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27/09/2021 10:39 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2809%5C%2F11%5C%2F… 1/13 (09/11/2020) Aula 38–UCXII: Anatomorfologia do intestino como porta de entrada de substâncias tóxicas segunda-feira, 9 de novembro de 2020 13:16 Objetivo da aula: Conhecer os componentes anatomorfológicos e funcionais do intestino delgado e absorção de toxicantes. Objetivos específicos da aula - Descrever a localização e a estrutura do intestino delgado - Identificar as funções do intestino delgado. - Estudar sobre a drenagem venosa do intestino delgado - Discutir a necessidade de preparo, de utilização de contraste, via de administração do mesmo - Estudar os processos absortivos normais que o ocorrem no intestino - Compreender processos alterados de absorção intestinal e consequentes doenças - Compreender o efeito da absorção de estimulantes, depressivos e substâncias de abuso na atividade intestinal - Estudar a base do processo de intoxicação alimentar por toxinas e seus efeitos no intestino - Identificar nos exames de radiografia (trânsito intestinal), tomografia computadorizada e ressonância magnética para trânsito intestinal Check-list: Seção Anatomia 1. Caracterize os aspectos anatômicos e funcionais do intestino delgado: A maior parte da digestão e da absorção de nutrientes ocorre em um tubo longo, denominado intestino delgado. Devido a essa característica, a sua estrutura está particularmente adaptada para essa função. O comprimento por si só proporciona uma grande área de superfície para a digestão e a absorção, e essa área é ainda aumentada por pregas circulares, vilosidades e microvilosidades. O intestino delgado começa no músculo esfíncter do piloro do estômago, forma alças na parte central e inferior da cavidade abdominal e, por fim, abre-se no intestino grosso. O seu diâmetro é, em média, de 2,5 cm, e mede cerca de 3 m de comprimento no indivíduo vivo e cerca de 6,5 m no cadáver, devido à perda do tônus do músculo liso após a morte. Anatomia do intestino delgado O intestino delgado é dividido em três partes . O duodeno, que é a primeira parte do intestino delgado, é a região mais curta e é retroperitoneal. Duodeno significa “12”, é assim denominado porque o seu comprimento corresponde aproximadamente à largura de 12 dedos. Trata-se de um tubo em forma de C, que começa no músculo esfíncter do piloro do estômago e se estende por cerca de 25 cm até se unir com a próxima parte, denominada jejuno. O jejuno, que é a parte seguinte, mede cerca de 1 m de comprimento e estende-se até o íleo. Jejuno significa “vazio”, que é o estado em que é encontrado no cadáver. O jejuno ocupa, em sua maior parte, o quadrante superior esquerdo (QSE). A região final e mais longa do intestino delgado, o íleo, mede cerca de 2 m e une-se ao intestino grosso em um esfíncter de músculo liso, denominado papila ileal. O íleo está localizado principalmente no quadrante inferior direito (QID). O suprimento arterial do intestino delgado provém da artéria mesentérica superior e da artéria gastroduodenal, que se origina da artéria hepática comum do tronco celíaco. O sangue retorna pela veia mesentérica superior, que se anastomosa com a veia esplênica para formar a veia porta do fígado. Os nervos do intestino delgado são supridos pelo plexo mesentérico superior. Os ramos do plexo contêm fibras simpáticas pós-ganglionares, fibras parassimpáticas pré- ganglionares e fibras sensitivas. As fibras sensitivas são componentes dos nervos vagos (NC X) e nervos espinais pelas vias simpáticas. Na parede do intestino delgado, existem dois plexos autônomos: o plexo mioentérico entre as camadas musculares e o plexo submucoso na tela submucosa. As fibras nervosas para o músculo liso dos vasos sanguíneos originam-se principalmente da parte simpática do SNA, enquanto as fibras nervosas para o músculo liso da parede intestinal originam-se dos nervos vagos (NC X). 27/09/2021 10:39 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2809%5C%2F11%5C%2F… 2/13 REFERÊNCIA: TORTORA, G. J. Princípios de anatomia humana. 12ª. edição. Guanabara Koogan . Rio de Janeiro, 2013. 2. Quanto a sua forma, o intestino delgado é composto pelo duodeno (25 cm), jejuno (cerca de 2,5 m) e íleo (cerca de 3,5 m), os quais apresentam em seu revestimento interno, as “pregas circulares”, comente sobre elas: As pregas circulares, as vilosidades e as microvilosidades aumentam a área de superfície do intestino delgado para a digestão e absorção. As pregas circulares são pregas da túnica mucosa e tela submucosa (Figura 24.17A). Essas cristas permanentes, que medem cerca de 10 mm de comprimento, começam próximo da parte proximal do duodeno e terminam aproximadamente na parte média do íleo. Algumas se estendem ao longo de toda a circunferência do intestino, enquanto outras o fazem apenas em parte dela. As pregas circulares aumentam a absorção, visto que elas ampliam a área de superfície e levam o quimo a se mover em espiral, e não em linha reta, ao passar pelo intestino delgado. REFERÊNCIA: TORTORA, G. J. Princípios de anatomia humana. 