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1 ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de contrato Disciplina: Direito Contratual Módulo: 4 Aluno: Turma:0521-1_1 Tarefa: Atividade Individual Fases do processo contratual A definição de contrato pode ser considerada em um instrumento jurídico que formaliza e vincula os contratantes aos compromissos por eles assumidos. Quando assumido, celebrado e assinado, o contrato faz com que as partes se obriguem aos seus termos e cláusulas, sob pena de sanção legal em caso de descumprimento e é regido pelos princípios da probidade, boa-fé (art.422, do CC) e função social (art.421, do CC). O contrato pode ser bilateral ou plurilateral, envolvendo pessoas físicas e/ou jurídicas e deve sempre respeitar sua função social. Em nenhuma hipótese, o contrato deve servir como instrumento de práticas abusivas que possam de alguma forma prejudicar ou desamparar uma das partes, terceiros, os direitos humanos, o meio ambiente e garantia constitucional. O processo contratual pode ser dividido em três fases: pré-contratual, contratual e pós- contratual. A fase pré-contratual abrangerá desde o início do contato entre as partes, todas as negociações e decisões, até que eventualmente seja constituído e firmado. Aqui, podemos considerar as etapas de negociação e decisão. Na fase contratual, consideram-se o pré-contrato e as etapas de execução, objetivando o cumprimento dos deveres e obrigações. Nesta fase, também será abrangida a etapa da extinção do contrato. Por sua vez, a fase pós-contratual será iniciada após a etapa de extinção da fase contratual e abrangerá todas as circunstâncias e situações que advirem em relação ao objeto do contrato e seu cumprimento, sempre que os direitos ou vantagens adquiridas na relação contratual sejam impactados. Etapas e atos (por fase do processo contratual) FASE PRÉ CONTRATUAL A fase pré contratual abrande desde o momento em que as partes iniciam seus primeiros contatos, de modo que podem negociar livremente, até o momento das propostas e acordo entre ambos em relação ao objeto e termos da relação. Etapa de Negociação – Negociações preliminares, tratativas e pontuações A etapa de negociação abrange os atos preparatórios, sem intenção vinculante. É 2 considerada desde os contatos iniciais entre as partes até a apresentação da proposta. Apesar de não haver intenção vinculante, em virtude do princípio da boa-fé, a consideração da vinculação poderá ocorrer durantes as tratativas em casos excepcionais, pois existe a possibilidade de as mesmas terem gerado expectativas excessivas durante as negociações preliminaries Nesta etapa, ressalta-se a importância da análise em relação aos riscos do negócio que será contraído e também de toda a documentação pertinente, chamada de documentação pré- contratual. Com a apresentação da proposta por qualquer uma das partes envolvidas e a concordância de ambas, dá-se início à etapa decisória. Etapa de Decisão – Propostas, Contrapropostas e aceitação Após as partes concordarem quanto às negociações, devem apresentar a proposta, que marca o início da etapa de decisão. A proposta está elencada no art.427 do Código Civil, que estabelece “A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso”. Por ser vinculante, a proposta só poderá ser alterada ou revogada quando observadas as hipóteses do art. 428 do Código Civil. Apresentada a proposta, poderá ser aceita ou então a apresentação da contraproposta, que obriga a quem a apresentou, conforme art.431 do Código Civil. Com a concordância da proposta ou contraproposta, têm se a aceitação, que poderá ser dada de forma tácita ou expressa e levará para a próxima fase contratual. Conforme esclarece o Enunciado nº 170, da III Jornada de Direito Civil promovida pelo CJF, a seguir transcrito: “170 – Art. 422: A boa-fé objetiva deve ser observada pelas partes na fase de negociações preliminares e após a execução do contrato, quando tal exigência decorrer da natureza do contrato”, a fase pré-contratual não isenta as partes de responsabilidade, inclusive em caso de ruptura abrupta e arbitraria das etapas de negociação e decisão, podendo gerar a obrigação de indenizar, caso alguma das partes tenha sido prejudicada, principalmente se tiver sido obrigada a contrair despesas para a realização do contrato. A responsabilidade pré-contratual não obriga a celebração do contrato, mas garante a indenização pelos prejuízos da expectativa frustrada. FASE CONTRATUAL Superada a fase pré contratual, serão consideradas as etapas de formalização do contrato preliminar, do contrato definitivo e a sua extinção. Contrato Preliminar – registro, execução, direito de arrependimento e irretratabilidade Destacado no art. 462 e seguintes do Código Civil, o contrato preliminar poderá ser considerado nos casos em que as partes já estão acordadas em relação às negociações e proposta, mas ainda carecem de informações e/ou documentos necessários para efetivar o contrato definitivo, e que só serão apresentados futuramente. O contrato preliminar vincula e protege as partes em relação à obrigação de celebrar o contrato definitivo, concedendo segurança jurídica e previsibilidade às partes, observando a possibilidade de cláusula que preveja o arrependimento, conforme