Aparece após uma semana do início da leptospirose. Síndrome de Weil – icterícia bem alaranjada, insuficiência renal e hemorragia pulmonar com tosse seca-pct vomita sangue, dispnéia, expectoração com sangue... - Diagnóstico: clínico epidemiológico, se tem a tríade febril aguda + sufusão/conjuntivite/dor em panturrilha/icterícia/alteração do volume da urina. Exames específicos : cultura da leptospira, isolamento do DNA da bactéria por PCR, ELISA usado a partir do sétimo dia de infecção, microaglutinação. Hemograma: plaquetopenia,neutrofilia, leucocitose com desvio à esquerda, aumento de bilirrubinas totais Diagnóstico diferencial: fase precoce – dengue, influenza, malária; Fase tardia – febre amarela, sepse, meningite MENINGOCOCCEMIA - ETIOLOGIA : A N. meningitidis é um pequeno coco gram-negativo,imóvel, não esporulado e de forma redonda ou oval. O meningococo é exigente em relação ao seu cultivo,necessitando de meios adequados. A N. meningitidis é aeróbica.A identificação do meningococo, isolado de pacientes,depende da sua capacidade de fermentar carboidratos. Esse microrganismo metaboliza glicose e maltose e as transforma em ácido sem produzir gás, mas não é capaz de metabolizar a sacarose ou a lactose. O ferro parece ter importância no metabolismo dessa bactéria. Assim se tem demonstrado que camundongos tratados com ferro ligado à transferrina são mais suscetíveis à infecção fatal pelo meningococo. - QUADRO CLÍNICO : Podem variar desde formas benignas, caracterizadas por febre e bacteremia, até quadros muito graves, que levam à morte em poucas horas. As várias formas clínicas são: ■ Infecção da orofaringe com bacteremia, sem septicemia: quadro benigno que simula infecção respiratória superior. Quase sempre, o diagnóstico é estabelecido pela hemocultura e a remissão dos sintomas pode ocorrer até sem antibioticoterapia específica, porém esta acelera a cura e impede a evolução para outras formas clínicas. ■ Meningococcemia, às vezes sem meningite: evolui, em poucas horas, para estado de choque. O paciente apresenta-se septicêmico, toxemiado, com febre alta, leucocitose, exantema maculopapular do tipo petequial ou sob forma de verdadeiras sufusões hemorrágicas, com mal-estar geral, cefaleia, fraqueza, hipotensão, coagulopatia de consumo com sangramentos, hiperpneia decorrente da acidose metabólica,hipovolemia em razão da retenção de líquidos na microcirculação, miocardite e comprometimento sistêmico geral. É a forma mais grave e letal. ■ Meningite: caracteriza-se por cefaleia holocraniana, vômitos em jato, febre alta, alterações sensoriais (paciente sonolento, torporoso ou em coma superficial), sinais meníngeos e líquor turvo. - DIAGNÓSTICO : O diagnóstico etiológico da doença meningocócica é a CULTURA, com o isolamento da N. meningitidis no sangue, no liquor, no líquido sinovial, no derrame pleural ou no pericárdico. A identificação do meningococo pode também ser obtida pela pesquisa de antígenos no liquor, por ELISA ou por radioimunoensaio. A reação em cadeia da polimerase (PCR) tem sido, recentemente, usada no diagnóstico de meningite meningocócica com sensibilidade e especificidade superiores a 99%, porém não se constitui método rotineiro. O hemograma, geralmente, apresenta leucocitose, neutrofilia e desvio para a esquerda. São indicativos de coagulação intravascular disseminada na meningococcemia: velocidade da hemossedimentação baixa, plaquetopenia e coagulograma alterado. Na meningococcemia com choque, a gasometria revela acidose e hipóxia. Obs da prof : Cuidado n confundir com dengue, se tem leucopenia com desvio a esquerda + febre + petéquea. Da dose de antibiótico !!! Ela passa de pessoa p pessoa muito rápido. FEBRE AMARELA Agente etiológico: vírus amarílico (arbovírus do gênero flavivírus; RNA) FASilvestre: Vetor e reservatório: mosquito Haemagagus janthinamys Hospedeiro: macaco e homem não imunizado FAUrbana: Vetor: Aedes aegypti Reservatório: homem Quadro clínico : - Forma branda: Início abrupto, febre alta,pulso lento, calafrios, cefaleia intensa, mialgias, prostração, náusea, vômitos e pode ou não ter a icterícia. Aqui o hemograma apresenta plaquetopenia, bilirrubina pouco ou não elevada. - Forma grave: aumento da febre, diarreia, vômitos com aspecto de borra de café, insuficiência hepática e renal, icterícia intensa, oligúria, manifestações hemorrágicas principalmente no TGI. - Forma maligna : Sinal de Faget presente, ou seja, paciente está hipotenso (pulso lento) e com febre. Aqui o paciente está com icterícia intensa,aminotransferases muito elevadas, dano hepático e renal ... - Sinal de faget pode aparecer na fase inicial da doença tbm, pq é a parte de infecção !!! Diagnóstico : Hemograma com leucopenia, neutropenia e linfocitose; aumento de TGO, TGP, aumento de bilirrubina, principalmente direta, ELISA, coagulograma. Isolamento viral, n muito comum. Sorologia depois de 5 a 7 dias de início dos sintomas. PCR Diagnóstico diferencial: viroses, leptospirose (epidemiologia), malária (área de risco), hepatites viral e dengue hemorrágica. HANTAVÍRUS É um vírus que contamina principalmente por aerosoi, ou por mordida de roedores ou contato com excreta de animais. FEBRE EXANTEMÁTICA : DENGUE, ZIKA E CHICUNGUNHA Rash : Relação do aparecimento das manchas e febre. CHICUNGUNHA Agente etiológico: vírus Chikungunya do gênero Alphavirus. QUADRO CLÍNICO : A doença pode manifestar-se clinicamente de três formas: aguda, subaguda e crônica. - Na fase aguda os sintomas aparecem de forma brusca e compreendem febre alta (acima de 38ºC) + artralgia intensa (predominantemente nas extremidades e nas grandes articulações), cefaleia e mialgia. Também é frequente a ocorrência de exantema maculopapular, em geral de 2 a 5 dias após o início da febre em aproximadamente 50% dos doentes. Os sintomas costumam persistir por 7 a 10 dias, mas a dor nas articulações pode durar meses ou anos e, em certos casos, converter-se em uma dor crônica incapacitante. - Na fase subaguda é quando o pct evolui após 10 dias dos sintomas com persistência da dor articular + rigidez matinal, normalmente nas mesmas articulações de antes, a febre aqui diminui mostrando que a fase aguda terminou. Essa fase de artralgia, dura cerca de 3 meses. - Na fase crônica aqui a doença persiste com a artralgia + deformação !! Poucos pacientes progride pra essa fase, e aqui aquele sintomas inespecíficos voltam como cefaleia, prurido... Início abrupto, febre alta, dores intensas em articulações das mãos e pés, cefaleia, exantema e dores musculares DIAGNÓSTICO : Sorologia, isolamento viral. Hemograma: leucopenia com linfopenia Diagnóstico diferencial: malária, leptospirose, febre reumática e artrite séptica ZIKA - Etiologia: A febre do zika vírus é uma doença causada pelo vírus do gênero Flavivirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo o Aedes aegypti o principal vetor. Grupo de risco: Gestantes, menores de 2 anos, adultos com idade acima de 65 anos e pacientes com comorbidades. - Quadro clínico: Pode manifestar-seclinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3-7 dias, caracterizada pelo surgimento do exantema maculopapular pruriginoso logo no início que acomete mãos e pés (surge no 10 dia e está presente em 90% dos pacientes), febre (sem febre, subfebril ou inferior a 38ºC), hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. A artralgia pode persistir por aproximadamente um mês. Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. O grande problema é que o vírus tem um neurotropismo, e isso gera complicações como o Guillain Barret e Microcefalia. - Diagnóstico laboratorial: Realizado no 5º dia da doença ou após 6 dia para anticorpo Igm, sendo disponível teste rápido para triagem IgM e IgG, ou pelo PCR MAPA MENTAL OBJETIVOS
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