12ª. edição. Guanabara Koogan . Rio de Janeiro, 2013. Fonte: Moore (2019). 3. Paciente do sexo feminino, 66 anos de idade, com histórico de dor no estômago. No dia 27/1/2007 apresentou dor na região epigástrica, de início súbito, sem irradiação ou fatores desencadeadores. Permaneceu assintomática por cerca de um mês, com posterior episódio de dor epigástrica acompanhada de vômitos, colúria e acolia, sendo internada. Na internação, relatou melhora álgica com “dieta zero” e realizou Colangiorressonância. No exame físico observou-se icterícia de 2+/4+ e exames laboratoriais indicativos de colestase com altos níveis de bilirrubina (notadamente direta), TGO e TGP, fosfatase alcalina e gama-GT, dosagens de amilase e lipase foram normais. No exame de Ressonância Magnética do abdome superior com colangiorressonância, observa-se a formação “polipoide” na papila maior do duodeno, associada a dilatação do ducto colédoco que contém “cálculos” pouco facetados. Na imagem de reconstrução nota-se interrupção distal da luz irregular, nem afilada, nem abrupta e possível diagnóstico de Adenoma da ampola hepatopancreática. https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527734868/epub/OEBPS/Text/chapter24.html#fig24-17 27/09/2021 10:39 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2809%5C%2F11%5C%2F… 3/13 Fonte: Nacif et al. (2009). a) Cite as porções do duodeno e caracterize cada uma delas quanto aos aspectos estruturais e localização anatômica. O duodeno, a primeira e mais curta (25 cm) parte do intestino delgado, também é a mais larga e mais fixa. O duodeno segue um trajeto em formato de C ao redor da cabeça do pâncreas. Começa no piloro no lado direito e termina na flexura (junção) duodenojejunal no lado esquerdo. Essa junção ocorre aproximadamente no nível da vértebra L II, 2 a 3 cm à esquerda da linha mediana. A junção geralmente assume a forma de um ângulo agudo, a flexura duodenojejunal. A maior parte do duodeno está fixada pelo peritônio a estruturas na parede posterior do abdome e é considerada parcialmente retroperitoneal. O duodeno é dividido em quatro partes: Parte superior (primeira): curta (aproximadamente 5 cm), situada anterolateralmente ao corpo da vértebra L I; Parte descendente (segunda): mais longa (7 a 10 cm), desce ao longo das faces direitas das vértebras L I a L III; Parte inferior (terceira): 6 a 8 cm de comprimento, cruza a vértebra L III; Parte ascendente (quarta): curta (5 cm), começa à esquerda da vértebra L III e segue superiormente até a margem superior da vértebra L II. • A parte descendente do duodeno segue inferiormente, curvando-se ao redor da cabeça do pâncreas. Inicialmente, situa-se paralelamente à direita da VCI. Os ductos colédoco e pancreático principal entramem sua parede posteromedial. Esses ductos geralmente se unem para formar a ampola hepatopancreática, que se abre em uma eminência, chamada papila maior do duodeno, localizada posteromedialmente na parte descendente do duodeno. A parte descendente do duodeno é totalmente retroperitoneal. A face anterior de seus terços proximal e distal é coberta por peritônio; entretanto, o peritônio é refletido de seu terço médio para formar o mesentério duplo do colo transverso, o mesocolo transverso. • A parte inferior (horizontal) do duodeno segue transversalmente para a esquerda, passando sobre a VCI, a aorta e a vértebra L III. É cruzada pela artéria e veia mesentéricas superiores e pela raiz do mesentério do jejuno e íleo. Superiormente a ela está a cabeça do pâncreas e seu processo uncinado. A face anterior da parte inferior é coberta por peritônio, exceto na parte em que é cruzada pelos vasos mesentéricos superiores e pela raiz do mesentério. Posteriormente, é separada da coluna vertebral pelo músculo psoas maior direito, VCI, aorta e vasos testiculares ou ováricos direitos. • A parte ascendente do duodeno segue superiormente e ao longo do lado esquerdo da aorta para alcançar a margem inferior do corpo do pâncreas. Aí, ela se curva anteriormente para se unir ao jejuno na flexura duodenojejunal, sustentada pela inserção do músculo suspensor do duodeno (ligamento de Treitz). Esse músculo é formado por uma alça de músculo esquelético do diafragma e uma faixa fibromuscular de músculo liso da terceira e quarta partes do duodeno. A contração desse músculo alarga o ângulo da flexura duodenojejunal, facilitando o movimento do conteúdo intestinal. O músculo suspensor do duodeno passa posteriormente