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Nara Stefano Ferramentas da Qualidade Unidade 2 Livro didático digital Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor NARA STEFANO Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Olá. Meu nome é Nara Stefano. Tenho Pós-Doutorado em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina, tenho Doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Fiz Mestrado em Engenharia de Produção, com ênfase na área da qualidade e Produtividade da Universidade Federal de Santa Maria. Graduação em Economia pela Universidade Federal de Santa Maria. Com experiência empresarial na área de Economia e Administração com ênfase em Economia Industrial, Métodos Quantitativos e Custos. Faço diversas assessorias e consultorias em empresas de serviços (pequeno e médio porte) com relação à gestão e implementação de métodos de custeio, principalmente o Activity Based Costing, com várias implantações desses sistemas. Atuo, principalmente, nos seguintes temas de pesquisa: melhoria da performance dos negócios utilizando inteligência artificial (lógica fuzzy) e avaliação do desempenho; avaliação e diagnóstico da aprendizagem tecnológica em incubadoras; evidenciação da Gestão do Conhecimento e Capital Intelectual em empresas de médio e grande porte; implantação de Planejamento Estratégico e Sistemas da qualidade; Gestão de custos; Gestão em serviços; Análise multicriterial; Gestão da inovação e empreendedorismo. Tenho mais de 5 anos de experiência na elaboração de materiais para EaD, experiência em escrita e revisão de livros na área de Administração, Economia, Contabilidade, Logística e Engenharia de Produção. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! Autor NARA STEFANO INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimen- to de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser prioriza- das para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofun- damento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoapren- dizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Iconográficos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro- jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: SUMÁRIO Introdução......................................................................................10 Competências................................................................................11 Ferramentas para o controle e melhoria da qualidade...........12 O porquê do uso das ferramentas........................................................12 As sete ferramentas da qualidade.......................................................16 Ferramentas gerenciais da qualidade...............................................33 PDCA E MASP......................................................................................................41 Bibliografia.....................................................................................49 Ferramentas da Qualidade 9 UNIDADE 02 Ferramentas da Qualidade10 Você sabia que sob um sistema de controle da qualidade, espera-se, por exemplo, encontrar especificações detalhadas de produto e desempenho, um sistema de controle de documentos e procedimentos, matérias-primas e atividades intermediárias de testes e relatórios de produtos, registro de dados elementares de desempenho de processos, e feedback das informações do processo para o pessoal e fornecedores apropriados. Isso mesmo. Com o controle da qualidade, haverá algum desenvolvimento da atividade de inspeção básica em termos de sofisticação de métodos e sistemas, auto inspeção por operadores aprovados, uso de informações e as ferramentas e técnicas que são empregadas. Embora o principal mecanismo para impedir que produtos e serviços fora da especificação sejam entregues aos clientes é a inspeção de triagem, as medidas de controle da qualidade levam a um maior controle do processo e a uma menor incidência de não conformidade. Mas como controlar a qualidade? Para tanto existe ferramentas, as amis simples as mais complexa? Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo das ferramentas da qualidade! INTRODUÇÃO Ferramentas da Qualidade 11 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Conhecer o porquê do uso das ferramentas. 2. Compreender as sete ferramentas da qualidade. 3. Identificar as ferramentas gerencias da qualidade 4. Verificar o que é PDCA e MASP Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! COMPETÊNCIAS Ferramentas da Qualidade12 Ferramentas para o controle e melhoria da qualidade Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que são e para que servem as ferramentas da qualidade. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram utilizar essas ferramentas sem a devida instrução tiveram problemas ao coloca-las em prática. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! O porquê do uso das ferramentas Os carpinteiros usam um kit de ferramentas projetadas para funções específicas. Seus martelos, por exemplo, são usados para pregar pregos e suas serras para o corte de madeira. Estes e outros permitem que um carpinteiro construa casas. Eles, os carpinteiros, são as ferramentas físicas. Os carpinteiros usam um kit de ferramentas (Figura 1) projetadas para funções muito específicas. Seus martelos, por exemplo, são usados para a condução de pregos e suas serras para o corte de madeira. Estes e outros permitem que um carpinteiro construa casas. Eles são ferramentas físicas. Ferramentas da Qualidade 13 Figura 1 – Analogia de um kit de ferramenta com as ferramentas da qualidade Fonte: Freepik As ferramentas da qualidade total também permitem que os funcionários de hoje, sejam engenheiros, tecnólogos, trabalhadores de produção, gerentes ou funcionários do escritório, façam seu trabalho. Praticamente ninguém pode funcionar em uma organização que tenha adotado a qualidade total sem algumas ou todas essas ferramentas. Ao contrário do kit do carpinteiro, essas são ferramentas intelectuais. Eles não são de madeira e aço para serem usados com músculos; elas são ferramentas para coletar e exibir informações de maneira a ajudar o cérebro humano a captar pensamentos e ideias. Quando pensamentos e ideias são aplicados a processos físicos, os processos produzem melhores