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VIOLÊNCIA FÍSICA E PSICOLÓGICA NAS ESCOLAS

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VIOLÊNCIA FÍSICA E PSICOLÓGICA NAS ESCOLAS: BREVE 
ESTUDO SOBRE AS POSSIBILIDADES DE PREVENÇÃO E 
ENFRENTAMENTO 
 
 
 
Luiz Marcelo Ribeiro de Novaes1 
Orientador: Raymundo de Lima2 
 
 
Resumo: 
O presente trabalho expõe os estudos realizados no decorrer do ano de 2016 e a intervenção 
pedagógica implementada, no ano de 2017, com equipe diretiva e pedagógica do Colégio Estadual 
Presidente Afonso Camargo, da cidade de Loanda, Paraná. Tem como recorte temático a violência 
escolar, nas suas diversas formas de manifestação, especialmente a violência física e psicológica 
praticada por estudantes em face de outros estudantes, professores ou profissionais da educação, e 
relata, ainda, possíveis formas de prevenção e enfrentamento. Tal seleção se deve à percepção 
empírica, corroborada pela produção bibliográfica acerca do tema, de que os atos de violência afetam 
negativamente o processo educativo. Para fundamentar a produção e o trabalho prático, buscou-se 
apoio nos estudos realizados por autores como Bernard Charlot, Eric Debarbieux e Miriam Abramovay, 
bem como em dados estatísticos realizados por entidades públicas e privadas, como a rede midiática 
BBC e IBGE. 
 
 
 
Palavras-chave: Violência escolar. Prevenção. Enfrentamento. Cultura de paz. 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Dentre características que distinguem a civilização humana do estado de 
barbárie, talvez a principal delas seja o primado da racionalidade e seu domínio sobre 
a força instintiva da agressividade, impedindo que esta se manifeste através da 
violência como método para a imposição do desejo individual ou coletivo. 
Nestas circunstâncias, a violência – nas suas diferentes formas de 
manifestação – se afigura hodiernamente como conduta desprezível e censurável, 
 
1 Professor de História da Rede Estadual de Ensino do Paraná desde o ano de 2004, graduado pela Faculdade 
Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí, Paraná (FAFIPA/UNESPAR), em 2001, lotado no Colégio 
Estadual Presidente Afonso Camargo, da cidade de Loanda, Paraná, circunscrito ao Núcleo Regional de Educação 
de Loanda, Paraná. Participante do Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná (PDE), edição 
2016/2017. E-mail: marcelonovaes@seed.pr.gov.br. 
 
2 Graduado em Psicologia pela Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, no ano de 1980; Mestre em Psicologia 
pela Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, em 1985; Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo, 
São Paulo, em 2005. Professor do Departamento de Fundamentos da Educação (DFE), da Universidade Estadual 
de Maringá (UEM), Paraná, desde 2016 é coordenador pedagógico do programa Universidade Aberta à Terceira 
Idade – UNATI, da Universidade Estadual de Maringá/PR. 
mailto:marcelonovaes@seed.pr.gov.br
sendo justificada apenas quando utilizada, em casos específicos, para a preservação 
da vida ou da integridade física, própria ou de terceiros. 
A despeito disso, é forçoso reconhecer que o fenômeno da violência 
permanece existindo em nossa sociedade, especialmente em nações pobres ou 
emergentes3, havendo inclusive a impressão do agravamento da sua prática, bem 
como da intensidade dos atos danosos praticados, em razão da ampla repercussão 
dada pela mídia aos episódios violentos. 
Mesmo nos países considerados desenvolvidos, tidos por menos violentos, não 
se mostram raros os casos de violência praticada contra minorias, ataques em locais 
públicos por pessoas desequilibradas, e mesmo atentados terroristas realizados por 
grupos extremistas, o que evidencia a vulnerabilidade dos povos e reforça a já intensa 
sensação de insegurança. 
Nesse contexto, o estudo da violência praticada e sofrida no âmbito escolar 
pressupõe a compreensão de que a escola é um microcosmo da sociedade, e que, 
apesar de ter como função social a veiculação e a cognição dos saberes 
historicamente acumulados pela humanidade, que prima pela formação de sujeitos 
capazes de agir em prol do desenvolvimento da civilização humana, é também 
reprodutora de padrões sociais hegemônicos, muitos dos quais se opõem 
diametralmente aos conteúdos, princípios e valores ensinados. 
Considerando tal conjuntura, o presente artigo – resultado da participação e 
dos estudos realizados no Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná 
(biênio 2016/2017) – visa contribuir com o debate acerca da violência no âmbito 
escolar, tema de grande relevância para os educadores e teóricos da educação, haja 
vista os prejuízos que sua ocorrência causam no processo de ensino e aprendizagem. 
Importa ressalvar, oportunamente, que o prejuízo pedagógico é apenas um dos 
desdobramentos possíveis da violência escolar, sendo evidentes também, além deste, 
a diminuição da autoestima das pessoas subjugadas pela coerção física e/ou moral, 
seu (auto) afastamento do convívio social, bem como o desenvolvimento ou 
agravamento de estresse e doenças psicossomáticas, que podem ensejar até 
pensamentos suicidas e/ou de vingança. 
 