ao pâncreas e à veia esplênica e anteriormente à veia renal esquerda. b) Descreva a localização da ampola hepatopancreática (de Vater), aspectos anatômicos e funções associadas. O ducto pancreático e o ducto colédoco geralmente se unem para formar a ampola hepatopancreática (de Vater) curta e dilatada, que se abre na parte descendente do duodeno, no cume da papila maior do duodeno. Em pelo menos 25% das pessoas, os ductos se abrem no duodeno separadamente. O músculo esfíncter do ducto pancreático (ao redor da parte terminal do ducto pancreático), o músculo esfíncter do ducto colédoco (esfíncter do colédoco – ao redor da extremidade do ducto colédoco) e o músculo esfíncter da ampola hepatopancreática (de Oddi), ao redor da ampola hepatopancreática, são esfíncteres de músculo liso que impedem o refluxo das secreções digestivas e do conteúdo duodenal. Desses apenas o 27/09/2021 10:39 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2809%5C%2F11%5C%2F… 4/13 músculo esfíncter do ducto colédoco tem participação significativa no controle do fluxo da bile para o duodeno. Referências: Livro Anatomia Orientada para Clínica Moore, 8ª ed. 4. Resumidamente, descreva sobre a drenagem venosa do intestino delgado, diferenciando de acordo com suas porções, quanto a fixação dessas à parede posterior da cavidade abdominal: As veias do duodeno acompanham as artérias e drenam para a veia porta, algumas diretamente e outras indiretamente, pelas veias mesentérica superior e esplênica; A veia mesentérica superior drena o jejuno e o íleo. Situa-se anteriormente e à direita da AMS na raiz do mesentério. A VMS termina posteriormente ao colo do pâncreas, onde se une à veia esplênica para formar a veia porta Referências : Livro Anatomia Orientada para Clínica Moore, 8ª ed. 5. Paciente do sexo feminino, 49 anos de idade, quadro de infarto entero- mesentérico, com necessidade de ressecção maciça de intestino delgado, restando apenas 20 cm de intestino funcional remanescente. De acordo com exame de imagem, em seguimento evolutivo com intervalo de três anos e comparando-se ao exame de imagem característico de trânsito intestinal normal, observa-se o tempo de trânsito intestinal sem mudança significativa entre os exames e importante aumento do pregueado mucoso e dilatação focal de certos segmentos intestinais: Fonte: Chagas Neto et al. (2011). a) Caracterize a síndrome do intestino curto (SIC), associando a redução da massa funcional do intestino delgado com o déficit nutricional. A síndrome do intestino curto é definida pela incapacidade da superfície do intestino delgado em manter as condições adequadas de absorção de nutrientes, ocasionando deficiências nutricionais. Em adultos, as principais causas de síndrome do intestino curto são as ressecções cirúrgicas amplas ou múltiplas, secundárias a infarto mesentérico, doença de Crohn e enterite actínica. Além de avaliar o tempo de trânsito até o intestino grosso, o exame contrastado de trânsito intestinal pode ser utilizado na medição da extensão do intestino remanescente e no acompanhamento dos fenômenos de adaptação estrutural das alças delgadas e colônicas. Em pacientes com síndrome do intestino curto, a adaptação estrutural do intestino delgado consiste na hiperplasia das vilosidades e das pregas mucosas, que se tornam mais numerosas, profundas e de maior diâmetro, assim como a dilatação do segmento remanescente. Esses achados morfológicos são mais pronunciados e bem estabelecidos nas alças ileais, evidenciando sua maior capacidade adaptativa. O conhecimento dos achados por imagem das características morfológicas e adaptativas do intestino delgado é de grande importância na abordagem multidisciplinar da síndrome do intestino curto. 27/09/2021 10:39 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2809%5C%2F11%5C%2F… 5/13 https://repositorio.usp.br/bitstream/handle/BDPI/7570/art_CHAGAS_NETO_Avaliacao_ e_seguimento_de_pacientes_adultos_com_2011.pdf?sequence=1 b) Comente sobre a capacidade adaptativa do intestino delgado. A conservação do cólon preserva a absorção hídrica, evitando diarreia aquosa e desidratação, além de também tornar o trânsito intestinal mais lento e estimular a hiperplasia do intestino delgado. Após 3 a 12 meses da ressecção, ocorrem mudanças adaptativas no intestino remanescente, na tentativa de compensar a redução da superfície de absorção. Os fatores envolvidos na adaptação intestinal incluem o comprimento, a topografia e as condições do segmento remanescente, a idade do paciente e a terapêutica nutrológica empregada, com enfoque no estímulo pela via oral. https://repositorio.usp.br/bitstream/handle/BDPI/7570/art_CHAGAS_NETO_Avaliacao_ e_seguimento_de_pacientes_adultos_com_2011.pdf?sequence=1 c) Apresente os métodos diagnósticos para