resultados. Quando eles são aplicados à resolução de problemas ou à tomada de decisões, melhores soluções e decisões são desenvolvidas. Em 1968, Kaoru Ishikawa escreveu um livro intitulado Gemba no QC Shuho para introduzir técnicas e práticas de controle da qualidade aos trabalhadores doJapão. Foi Ferramentas da Qualidade14 projetado para ser “usado para auto estudo; treinamento de funcionários por capatazes; ou em grupos de leitura de QC (quality circle)” no local de trabalho japonês. É neste livro que as sete ferramentas básicas de controle da qualidade foram apresentadas pela primeira vez. Em 1971, uma tradução em inglês do livro de Ishikawa, intitulada Guide to Quality Control, foi publicada pela Asian Productivity Organization. Este livro tem sido amplamente utilizado e ainda é um recurso valioso ao usar as sete ferramentas básicas. As sete ferramentas básicas de controle da qualidade, como originalmente identificadas Ishikawa, são: Estratificação; Folha de verificação; Diagrama de Pareto; Diagrama de causa e efeito; Histograma; Diagrama de dispersão e; Gráfico de controle. Essas sete são consideradas as ferramentas tradicionais porque são as apresentadas no livro de Ishikawa. No entanto, outra ferramenta básica, o fluxograma, é considerada igualmente valiosa. Como o fluxograma é uma ferramenta tão valiosa, ele às vezes substitui uma ferramenta menos usada (como diagramas de dispersão) na lista de sete. Dependendo de qual livro ou artigo você ler, uma lista das sete ferramentas básicas pode excluir uma ou mais das listadas acima e incluir um favorito pessoal do autor específico. Independentemente de quais ferramentas estão listadas, o critério fundamental é que a ferramenta seja uma técnica estruturada para coletar e analisar dados. As ferramentas de identificação são a folha de verificação e o fluxograma. Ambos são usados para ajudar a identificar e quantificar onde e quais problemas existem. Uma vez identificada uma área problemática, as ferramentas de priorização podem ser usadas. As ferramentas de priorização consistem em histogramas, gráficos de Pareto e gráficos. Essas ferramentas ajudam o usuário a organizar, entender, interpretar e apresentar os dados coletados. Ferramentas da Qualidade 15 Com essas informações, o usuário agora pode priorizar quais problemas trabalhar e em que ordem eles devem ser tratados. NOTA: Como essas ferramentas fornecem gráficos e tabelas muito fáceis de entender, elas também podem ser consideradas as principais ferramentas de comunicação do grupo. Com um problema específico identificado, as ferramentas de análise podem ser usadas. As ferramentas de análise são o diagrama de causa e efeito, o diagrama de dispersão e as cartas de controle (histogramas também podem ser considerados uma ferramenta de análise). Essas ferramentas são usadas para examinar e investigar as causas do problema. Eles também podem sugerir possíveis ações corretivas. Deve-se notar que 70 a 80% de todos os problemas podem ser resolvidos usando planilhas de cheques, diagramas de Pareto e diagramas de causa e efeito. As ferramentas de gerenciamento da organização ajudam a organização a coletar e analisar dados para que os funcionários entendam e interpretem informações facilmente. Os modelos de gerenciamento da qualidade exigem planejamento extensivo e coleta de informações relevantes sobre os usuários finais. Os feedbacks e expectativas dos clientes precisam ser cuidadosamente monitorados e avaliados para fornecer produtos da qualidade superior. As ferramentas de gerenciamento da qualidade auxiliam os funcionários a identificar os problemas comuns que estão ocorrendo repetidamente e também suas causas Ferramentas da Qualidade16 principais. Também, as ferramentas de gestão da qualidade desempenham um papel crucial na melhoria da qualidade dos produtos e serviços. Com a ajuda das ferramentas de Gestão da Qualidade, os funcionários podem facilmente coletar os dados, bem como organizar os dados coletados, o que ajudaria ainda mais na análise dos mesmos e, eventualmente, chegar a soluções concretas para produtos de melhor qualidade. As ferramentas de gerenciamento da qualidade facilitam a compreensão dos dados e permitem que os funcionários identifiquem os processos para corrigir defeitos e encontrar soluções para problemas específicos. Sobre as sete ferramentas da qualidade Pezzato et al. (2018) destaca: A utilização das sete ferramentas contribui para o controle e a melhoramento da qualidade, uma vez que permitem a organização de dados e informações a serem utilizadas em todos os processos organizacionais. Dessa forma, o principal objetivo da aplicação das ferramentas é identificar os maiores problemas por meio das análises adequadas, visando à melhor solução deste. A seguir na próxima seção iremos discutir sobre as sete ferramentas da qualidade. As sete ferramentas da qualidade As sete ferramentas discutidas a seguir, representam aquelas geralmente aceitas como ferramentas básicas da qualidade total. Alguns autores incluiriam outros, e discutiremos alguns dos outros brevemente neste capítulo. Pode-se argumentar que o JIT (Just-in-time), o controle estatístico de processos e a implantação de funções de qualidade são ferramentas da qualidade total. Mas estas Ferramentas da Qualidade 17 são mais do que ferramentas: são sistemas completos sob o guarda-chuva da qualidade total. Uma ferramenta, como um martelo, existe para ajudar a fazer um trabalho. Se o trabalho inclui melhoria contínua (Figura 2), resolução de problemas ou tomada de decisão, então essas sete ferramentas se encaixam na definição. Cada uma dessas ferramentas é uma forma de gráfico para a coleta e exibição de tipos específicos de dados. Figura 2 – Melhoria contínua Fonte: Pixabay Por meio do recurso de coleta e exibição, os dados tornam- se informações úteis, que podem ser usadas para resolver problemas, aprimorar a tomada de decisões, acompanhar o trabalho que está sendo feito e até prever o desempenho e os problemas futuros. Os gráficos organizam os dados para que os indivíduos possam compreender imediatamente a mensagem. Isso seria praticamente impossível sem os gráficos, dado a quantidade imensa de dados que estão presentes no local de trabalho. Vamos ver essas