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RESUMO DE DPOC DPOC A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é definida como um estado patológico caracterizado por limitação do fluxo aéreo não totalmente reversível. DPOC inclui: enfisema, bronquite crônica e doença das pequenas vias respiratórias. A obstrução do fluxo aéreo é geralmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos, causada primariamente pelo tabagismo. Sinais e Sintomas • Tosse • Secreção • Dispnéia aos esforços • Sibilos Exame Físico Embora o ensino tradicional diga que os pacientes com enfisema predominante, descritos como “sopradores rosados” (“pink puffers”), sejam magros, não cianóticos durante o repouso e façam uso importante dos músculos acessórios, e que os pacientes com bronquite crônica apresentem maior probabilidade de serem pesados e “sopradores azuis” (blue bloaters), evidências atuais demonstram que a maior parte dos pacientes apresenta elementos tanto de bronquite quanto de enfisema e que o exame físico não diferencia confiavelmente as duas entidades. Fatores de Risco Externos: Tabagismo, poeira ocupacional, irritantes químicos, fumaça de lenha, infecções respiratórias graves na infância, condição socioeconômica Individuais: Deficiência de alfa-1 antitripsina, Deficiência de glutationa transferase, Alfa-1 antiquimotripsina, Hiperresponsividade brônquica, Desnutrição, prematuridade. Diagnóstico Sinais + Fatores de Risco+ Espirometria Pré e Pós broncodilatadores Espirometria: A existência de limitação do fluxo aéreo é definida pela presença da relação VEF1/CVF abaixo de 0,70 pós broncodilatador. Exames Complementares A avaliação da oxigenação pode ser feita, inicialmente, de maneira não invasiva pela oximetria de pulso. Se for identificada uma saturação periférica de oxigênio (SpO2 ) igual ou inferior a 90%, está indicada a realização de gasometria arterial para avaliação da PaO2 e da PaCO. Na DPOC deve-se solicitar, rotineiramente, uma radiografia simples de tórax nas posições póstero-anterior e perfil, não para definição da doença, mas para afastar outras doenças pulmonares, principalmente a neoplasia pulmonar. Estadiamento ESTÁDIO I – DOENÇA LEVE – PACIENTES COM VEF1 PÓS-BD = 80% DO PREVISTO COM RELAÇÃO VEF1/ CVF INFERIOR A 0,70 PÓS-BD ESTÁDIO II – DOENÇA MODERADA – PACIENTE COM VEF1 PÓS-BD < 80% E > 50% DO PREVISTO, COM RELAÇÃO VEF1/CVF INFERIOR A 0,70 PÓS-BD ESTÁDIO III – DOENÇA GRAVE – VEF1/CVF < 0,70 pósBD e VEF1 < 50% e ≥ 30% do previsto OU PACIENTES COM HIPOXEMIA INTENSA, MAS SEM HIPERCAPNIA, INDEPENDENTE DO VALOR DE VEF1 OU PACIENTES EM FASE ESTÁVEL COM DISPNÉIA GRAU 2 OU 3 ESTÁDIO IV – DOENÇA MUITO GRAVE – VEF1/CVF < 0,70 pósBD e VEF1 < 30% DO PREVISTO, OU PACIENTES COM HIPERCAPNIA OU SINAIS CLÍNICOS DE IINSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIREITA, OU PACIENTES COM DISPNÉIA QUE OS INCAPACITE A REALIZAR AS ATIVIDADES DIÁRIAS NECESSÁRIAS À SUSTENTAÇÃO E HIGIENE PESSOAIS, DISPNÉIA GRAU 4 Tratamento Fase Estável: Apenas três intervenções – cessação do tabagismo, oxigenoterapia para pacientes com hipoxemia crônica e cirurgia de redução do volume pulmonar em pacientes selecionados com enfisema – mostraram-se capazes de influenciar a história natural dos pacientes com DPOC Medicamentos Broncodilatadores. Os broncodilatadores costumam ser usados para obtenção de alívio sintomático nos pacientes com DPOC Agentes anticolinérgicos. O brometo de ipratrópio atenua os sintomas e produz uma melhora aguda no VEF1 Beta-agonistas Esses fármacos proporcionam alívio sintomático. Teofilina. A teofilina produz melhoras modestas nas taxas de fluxo expiratório e na capacidade vital, bem como uma melhora discreta nos níveis arteriais de oxigênio e dióxido de carbono em pacientes com DPOC moderada a grave Oxigênio. A administração de O2 suplementar é a única terapia farmacológica comprovadamente capaz de reduzir as taxas de mortalidade em pacientes com DPOC. EXACERBAÇÕES DA DPOC As exacerbações são um aspecto marcante da história natural da DPOC; elas são episódios de aumento de dispneia e tosse, bem como alterações na quantidade e no caráter do escarro. Podem ou não ser acompanhadas por outros sinais de doença, incluindo febre, mialgias e dor de garganta. A infecção respiratória constitui a principal causa de agudização em pacientes com DPOC. Na maioria dos casos, as características típicas de infecção pulmonar, tais como febre, leucocitose e alterações evidentes na radiografia de tórax, não estão presentes e não são imprescindíveis para o início da antibioticoterapia. Objetivos no tratamento da exacerbação da DPOC 1. Tratar • Infecção, TEP, pneumotórax, isquemia cardíaca, arritmia e ICC 2. Melhorar a oxigenação do paciente • Manter SpO2 entre 90 e 92% 3. Diminuir a resistência das vias aéreas • Broncodilatadores, corticóides e fisioterapia respiratória 4. Melhorar a função da musculatura respiratória • Suporte ventilatório não-invasivo, nutrição adequada, ventilação mecânica Conduta Exacerbação sem necessidade de internação Antibiótico na presença das seguintes condições: • aumento do volume da expectoração; • aumento da intensidade da dispnéia; e • mudança do aspecto da expectoração para purulento. Broncodilatador inalatório: • Iniciar ou aumentar a freqüência de uso de beta-2- agonista de curta duração e/ou brometo de ipratrópio. Corticóide: • Prednisona ou equivalente por via oral. Oxigênio: • Titular a oferta de O2 para manter SpO2 entre 90 e 92% Exacerbação com necessidade de internação Antibiótico: • Em pacientes graves recomenda-se sempre a prescrição de antibiótico, exceto se se identifica uma etiologia não-infecciosa. O tratamento antibiótico pode ser por via oral se o paciente o tolera. Broncodilatador: • β-2-agonista de curta duração a cada 20 minutos - até 3 doses e, em seguida, de 4/4 horas até estabilização; • Brometo de ipratrópio a cada 4 horas; • Xantinas a critério médico. Corticóide: • Hidrocortisona ou metilprednisolona IV por até 72 horas, seguida de prednisona ou equivalente por via oral. Oxigênio: • Titular a oferta de O2 para manter SpO2 entre 90 e 92%. Ventilação invasiva: • na falência ou contra-indicação de ventilação não-invasiva. Fisioterapia respiratória a ser avaliada individualmente.
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