doenças intestinais. O médico seleciona os exames adequados tomando por base os achados do histórico clínico, do exame físico e, se for o caso, de uma avaliação psicológica. Os exames realizados no sistema digestivo incluem: • Exames relacionados ao ácido e ao refluxo • Tomografia computadorizada e exames de imagem por ressonância magnética • Endoscopia • Intubação do trato digestivo • Laparoscopia • Manometria • Cintilografias • Paracentese • Exame de sangue oculto nas fezes • Ultrassom (ultrassonografia) • Exame de cápsula endoscópica • Estudos radiográficos Esses exames podem ajudar o médico a localizar, diagnosticar e, às vezes, tratar um problema. Alguns exames exigem que o sistema digestivo esteja livre de fezes, outros exigem que a pessoa esteja em jejum e outros não precisam de nenhum tipo de preparo. Embora os exames diagnósticos possam ser bastante úteis para diagnosticar a presença ou ausência de determinados distúrbios médicos, também podem ser bastante caros e, raramente, causam hemorragia ou lesão. É importante discutir riscos e benefícios de um exame com o médico. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios- digestivos/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios- digestivos/introdu%C3%A7%C3%A3o-ao-diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios- digestivos d) Caracterize falência intestinal e insuficiência intestinal INSUFICIÊNCIA INTESTINAL:insuficiência intestinal pode ser caracterizada por causa anatômica ou funcional. Envolve o comprimento do intestino ou a sua fisiologia primária, levando à dificuldade de absorção, que pode ser compensada pela hiperfagia e por adaptações estruturais e metabólicas do intestino. FALÊNCIA INTESTINAL: A falência intestinal se estabelece consequente às deficiências absortivas dos macronutrientes (carboidratos, lipídeos e proteínas) e dos micronutrientes (água, eletrólitos, vitaminas e minerais), cujas necessidades diárias não poderão ser atingidas pela alimentação oral ou pela nutrição enteral. Esse estado clínico torna inevitável a dependência da terapia nutricional parenteral (TNP) para a manutenção do equilíbrio nutricional, da composição e da função corporal, e da saúde. • As principais causas genéricas da insuficiência e/ou falência intestinal podem ser classificadas como: a) obstrutivas, sem estenose; cujo tratamento é clínico - pseudo-obstrução intestinal; com estenose (s) de tratamento cirúrgico – tumor, enterite actínica; b) má-absorção – fístulas: cirúrgica – pós-operatórias específicas; intestino curto: causas alternativas – isquemia, doença de Crohn; outras: clínica – atrofia de vilosidades, síndrome de imunodeficiência adquirida REFERÊNCIA: https://repositorio.usp.br/bitstream/handle/BDPI/7570/art_CHAGAS_NETO_Avaliacao_e_seguimento_de_pacientes_adultos_com_2011.pdf?sequence=1 https://repositorio.usp.br/bitstream/handle/BDPI/7570/art_CHAGAS_NETO_Avaliacao_e_seguimento_de_pacientes_adultos_com_2011.pdf?sequence=1 https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-digestivos/introdu%C3%A7%C3%A3o-ao-diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-digestivos 27/09/2021 10:39 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2809%5C%2F11%5C%2F… 6/13 https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/terapia_nutricional_na_sindrome_do_inte stino_curto_insuficiencia_falencia_intestinal.pdf https://www.scielo.br/pdf/rb/v44n3/13.pdf Seção Histofisiologia (leia todas as questões antes de responder) 1. Os alimentos são misturas complexas, sendo formado por constituintes com valor nutricional e ainda constituintes sem valor nutricional. Para que os nutrientes essenciais cheguem aos tecidos alvo é necessário que o sistema de absorção seja também complexo e adaptado para garantir a retirada das substâncias essenciais. O intestino delgado realiza importante função na absorção, sendo diferentes tipos de transportes aplicados para esta finalidade, conforme tabela abaixo: Sabendo que o transporte por difusão passiva é um dos mais comuns na entrada de toxicantes no organismo e que este tipo de transporte é passivo, dependendo da concentração, lipossolubilidade e grau de ionização, sendo que o grau de ionização é dependente do pH e do pKa. Assim, defina pH e pKa, e a relação entre eles trazendo a equação de Hendersson- Hasselbach. pH: O que chamamos de potencial de Hidrogênio. É apenas uma medida que diz se a substância tem pouco ou muito H+ e a classificação a que ela pertence, de acordo com o pH. A escala do pH vai de 1 à 14, sendo que 7.0 é considerado neutro (água), de 7.1 à 14 é básico (sangue) e de 1.0 à 6.9 é ácido. pKa: A análise da equação mostra quando a [HA] = [A-], a razão entre eles é 1 e log 1= 0, e pH = pKa, o que permite definir pKa como o pH em que as concentrações de