ferramentas? A) Estratificação A estratificação é uma ferramenta simples, apesar de seu nome. Envolve investigar a causa de um problema Ferramentas da Qualidade18 agrupando dados em categorias. Os grupos podem incluir dados relativos ao ambiente, às pessoas envolvidas, à (s) máquina (s) usada (s) no processo, materiais e assim por diante. Agrupar dados por elemento ou característica comuns facilita a compreensão dos dados e a obtenção de insights deles. A Figura 3 o exemplo de informações estratificadas mostra em uma empresa, com relação ao número de acidentes do trabalho o qual pode ser estratificado por setor, por tipo de acidente, por período etc. Figura 3 – Exemplo de gráfico estratificado Fonte: Oliveira (2015, p. 64) Não há nenhum limite nas direções que a estratificação pode tomar. Por exemplo, os operadores poderiam ter sido estratificados por idade, treinamento, sexo, estado civil, equipes, experiência ou outros fatores. As máquinas poderiam ter sido estratificadas por idade, data de manutenção, ferramentas e localização (e no caso de máquinas semelhantes, mas não idênticas, por marca Ferramentas da Qualidade 19 e número do modelo). De maneira similar, procedimentos operacionais, ambiente, inspeção, tempo, materiais e assim por diante, podem ser introduzidos. B) Folha de verificação Folhas de verificação são formulários usados para coletar dados sistematicamente. Eles dão ao usuário um “lugar para começar’ (um grande obstáculo para alguns) e fornecem uma estrutura para coletar os dados. Eles também ajudam o usuário a organizar os dados para uso posterior. Os dados reunidos em uma folha de verificação podem ser usados na construção de histogramas, gráficos de Pareto, cartas de controle, etc. Os benefícios primários das folhas de verificação são que eles são muito fáceis de usar e entender e podem fornecer um panorama claro da situação. As folhas de verificação permitemessencialmente que o usuário fale com fatos (um princípio fundamental do gerenciamento da qualidade total). A Figura 4 mostra um exemplo de folha de verificação. Figura 4 – Exemplo de folha de verificação para defeitos. Fonte: Carpinetti (2016, p. 78) Ferramentas da Qualidade20 Existem muitos tipos de folhas de verificação que podem ser e estão sendo usadas. Alguns tipos podem ser: folhas de verificação de localização de defeitos, folhas de verificação de registro e folhas de verificação de causa do defeito (Quadro 1). Quadro 1: Tipos de folha de verificação. Fonte: Elaborado pela autora (2019) Tipo de folha de verificação Breve descrição De localização de defeitos É um esboço, desenho ou imagem do produto sendo produzido. A localização e a natureza dos problemas ou defeitos são marcadas no diagrama. Esse tipo de folha de verificação geralmente leva a uma rápida ação corretiva. De verificação de registro É usada para contar o número de ocor- rências de diferentes tipos de defeitos. Ao saber qual tipo de defeito ocorre com mais frequência, ações apropria- das podem ser tomadas para reduzir o número total de defeitos. De causa do defeito Quando se quer mais informações sobre a causa de um defeito são ne- cessárias, uma folha de verificação de causa de defeito é usada. Portanto, a folha ou lista de verificação pode ser útil de várias maneiras. No contexto da qualidade, para é investigar a relação cliente-fornecedor (a técnica pode ser aplicada a clientes internos ou externos). Pode ajudar a investigar os requisitos e prioridades do cliente, na melhoria e definição dos processos e na criação de uma avaliação do desempenho de tais processos e na satisfação do cliente. Ferramentas da Qualidade 21 Qualquer aplicação em particular pode usar perguntas mais detalhadas ou específicas e pode ser apoiada pela aplicação selecionada de medidas estatísticas. C) Diagrama de Pareto O princípio de Pareto foi definido pela primeira vez em um artigo escrito pelo Dr. Joseph M. Juran em 1950. Enquanto estudava defeitos da qualidade como jovem engenheiro na década de 1920, o Juran observou um fenômeno que ele chamou de “os poucos vitais e muitos triviais”. Ele descobriu que, se os defeitos da qualidade fossem organizados em ordem de frequência de ocorrência, relativamente poucos desses defeitos representavam a maior parte dos defeitos. Mais tarde, em seus trabalhos, Juran novamente observou que um fenômeno semelhante existia no absenteísmo dos funcionários, causas de acidentes e outras áreas gerenciais. No final da década de 1930, enquanto trabalhava temporariamente na General Motors, um dos executivos revelou à Juran que esse fenômeno também existia em outros campos. Durante esse período, o Dr. Juran descobriu o trabalho de Vilfredo Pareto, um economista do século 19 que havia feito extensos estudos sobre a distribuição desigual da riqueza. Pareto observou que 80% da riqueza pertencia a apenas 20% da população. Pareto desenvolveu vários modelos matemáticos para quantificar essa distribuição desigual. A observação de Pareto a respeito da economia foi semelhante à observação de Juran. O poder do princípio de Pareto vem de como ele é ilustrado por meio do gráfico de Pareto e da facilidade com que esse gráfico pode ser entendido. Um gráfico de Pareto é basicamente um gráfico de barras no qual as barras são organizadas em ordem decrescente de altura, começando à esquerda. Ferramentas da Qualidade22 A Figura 5, mostra o exemplo de um gráfico de Pareto para a frequência de problemas em serviço de distribuição e entrega. Figura 5 – Exemplo de gráfico de Pareto. Fonte: Oliveira (2015, p. 67) Para realizar a análise de Pareto Carpinetti (2016) menciona as seguintes etapas: 1. escolher os tipos de problemas ou causas que se deseja comparar. Essa escolha é realizada com dados coletados ou por meio do brainstorming (discussão em grupo); 2. eleger a unidade de comparação. 