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Resumo Introdução ao Sistema Endócrino

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA 
MORFOFUNCIONAL IV – MEDICINA 
ALUNO: YURI NEVES MENEZES – 4º SEMESTRE 
 
Resumo 
As células do corpo devem estabelecer comunicações para que os processos sejam executados 
de forma adequada. A ponte para essa comunicação é feita pelo sistema endócrino. O 
processo básico é a sinalização endócrina: uma célula especializada produz e secreta uma 
substância que será o mensageiro de alguma informação; essa substância é o hormônio e deve 
viajar o corpo pela vasculatura para chegar a uma célula-alvo; ao chegar no local adequado, o 
hormônio deve se comunicar com receptores específicos e induzir a modulação de funções 
desse órgão. O sistema endócrino possui várias funções e se relaciona muito com os processos 
de crescimento e reprodução do indivíduo e os estresses que ele se submete. 
Esse sistema é baseado em um conjunto de glândulas endócrinas que sintetizam e secretam os 
horônios. As principais glândulas são: pâncreas endócrino, paratireoide, tireoide, hipófise, 
suprerrenais e gônadas (testículos e ovários). As gônadas são exceção e também funcionam 
como gametógenas, sendo que as outras apenas produzem hormônios. A placenta é uma 
glândula endocrina transitória. 
Além das glândulas clássicas, existem células endócrinas presentes em outros órgãos que não 
tem a função principal de produzir hormônios. O coração abriga células que produzem o 
peptídeo atrial natriurético; o trato gástrico tem a produção de hormônios e grupos de 
corpos celulares no hipotálamo que secretam os neuro-hormôinios para a hipófise. 
O sistema endócrino possui três estruturas básicas: 
 Glândula endócrina: É a estrutura que irá produzir o hormônio. Ela não possui ducto e 
libera o hormônio no espaço intersticial e ele segue para a corrente sanguínea, indo em 
direção ao alvo. 
 Hormônio: Substância química liberada pelas glândulas endócrinas e outros órgãos. Ele 
tem o papel de induzir uma resposta biológica nas células. 
 Célula-alvo: Estrutura que tem receptores específicos para determinados hormônios e 
responde a sua ligação. 
A composição química dos hormônios definem a sua classificação. Existem três grupos: 
proteicos (peptídicos), esteroides e derivados de aminioácidos (aminas). É a estrutra que vai 
definir onde o receptor está localizado na célula-alvo. Se o hormônio for amina ou proteico, o 
receptor está na superfície da célula; se o hormônio for esteroide, o receptor está dentro da 
célula, pois esse tipo consegue atravessar as membranas. A exceção é do hormônio 
tireoidiano, que consegue penetrar na célula e se ligar a um receptor nuclear mesmo sendo 
advindo de aminoácidos. 
A meia vida do hormônio também é modulada pela sua composição. As aminas possuem as 
menores meia-vidas (3 minutos) e os hormônio tireoidiano a maior (6 dias). 
- Hormônio proteico: É o grupo maior. Composto de 3 a 200 residuos de aminoácidos. São 
sintetizados na forma de pre-pro-hormonio, sendo modulados até ficarem ativos. Eles ficam 
armazenados em vesículas dentro da célula até serem liberados. Exemplos são a insulina, 
glucagon e o hormônio adenocorticotrófico (ACTH). Alguns podem conter carboidratos na 
composição, sendo chamados de glicoproteicos, como o hormônio luteinizante (LH), folículo 
estimulante (FSH), tireoestimulante (TSH), gonadotrofina coriônica humana e afins. Os carbo 
servem para aumentar a ação dos hormônios e garantir a sua depuração. 
- Hormônio esteroide: Derivados do colesterol e são sintetizados no córtex da suprarrenal, 
gônadas e placenta. São lipossolúveis e conseguem atravessar as membranas. Estão no sangue 
ligados à proteínas carreadoras. 
- Hormônio amina: São derivados do aminoácido tirosina. São as catecolaminas (adrenalina, 
norepinefrina e ocitocina) e os tireoidianos. 