ácido e sua base conjugada são iguais. Se o valor de pH é maior do que o pKa, predomina a forma básica, a base conjugada. Se o valor de pH é menor do que o pKa, predomina a forma ácida, o ácido conjugado. Estas considerações são importantes para reações químicas em que a espécie que reage é o ácido ou a base. Se a espécie for a base, é necessário aumentar o pH para formar esta espécie, e se a espécie reativa for o ácido, é necessário diminuir o pH. A forma ionizada de ácidos ou bases orgânicas fracas, em geral, tem baixa lipossolubilidade e não atravessa prontamente a porção lipídica das membranas. Em contraste, a forma não ionizada é mais lipossolúvel e difunde-se através das membranas a uma taxa que é proporcional a sua lipossolubilidade. O pH ao qual uma base ou um ácido orgânico fraco é 50% ionizado é chamado de pKa ou pKb. Como o pH, tanto o pKa quanto o pKb são definidos como o logaritmo negativo da constante de ionização de uma base ou um ácido orgânico fraco. Com a equação pKa = 14 – pKb, pKa pode, também, ser calculado para bases orgânicas fracas. Um ácido orgânico com um pKa baixo é um ácido relativamente forte, enquanto um com um pKa alto é um ácido fraco. O oposto é verdadeiro para bases. O conhecimento da estrutura química é necessário para distinguir entre ácidos e bases orgânicas, uma vez que o valor numérico do pKa não indica essa característica. O grau de ionização de uma substância química depende do seu pKa e do pH da solução. A relação entre o pKa e o pH é descrito pelas equações de Hendersson- Hasselbach: REFERÊNCIA: http://www.quimica.ufpr.br/nunesgg/CQ108/Eqilibrio%20em%20solu%C3%A7%C3%A3 o%20aquosa/solucao%20tampao.pdf Livro Fundamentos em Toxicologia Klaassen 2. A respeito do processo de absorção intestinal de nutrientes, diferencie quais produtos são absorvidos pelo intestino delgado e pelo intestino grosso. Ainda, sobre a absorção intestinal, explique como ocorre a absorção dos nutrientes a seguir: https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/terapia_nutricional_na_sindrome_do_intestino_curto_insuficiencia_falencia_intestinal.pdf https://www.scielo.br/pdf/rb/v44n3/13.pdf http://www.quimica.ufpr.br/nunesgg/CQ108/Eqilibrio%20em%20solu%C3%A7%C3%A3o%20aquosa/solucao%20tampao.pdf 27/09/2021 10:39 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2809%5C%2F11%5C%2F… 7/13 O intestino delgado é o órgão responsável pela absorção dos alimentos, permitindo que os minerais, as vitaminas e nutrientes sejam aproveitados pelo organismo. A primeira parte do sistema digestivo (estômago e intestino delgado) é responsável por obter do alimento ingerido os nutrientes necessários às diferentes funções do organismo, enquanto a última parte (cólon e reto) é caracterizada por ser a parte do intestino na qual os movimentos peristálticos fazem maior pressão no bolo alimentar a fim de solidificá-lo e transformá-lo em fezes. Os materiais absorvidos atravessam a mucosa e passam ao sangue, que os distribui a outras partes do corpo para armazenamento ou para que passem por outras modificações químicas. A continuação do processo de digestão do alimento e a absorção dos produtos da digestão. A continuação do processo de digestão é realizada pelo quimo proveniente do estômago. O quimo entra no duodeno, em que as enzimas do pâncreas e a bile do fígado também são liberadas. As enzimas, particularmente as dissacaridases e as dipeptidases, também estão localizadas no glicocálice das microvilosidades dos enterócitos, as células absortivas do intestino. Essas enzimas contribuem para o processo digestivo, completando a decomposição da maioria dos açúcares e proteínas em monossacarídios e aminoácidos, respectivamente, que então são absorvidos. A água e os eletrólitos que chegam ao intestino delgado com o quimo e as secreções pancreática e hepática também são reabsorvidos. A mucosa do intestino grosso contém numerosas glândulas intestinais tubulares retas (criptas de Lieberkühn), que se estendem através de toda a espessura dessa camada. As glândulas são revestidas por enterócitos (reabsorção de água) e por células caliciformes (lubricação). a. Fluidos e eletrólitos b. Carboidratos Todos os carboidratos são absorvidos como monossacarídios. A capacidade do intestino delgado de absorver monossacarídios é imensa – estima-se que seja de aproximadamente 120 g por hora. Como resultado, todos os carboidratos dietéticos que são digeridos normalmente são absorvidos, deixando apenas a celulose não digerívele as fibras nas fezes. Os monossacarídios passam do lúmen através da membrana apical por difusão facilitada ou transporte ativo. A frutose, um monossacarídio encontrado nas frutas, é transportada por difusão facilitada; a glicose e a galactose são transportadas para as células de absorção das