3 O Global Peace Index (Índice Global da Paz), estudo anual produzido pelo Instituto de Economia e Paz 
(http://economicsandpeace.org) e que considera um amplo conjunto de critérios (critérios geográficos, 
demográficos, econômicos, sociais, militares, ambientais, entre outros), revela que todos os 50 países menos 
pacíficos do mundo, num rol de 163 nações estudadas, são pobres ou em desenvolvimento. 
A seleção do referido tema como objeto de estudo resulta da constatação, por 
parte do pesquisador, da recorrência de episódios violentos em Instituições de ensino 
básico, tanto públicas como privadas, promovidos principalmente por estudantes, 
tendo como vítimas outros estudantes, professores e demais profissionais da 
educação. 
Resulta, ainda, da percepção de que as obras que tratam sobre o tema são em 
regra desconhecidas pelos trabalhadores da educação, o que torna pouco frutíferos 
os debates e proposições realizadas nas reuniões pedagógicas, haja vista a falta de 
bases teóricas. 
Em se tratando de produção destinada a professores/as da Rede Estadual de 
Ensino do Paraná, o presente trabalho se propõe a apresentar algumas das principais 
produções teóricas relativas à violência escolar, oferecendo elementos introdutórios a 
respeito do tema, sem qualquer pretensão de promover seu esgotamento. 
Desse modo, intenta-se inicialmente conceituar as expressões violência e 
violência escolar, apresentando as definições contidas na bibliografia revisada. Busca-
se, ainda, delimitar conceitos caros ao tema objeto de estudo, como violência, 
indisciplina, incivilidade, ato infracional, bullying, crimes amoks e barbárie. 
Para o desenvolvimento do trabalho, optou-se pela revisão bibliográfica, com a 
análise de obras escritas por diversos estudiosos do tema, dentre os quais, 
especialmente: Bernard Charlot, Cleo Fante, Eric Debarbieux e Miriam Abramovay. 
Com isso, espera-se que o presente trabalho se afigure como um contributo 
para os professores e profissionais da educação no processo de prevenção e 
enfrentamento à violência escolar, favorecendo a compreensão das principais 
expressões relacionadas ao tema; promovendo meios para a compreensão de que a 
violência escolar é violadora de direitos humanos; estimulando a pesquisa e a 
produção de dados estatísticos acerca das diversas formas de manifestação da 
violência escolar; contribuir com o debate entre os professores e demais profissionais 
da educação sobre a violência escolar, a partir da leitura de obras teóricas sobre o 
tema; promovendo um caminho possível para a compreensão da legislação que direta 
ou indiretamente se relaciona com o tema violência no âmbito escolar, entre outras 
coisas. 
 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (REVISÃO BIBLIOGRÁFICA) 
Com os recorrentes episódios de violência escolar no Brasil, principalmente a 
partir da década de 1990, observados em instituições de ensinopúblico e privadas, 
de localizações centrais e de periferia, de cidades grandes, médias ou pequenas, 
superou-se a ideia de que a violência infanto-juvenil era uma manifestação própria do 
processo de socialização durante a fase de desenvolvimento, resultante dos conflitos 
oriundos da experiência vivida no ambiente escolar. Nesse sentido, um número 
significativo de pesquisadores se empenhou em categorizar as diferentes formas de 
manifestação da violência no âmbito escolar, oferecendo subsídios aos profissionais 
da educação para sua prevenção e enfrentamento. 
Neste cenário, cumpre lançar mão de algumas dessas categorizações com 
vistas a subsidiar o presente documento, bem como o trabalho de intervenção 
pedagógica a ser realizado na escola. 
Em primeiro lugar, é importante esclarecer que a indisciplina “normal”, por ser 
própria das atitudes infanto-juvenis, não se enquadra no tema a ser aqui analisado, 
vez que não se manifesta como uma violência praticada por um sobre outrem (porque 
causa danos às pessoas e ao patrimônio); ou seja, trata-se de atitudes de recusa ou 
resistência à cooperação ao processo de ensino e aprendizagem até o desrespeito 
com os colegas, professores e funcionários, bem como a não observância das ordens 
e preceitos escolares. Seria, finalmente, a indisciplina, uma forma de desestabilização 
da ordem escolar por parte dos estudantes, por suas ações ou omissões. 
É o que defende Nerici (apud GIANCATERINO), que ao definir a disciplina, 
afirma que “...em sentido didático, representa a maneira de agir do educando, no 
sentido de cooperação no desenvolvimento das atividades escolares e respeito pelos 
colegas” (1989, p.25), proporciona um entendimento do que seja indisciplina. 
Já de acordo com Julio Groppa Aquino (1996), o conceito de indisciplina pode 
tomar várias formas, a depender de critérios subjetivos daqueles que o analisam. 
A este respeito, o autor esclarece que: 
 
 
O próprio conceito de indisciplina, como toda criação cultural, não é estático, 
uniforme, nem tampouco universal. Ele se relaciona com o conjunto de 
valores e expectativas que variam ao longo da história, entre as diferentes 
culturas e numa mesma sociedade: nas diversas classes sociais, nas 
diferentes instituições e até mesmo dentro de uma mesma camada social ou 
organismo. Também no plano individual a palavra indisciplina pode ter 
diferentes sentidos que dependerão das vivências de cada sujeito e do 
contexto em que forem aplicadas.(AQUINO, 1996, p.84). 
 
Capalbo (1979 apud DAMKE, GONÇALVES; SILVA, 2008, p.4) defende que as 
ações dos professores sofrem influências do mundo simbólico com o qual vivemos. 
Para a autora, como seres simbólicos que somos, construímos um mundo ao mesmo 
tempo que somos construídos por ele, de modo que nossas ações, crenças e 
pensamentos são reflexos da maneira como percebemos o mundo. Assim, o que é 
tido como indisciplina para uma pessoa ou grupo de pessoas, pode não ser para outra 
ou seu respectivo grupo. 
Isso quer dizer que, se a formação da própria consciência e personalidade 
depende da escolha que cada um faz no decorrer da vida, depende também, em boa 
medida, das influências externas, e principalmente, dos sentidos que cada um dá a 
tais influências, tendo ou não consciência deste processo. 
Desse modo, se para um/a professor/a (seja ele do ensino fundamental, médio 
ou superior) o estudante “conversador” é indisciplinado, para outro esta é apenas uma 
característica de alguém comunicativo, sendo possível extrair dessa característica 
algo positivo para o desenvolvimento escolar. 
Tecidos esses breves comentários, cumpre reiterar que este trabalho abordará 
de forma mais aprofundada a questão da violência no âmbito escolar, usando como 
base, essencialmente, autores como Bernard Charlot, Eric Debarbieux e Miriam 
Abramovay, sem prejuízo do estudo de outros que tratam sobre o tema objeto de 
estudo. 
Abordando o tema, Charlot (2008, p.432-443) esclarece que são três as 
variações, definindo como sendo violência à escola a que ocorre dentro do espaço 
físico escolar sem nenhuma relação ter com o ensino ou com as práticas escolares; 
violência na escola, que é aquela em que está ligada à natureza e à instituição escolar, 
que ocorre, por exemplo, quando os estudantes agridem os professores ou danificam 
o prédio escolar; e a violência da escola, que é aquela produzida e reproduzida pela 
instituição e seus agentes, vitimizando os próprios estudantes. 
Não evidencia, porém, onde se encaixa a violência praticada por estudantes 
contra outros estudantes, fazendo crer que se amolde ao que ele define como 
violência à escola, desde que não tenha relação específica com o ensino ou a 
atividade escolar. 
O autor apresenta também sua definição de agressividade, agressão e 
violência, contribuindo com a superação da ideia de que seria possível uma escola 
livre de agressões. Nas suas palavras: 
 
A agressividade é uma disposição biopsíquica reacional: a frustração 
(inevitável quando não podemos viver sob o princípio único do prazer), leva 
à angústia e à agressividade. A agressão é um ato que implica uma 
brutalidade física ou verbal (agredir é aproximar-se, abordar alguém, ataca-
lo). A violência remete a uma característica desse ato, enfatiza o uso da força, 
do poder, da dominação. De certo modo, toda agressão é violência na medida 
em que usa a força. Mas parece pertinente distinguir a agressão que utiliza a 
força apenas de maneira instrumental, até mesmo que se limita a uma 
simples ameaça (como a extorsão para apossar-se, por exemplo, de tênis, 
bonés ou outro qualquer pertence pessoal de alguém: se a vítima resiste, não 
é ferida) e a agressão violenta, na qual a força é utilizada muito além do que 
é exigido pelo resultado, com uma espécie de prazer de causar mal, de 
destruir, de humilhar. (CHARLOT, 2008, p.432-443). 
 