3. definir o período de tempo sobre o qual dados serão levantados; 4. coletar os dados no local; 5. listar as categorias da esquerda para a direita no eixo horizontal na ordem de frequência de ocorrência; 6. acima de cada categoria, desenhar um retângulo cuja altura signifique a frequência ou custo para tal categoria; e 7. do topo do mais alto retângulo, uma linha pode ser acrescentada para significar a frequência cumulativa das categorias. Ferramentas da Qualidade 23 DEFINIÇÃO: O brainstorming é um método de gerar ideias, normalmente composto por 4 ou 12 indivíduos para solução de problemas. O processo é relativamente simples. O líder do grupo descreve o problema e responde a todas as perguntas enviadas pelos membros. Depois disso, o grupo gera ideias que são gravadas sem comentários ou anotadas em quadros brancos ou às vezes em adesivos post- it. Após cerca de meia hora (ou quando as ideias terminam), as ideias são avaliadas pelo grupo. Aqueles que oferecem mais valor aparente estão sendo submetidos a uma avaliação mais aprofundada que em que se pode desenvolver essas ideias. Portanto, os gráficos de Pareto têm uma variedade de aplicações. Além de fornecer um meio para estudar e melhorar a qualidade, eles também fornecem um meio para estudar e melhorar a eficiência, desperdício de material, conservação de energia, questões de segurança, reduções de custo, etc. D) Diagrama de causa e efeito (ou diagrama de Ishikawa) O diagrama de causa e efeito foi elaborado por Kaoru Ishikawa em 1943, no momento em que ele explicava a alguns engenheiros da Kawasaki Steel Works como muitos fatores podem ser resolvidos e relacionados. Por esse motivo, esse diagrama também é conhecido como diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe. Esse diagrama é geralmente utilizado onde há apenas um problema e as possíveis causas são de natureza hierárquica. O efeito (um problema específico ou uma característica/ condição da qualidade) é considerado como sendo a cabeça, e as possíveis causas e sub causas do problema ou Ferramentas da Qualidade24 característica/condição da qualidade, a estrutura “óssea do peixe”. Os diagramas ilustram de maneira clara as possíveis relações entre algum efeito identificado e as causas que o influenciam. Eles também ajudam a descobrir as causas de um problema e a gerar ideias de melhoria. É importante definir claramente o problema ou anormalidade, fornecendo o máximo de detalhes possível para permitir a identificação de possíveis causas. Essa pode ser uma tarefa difícil, e o líder da equipe deve assumir a responsabilidade de definir um problema gerenciável (se for muito grande, pode ser necessário subdividir em vários subproblemas) para garantir que os esforços e contribuições da equipe sejam maximizados de maneira construtiva. Existem três tipos de diagrama: 1) Diagrama de causa e efeito 5M – a estrutura ou ramos principais do “osso’ compreendem tipicamente Maquinaria, Mão de obra, Método, Material e Manutenção. Muitas vezes as equipes omitem a manutenção e, portanto, usam um diagrama 4M, enquanto outras podem adicionar um sexto M (Meio ambiente). O diagrama 4M, 5M ou 6M é útil para aqueles com pouca experiência na construção de diagramas de causa e efeito. Em áreas não manufatureiras, os quatro Ps (Políticas, Procedimentos, Pessoas e Planta – fábrica) são às vezes considerados mais apropriados. 2) Diagrama de causa e efeito do processo: geralmente é usado quando o problema encontrado não pode ser isolado em uma única seção ou departamento. Assim, é comum mapeá-lo usando um fluxograma e procurar identificar as possíveis causas do problema em cada estágio do processo. Se o fluxo de processo é tão grande a ponto de ser incontrolável, os subprocessos ou etapas do processo devem ser identificados separadamente. Cada etapa do processo é então discutida e ideias desenvolvidas, usando, por exemplo, um formato 4M, 5M ou 6M. As principais causas são identificadas para análise posterior. Ferramentasda Qualidade 25 3) Diagrama de causa-e-efeito de análise de dispersão –é normalmente usado depois que um diagrama 4M/5M/6M foi concluído. As principais causas identificadas pelo grupo são então tratadas como ramos separados e expandidas pela equipe. A Figura 6 apresenta um exemplo do diagrama causa- e-efeito para causas da alta dispersão do resultado de um processo de fabricação. Figura 6 – Exemplo de diagrama causa-e-efeito Fonte: Carpinetti (2016, p. 84) Portanto, o diagrama de Ishikawa é útil para explorar questões pouco conhecidas e tem poder como um dispositivo para incentivar a participação entre os afetados pelo processo que está sendo investigado. Também pode ser usado em sentido inverso como um diagrama de “efeito de solução”. Isso permite a exploração das consequências de um curso de ação proposto. Ferramentas da Qualidade26 E) Histograma O histograma é um tipo de gráfico de barras que exibe visualmente a variabilidade de um produto ou processo. Ele mostra as várias medidas de tendência central (média, moda e média). Ele pode ser usado para ilustrar se as especificações do produto estão sendo atendidas. Um histograma também pode ser usado para estudar e identificar a distribuição da variável em estudo. A construção de um histograma se dá por meio de dois eixos. A linha de base (eixo x) é dividida de acordo com as divisões dos dados, e a frequência de exibição vertical (eixo y). Uma barra (ou coluna) é desenhada para cada divisão. É convencional que os comprimentos dos grupos (eixo x) sejam iguais, o que significa que a variação nas barras é apenas na altura. Oliveira (2016, p. 66) destaca as seguintes etapas para a construção do histograma: 1. coletar os dados e ordená- los sequencialmente; 2. escolher o número de classes e determinar o tamanho da classe; 3. determinar os valores extremos para cada classe; 4. contar e registrar o número de elementos em cada classe; 5. construir o diagrama de barras. No entanto, em circunstâncias em que o comprimento do grupo é desigual, a largura da barra também pode ser alterada, isto é, pode ser proporcional à frequência correspondente. A altura é definida como proporcional à proporção: frequência do grupo/comprimento do grupo. A Figura 7, mostra um exemplo de histograma, em que se está́ controlando o peso de determinado produto. Ferramentas da Qualidade 27 Figura 7 – Exemplo de histograma Fonte: Oliveira (2015, p. 66) Portanto, os histogramas são uma maneira visual simples de visualizar dados que destacam situações não normais. Quando estes são identificados, os dados podem, se necessário, ser analisados mais detalhadamente. A imagem vista pode dar conselhos úteis para as equipes que tentam estabelecer fatos sobre o que está acontecendo. F) Diagrama