vilosidades por transporte ativo secundário, que é acoplado ao transporte ativo de Na+ . c. Aminoácidos e peptídeos : A maior parte das proteínas é absorvida como aminoácidos por meio de um processo de transporte ativo que ocorre principalmente no duodeno e no jejuno. Aproximadamente metade dos aminoácidos absorvidos são encontrados na alimentação; a outra metade vem do próprio corpo, como as proteínas dos sucos digestórios e as células mortas que se desprendem da superfície da túnica mucosa! Normalmente, 95 a 98% das proteínas no intestino delgado são digeridos e absorvidos. Diferentes transportadores transportam tipos distintos de aminoácidos. Alguns aminoácidos entram nas células de absorção das vilosidades via processos ativos de transporte secundário dependentes do Na+, que são semelhantes ao transportador de glicose; outros aminoácidos são transportados ativamente por si só. Pelo menos um simportador traz dipeptídios e tripeptídios em conjunto com íons H+; os peptídios são então hidrolisados em aminoácidos simples no interior das células absortivas. 27/09/2021 10:39 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2809%5C%2F11%5C%2F… 8/13 d. Lipídios Todos os lipídios da dieta são absorvidos por difusão simples. Os adultos absorvem aproximadamente 95% dos lipídios presentes no intestino delgado; em razão da sua menor produção de bile, os recém-nascidos absorvem apenas aproximadamente 85% dos lipídios. Como resultado de sua emulsificação e digestão, os triglicerídios são principalmente fragmentados em monoglicerídios e ácidos graxos, que podem ser tanto ácidos graxos de cadeia curta quanto ácidos graxos de cadeia longa. Os ácidos graxos de cadeia curta pequenos são hidrofóbicos, contêm menos de 10 a 12 átomos de carbono e são mais hidrossolúveis. Assim, podem se dissolver no quimo intestinal, passam através das células absortivas via difusão simples, e seguem o mesmo trajeto dos monossacarídios e aminoácidos em um capilar sanguíneo de uma vilosidade. Os ácidos graxos de cadeia curta grandes (com mais de 10 a 12 átomos de carbono), os ácidos graxos de cadeia longa e os monoglicerídios são maiores e hidrofóbicos. Como não são hidrossolúveis, têm dificuldade em ser suspensos no ambiente aquoso do quimo intestinal. Além do seu papel na emulsificação, os sais biliares também ajudar a tornar mais solúveis esses ácidos graxos de cadeia curta grandes, ácidos graxos de cadeia longa e monoglicerídios. Os sais biliares no quimo intestinal os circundam, formando pequenas esferas chamadas micelas, cada uma delas medindo de 2 a 10 nm de diâmetro e incluindo 20 a 50 moléculas de sais biliares. REFERÊNCIA: MOORE, K. L.; DALEY II, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 7ª.edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2014. 3. Sobre transtornos na absorção de nutrientes, descreva os seguintes quanto ao mecanismo, sintomas e formas de tratamento: a. Intolerância à lactose (e diferencie da alergia à proteína do leite) Má absorção ou má digestão de lactose é a diminuição na capacidade de hidrolisar a lactose, que é resultante da hipolactasia. A hipolactasia significa diminuição da atividade de enzima lactase na mucosa do intestino delgado, também denominada recentemente de “lactase não persistente”. O aparecimento de sintomas abdominais por má absorção de lactose caracteriza a intolerância à lactose. A má absorção de lactose nem sempre provoca sintomas de intolerância à lactose. Após o desmame, ocorre uma redução geneticamente programada e irreversível da atividade da lactase na maioria das populações do mundo, cujo mecanismo é desconhecido, resultando em má absorção primária de lactose. Porém, a hipolactasia também pode ser secundária a doenças que causem dano na borda em escova da mucosa do intestino delgado ou que aumentem significativamente o tempo de trânsito intestinal, como nas enterites infecciosas, giardíase, doença celíaca, doença inflamatória intestinal (especialmente doença de Crohn), enterites induzidas por drogas ou radiação, doença diverticular do cólon6 e anemia (estudo em ratos, mostrando diminuição na expressão gênica). Diferentemente da hipolactasia primária do adulto, a hipolactasia secundária é transitória e reversível. • Fisiopatologia: A lactose é encontrada apenas no leite materno, apresentando diferentes concentrações nos mamíferos. Em 100g de leite de vaca desnatado existe 4,9g de lactose e em 100 ml de leite humano, 7g de lactose. O leite é o primeiro e único alimento do recém-nascido. Nos ratos e coelhos, a lactase não é detectada até alguns dias antes do nascimento, aumentando na fase tardia da gestação com pico logo após o nascimento. Já no intestino humano, os níveis de lactase são baixos até a 27ª-32ª semana de gestação, quando se