 
Esta categorização proposta por Bernard Charlot permite problematizar as 
proposições teóricas que visam à supressão da agressividade no ambiente escolar. 
No seu ver, a agressividade sublimada, tão valorizada na sociedade (como nos 
esportes, nas artes, etc.) e os conflitos [sociais], considerados por Hegel o motor da 
História, são demonstrativos de que tais manifestações são parte inerente da conduta 
humana (CHARLOT, 2002, p.436). 
Já Debarbieux (2002, p.60-61), se perfilhando a um grande número de outros 
teóricos, entende violência escolar como um amplo espectro de atos de delinquência 
que não necessariamente são passíveis de punição, ou que, de qualquer forma, 
passam despercebidos pelo sistema jurídico. 
Neste sentido, defende que não é cabível aos estudiosos do tema restringirem 
a violência escolar a definições pré-estabelecidas, mas sim considerar a percepção 
dos estudantes sobre o que consideram atos de violência. 
Em suas palavras: 
 
A voz das vítimas deve ser levada em consideração na definição de violência, 
que diz respeito tanto a incidentes múltiplos e causadores de estresse que 
escapam à punição quanto à agressão brutal e caótica. (DEBARBIEUX, 2002, 
p.61). 
 
 
Mesmo ciente de que essa definição ampliativa de violência escolar poderá 
resultar diversas objeções, Debarbieux defende a viabilidade de sua aplicação, vez 
que possibilita o entendimento da violência escolar pela visão daquele que considera 
ter sido vítima dela. 
Abramovay, por sua vez, com entendimento semelhante ao de Debarbieux, 
considera ser difícil definir o conceito de violência (o qual é ponto de partida para o 
entendimento de violência escolar), haja vista a mutabilidade de seu entendimento. 
Para ela: 
 
[...] violência é um conceito relativo, histórico e mutável. Enquanto categoria, 
nomeia práticas que se inscrevem entre as diferentes formas de sociabilidade 
em um dado contexto sociocultural e, por isso, está sujeita a deslocamentos 
de sentidos (ABRAMOVAY, 2006, p.54). 
 
Partindo dessa constatação, a autora divide o estudo daviolência em três 
seções, quais sejam, a violência direta, a violência indireta e a violência simbólica. 
Para ela, a violência direta seria a violência física, da qual decorrem prejuízos 
à integridade física da vítima, causando-lhe lesões ou mesmo a morte. A violência 
indireta seria aquela ligada a ações coercitivas que impliquem em danos à integridade 
psicológica ou emocional. Já a violência simbólica é definida como o conjunto de 
ações e relações que afetam o indivíduo nas suas ações, pensamento ou consciência. 
No seu trabalho de definir as diferentes formas de manifestação da violência 
no âmbito escolar, a autora constata que se mostra imprescindível a superação de 
estratégias repressivas e punitivas como método para prevenção e enfrentamento da 
violência escolar, devendo sim serem desenvolvidas estratégias educativas, voltadas 
para os direitos humanos. Para a autora: 
 
[...] é fundamental atentar para o fato de que a diversidade e a complexidade 
da temática não permitem que se pense em sistemas de repressão, controle 
e castigo como instrumentos e estratégias capazes de controlar e/ou abolir 
as violências nas escolas. Considerando o enraizamento das violências no 
cotidiano da escola, afetando a convivência e as relações sociais, é 
necessário pensar em uma atuação voltada para os direitos humanos, de 
modo a possibilitar que a escola repense seus problemas estruturais, tais 
como a repetência, a evasão, a má qualidade do ensino e, até mesmo, o 
aumento das violências nas escolas. (ABRAMOVAY, 2006, p.375). 
 
A partir da breve análise da produção de 3 importantes pesquisadores da 
violência escolar, pode-se perceber que se trata de um tema sobremaneira complexo, 
que requer ampla investigação e profunda análise. 
No presente caso, longe de se ter a pretensão de esgotar o assunto, busca-se 
apenas introduzir o leitor à problemática tratada, levando ao conhecimento dos 
profissionais da educação, a quem se destina esta produção escrita, diferentes visões 
sobre violência e violência escolar. 
Pretende-se, com isso, a apresentação de um trabalho didático, de modo a 
estimular a ampliação do conhecimento acerca dos diferentes posicionamentos 
teóricos a respeito do tema. 
 