Os hormonios devem produzir efeitos em células. Se ele for liberado na corrente sanguínea e 
a célula-alvo for longe, o efeito vai ser endócrino. Se for liberado e o alvo for uma célula 
perto, do mesmo órgão ou tecido, o efeito será parácrino. Se for liberado pela célula e fizer 
efeito nela mesma será autócrino. 
O hormônio pode estar na circulação de forma livre ou ligado às proteínas carreadoras. Essas 
proteínas funcionam como um guarda, levando o horm a seu local alvo e regulando a sua 
liberação. Elas aumentam a meia-vida do hormônio, pois liberam eles aos poucos. O hormônio 
livre já está ativo e pode se dirigir ao seu receptor no alvo. Muitas das proteínas são 
globulinas sintetizadas no fígado e específicas dos hormônios. Os aminas, peptídicos e 
proteicos (hidrofílicos) circulam livres e os esteroides e tireoidianos (lipofílicos) com as 
proteínas. 
A ação dos hormônios só é possível se ocorrer a sua ligação com o seu receptor, formando o 
complexo ligante-receptor. Dois conceitos são importantes nessa ligação. A afinidade é sobre 
o grau de intensidade da ligação entre os dois. Ela tem uma constante Kd, sendo que, quanto 
menor a constante maior será a afinidade, já que será necessário poucas concentrações de 
hormônio para a ligação. A especifidade de um receptor é o poder dele de identificar o seu 
ligante perante muitos outros similares e estruturas químicas parecidas. Ela é muito 
importante para a clínica. Os hormônios podem se saturar e nem todos fazem a ligação, 
existindo os de reserva. 
Os agonistas de receptores são moléculas que conseguem se ligar aos receptores e produzem 
um efeito biológico semelhante ao homrônio. Os antagonistas de receptores são moléculas que 
se ligam aos receptores e inibem os efeitos de um homônio. 
A estrutura do hormônio induz o tipo de receptor que ele se liga. 
 Receptores da superfície celular: 
O sistema endócrino é baseado em alças de retroalimentação negativa. Um hormônio A é 
secretado e atua em vários órgãos do corpo, induzindo mudanças na concentração de um 
componente B (diminuição ou aumento); a medida que o B é modulado, o hormônio A para de 
ser secretado, para que não haja instabilidades no corpo. O sistema endócrino não usa muitas 
alças de retroalimentação positiva, pois isso causa instabilidade. Na positiva, o hormônio Y 
modula a concentração do componente X e ele favorece ainda mais a secreção do Y, causando 
instabilidades. Os exemplos de alça positiva são a expulsão de um feto do útero. 
Síndrome de MCCune Albright – Caso 1 
A base da doença é uma mutação ativadora que ocorre no gene GNAS1, que codifica a 
subunidade α da proteína G. Ocorre uma ativação da proteína Gas, que estimula a produção 
intracelular de AMPc, levando a uma hiperfunção dos tecidos afetados e autonomia de 
secreção das glândulas. Por não ser hereditária e ter amplo espectro de manifestações, 
infere-se que a mutação seja somática e pós-zigótica, pois há alterações dos três tipos de 
tecidos embrionários. As mutações ocorrem por substituição dos aminoácidos glicina e 
arginina em seus códons. 
O diagnóstico é feito com base na avaliação clínica e análise de exames laboratoriais que irão 
medir os níveis de hormônios sexuais, de crescimento, tireoidianos e cortisol. Exames de 
imagem e tomografia podem ser utilizadas. USG para avaliar a presença de cistos ovarianos e 
cintilografia óssea para avaliar os ossos. 
O estudo dos ossos com displasia revela um tecido ósseo impróprio, com um grande acúmulo 
de tecido fibroso desordenado, além de áreas de fibrose medular. O principal defeito é uma 
maturação errada dos osteoblastos. 
A puberdade precoce é a principal hiperfunção endócrina. Ela apresenta uma alta taxa de 
estradiol, com níves de gonadotrofinas normais ou suprimidas. Pode ter a presença de cistos 
ovarianos.

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