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Anamnese 1 Anamnese 🚨 Sintoma: alteração da percepção normal que uma pessoa tem do seu próprio corpo, metabolismo e sensações, podendo ou na constituir indício de doença Sinais e sintomas pulmonares podem vir de doenças primariamente pulmonares, doenças de outros sistemas, doenças sistêmicas e até de doenças psicossomáticas. IDENTIFICAÇÃO: IDADE (asma é comum iniciar em crianças, tuberculose pleural [bacilo na pleura, comum em jovens], pneumotórax espontâneo [malformação congênita como bolha no ápice do pulmão, comum em jovens ou adultos fumantes], DPOC, pneumoconiose e câncer de pulmão são comuns em pacientes mais velhos), SEXO (colagenases como lúpus e artrite reumatoide acometem mais mulheres, assim como adenoma brônquico, linfangioleiomiomatose é exclusivamente feminina, pneumoconiose acomete mais homens), RAÇA (sarcoidose e tuberculose sao mais comuns em negros, colagenases mais em brancos), NATURALIDADE (doenças endêmicas como esquistossomose que provoca hipertensão pulmonar), PROFISSÃO (asbestose - amianto, berilose - compontente de lâmpadas, tubos eletrônicos e ligas metálicas, antracose - poluição, bissinose - poeira de algodão, silicose - mármore, bagaçose - bolor do bagaço, pulmão do fazendeiro - bolor de feno). HÁBITOS: fumo (DPOC, asma, câncer de pulmão), álcool (abscesso pulmonar), uso de drogas injetáveis (HIV), animais domésticos (pneumonia de hipersensibilidade, psitacose), mofo (pneumonia por hipersensibilidade). HISTÓRICO PESSOAL: Doenças pulmonares passadas e sistêmicas: HAS (IECA - tosse, Propranolol - broncoespasmo), DM (corticoides no tratamento da TB desregulam a DM), ICC (falta de ar e tosse), arritmias, estenose mitral (represa o sangue no AE, e consequentemente nos pulmões), artrite reumatoide e LES, glaucoma (pilocarpina - broncoespasmo), AVC, neoplasias malignas pulmonares/sistêmicas, tratamento quimioterápico/radioterápico (podem produzir alterações no parênquima pulmonar), rinite, pneumonias frequentes (bronquiectaseia - provocam mais infecções), tuberculose, glomerulonefrites (vasculites), pancreatites, DRGE Medicamentos: - IECA: tosse, piora da asma e DPOC - Pilocarpina: broncoespasmo - AAS/tricíclicos: edema pulmonar - Bleomicina/Busulifan/Metotrexate: síndrome da angústia respiratória aguda - Amiodarona: fibrose pulmonar - Nitrofurantoína/Penicilina/Fenitoína/Hidralazina: pneumonias em organização Drogas ilícitas: cocaína, heroína, codeína e metadona - edema pulmonar Cirurgias prévias HISTÓRICO FAMILIAR Asma, alergias, fibrose cística ou mucoviscidose, deficiência da alfa-1-antitripsina, tuberculose SINAIS E SINTOMAS PULMONARES LOCAIS E FUNCIONAIS Tosse e expectoração Hemoptise: eliminação de sangue de origem subglótica. Hemoptoico é quando há eliminação de sangue com escarro. Diagnósticos diferenciais: sangramento da boca, sangramento da rinofaringe e seios da face, sangramento de esôfago e estômago. Causas: - Com secreção purulenta: tuberculose, pneumonia, traqueobronquite - Com perda ponderal e tosse crônica: tuberculose, bronquiectasia, neoplasias - Com dispneia aguda e dor torácica: embolia pulmonar - Com dispneia progressiva, ortopneia e tosse: edema pulmonar agudo. ICC: sangue rosa e com espuma Anamnese 2 - Com sopro cardíaco associado: estenose mitral severa - Associada à nefrite/sintomas renais: síndrome de Goodpasture, Síndrome de Wegener, síndrome de Churg- Strauss, poliangeíte microscópica - Associada a outros focos de sangramento (gengival/conjuntival): púrpura, leucose, hemofilia - Pacientes em uso de aspirina ou anticoagulantes: efeito colateral da droga Dispneia: - Manifestação subjetiva: dificuldade respiratória, conscientização do ato respiratório, modificação da amplitude e do ritmo - Manifestação objetiva: verificar esforço respiratório. FR > 40 = urgência. - Morbidades relacionadas: cardíaca, pulmonar, renal, neurológica, muscular, hematológica (anemia), metabólica (acidose com hiperventilação compensatória), manifestação neurótica ou suspirose - Classificação: Hiperpneia: aumento da amplitude do movimento respiratório (neurológico) Polipneia: aumento da frequência respiratória (febre, hipóxia, metabólica) Taquipneia: aumento da frequência, mais superficial (neurose) Oligopneia: respiração lenta e de menor volume Trepopneia: dispneia em decúbito lateral. Está relacionado com derrame pleural. Apneia: parada temporária da respiração Ortopneia: dificuldade respiratória quando a pessoa está deitada. Melhora sentada ou em pé. Platipneia: dispneia sentado que melhora com decúbito (shunt vascular cardíaco ou pulmonar). Diagnóstico difrencial de dispneia aguda (< 30 dias): relacionada a agentes inalados (asma, alergia respiratória), com chiado no peito (asma, IC esquerda, tromboembolismo pulmonar), relacionada com decúbito ou após esforços (doença cardíaca/pulmonar e sedentarismo), com dor torácica súbita associada (pneumotórax, embolia pulmonar), após trauma de tórax (pneumotórax, hemotórax, fratura de costela), paroxística noturna (doença cardíaca), derrame pleural Diagnóstico diferencial de dispneia crônica (> 30 dias): relacionada a esforços (doença cardíaca, obesidade), progressiva mesmo com repouso (DPOC), com sibilância (asma brônquica descontrolada), relacionada com agentes inaláveis (doença ocupacional), com sensação de fôlego curto (fibrose pulmonar, DPOC), aos esforços com astenia e sonolência (anemia). Mensuração: escala Medical Research Council (MRC): 0: sem dispneia a não ser em exercício físico extenuante 1: falta de ar ao esforço (caminhar depressa no plano ou subir ladeira) 2: paciente anda mais devagar do que pessoa da mesma idade no plano ou tem que parar para respirar no mesmo plano 3: interrompe a marcha para respirar após caminhar entre 90 e 120m ou após poucos minutos no plano 4: muito dispneico para sair de casa ou dispneico para se vestir Dor torácica: comum. Pulmão e pleura visceral não possuem sensibilidade dolorosa. A parede torácica, a pleura parietal, coração, pericárdio e esôfago possuem. Pode causar dor abdominal (pneumonia basal), e algumas doenças abdominais podem causar dor torácica como única manifestação (colecistite, pancreatite, hérnia de hiato). Diagnóstico diferencial de dor torácica unilateral: - Em pontada, ventilatório dependente: pleurite aguda, pneumotórax, pneumonia periférica (quando a pneumonia vai para a periferia, provoca inflamação da pleura visceral e o raspar dela na pleura parietal provoca a dor) - Opressiva, irradia para pescoço, mandíbula e MSE: angina, IAM - Opressiva na região retroesternal com dispneia: pericardite aguda - Com lesões cutâneas associadas no trajeto costal: herpes zoster - Relacionada a ingesta alimentar: esofagite Anamnese 3 Diagnóstico diferencial de dor torácica bilateral: - Relacionada com eforço de tosse intensa: IVAS, DPOC, asma, bronquiectasia - Dorsal, exacerbada por movimentos do tronco: doença da coluna vertebral e musculatura adjacente - Dorso-lombar com punho percussão positiva: doença renal (Sinal de Giordano positivo) - Após trauma de tórax: fraturas costais múltiplas - Referida no esterno após ingestão de álcool: doença de Hodgkin Rouquidão: pode ser manifestação de doença intratorácica, paralisia de cordas vocais decorrente de aneurisma aórtico, lesão cirúrgica do nervo laríngeo recorrente, etc. Soluço: contração irregular do diafragma. Pode surgir em decorrência de lesões frênicas por tumores ou distúrbios metabólicos ou até mudanças bruscas de temperatura em pessoas sensíveis, especialmente crianças. SINAIS E SINTOMAS GRAVES Cianose: coloração azulada da pele e mucosas - Hb < 5% Central: sangue sai do coração com aumento de hemoglobina reduzida (doenças pulmonares e cardíacas). Causas pulmonares: má ventilação (obstrução, trauma de tórax, pneumonia, etc.), má difusão (edema, membrana hialina, patologias intersticiais) e má perfusão (embolia pulmonar, fístula arteriovenosa) Periférica: sugere má perfusão periférica, comum em estado de choqueEmagrecimento: Infecção crônica, doenças neoplásicas, tuberculose, DPOC em fase final Astenia: constante na fase final de doenças neoplásicas e infecciosas, muito observado na tuberculose. Em idosos, pode ser o único sinal de doença infecciosa aguda Febre: geralmente aguda e alta. Também em processos inflamatórios crônicos, mas mais baixa. Na tuberculose, é de pequena intensidade e no final do dia (acompanhada de sudorese noturna). Na neoplasia, a febre é diária e pouco elevada. SINAIS E SINTOMAS À DISTÂNCIA Síndrome de Pancoast: tumor de ápice pulmonar, quando acomete o simpático cervical, pode produzir ptose palpebral, enoftalmia e miose no mesmo lado. Metástases de tumores pulmonares em osso, suprarrenal, cérebro, etc., muitas vezes antecedem os sintomas pulmonares do tumor Doenças pulmonares que cursam com insuficiência respiratória crônica apresentam hipocratismo digital com unhas em forma de vidro de relógio Eritema nodoso: presença de nódulos inflamatórios distribuídos simetricamente nos membros inferiores (estreptococicas) Síndromes paraneoplásicas: manifestações extra-torácicas que aparecem com neoplasias pulmonares, possuindo etiologia imunológica ou humoral (substância produzida pelo tumor que cai na corrente sanguínea e causa alterações a distância, sem ser metástase) S. Nervoso: polineurite, alterações cerebelares Musculares: polimiosite, dematomiosite, síndrome miasteniforme Hematológicas/Vasculares: anemia por depressão medular, hemólise, poliglobulinas, trombose com consequente embolia pulmonar Endócrino/Metabólico: tireotoxicose, hipercorticismo, ginecomastia, hiperparatireoidismo Ossos/articulações: osteoartropatia hipertrófica, pnêmica Dermatológicas: pruridos, ictiose, hipertricose, hiperpigmentação, eczemas Manifestações carcinóides: vasodilatação ao nível de cabeça e pescoço as vezes com edema, cianose e diarreia crônica. Anamnese 4
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