 
3. METODOLOGIA 
O trabalho de implementação do projeto de intervenção na escola teve como 
público alvo a equipe diretiva e pedagógica da escola, sendo possível, entretanto, a 
participação de professores e demais profissionais da educação, lotados ou não no 
estabelecimento de ensino. 
A proposta inicial era distribuir o trabalho em 7 (sete) fases distintas, quais 
sejam: levantamento bibliográfico; entrevista com equipe diretiva, pedagógica e 
professores para a realização de levantamento estatístico; entrevista com alunos para 
levantamento estatístico; tabulação de dados; apresentação e planejamento de 
atividades; realização de atividades com equipe diretiva, equipe pedagógica e demais 
interessados; apresentação dos resultados e aos professores. 
Entretanto, nem todas as etapas foram fielmente cumpridas, conforme se verá 
adiante. 
Quanto à implementação (realização de atividades com os participantes), 
também não foi implementada conforme planejada. Inicialmente, optou-se pela 
realização de 4 (quatro) encontros de 4 (quatro) horas, com as atividades conduzidas 
pelo professor PDE, e 2 (dois) encontros de 8 (oito) horas, ocasião em que seriam 
realizadas as palestras ou minicursos com professores convidados de Instituições de 
Ensino Superior. 
Em razão da dificuldade de obter agenda favorável com os professores das 
IES, porém, reorganizou-se o planejamento para a realização de 8 (oito) etapas de 4 
(quatro) horas cada, sendo 6 (seis) encontros presenciais e 2 (duas) atividades à 
distância, totalizando 32 (trinta e duas) horas. 
Iniciou-se em 18 de fevereiro de 2017, tendo findado em 22 de julho de 2017, 
sendo os encontros realizados aos sábados, nas dependências do Colégio Estadual 
Presidente Afonso Camargo, de Loanda, Paraná. 
No primeiro encontro, os participantes foram orientados a realizar pesquisas 
em repositórios acadêmicos acerca das causas endógenas e exógenas da violência 
escolar, com o agendamento da entrega do resultado da pesquisa para a data de 22 
de abril de 2017, sendo esta a primeira atividade não presencial. 
Em seguida, com base no artigo “Das Incivilidades do dia a dia às violências 
nos estabelecimentos de ensino: calibragem dos termos usados e seus efeitos”, de 
Raymundo de Lima, foi realizado um estudo dirigido com vistas à conceituação da 
violência escolar e de seus termos correlatos (violência, indisciplina, agressividade, 
bullying, ato infracional, crimes amoks e barbárie). 
Para a realização desta atividade, os participantes foram instados a manifestar 
seus conhecimentos prévios acerca das expressões que seriam estudadas na 
ocasião. Como já era esperado, alguns termos não eram de conhecimento dos 
cursistas, bem como se evidenciou significativa a dificuldade de conceituação da 
violência escolar e da delimitação da zona limítrofe entre indisciplina e violência ou 
indisciplina e ato infracional. Após a leitura do texto, os participantes realizaram breve 
debate e ouviram uma explanação do professor acerca dos termos mais relevantes 
associados direta ou indiretamente à violência escolar, sendo o trabalho enriquecido 
por outras fontes teóricas e trechos de reportagens sobre fatos relacionados a cada 
uma das expressões abordadas. 
No segundo momento, e com a orientação do professor PDE, os participantes 
realizaram estudo sobre a categorização de violência escolar proposta por Bernard 
Charlot: a violência na escola, à escola e da escola. Para tanto, realizaram a leitura 
do artigo “A violência na escola: como os sociólogos franceses abordam essa 
questão”. Como resultado da atividade, os participantes compreenderam que a 
violência escolar pode ter três variações, segundo o referido autor, a depender dos 
agentes e das circunstâncias envolvidas. Para ele a violência à escola é aquela que, 
ocorrendo dentro do espaço físico escolar, não tem qualquer relação com o ensino ou 
com as práticas escolares; a violência na escola é aquela que, de fato, está ligada à 
escola; e a violência da escola, que é aquela que a escola, institucionalmente ou por 
seus agentes, praticam contra os estudantes. 
No terceiro encontro foi realizado estudo dirigido sobre a categorização da 
violência proposta por Miriam Abramovay em sua produção bibliográfica, bem como 
sua aplicação no contexto escolar. Para a autora, a violência é dividida em violência 
direta, violência indireta e violência simbólica. A violência direta seria aquela que 
envolve atos físicos, e que resulta em prejuízo deliberado à vida humana; a violência 
indireta abrange todos os tipos de ação coercitiva ou agressiva que ensejam prejuízos 
de ordem psicológica ou emocional; e a violência simbólica, que abrange relações de 
poder interpessoais ou institucionais que cerceiam a livre ação, pensamento e 
consciência dos indivíduos. No decorrer do trabalho, além da referência a outras 
produções teóricas que se perfilham ao entendimento da autora, buscou-se aplicar 
esta categorização aos episódios de violência ocorridos no Colégio Estadual Pres. 
Afonso Camargo, locus da implementação pedagógica, ou de fatos ocorridos em 
outras Instituições de Ensino, públicas ou privadas. 
No quarto encontro, inicialmente, reiterou-se sobre o curso do prazo iniciado 
em 23 de abril de 2017, com termo final em 24 de junho de 2017, para a realização 
da segunda atividade não presencial, consubstanciada em pesquisa bibliográfica 
acerca das possibilidades de enfrentamento à violência escolar e promoção da cultura 
da paz. 
Em seguida, foi proferida uma palestra sobre eventuais consequências jurídicas 
das condutas violentas no âmbito escolar, a partir da análise do Código Civil (Lei 
10.406/2002), do Código Penal (Decreto-Lei 2848/1940)e do Estatuto da Criança e 
do Adolescente (Lei 8069/1990). Tal momento se mostrou relevante, pois consolidou 
entendimento já existente sobre medida protetiva, pedagógica e socioeducativa. 
Possibilitou, ainda, a compreensão acerca do instituto da responsabilidade civil, que 
prevê a obrigatoriedade da reparação do dano pelo agente causador, ou nos casos 
dos incapazes, por seus pais e/ou responsáveis. Por fim, já conhecedores da 
diferença entre indisciplina e ato infracional, puderam os participantes conhecer as 
medidas legais cabíveis em caso de serem vítimas de atos violentos no ambiente 
escolar. 
No quinto momento foi realizada palestra com o tema “A judicialização da 
violência escolar”, pela qual se buscou demonstrar a crescente busca do poder 
judiciário para a resolução dos conflitos surgidos nas instituições de ensino, dos quais 
resultaram episódios de violência. Para tanto, foram apresentados dados estatísticos 
relativos ao aumento do número de ações judiciais decorrentes de violências ocorridas 
no interior da escola, bem como se reforçou a ideia de que se trata de uma medida 
possível exigir a prestação jurisdicional para o caso de violências das quais resulte 
dano à integridade pessoal ou patrimonial. O ponto culminante da palestra, entretanto, 
foi a demonstração de que a escola é o ambiente destinado à formação intelectual do 
estudante, razão pela qual deve-se evitar o radicalismo, buscando-se sempre a 
adoção de medidas que resultem no aprendizado do agente agressor (estudante, 
pessoa da comunidade, pai, professor ou outro profissional da educação). 
O sexto e último encontro, por sua vez, foi destinado à realização de uma 
atividade prática pelos cursistas, com a sistematização e apresentação de propostas 
para a prevenção e o enfrentamento da violência escolar, e também para a promoção 
da cultura da paz. 
Foi o momento de maior relevância do curso ministrado, eis que a equipe 
diretiva e pedagógica do colégio, bem como os demais participantes, puderam 
demonstrar a grande evolução alcançada com o estudo do tema, bem como puderam 
propor medidas adequadas à prevenção da violência escolar, ao enfrentamento das 
formas mais corriqueiras de violência praticada no âmbito da escola, e ainda propor 
medidas de estímulo à formação de um ambiente harmonioso e aprazível, favorável 
ao aprendizado dos conteúdos relevantes pelos estudantes. 
 