elevam, rapidamente, começando a cair por volta dos cinco anos de idade58. Desta forma, os bebês prematuros nascidos com 28 a 32 semanas de gestação têm atividade reduzida de lactase, porém se forem de outra maneira saudáveis, o cólon pode recuperar os carboidratos não absorvidos, prevenindo a desnutrição e diarreia. A enzima lactase hidrolisa a lactose em glicose e galactose que são absorvidas pela mucosa intestinal. A glicose entra para o pool de glicose do intestino, e a galactose é metabolizada no fígado para ser convertida em glicose, e entrar nesse pool. Caso a galactose não seja metabolizada no fígado, o é pelos eritrócitos, ou é eliminada na urina. A concentração de enzima lactase na mucosa intestinal varia, com atividade no duodeno 40% menor do que no jejuno. A lactose, não sendo hidrolisada, não é absorvida no intestino delgado e passa rapidamente para o cólon. No cólon, a lactose é convertida em ácidos graxos de cadeia curta, gás carbônico e gás hidrogênio pelas bactérias da flora, produzindo acetato, butirato e propionato. Os ácidos graxos são absorvidos pela mucosa colônica, desta forma recuperando a lactose mal absorvida para utilização energética. Os gases, após absorção intestinal, são expirados pelo pulmão, servindo como ferramenta diagnóstica. Esta fermentação da lactose pela flora bacteriana leva ao aumento do trânsito intestinal e da pressão intracolônica, podendo ocasionar dor abdominal e sensação de inchaço no abdome. A acidificação do conteúdo colônico e o aumento da carga osmótica no íleo e cólon resultante da lactose não absorvida leva à grande secreção de eletrólitos e fluidos, além do aumento do trânsito intestinal, resultando em fezes amolecidas e diarreia. Apesar da falta de evidências, alguns autores acreditam que a absorção da lactose nos pacientes com hipolactasia poderia ser favorecida pela sua metabolização pela flora intestinal. 27/09/2021 10:39 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2809%5C%2F11%5C%2F… 9/13 b. Doença de Crohn : A doença de Crohn ocorre com mais frequência no íleo distal. Entretanto, a distribuição da doença também pode envolver o colo, ou, menos comumente, qualquer outra região do trato GI (inclusive a cavidade oral, esôfago, estômago e intestino delgado proximal). Um aspecto característico é que áreas de ulceração e inflamação acontecem de modo descontínuo e en- volvem toda a espessura da parede intestinal. Recorrência da doença pode ocorrer em regiões do intestino não envolvidas previamente, e podem até envolver mesentério e linfonodos adjacentes. A combinação de ulceração profunda da mucosa e espessamento da submucosa confere à mucosa envolvida um aspecto característico de pavimentação com pedras. Perfuração, formação de fístulas, formação de abscessos e obstrução do intestino delgado são complicações frequentes da doença de Crohn, embora um curso indolente ocorrana maioria dos pacientes. O envolvimento de espessura total da parede intestinal pode predispor a essas complicações. Sangramento franco a partir de ulcerações da mucosa pode ser insidioso ou massivo, da mesma forma que enteropatia com perda de proteína. Outra complicação importante é uma possível incidência aumentada de câncer intestinal. Os pacientes com doença de Crohn frequentemente manifestam sintomas fora do trato GI. De modo mais comum, distúrbios inflamatórios das articulações (artrite), da pele (eritema nodoso), do olho (uveíte, irite), das membranas mucosas (úlceras aftosas da membrana bucal), dos canais bilia- res (colangite esclerosante) e do fígado (hepatite crônica ativa autoimune) também são observados nesses pacientes. Distúrbios renais, especialmente nefrolitíase, são observados em um terço dos pacientes com doença de Crohn, provavelmente relacionados com o aumento da absorção de oxalato associada com esteatorreia. Amiloidose é uma complicação grave da doença de Crohn, assim como a doença tromboembólica. Ambas as complicações provavelmente refletem o caráter sistêmico do processo inflamatório. Os pacientes frequentemente são desnutridos e mostram evidências de estados de carência de nutrientes. • Sinais e sintomas: Sintomas Estomatites (inflamações na boca), diarréia, dor no abdômen, perda de peso e febre são características mais comuns. A inflamação do intestino delgado (principalmente do íleo terminal, em 80% dos casos) e do intestino grosso (colite) provoca diarréia com ou sem muco (secreção) e/ou sangue nas fezes. Apenas 1/3 dos casos apresenta doença restrita ao íleo terminal. Pode ocorrer estreitamento (estenose), em especial no intestino delgado. É comum apresentar distensões do abdome, dor do tipo cólica, com dificuldade para a eliminação de gases intestinais. É freqüente ocorrer uma obstrução parcial ao esvaziamento do conteúdo intestinal, com