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PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
Princípio traduz a idéia de início, começo, aquilo que serve de base para alguma coisa.
São preposições fundamentais que informam a compreensão do fenômeno jurídico.
Os princípios servem para: INFORMAR – ORIENTAR e INTEGRAR a norma jurídica.
Existem princípios que são comuns ao Direito em geral. É de se destacar que ninguém pode alegar ignorância do direito, deve se respeitar à dignidade da pessoa humana é proibido o abuso de direito, o enriquecimento sem causa, o princípio da boa fé que deve existir entre os contratantes.
O princípio da “pacta sunt servanda”, ou seja, os pactos devem ser respeitados.
O princípio da “exceptio non adimpleti contractus”, nenhum dos contratantes pode exigir o implemento das obrigações antes de cumprir sua parte no pactuado.
Princípio do valor social, isto é, exaltação do trabalho como essência humana e o repúdio ao ócio. (art. 1º, IV,da CF).
Princípio da liberdade de trabalho (CF art. 5. XIII)
Princípio da não discriminação (CF, art. 3º, IV; art. 5. caput e inc. I e art. 7. XXX, XXXI e XXXII).
Princípios inerentes ao Direito do Trabalho:
Princípio da Proteção que se divide em “pro operário”, da norma mais favorável e da condição mais benéfica. 
Este princípio visa proteger o hipossuficiente na relação empregatícia – o obreiro – visando retificar ou atenuar no plano jurídico, o desequilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho. 
Exceção ao princípio da igualdade, com a finalidade de equilibrar as diferenças econômicas entre os contratantes.
A idéia central foi no sentido de proteger o empregado concedendo-lhe direitos mínimos, o Estado regulamentando os Direitos mínimos. Portanto a melhor maneira de igualar os desiguais é na verdade, criando desigualdades.
- “In dúbio pro operário” – Regra de interpretação da norma dúbia. Havendo mais de uma interpretação da norma opta-se pela mais vantajosa para o empregado. Devem-se examinar os fatos e as provas.
Este princípio é pouco aplicado no Direito Processual, pois do contrário poderia se comprometer a própria noção de justiça.
- Princípio da Norma mais favorável: O operador do direito do Trabalho deve optar pela norma mais favorável ao empregado, independentemente de sua colocação na escala hierárquica das normas. 
 - Princípio da Condição mais benéfica: Este princípio importa na garantia da preservação ao longo dos contratos da clausula contratual mais vantajosa ao trabalhador, que se reveste do caráter de direito adquirido. Os benefícios contratuais concedidos são mantidos, só podendo ser suprimidas, caso suplantada por clausula posterior mais favorável, mantendo-se intocadas em face de qualquer subseqüente alteração menos vantajosa do contrato de trabalho ou regulamento da empresa.
 O referido princípio não tem aplicação nas normas que podem ser modificadas pelos Estado.
As clausulas negociadas através de Acordo, Convenção Coletiva de Trabalho e Sentença Normativa só vigoram enquanto durar os Instrumentos, face ao incentivo as negociações posteriores. Súmula 51, 277 e 288 do TST
 - Princípio da Irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas: não se reconhece válido o ato do empregado em abdicar de seus direito. Protege-se o empregado da pressão econômica do empregador. 
Traduz a inviabilidade do obreiro despojar-se por sua simples manifestação de vontade das vantagens e proteções que lhe asseguram a ordem jurídica e o contrato. (art. 9. CLT)
- Fundamentos:
Indisponibilidade - os direitos do empregado são indisponíveis em razão de sua condição de necessitado e economicamente débil, não podendo abrir mão deles em favor do empregador. 
Imperatividade das normas trabalhistas 
Caráter de ordem pública - suas normas são indispensáveis à organização da vida social. Limitação à autonomia da vontade - evita-se o abuso da autonomia da vontade em nome dos interesses superiores do bem comum (CLT, art. 444). 