 
4. RESULTADOS 
Embora nem todas as etapas previstas para a implementação tenham sido 
integralmente cumpridas, é possível afirmar que os resultados da intervenção na 
Instituição de Ensino foram satisfatórios. 
Em primeiro lugar, há que se destacar que o excesso de atividades executadas 
pelos educadores, somado à diminuição da hora-atividade em 2017 (tempo destinado 
a atividades extraclasse, como estudo, preparação de aula, elaboração de atividades, 
elaboração e correção de provas, lançamento de notas, entre outras coisas), 
prejudicou sobremaneira o planejamento, impossibilitando a realização de entrevistas 
formais com os tais profissionais. 
Entre os estudantes, matriculados no 6º ano, 1º, 2º e 3º Anos do Ensino Médio, 
90 responderam a um questionário com 10 perguntas simples, a seguir discriminadas: 
1) O que é violência, no seu entendimento? 
2) Você considera que existe violência no Colégio? 
3) Na sua opinião, há violência no interior da sala de aula, durante as aulas? 
4) Caso tenha respondido afirmativamente a pergunta 2, quais ações 
praticadas na escola você considera violência? 
5) Caso tenha respondido afirmativamente a pergunta 3, quais ações 
praticadas na sala de aula você considera violência? 
6) Caso tenha respondido afirmativamente as perguntas 2 e 3, quem mais 
pratica a violência na escola e/ou na sala de aula? 
7) Caso tenha respondido afirmativamente as perguntas 2 e 3, quais as 
principais razões para a violência na escola e/ou na sala de aula? 
8) Você considera que a violência existente na sociedade influencia a prática 
de violência na escola? 
9) Você já foi vítima de violência na escola e/ou na sala de aula? 
10) No seu entendimento, é possível prevenir e/ou enfrentar a violência na 
escola? De que forma? 
 
Apesar de ter sido aplicado a apenas uma parte do corpo discente da Instituição 
de Ensino, as respostas contidas no questionário revelam um rico material de estudo, 
com grande variedade de interpretações acerca do que seja violência e violência 
escolar. Abordar no presente artigo as respostas obtidas, porém, demandaria 
aprofundado estudo e tornaria a produção demasiada extensa. 
Deste modo, as contribuições foram abordadas apenas na intervenção 
pedagógica, como um meio de se compreender a realidade do local a partir da análise 
objetiva das respostas, restando possível, porém, que tal metodologia e material 
coletado sejam retomados em pesquisas posteriores, especialmente em nossa 
eventual participação em cursos de especialização e/ou mestrado. 
Quanto à equipe diretiva e pedagógica, entrevistada em conjunto, há a 
percepção de que os conceitos de violência e violência escolar são abrangentes; que 
existe violência no interior da escola; que a violência escolar se manifesta de várias 
formas, sendo a mais corriqueira a violência psicológica (bullying, manifestações 
racistas, homofóbicas, ataques religiosos, entre outras coisas); e que a violência 
escolar afeta a psique das vítimas e prejudica o pleno sucesso no processo de ensino 
e aprendizagem. 
Tendo em vista a dinâmica do trabalho administrativo e pedagógico, porém, os 
entrevistados reconhecem que atualmente o trabalho de combate à violência escolar 
é pontual (conversa com os agressores; convocação dos pais/mães/responsáveis; 
contato com a patrulha escolar), e que não há o registro dos episódios de violência e 
sistematização das informações coletadas (característica dos agentes envolvidos, 
causas, horário, tipo de violência praticada/sofrida, etc.), o que possibilitaria tornar 
conhecidas as peculiaridades das violências praticadas no âmbito escolar, facilitando 
assim a elaboração de medidas de prevenção e enfrentamento. 
Apesar das dificuldades encontradas, é possível depreender, dos relatos dos 
professores participantes do curso de formação, que foram atingidos os resultados 
almejados. 
Inicialmente, porque estimulou, entre os cursistas, a pesquisa e a apropriação 
dos conceitos relativos ao tema objeto de estudo, bem como conscientizou a todos a 
respeito da importância do levantamento e sistematização de informações relativas à 
violência escolar no ambiente escolar, possibilitando uma ação planejada e metódica 
na prevenção e enfrentamento de todas as formas de manifestação da violência 
escolar. 
Do mesmo modo, fomentou a elaboração de medidas a serem adotadas pela 
instituição de ensino a partir do próximo ano letivo, das quais se destacam: 
a) A aplicação do questionário formulado pelo professor para todos/as os/as 
estudantes matriculados na instituição de ensino, com posterior tabulação 
dos resultados obtidos; 
b) A formalização de convite para docentes de Instituições de Ensino Superior 
para a realização de palestras ou eventos de formação com os profissionais 
lotados no Colégio, ocasião em que serão abordados diferentes aspectos 
da violência escolar (bullying, violência psicológica, violência contra o 
patrimônio, violência física, etc.); 
c) A organização e realização da “semana de prevenção à violência e 
promoção da cultura de paz”, evento a ser realizado até o fim do primeiro 
semestre do ano letivo de 2018, em que serão realizadas atividades que 
visem a prevenção e o enfrentamento a todas as formas de violência, bem 
como a promoção da cultura de paz; 
d) O fortalecimento da rede de proteção à criança e ao adolescente, com a 
intensificação das ações junto ao Conselho Tutelar, Patrulha Escolar, 
Ministério Público, Secretaria de Assistência Social, entre outros. 
Tais proposições revelamo engajamento dos cursistas em promover a melhoria 
do processo de ensino e aprendizagem a partir do combate à violência escolar e da 
promoção da cultura de paz, restando legitimada, desta forma, a seleção do referido 
objeto de estudo para o trabalho no Colégio Estadual Presidente Afonso Camargo. 
 
 
5. REFLEXÕES SOBRE O GRUPO DE TRABALHO EM REDE 
O GTR (Grupo de Trabalho em Rede) constitui uma das atividades do 
Programa de Desenvolvimento Educacional e tem como sua principal característica a 
interação virtual entre o professor tutor, participante do PDE, e os professores da rede 
pública estadual de ensino. 
A estrutura do GTR está composta por três módulos, a saber: Módulo 1 - 
Aprofundamento teórico; Módulo 2 - Projeto de intervenção pedagógica na escola e 
produção didático-pedagógica; Módulo 3 - Implementação do projeto de intervenção 
pedagógica na escola. 
 Por meio do GTR foram realizados aprofundamentos de estudo acerca do 
recorte temático, debates acerca da ocorrência da violência na realidade escolar de 
cada um dos participantes, bem como avaliação individual e conjunta dos prejuízos 
decorrentes dos atos de violência praticados/sofridos na escola. 
 Revelando a grande significância da temática, todas as 20 (vinte) vagas 
ofertadas para a participação no curso foram preenchidas. Do total de inscritos, 
porém, apenas 16 concluíram todas as atividades. Para identificação dos participantes 
sem a exposição de seu respectivo nome, optou-se por indica-los por letras e 
números, sendo C1 o primeiro cursista e C16 o último cursista, considerando a 
classificação alfabética de seus nomes reais. 
 Como já previsto, o primeiro módulo foi dedicado ao aprofundamento teórico 
acerca do objeto de estudo, e foi realizado com o objetivo de dar suporte aos cursistas 
para que identifiquem as diversas formas de manifestação da violência no âmbito 
escolar, bem como possam atuar no seu enfrentamento. 
 Para nortear os estudos, e considerando os materiais de leitura principais e 
complementares, pediu-se que os cursistas elegessem a definição de violência 
escolar com a qual mais se identificassem, bem como respondessem a seguinte 
pergunta: Definir um conceito de violência escolar é importante para conhecer a 
realidade de seu local de atuação, das violências que nele se manifestam, bem 
como para promover ações de promoção da cultura da paz? 
 Algumas respostas obtidas: 
 