art. 463 do Código Civil. Ainda que não seja exigida nenhuma solenidade especifica, o registro do contrato preliminar poderá ser considerado necessário para suprir qualquer oposição futura das partes, inclusive perante terceiros. Contrato Definitivo – eficácia do contrato entre as partes Após observar todas as etapas da fase pré contratual e o contrato preliminar, as partes confeccionam e celebram o contrato definitivo, de forma que o mesmo estabeleça entre os concordantes as obrigações, deveres e sanções. Neste momento, pressupõe-se que foram observados todos os elementos do contrato, como legitimidade, licitude, pluralidade de partes e etc. Durante a vigência do contrato definitivo, a execução das obrigações e deveres contraídos devem ser efetivados exatamente conforme contraídos na relação contratual. Extinção do Contrato – normal, anormal, distrato e cláusulas resolutivas Com o cumprimento do contrato conforme pactuado, temos a extinção pela quitação. Caso as obrigações não tenham sido cumpridas, várias poderão ser as consequências para levá-lo, então, à sua extinção. Com a execução do contrato, nesses casos, a parte contratante poderá forçar o cumprimento, conforme as cláusulas resolutivas expressas do contrato e também impor multa pecuniária pelo descumprimento, se for o caso. Também é possível considerar o distrato em caso de descumprimento, que é a capacidade de resilir o contrato e antecipar o término da relação antes do que foi estipulado contratualmente. Durante a vigência do contrato, podem surgir situação imprevisíveis e/ou dificuldades inesperadas e não consideradas na fase de negociação que impeçam ou causem alterações na obrigação ou dever acordado. Nesse caso, será necessário revisar o instrumento contratual, levando em consideração sua finalidade e as condições atuais, alterando-o se for o caso, para que sua função e cláusulas continuem atendendo à vontade e possibilidade de ambas as partes. 4 FASE PÓS CONTRATUAL O contrato expirará com o encerramento de seu prazo, caso não seja renovado de maneira tácita ou expressa, dependendo de suas disposições. Manutenção dos deveres Os deveres de probidade e o princípio de boa-fé se mantém mesmo após a extinção do contrato, inclusive é possível que algumas cláusulas permaneçam em vigor em razão da obrigação principal. Vícios Redibitório O vício redibitório trata-se de defeito oculto em bem móvel ou imóvel que venha a reduzir seu valor ou torná-lo impróprio. A prestação com o vício poderá ser recusadaou rejeitada pelo credor, que também poderá aceitar e exigir abatimento no valor, conforme arts. 441 e 442 do Código Civil. Evicção Ocorrerá a evicção quando o adquirente perde, total ou parcialmente sua posse e/ou propriedade em razão de decisão judicial relacionada a motivo anterior à sua aquisição. Conforme art. 447 do Código Civil, nesses casos o alienante responderá pela evicção. A responsabilidade independe do contrato, decorrendo da lei, pois quem vende algo deve garantir o objeto ao adquirente, bem como garantir seu uso. Possibilidades de inadimplemento e consequências possíveis O inadimplemento ou descumprimento pode ocorrer pelo credor ou devedor, de forma total ou parcial. Nesse caso, a mora ocorrerá em razão de uma das partes não efetivar o cumprimento da obrigação ou cumpri-la de forma imperfeita ou insatisfatória. Mora do credor e do devedor A mora do credor se configura quando o mesmo não quiser receber, sem justa causa, o cumprimento no tempo, lugar e forma pactuados. Dependendo da situação e das disposições contratuais, o devedor poderá ser isentado da responsabilidade pela conservação da coisa ou ser ressarcido das despesas da conservação, obrigar o credor a receber da forma mais favorável ao devedor ou até consignar judicial ou extrajudicialmente a coisa. Quando o devedor não efetuar o cumprimento no tempo, lugar e forma pactuados, passa a ser responsável pelo descumprimento, inclusive em razão de caso fortuito. Nesse caso, além de ser responsabilizado pelo descumprimento, poderá arcar com perdas e danos, juros, atualização monetária e demais consequências contratualmente estabelecidas, conforme arts. 389 e 395 do Código Civil. Inadimplemento relativo ou total Será relativo o inadimplemento quando, apesar de ter ocorrido o descumprimento do contrato em relação ao tempo, a obrigação foi entregue. Mesmo que de forma tardia, a resolução é útil ao credor, que não poderá recusar ou rejeitar, sob pena de abuso de direito. Cabe salientar que mesmo em caso de cláusula penal, o pagamento de eventual multa não satisfará o cumprimento, que ainda restará pendente. O inadimplemento total ocorre quando, inobservadas as cláusulas contratuais, o cumprimento da obrigação já não interessa ao credor, pois mesmo que realizado de forma tardia não é mais útil. A parte prejudicada poderá antecipar o fim do contrato e pleitear perdas e danos, conforme estabelecido nos arts. 474 e 475 do Código Civil. Fluxograma Referências Bibliogáficas MACHADO, André Roberto de Souza. “Direito Contratual”. Apostila MBA Executivo em Direito: Gestão e Business Law. FGV. 2021 TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil: Volume Único. 5ª edição. São Paulo: Método, 2015.
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