de dispersão Diagramas ou gráficos de dispersão (Figura 8) são usados ao examinar a possível relação ou associação entre duas variáveis, características ou fatores; eles indicam o relacionamento como um padrão – causa e efeito. Por exemplo, uma variável pode ser um parâmetro do processo Ferramentas da Qualidade28 (temperatura, pressão, velocidade do parafuso), e a outra pode ser alguma característica ou característica mensurável do produto (comprimento, peso, espessura). Figura 8 – Exemplo de diagrama ou gráfico de dispersão Fonte: Carpinetti (2016, p. 90) Alguns padrões de relacionamento entre duas variáveis mostrados na Figura 8 são: (a) relação positiva: a elevação de uma variável leva a elevação de outra; (b) relação negativa: a elevação de uma variável leva à redução da outra variável; (c) relação ausente: a variação de uma variável não leva a uma variação sistemática da outra variável. EXPLICANDO MELHOR: Como o parâmetro do processo é alterado (variável independente), é anotado, juntamente com qualquer alteração medida na variável do produto (variável dependente), e isso é repetido até que dados suficientes tenham sido coletados. Os resultados, quando plotados em um gráfico, fornecem o que é chamado de gráfico de dispersão, gráfico de dispersão ou diagrama de dispersão. Ferramentas da Qualidade 29 Também, dependendo da tecnologia, é frequentemente útil estabelecer a associação, se houver, entre dois parâmetros ou fatores. Uma técnica para iniciar tal análise é um simples gráfico X-Y dos dois conjuntos de dados. O agrupamento resultante de pontos nos diagramas de dispersão revelará se existe uma correlação forte ou fraca, positiva ou negativa, entre os parâmetros. Portanto, os diagramas são simples de construir e fáceis de interpretar, e a ausência de correlação pode ser tão reveladora quanto encontrar um relacionamento. G) Gráfico de controle Em 1920 Shewhart fez essa distinção entre as causas especiais e as comuns para melhorar os processos por meio do uso de técnicas estatísticas. Shewhart, então funcionário da Bell Laboratories, desenvolveu a tabela de controle o viria ser o gráfico de controle. Um gráfico de controle é um tipo especial de gráfico de execução com limites. Mostra a quantidade e a natureza da variação no processo ao longo do tempo. Também permite a interpretação de padrões e a detecção de alterações no processo. IMPORTANTE: Existem três razões principais para usar um gráfico de controle. Primeiro, ele é usado para monitorar um processo a fim de determinar se o processo está operando apenas com causas ocasionais de variação. Se for, então o processo é dito estar no controle estatístico. Se não for, então o processo é dito fora de controle. Se o processo estiver fora de controle, o gráfico de controle poderá ser usado para ajudar a identificar as causas atribuíveis da variação e corrigir o processo. Segundo, são usados para estimar os parâmetros de um processo. Em terceiro lugar, são usados para reduzir a variabilidade de um processo. Ferramentas da Qualidade30 O tipo de gráfico de controle depende do tipo de dados usados em sua construção. Se os dados forem baseados em medições (como quilos, centímetros, milímetros, etc.), então os dados serão contínuos e um gráfico de variáveis será usado. Se os dados forem baseados em contagem (como o número de defeitos em um produto), os dados serão discretos e um gráfico de atributos será usado. Existem dois tipos de gráficos de controle de variáveis. Um, baseado em médias, é chamado de gráfico da barra ( ). O ( ́) é acompanhado por um gráfico de amplitude (R) ou de desvio padrão (S). O segundo tipo de gráfico de controle de variáveis é baseado nas medidas individuais e é chamado de gráfico X. É acompanhado por um de alcance móvel (MR). Existem quatro tipos de gráficos de controle para atributos: p, np, c e u. O p plota a fração não-conforme; o np plota o número não-conforme; o c traça o número de não- conformidades. O u plota o número de não-conformidades por unidade. Assim, quando registramos a média e a amplitude das amostras em gráficos cujos limites e linha central correspondam ao modelo estatístico de variabilidade da média e da amplitude da amostra, os pontos no gráfico devem se distribuir aleatoriamente em torno da linha central e dentro dos limites definidos, como ilustrado na Figura 9a e Figura 9b. Ferramentas da Qualidade 31 Figura 9 – Ilustração para o gráfico de controle Fonte: Carpinetti (2016, p. 92) Quando possui causas esporádicas, além das causas crônicas, estão intervindo na estabilidade do processo, a distribuição dos pontos no gráfico apresentará pontos fora dos limites do gráfico ou com uma distribuição não aleatória, (Figura 9b). De forma sucinta o Quadro 2 apresenta uma síntese das sete ferramentas da qualidade. Ferramentas da Qualidade32 Quadro 2 – Sintese das sete ferramentas da qualidade Fonte: Elaborado pela autora (2019) Ferramenta Breve descrição Estratificação Gráficos de camadas que colocam cada conjunto de dados sucessivamente sob o anterior. Folha de verificação Para fornecer um registro de qualidade. Diagrama de Pareto Usado paraidentificar as principais causas dos problemas. Diagrama causa e efeito Gráficos de causa e efeito nos processos. Histograma Gráficos usados para exibir a frequência de intervalos de valores, por exemplo, de uma quantidade. Diagrama de dispersão Usado para ajudar a determinar se existe uma correlação entre dois fatores. Gráfico de controle Usado como um dispositivo no controle de processo estatístico. Portanto, é importante ressaltar que as sete ferramentas da qualidade e a sua utilização se dão principalmente com o objetivo de centrar as equipes em problemas e determinar algumas zonas focos para serem trabalhados. Em outras palavras, essas são ferramentas de gerenciamento da qualidade e não somente ferramentas de análise numéricas. Ferramentas da Qualidade 33 SAIBA MAIS: Quer se aprofundar no tema “ferramentas da qualidade”? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “Aplicação das Ferramentas da Qualidade na Solução de Problemas de Contaminação em uma Fábrica de Chocolate” (CORREA e OLIVEIRA) acessível pelo link http://revistas.poli.br/~anais/ index.php/repa/article/view/557. (Acesso em 21/08/2019). Ferramentas gerenciais da qualidade As ferramentas de gerenciamento da qualidade ajudam as organizações a identificar, analisar e avaliar dados qualitativos e quantitativos relevantes para seus negócios. Essas ferramentas podem identificar procedimentos, ideias, estatísticas, causa e efeito, preocupações e outras questões relevantes para suas organizações. Cada uma dessas atividades pode ser utilizada para melhorar a eficácia, eficiência, padronização e qualidade geral dos procedimentos, produtos ou ambiente de trabalho. A) Diagrama de relações É usado para identificar, entender e esclarecer relações complexas de causa e efeito para encontrar as causas e soluções para um problema e para determinar os fatores- chave na situação em análise. Esse diagrama, também, é empregado para identificar os principais problemas de algum resultado desejado. O diagrama de relação pode ser considerado uma versão mais livre e ampla do um diagrama de Ishikawa. A Figura 10 mostra o diagrama de relações de causa e efeito: causas para alta dispersão de um processo de fabricação. http://revistas.poli.br/~anais/index.php/repa/article/view/557 http://revistas.poli.br/~anais/index.php/repa/article/view/557 Ferramentas da Qualidade34 Figura 10 – Ilustração de um diagrama de relações Fonte: Carpinetti (2016, p. 100) Portanto, os diagramas de relações são usados quando as causas são não hierárquicas e quando há vários problemas inter-relacionados; eles tendem a ser usados quando há um forte sentimento de que o problema em discussão é apenas um sintoma. Eles permitem que o problema seja analisado a partir de uma perspectiva ampla, já que uma estrutura específica não é empregada e permite o uso do pensamento multidirecional em vez do linear. B) Diagrama de afinidades Organiza um grande número de ideias em seus relacionamentos naturais, é a saída organizada de uma sessão de brainstorming. É utilizado para gerar, organizar e consolidar informações relacionadas a um produto, processo, problema complexo ou problema. Depois de gerar ideias, agrupe-as de acordo com sua afinidade ou semelhança. Esse método de criação de ideias aproveita a criatividade e a intuição de uma equipe. Foi criado na década de 1960 pelo antropólogo japonês Jiro Kawakita. O diagrama de afinidade auxilia um grupo a desenvolver seu próprio sistema de pensamento sobre um problema complexo. Um grupo pode usar esse diagrama Ferramentas da Qualidade 35 em qualquer estágio em que precise gerar e organizar uma grande quantidade de informações. A Figura 11 ilustra dois diagramas, agrupando fatores relacionados ao Planejamento e Controle da Produção e manutenção. Figura 11 – Ilustração de um diagrama de afinidades Fonte: Carpinetti (2016, p. 95) Ferramentas da Qualidade36 Três passos são necessários para construir um diagrama de afinidade: (i) escolher um facilitador quer será o responsável por liderar o grupo por meio das etapas para criar o diagrama de afinidade; (ii) indicar a causa ou problema, antes de começar, o grupo deve declarar o problema ou problema a ser tratado; muitas vezes é útil afirmar o problema na forma de uma pergunta ; e (iii) faça um brainstorming e registre ideias. C) Diagrama em arvore Esse diagrama é usado para examinar, de maneira sistemática, os meios mais apropriados e eficazes de planejar para realizar uma tarefa (“como fazer”) ou resolver um problema; os eventos são representados na forma de um relacionamento de “raiz e ramificação”. O diagrama em arvore, também, exibe em detalhes cada vez maiores os meios e caminhos necessários para atingir um objetivo específico ou para esclarecer os componentes que levam à causa raiz de um problema. A Figura 12 ilustra a utilização de um diagrama em árvore para representar o desdobramento de um requisito de produto (sapato) declarado pelo cliente. Ferramentas da Qualidade 37 Figura 12 – Ilustração de um diagrama em árvore Fonte: Carpinetti (2016, p. 95) O diagrama em arvore é utilizado quando as causas que influenciam o problema são conhecidas, mas um plano e um método para resolver o problema precisam ser desenvolvidos. Eles também podem ser úteis quando uma tarefa é considerada simples, mas há dificuldades de implementação. Portanto, este tipo de diagrama é geralmente usado para avaliar vários e diferentes métodos e planos para resolver um problema e, assim, auxiliar na implementação. Também o diagrama em árvore é empregado para identificar dependências em uma determinada situação e procurar as oportunidades mais adequadas de melhoria. D) Matriz de priorização É uma técnica útil para identificar quais problemas são os mais importantes para serem resolver primeiro. A Ferramentas da Qualidade38 matriz ajuda a classificar problemas ou aqueles gerados por meio do brainstorming, usando critérios ponderados que são importantes para o um projeto ou organização. É útil em definir e melhorar fases as quais precisam priorizar, ou alcançar consenso sobre um problema ou solução proposta. Como exemplo de matriz de priorização podemos mencionar a matriz usada no FMEA (Fault Mode and Effect Analysis) e a do método QFD (Quality Function Deployment). A Figura 13, lustra a matriz de priorização usada no QFD. Figura 13 – Ilustração de uma matriz de priorização tipo QFD Fonte: Carpinetti (2016, p. 98) Portanto para criar a matriz de priorização é preciso: (i) desenvolver critérios que são importantes para os problemas/soluções listados que foram gerados a partir da equipe ou sessão de brainstorming; (ii) listar os critérios em um quadro; (iii) dar peso aos critérios de peso e computar uma pontuação somando pontuações de todos os Ferramentas da Qualidade 39 membros para um critério específico; (iv) classificar itens em relação a critérios estabelecidos com base em sistemas de pontuação selecionados; e (v) adicionar o total de todas as classificações dos membros da etapa 4 e multiplique pelo peso dos critérios. Pontuações altas indicam as melhores opções. E) Matriz de relações Essa matriz visa detectar a existência de afinidades ou relações entre variáveis. Um exemplo do uso da matriz de relações encontra-se na casa da qualidade do método QFD (Figura 14). A casa da qualidade é a voz da ferramenta de análise de clientes e um componente-chave da técnica de implantação funcional