No texto se apresentam diferentes formas de violência. Uma delas é que a 
violência não se apresenta apenas como um ato, uma relação; fala-se 
também a localização geográfica, que significa dizer que ela pode ter inicio e 
causa do trajeto casa-escola, ou na própria casa ou local onde moram nossos 
alunos, decorrentes de problemas ou situações mal resolvidas; ainda que 
existe a violência virtual, hoje me plena era tecnológica por insultos, 
provocações, postagens de comentários mal-intencionados. E quando todas 
essas situações se juntam no interior da escola, fica difícil termos todos os 
mecanismos ou informações para promover o que se deseja: a cultura da 
Paz. Cada ser com sua formação familiar, seus valores que frequentando um 
mesmo ambiente não estão dando conta de que o respeito, os valores devem 
seguir as normas que a escola coloca como forma de se garantir um trabalho 
de formação do cidadão. (Excerto da professora C8, 09.04.2017). 
 
Dentre as leituras sobre violência pode-se constatar que alguns autores 
consideram violência como sendo um conceito que abrange tanto a violência 
simbólica, quanto a violência institucional e física, outros subdividem a 
violência em infração à lei que considera as transgressões as normas do 
estabelecimento, incivilidade, que considera as contrariedades às regras de 
boa convivência, agressividade e agressão. 
A definição a qual mais me identifico é a que diz que violência é um conceito 
relativo, histórico e mutável, ou seja, cada caso deve ser analisado de forma 
singular, levando em consideração diversos aspectos, como citado por 
Abramovay (2002) “A noção de violência é, por princípio, ambígua. Não existe 
uma única percepção do que seja violência, mas multiplicidade de atos 
violentos, cujas significações devem ser analisadas a partir das normas, das 
condições e dos contextos sociais, variando de um período histórico a outro”. 
Dentro das escolas nos deparamos com diversos tipos de violência e torna-
se fundamental analisarmos qual é a origem destes atos para poder realizar 
ações que promovam a cultura da paz. Na escola onde atuo dentre diversas 
ações temos o projeto resgate de valores, onde todos os meses as turmas 
trabalham um tema sobre valores que muitas vezes não são exercidos em 
suas casas. (Excerto da professora C2, 11.04.2017). 
 
 
Acredito ser possível termos uma noção do que é Violência Escolar, mas não 
um conceito preciso. Digo isto porque vejo que a violência se manifesta no 
ambiente escolar de algumas formas específicas, mas não surgiu 
primeiramente nele. A violência é inerente à história do ser humano e em 
qualquer ambiente em que hajam relações humanas existem conflitos. 
No ambiente escolar, a violência se manifesta tanto de forma mais 
fisicamente destrutiva, tal como em agressões físicas, brigas e dilapidação 
do patrimônio público quanto nas formas não físicas, sutis ou mais veladas 
(porém não menos destrutivas ...) tais como nas ofensas verbais, nos 
sarcasmos, calúnias, difamações, depreciações, coerções, ameaças e 
gozações, entre as quais, o bullying e o cyberbullying. 
Há ainda a tensão que está implícita nas relações de poder entre Professores 
e Alunos e entre os próprios Alunos. Há nessas relações de poder algo de 
coerção, às vezes dirigida e necessária (quando por exemplo o Professor 
precisa que um grupo de Alunos avesso à organização se prepare para fazer 
um avaliação escrita dentro da sala de aula) e às vezes desnecessária e 
injusta ( quando, por exemplo, um grupo de Alunos ou um Aluno mais forte 
fisicamente quer forçar um outro Aluno a compartilhar o lanche contra a sua 
vontade). 
Vejo pois que podemos ter como noção de violência escolar, as ações e 
tensões provocadas intencionalmente com objetivo de agredir e que 
resultem em dor física ou sofrimento psicológico ao outro, dentro 
das instituições escolares, protagonizadas principalmente por Alunos, mas 
também, às vezes, resultantes de algumas ações de Professores, 
Funcionários, Pedagogos e Direção. Há também a dilapidação do patrimônio 
público escolar, quando isso é feito de forma intencional. 
Acredito que essa noção de violência escolar seja importante para a nossa 
atuação, enquanto Educadores, dentro das instituições escolares onde 
trabalhamos, pois nos permite ter discernimento sobre os conflitos que aí 
surgem resultantes das relações humanas e sobre quem são seus principais 
protagonistas e também permite discernimento para promovermos ações que 
possam amenizar ou minimizar seus efeitos no sentido de organizar um 
ambiente escolar menos conflituoso. (Excerto do professor C9, 16.04.2017). 
 
 
 
 Como se pode verificar dessa amostragem, que traz uma boa visão da 
totalidade das contribuições, foram adotadas distintas definições de violência escolar 
pelos participantes, utilizando-se ou não dos subsídios oferecidos no Grupo de 
Trabalho em Rede. Mesmo não havendo consonância acerca da “melhor” definição 
de violência escolar, os cursistas demonstram a compreensão de que promover uma 
definição de violência escolar é importante para o conhecimento da realidade escolar, 
das violências que se manifestam neste espaço, das causas e origens dos atos de 
violência, bem como para a escolha de medidas a serem tomadas no enfrentamento 
desse mal. 
No segundo módulo, foram apresentados aos cursistas o Projeto de 
Intervenção Pedagógica e a Produção Didático Pedagógica, ampliando as discussões 
iniciadas sobre o tema, de modo a enriquecer a implementação na escola. 
Para contribuir com o debate, solicitou-seo/a cursista que identificassem, nos 
textos disponibilizados, um motivo que justificasse a proposição da violência escolar 
como objeto de estudo no PDE, bem como a influência dessa questão nos processos 
pedagógicos, considerando tanto a realidade escolar do Estado quanto a da própria 
escola. 
Algumas das contribuições foram: 
 
O projeto de intervenção pedagógica, tema deste GTR e intitulado “Violência 
física e psicológica nas escolas” tem grande relevância no cenário escolar na 
atualidade, pois aborda possibilidades de prevenção e enfrentamento a um 
problema que aflige grande parte das escolas em nosso país. Direção, equipe 
pedagógica, professores e alunos convivem diariamente com problemas 
decorrentes da violência em suas diversas formas de manifestação, em 
especial a física e psicológica. Este debate nos trás alicerce e propõe 
alternativas para o enfrentamento da violência escolar que é um dos maiores 
obstáculos para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem. E eu 
ressalto a questão das conseqüências da violência que acarreta o prejuízo 
pedagógico, a diminuição da autoestima das pessoas vítimas de violência, o 
(auto)afastamento do convívio social, o desenvolvimento ou agravamento de 
estresse e doenças psicossomáticas. Para tanto, considero fundamental a 
retomada do texto "Reflexões sobre o conceito de violência escolar e a busca 
por uma definição abrangente". (contribuição do professor C4, 12.05.2017). 
 