Vício de consentimento presumido - o trabalhador que renuncia o faz por ignorância ou erro que vicia o ato.
 
Renúncia mediante assistência sindical -flexibilização - os direitos são renunciados com a assistência sindical em acordo coletivo de trabalho, em troca da manutenção do emprego ou da melhoria das condições de trabalho. O art. 7º da CF prevê em três casos: redução de salários (VI), compensação de jornadas (XIII) e aumento de jornada nos turnos de revezamento (XIV). 
Prescrição é a perda do direito de ação pela inércia do seu titular e desde que invocada pelo devedor como prejudicial de mérito. A prescrição não importa em renúncia para o autor da ação porque este não abdicou do direito ainda que postulado fora do prazo legal. Na decadência o titular de um direito deixa de exercê-lo dentro de um tempo determinado e o direito acaba perecendo. É uma hipótese de renúncia tácita. Ex: prazo de adesão a um plano de incentivo ao desligamento. 
Exceções previstas à irrenunciabilidade: art. 500 da CLT; Súmula 51, II do TST; Artigo 543, §1º, da CLT; 
 - Princípio da Primazia da realidade: : havendo divergência entre a realidade das condições ajustadas para a relação de emprego e as verificadas em sua execução, prevalecerá a realidade dos fatos. O que importa é a realidade fática, isto é, como a relação se desenvolve e não o que foi ajustado expressamente. O que conta não é a qualificação contratual, mas a natureza das funções exercidas em concreto 
Fundamentos:
a) princípio da boa fé, porque a Justiça sempre procura a realidade, a verdade.
b) a dignidade da atividade humana que exige sempre a pesquisa da realidade de cada momento.
c) a desigualdade das partes acarretando abusos no nível da contratação e no plano da aplicação.
d) interpretação racional da vontade das partes. Deve se examinar não somente o contrato, mas a realidade subjacente que os fatos indicam.
-Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva: Em regra o contrato de trabalho é inalterável, só sendo legal a alteração se ocorrer por mútuo consentimento e desde que não resulte prejuízos para o empregado. Só é permitido tirando essas hipóteses às alterações decorrentes da Lei.
 -Princípio da continuidade da relação de emprego: o princípio esta ligado à atividade empreendida pelo empregador porque contínua é a atividade empresarial, não temporária. A continuidade do trabalho é um fator que deve ser considerado na relação de emprego. 
O Direito do Trabalho atribui à relação de emprego a mais ampla duração, sob todos os aspectos (Plá Rodriguez). 
Regra: Contrato por prazo indeterminado;
Conseqüências: Sucessão de empregador; resistência a dispensa, art 7, I da CF/88; possibilidade de interrupções ou suspensões no contrato; ônus do empregador de provar a dispensa: Súmula 212 o TST
 -Princípio da razoabilidade ou da racionalidade: o princípio exprime que os sujeitos da relação jurídica trabalhista devem agir conforme a razão, ou seja, com bom senso e sem criarem situações desproporcionais injustificáveis. “As partes devem atuar” razoavelmente, quer dizer, conforme a razão (Plá Rodriguez).
 Traduz a idéia de que todo homem segue as regras do bem viver, isto é, um homem de bem jamais cometeria algum ato que levasse a extinção do contrato, procedendo sempre com a razão.
 - Princípio da boa-fé: a execução do contrato deve estar não somente em conformidade com a vontade declarada, como também com as regras mínimas de proteção.
Princípio da boa fé - o empregado e o empregador devem fielmente cumprir as suas obrigações contratuais e legais. Exige-se boa fé-lealdade, ou seja, que a conduta pessoal se revele no cumprimento do dever, no sentido da honestidade e da honradez (não enganar, não prejudicar, não causar dano). Alcança ambas as partes: o empregado deve apresentar rendimento e agir com lealdade e o empregador deve agir lealmente e cumprir de boa fé suas obrigações.