da qualidade. Começa com a voz do cliente. É uma ferramenta para traduzir o que o cliente deseja em produtos ou serviços que atendam ao cliente em termos de valores de design de engenharia, criando uma matriz de relacionamento. Figura 14 – Ilustração de uma matriz de relações: a casa da qualidade Fonte: Carpinetti (2016, p. 100) Ferramentas da Qualidade40 A casa da qualidade, envolve o estudo das necessidades do cliente, os requisitosdo cliente podem ser na forma de uma pesquisa de marketing direcionada a um determinado grupo. Pode não funcionar bem para produtos existentes, mas os resultados são bastante eficientes se a empresa estiver procurando resolver um grande problema em um projeto. Normalmente, o objetivo desta pesquisa é descobrir o que os consumidores querem nos produtos e serviços, isto é, os requisitos. Portanto, a casa da qualidade serve como um bom caminho entre os requisitos do cliente e as variáveis da engenharia. F) Diagrama de processo decisório (ou Process Decision Program Charts – PDPC) O diagrama de processo decisório é uma ferramenta utilizada para entender uma meta com relação às etapas necessárias para atingi-las. No gerenciamento de projetos, o gerente precisa identificar sistematicamente as tarefas caso o plano que está sendo desenvolvido possa dar errado e, dessa forma, tomar contramedidas para evitar que os problemas se agravem. A Figura 15 mostra um exemplo de processo de decisão. Figura 15 – Exemplo de processo de decisão na construção de um diagrama de processo decisório Fonte: Carpinetti (2016, p. 101) Ferramentas da Qualidade 41 Para criar os diagramas de processo decisório é necessário desenvolver um diagrama de árvore com base no plano proposto, realizar um brainstorm sobre o que poderia dar errado em todas as tarefas escritas no diagrama em árvore. Em seguida, revisar os possíveis problemas e aparar os que são insignificantes. Para cada problema identificado, criar as contramedidas necessárias. G) Diagrama de atividades Em muitos projetos ou atividades (Figura 16), o trabalho é dividido em um conjunto de tarefas interdependentes, em que a ordem das tarefas é importante, mas em que algumas tarefas podem ser executadas simultaneamente. Figura 16 – Ilustração de um diagrama de atividades Fonte: Carpinetti (2016, p. 102) Portanto, o Diagrama de Atividades permite que este ordenamento seja exibido em um diagrama simples (também conhecido como PERT/CPM – Programmed Evaluation and Review Technique/Critical Path Method). PDCA E MASP O ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act) (Figura 17) foi originalmente concebido por Walter Shewhart em 1930 e posteriormente adotado por W. Edwards Deming. O modelo fornece uma estrutura para o aprimoramento de um processo ou sistema. Ele pode ser usado para orientar todo o projeto de melhoria ou para desenvolver projetos específicos, uma vez que áreas de melhoria foram identificadas. Ferramentas da Qualidade42 Figura 17– Ciclo PDCA PLA N PDCA ACT DO CHE CK O ciclo PDCA é projetado para ser usado como um modelo dinâmico. A conclusão de uma volta do ciclo flui para o começo do próximo. Seguindo no espírito de melhoria contínua da qualidade, o processo pode sempre ser reanalisado e um novo teste de mudança pode começar. Este ciclo contínuo de mudança é representado na rampa de melhoria. Cada etapa do PDCA pode ser descrita da seguinte forma (Quadro 3): Ferramentas da Qualidade 43 Quadro 3 – Etapas do PDCA Etapas do PDCA Breve descrição Plan (Planejamento) Compreende a etapa em que todas as ativida- des são delineadas, tendo a missão e a visão da empresa como um guia de pontos, além de outros documentos que possam interessar, como pa- drões, por exemplo. O planejamento deve apontar todos os parâmetros da atividade, como deve ser executada, recursos necessários financeiros, materiais e humanos, prazos e todas as informa- ções sobre as características da ação planejada, como em um projeto em si. É também na fase de planejamento que muitas vezes são identificadas necessidades escondidas pela rotina ou até por conveniência. Objetivos e métodos para alcançá- -los são todos definidos nesta fase. Por isso que este é o momento adequado para identificar as fraquezas e forças organizacionais e desenvolver estratégias para converter fraquezas em pontos fortes e fortes em pontos de excelência. Do (Fazer) Fazer é colocar em prática tudo o que foi plane- jado na fase de planejamento. Este é o momento de treinar e educar os colaboradores, além de implementar todas as práticas de acordo com o escopo do projeto. Simultaneamente, pode ser uma pré-auditoria, quando os pontos positivos e negativos do plano devem ser identificados e registrados como forma de garantir que todos os objetivos previamente estabelecidos sejam alcan- çados em sua plenitude. Esta informação também será útil durante a fase de verificação das ações implementadas. Ferramentas da Qualidade44 Check (Checar) É a fase que mais envolve indicadores e métricas de desempenho, e compreende a comparação entre os resultados planejados e alcançados. Auditorias, análises de processos, avaliações e pesquisas de satisfação são muito comuns nesta etapa. Nenhuma inconsistência fundada significa o seguimento satisfatório do ciclo. Caso contrário, é hora de começar a próxima fase: Agir Act (Agir) Se os resultados são os esperados, nada deve ser feito no momento em que qualquer coisa é detectada, quando é necessário executar medidas corretivas para trazer o projeto de volta ao escopo humano estabelecido. Além de implementá-las, uma fase de investigação também pode ser utili- zada para padronizar os processos de funciona- mento, como forma de registrar informações que podem ser aproveitadas posteriormente. Fonte: Elaborado pela autora (2019) Sobre o PDCA Carpinetti (2016, p. 4) destaca o seguinte: O método básico de gestão da qualidade é o ciclo PDCA de análise da situação atual, planejamento de ações, ação, revisão de progresso e replanejamento de ações. O PDCA se aplica tanto para a gestão estratégica como para gestão das operações. A aplicação do PDCA pode ser assistida por um conjunto de técnicas, qualitativas ou quantitativas, que auxiliam os processos de tomada de decisão do ciclo PDCA para a gestão da qualidade e melhoria. Quando