O projeto de intervenção traz um assunto relacionado ao contexto que 
vivemos na atualidade com tantos episódios de violência dentro dos muros 
da escola e as consequências de fato que acontecem fora dela e repercutem 
dentro. Charlot refere-se de uma maneira bem clara sobre a violência 
presentes na escola e violência da escola, onde a que mais se evidencia e 
demanda de reflexos futuros é a violência psicológica, uma situação velada 
em que podem acarretar a vida de um ser humano pelo resto da vida. E ainda 
percebo que pais acentuam esse problema quando ao ser chamado na 
escola alega que na casa é um bom filho(a), que o problema deve estar 
ocorrendo só dentro da escola, ou seja, a violência é da escola. Outros 
momentos também são profissionais que não querem se indispor com alunos 
que dão problema para evitar constrangimento ou responder um processo e 
ficarem marcados pelos alunos ou pais. (Excerto da professora C8, 
15.05.2017). 
 
De maneira geral, os professores cursistas consideraram bastante pertinente a 
seleção da violência escolar como objeto de estudo do Programa de Desenvolvimento 
Educacional, tendo em vista a recorrência das mais diversas formas de manifestação 
da violência escolar em ambiente escolar (com especial destaque para a violência 
psicológica relacionada ou não ao bulliyng), tanto na escola de atuação quanto nas 
demais instituições de ensino do Estado do Paraná. Consideram os cursistas, ainda, 
que os resultados dos estudos e debates realizados poderão contribuir para a tomada 
de medidas de capazes de minorar a ocorrência dos atos de violência na escola, bem 
como para a promoção da cultura de paz nas instituições educacionais. 
O terceiro e último módulo foi destinado à análise, pelos participantes, da 
implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica pelo professor PDE. Na 
ocasião, os cursistas avaliaram em que medida os procedimentos previstos no Projeto 
foram concretizados no ambiente escolar. 
Frisa-se que o Projeto de Intervenção Pedagógica visava contribuir com o 
incremento da formação teórica dos profissionais da educação do colégio de atuação 
do professor PDE, considerando sua realidade e as possibilidades de atuação. 
De forma unânime, os participantes julgaram que o Projeto de Intervenção 
Pedagógica foi integralmente implementado na Instituição de Ensino, sendo 
satisfatórios os resultados descritos pelo professor PDE: apropriação, por parte dos 
envolvidos na implementação, dos conceitos mais importantes relacionados ao tema; 
conscientização acerca da importância do levantamento e sistematização de 
informações relativas aos atos de violência ocorridos na escola; a elaboração de 
ações de combate uma ação planejada e metódica na prevenção e enfrentamento de 
todas as formas de manifestação da violência escolar. 
Como um dos pontos de culminância do Grupo de Trabalho em Rede, a 
atividade nº 8 propõe ao cursista que, a partir dos estudos realizados e da própria 
experiência de trabalho, elabore um plano de ação que tenha como objetivo abordar 
a violência escolar (em suas diversas formas de manifestação ou em apenas uma de 
suas manifestações), bem como a apresentação de maneiras de enfrentar o problema 
apresentado. 
A partir do roteiro apresentado, todos os 16 participantes concluintes 
ofereceram suas contribuições, das quais se destacam as que seguem: 
 
PLANO DE AÇÃO 
INSTITUIÇÃO: omitido 
ANO LETIVO: 2017 
TURMAS: 7º Ano do Ensino Fundamental 
RESPONSÁVEIS: Equipe Pedagógica, Direção, Professores e Família 
CRONOGRAMA: 2º Semestre de 2017. 
TÓPICO : Família e Escola: juntos contra a violência 
1.1 Situação-problema: 
Diante de várias situações vivenciadas por mim e por colegas, constata-se 
que a violência está cada vez mais presente na escola. Muitos adolescentes 
fazem da escola um campo de batalha, usam o espaço escolar para se 
autopromoverem como lideranças negativas. Reproduzem o que vivenciam 
fora da escola. Agridem, seja por meio da fala ou por atos, a todos os 
envolvidos (direção, professores, agentes educacionais, alunos). 
Desrespeitam as regras impostas pela escola e sociedade. As pessoas que 
mais sofrem com os atos de violência na escola, sem dúvida, são os 
professores que têm que lidar com essa situação todos os dias na sala de 
aula. Pois ora a violência é com eles, ora são com os colegas da turma. 
1.2 Estratégia de ação: 
Sabendo que a falta de respeito e a agressividade são fatores que estão 
presentes na sala de aula continuamente, e que muitas vezes é o reflexo do 
que este adolescente vive em casa, pretende-se fazer reuniões estratégicas 
com professores e pais de alunos e propor metas para acabar com a violência 
na escola. Durante a reunião propor uma construção de um Plano de Ação 
contra a violência com ajuda dos educandos, pais ou responsáveis, ou seja, 
pedir que façam contribuições de como seria possível acabar com os atos 
violentos na Escola. A família é peça fundamental para que o plano de ação 
seja colocado em prática, ela precisa estar em consonância com a escola. 
Pedir aos pais, alunos e professores que juntos realizem esse exercício é 
conhecer melhor o aluno e suas dificuldades de interação com o outro. É 
proporcionar que os envolvidos sejam ouvidos e que procurem melhorar suas 
potencialidades. 
1.3 Resultados esperados e/ou alcançados: 
Com esta atividade espera-se que escola e família possam construir um 
espaço de aprendizagem e de interação, minimizando a violência na escola. 
(Contribuição da professora C13, em 04.06.2017) 
 
 
 
PLANO DE AÇÃO 
INSTITUIÇÃO: Omitido 
ANO LETIVO: 2017 
TURMAS: 8ºs e 9ºs Anos do Ensino Fundamental 
RESPONSÁVEIS: DIREÇÃO/ EQUIPE PEDAGÓGICA/ PROFESSORES 
CRONOGRAMA: 2º Semestre de 2017. 
TÓPICO: VIOLÊNCIA ESCOLAR – DIAGNÓSTICO DE REALIDADE 
SITUAÇÃO PROBLEMA: 
Tendo como referência o contexto da Escola Estadual omitido, percebe-se 
que a exacerbação dos conflitos que ocorrem entre os Alunos de algumas 
Turmas e entre esses, Professores e membros da Equipe Pedagógica vem 
ganhando uma dimensão que tem comprometido o êxito da relação ensino 
aprendizagem, bem como levando também os Professores a um ponto de 
saturação quanto à carga de estresse que os mesmos suportam. Levando em 
consideração a necessidade de reversão dessa situação, faz-
se necessário elaborar um diagnóstico mais pormenorizado da realidade que 
forneça subsídios para traçar estratégias pedagógicas de enfrentamento 
mais específicas. Esse diagnóstico deve, pois, ser capaz de responder aos 
seguintes questionamentos:quais os tipos de violências mais frequentes que 
ocorrem nesse ambiente? Como é possível diferenciá-las? Quais suas 
especificidades? Quais os indivíduos envolvidos? Quais seus papéis em 
meio às situações conflitivas? É possível enfrentá-las a partir de uma única 
estratégia pedagógica? 
 
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO: 
Para um diagnóstico mais pormenorizado da situação propõe-se que a 
Direção, Equipe Pedagógica e Professores elaborem um MAPA 
CONCEITUAL DA VIOLÊNCIA tendo como referência o organograma que 
segue abaixo e o texto “Reflexões sobre o conceito de violência escolar e a 
busca por uma definição abrangente”, de Ana Carina Stelko-Pereira e Lúcia 
Cavalcanti de Albuquerque Williams: 
 
 
 
RESULTADOS ESPERADOS: 
Espera-se que ao final da elaboração do MAPA CONCEITUAL sobre a 
Violência Escolar no ambiente dessa Instituição seja possível elaborar um 
diagnóstico mais pormenorizado da ocorrência desses conflitos, com a 
identificação dos tipos de violências que mais ocorrem, suas categorias 
específicas, os locais em que mais ocorrem, os indivíduos envolvidos, quais 
seus papéis, a tipologia dos episódios violentos, sua gravidade e frequência 
e suas caracterizações quanto à delituosidade. Espera-se também que a 
elaboração desse Mapa Conceitual sirva de subsídio para a construção 
de estratégias pedagógicas de enfrentamento à violência no ambiente 
escolar, que contemplem o enfrentamento às diferentes situações 
conflitivas que ocorrem. 
 
REFERÊNCIAS: 
_MAPA CONCEITUAL - Violência Escolar 
Fonte: Link: http://pepsic.bvsalud.org/img/revistas/tp/v18n1/a05fig01.jpg 
Data de acesso: 03/06/2017 
 _STELKO-PEREIRA, Ana Carina; WILLIAMS, Lúcia Cavalcanti de 
Albuquerque. Reflexões sobre o conceito de violência escolar e a busca por 
uma definição abrangente. 
Fonte/Link: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v18n1/v18n1a05.pdf 
Data de acesso: 03/06/2017 
(Contribuição do professor C9, 03.06.2017) 
 
 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Em que pese não se tratar de um problema novo, a violência escolar tem 
atraído cada vez mais a atenção dos estudiosos da educação, haja vista o crescente 
número de casos, muitos deles graves, e os prejuízos que causam ao processo de 
ensino e aprendizagem tanto de conteúdos programáticos como a aprendizagem para 
a convivência civilizada na sociedade. 
Dentre os próprios frequentadores das instituições de ensino (estudantes, 
professores e demais profissionais da educação), a sensação de vulnerabilidade e 
insegurança causada pela experiência traumática da vitimização em episódios de 
violência, ou mesmo o conhecimento de casos emblemáticos relacionados ao tema, 
tem levado ao debate sobre formas de prevenção e enfrentamento a este mal social. 
Nesse contexto, é importante ter em mente que as ações necessárias à 
promoção da cultura de paz nas escolas devem ter como sustentáculo as obras de 
referência escritas sobre o tema, bem como ações planejadas e com base em 
profundo conhecimento da realidade escolar. Caso contrário, seriam realizadas nas 
escolas ações superficiais e/ou paliativas, que não atingiriam resultados satisfatórios. 
Com tal perspectiva, os trabalhos atinentes ao Programa de Desenvolvimento 
Educacional realizador por este professor objetivaram contribuir com o processo de 
formação daqueles que de forma presencial ou virtual tiveram contato com os 
materiais produzidos, estimulando-os a buscar referenciais teóricos e a elaborar 
http://pepsic.bvsalud.org/img/revistas/tp/v18n1/a05fig01.jpg
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v18n1/v18n1a05.pdf
dados estatísticos que possibilitassem um trabalho com vistas à obtenção de 
resultados expressivos. 
Desse modo, acreditando-se ter sido atingida a pretensão inicial, buscou-se 
oferecer aos cursistas do Projeto de Intervenção Pedagógica e do Grupo de Trabalho 
em Rede, para melhor conhecimento do tema, definições de diferentes estudiosos a 
respeito da violência e da violência escolar, bem como das expressões a elas 
relacionadas, como indisciplina, ato infracional, bullying, crimes amok, entre outros. 
Noutra perspectiva, reconhece-se a pouca oferta de subsídios para a 
elaboração de entrevistas e questionários a serem aplicados aos membros da 
comunidade escolar, especialmente aos estudantes matriculados nas diferentes 
instituições de ensino, da mesma forma como não foram oferecidas orientações 
suficientes sobre a forma como devem ser tabuladas e utilizadas as informações 
obtidas no planejamento e na implementação de ações estratégicas no combate à 
violência escolar. 
Há de se registrar, todavia, que não foram raras as manifestações dos 
participantes dos cursos oferecidos quanto ao reconhecimento da importância do 
trabalho de coleta e sistematização de dados que revelam a realidade escolar no que 
tange ao tema em questão. 
Por último, revelou-se bastante significativo o anseio dos cursistas em propor 
medidas que visam a educação e orientação dos estudantes acerca dos males da 
violência praticada/sofrida na escola ou fora dela, bem como a promoção da cultura 
de paz. 
É bem verdade que os conhecimentos abordados durante a intervenção na 
escola ou no GTR são apenas introdutórios, não sendo suficientes para a realização 
de ações de grande impacto. Apesar disso, é inegável o avanço consubstanciado na 
implementação de ações em instituições onde sequer era debatida a necessidade de 
sua realização, mesmo sendo reconhecida a existência e a gravidade do problema. 
Por derradeiro, ante todo o processo de formação e ações implementadas no 
decorrer do biênio 2016/2017, é possível concluir que, se germinadas, as várias 
sementes lançadas durante o PDE possibilitarão o reconhecimento da violência 
escolar como violadora de direitos humanos (ainda que tal violência esteja disfarçada 
em “brincadeiras” e “piadas” ofensivas, como é no bullying); é imprescindível a 
discussão coletiva acerca da interferência da violência relacionada a vida escolar, 
especialmente quando esta está associada ao processo de ensino e aprendizagem; 
que urge a implementação de medidas de prevenção e enfrentamento às diversas 
formas de violência escolar, bem como de promoção à cultura de paz, e que tais 
medidas devem estar apoiadas em produções teóricas de referência. 
 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/

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