usadas em nível estratégico, em geral as técnicas auxiliam a: identificar prioridades de melhoria; identificar e analisar causas fundamentais; planejar ações de melhoria e avaliar progresso. Quando usadas em nível operacional, em geral as técnicas auxiliam a: controlar a conformidade da produção (atendimento de requisitos); reduzir ou evitar custos da não qualidade. Ferramentas da Qualidade 45 O procedimento proposto pelo PDCA implica avaliação constante de todo o sistema, possibilitando a detecção precoce de possíveis falhas ou pontos de melhoria. Essa ideologia torna necessária a realização de auditorias detalhadas em todas as etapas do trabalho. Cada vez que o PDCA é completado, ocorre a melhoria contínua e, posteriormente, a melhoria do conhecimento dos envolvidos com a atividade em questão, por consequência. Na verdade, é um método de gestão da qualidade total, que pode (e deve) também incluem a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. O PDCA tem o objetivo de controlar e alcançar resultados eficazes e confiáveis nas atividades de uma organização. É uma maneira eficiente de proporcionar melhoria de processos. Padroniza informações de controle da qualidade, evita erros lógicos em suas análises e facilita a compreensão das informações. Também, pode ser usado para facilitar a transição para um estilo de gestão voltado para a melhoria contínua. IMPORTANTE: A otimização de processos, alcançada por meio do ciclo PDCA, promove redução de custos e aumento de produtividade, o que significa criar novos produtos, com menor utilização de recursos, o que resulta em competitividade, uma vez que a produção se torna superior à dos concorrentes. Da mesma forma, a taxa de complexidade da informação vai crescendo cada vez que o PDCA é totalmente concluído. Quanto mais próximo do topo da rampa estiverem os processos melhorados, melhores serão os índices de maturidade da organização. Portanto, as lições aprendidas em uma aplicação do ciclo PDCA podem ser usadas em Ferramentas da Qualidade46 uma segunda, terceira e quarta aplicaçãoque pode ser mais complexa e ousada, e assim por diante. Carpinetti (2016) destaca que uma versão mais detalhada do método PDCA é o Método de Análise e Solução de Problemas (MASP) (Figura 18) ou QC Story. Figura 18 – Método de Análise e Solução de Problemas (MASP) Fonte: Carpinetti (2016, p. 41) Ao explorarmos as fases do MASP temos: 1) Identificação do problema inclui: identificação o problema; análise de Pareto de sinais de problemas externos e internos; propostas de pessoas-chave; estudo de campo das necessidades dos usuários; comentários de pessoas-chave fora da organização; pesquisas com Ferramentas da Qualidade 47 clientes; pesquisas com funcionários; brainstorming por grupos de trabalho; formação de equipe; a equipe deve ser selecionada; definição o escopo. 2) Observação, engloba: o objetivo é entender os processos e como eles são realizados isso inclui: a equipe para desenvolver um diagrama de fluxo do processo; as medidas de desempenho de destino são definidas; coleta de todos os dados e informações disponíveis; meta, cronograma e orçamento. 3) Análise, inclui: buscar as causas dos problemas, por exemplo, informações dos clientes; planejamento das informações; informações dos processos; informações estatísticas. 4) Plano de ação: esta fase visa esquematizar com detalhes um plano de ação para a remover ou minimizar os efeitos das causas essenciais. A criatividade desempenha o papel principal nesta fase, por exemplo podem ser adotadas os seguintes aspectos: criar novos processos; combinar diferentes processos; modificar os processos existentes. 5) Ação: é a implementação do plano de ação. 6) Verificação: de acordo com Carpinetti (2016) esta etapa é a avaliação dos resultados para verificação se a ação foi eficaz na remoção ou minimização do problema. Se o resultado não foi aceitável, o processo é recomeçado pela observação e análise do problema. Caso contrário, segue-se para a próxima etapa. 7) Padronização: objetiva inserir as ações implementadas na rotina de operação do processo ou atividade, de forma a evitar o surgimento do problema. 8) Conclusão: o processo é concluído com o apontamento de todas as ações realizadas e resultados alcançados, para futura recuperação de informações e histórico. Ferramentas da Qualidade48 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que todas essas ferramentas apresentadas podem ser facilmente criadas e examinadas usando vários tipos de software ou simplesmente mapeando-as no papel. Eles também podem ser facilmente integrados em reuniões de equipe, boletins informativos organizacionais, relatórios de marketing e para várias outras necessidades de análise de dados. A integração adequada e o uso dessas ferramentas ajudarão no processamento de dados, como identificar políticas de coleta, melhorar o fluxo de trabalho, como mapear procedimentos de aquisição, garantir a satisfação do cliente pesquisando suas necessidades e analisando-as adequadamente, criando um alto nível geral de qualidade em todas áreas da sua organização. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar no tema “PDCA e MASP”? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “Aplicabilidade da metodologia de análise de soluções de problemas MASP através do ciclo PDCA no Setor de Embalagens: Estudo de caso na “Indústria de Embalagens” no Brasil” (MARTINS; MARTINS e FERREIRA) acessível pelo link http://ojs.sites.ufsc. br/index.php/lean/article/view/1216. (Acesso em 21/08/2019). http://ojs.sites.ufsc.br/index.php/lean/article/view/1216 http://ojs.sites.ufsc.br/index.php/lean/article/view/1216 Ferramentas da Qualidade 49 BIBLIOGRAFIA CARPINETTI, Luiz Cezar Ribeiro. Gestão da qualidade: conceitos e técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2016. CORREA, P.; BAZANTE DE OLIVEIRA, L. Aplicação das ferramentas da qualidade na solução de problemas de contaminação em uma fábrica de chocolate. Revista de Engenharia e Pesquisa Aplicada, v. 2, n. 2, 27 jul. 2017. OLIVEIRA. Otávio J. Curso básico de gestão da qualidade. São Paulo: Cengage Learning, 2015. PEZZATO, A.T. et al. Sistema de controle da qualidade. 1 ed. Porto Alegre: Sagah, 2018.
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