necessidade de internações com hidratação venosa, uso de antibióticos venosos e de corticosteróides, além de restrição temporária à ingestão de alimentos, para ajudar na recuperação. É possível também a ocorrência de fístulas. Um terço dos doentes com Crohn tem manifestações no anis e região perianal. Esses trajetos fistulosos podem ser múltiplos e com grande destruição tecidual extensa, pela reação inflamatória própria da doença de Crohn e pela infecção secundária que ocorre na área afetada, prejudicando significativamente a qualidade de vida do enfermo. Outros problemas podem surgir fora do tubo digestivo afetando a pele, articulações, olhos, fígado e vasos, conhecidos por manifestações extraintestinais. REFERÊNCIA: https://www.sbcp.org.br/pdfs/publico/crohn.pdf https://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf https://www.scielo.br/pdf/ramb/v57n1/v57n1a06.pdf 4. Como ocorre e quais são os efeitos da absorção das seguintes substâncias: a. Álcool: Muitos álcoois podem atingir o trato intestinal intencionalmente ou não. Os álcoois comuns incluem etanol, isopropanol e metanol. Etanol (etilálcool) pode ser usado como solvente, antisséptico ou bebida. Bebidas alcoólicas como cerveja, vinho e bebidas destiladas, todos contêm etanol. É o único mais droga amplamente utilizada no mundo e, portanto, seus efeitos no sistema digestivo foram estudados extensivamente. Pode causar diminuição da absorção de D-xilose, ácido fólico e tiamina. Em alcoólatras, pode causar diminuição da absorção de nutrientes essenciais, como vitamina B12 e metionina. O álcool etílico é uma das drogas mais utilizadas. Consumo em média 10 litros por pessoa por ano nos Estados Unidos. Álcool é distribuído em todos os tecidos do corpo por meio da água; portanto, os principais órgãos de o corpo, como o coração e o cérebro, recebem a mesma concentração de álcool no sangue. O álcool não é digerido; em vez disso, é absorvido pelos revestimentos de muco de o sistema digestivo. A taxa de absorção difere, dependendo de diferentes fatores como tamanho do corpo, sexo e concentração de álcool. Álcool desidrogenase, a principal enzima envolvida no metabolismo e desintoxicação do álcool, é tipicamente menos abundante em mulheres. Portanto, algumas mulheres podem ter menos resistência aos efeitos do álcool do que a maioria dos homens. https://www.sbcp.org.br/pdfs/publico/crohn.pdf https://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf https://www.scielo.br/pdf/ramb/v57n1/v57n1a06.pdf 27/09/2021 10:39 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2809%5C%2F11%5C%2… 10/13 Bebidas com baixo teor de álcool, como vinho e cerveja, quando consumidas em pequenas quantidades, pode conter substâncias que induzem a motilidade gástrica. Superior quantidades podem atrasar o esvaziamento gástrico e, assim, causar uma sensação de plenitude ou náusea. O apetite aumenta com o consumo de pequenas quantidades de álcool porque estimula a produção de suco gástrico; com o tempo, o apetite pode tornam-se entorpecidos, o que pode levar à desnutrição. Um influxo de sucos gástricos devido ao consumo de álcool também pode causar úlceras na mucosa do estômago. A toxicidade do isopropanol é quase o dobro do etanol. Sintomas de o envenenamento pode incluir catatonia e cetonúria com a perda de acidose metabólica. O metanol é geralmente considerado não tóxico e pode ser encontrado em itens como anticongelante, combustível, solvente e removedor de tinta. b. Cafeína: O café com cafeína estimula a atividade motora do cólon com uma magnitude semelhante ao de uma refeição. É 60% mais forte que a água e 23% mais forte que café descafeinado. O café contém uma infinidade de substâncias, muitas das quais são potencialmente biologicamente ativos, embora os principais efeitos fisiológicos resultantes de o consumo é geralmente atribuído à presença de cafeína. O café também é uma fonte extremamente rica de ácidos clorogênicos (CGAs), um importante grupo de biologicamente fenóis dietéticos ativos, o mais conhecido dos quais é o ácido 5-cafeoilquínico (5-CQA). A ingestão diária de CGA por bebedores de café varia de 0,5 a 1,0 g. Olthof et. al. mostrou que 33% de uma carga de 2,8 mmol de CGA foi absorvida por pacientes com ileostomia. As concentrações de glicose no plasma foram significativamente maiores após o consumo de café com cafeína do que após o consumo de um controle bebida ou café descafeinado. A cafeína é um antagonista do receptor de adenosina e inibe a captação muscular de glicose, mesmo na presença de insulina. Além disso, Sharp e Debnam [106] mostraram que a exposição luminal aguda do GI células para cAMP tem efeitos estimuladores no transporte de açúcar. A secreção dos hormônios GIP e GLP-1 são significativamente alterados em resposta ao consumo de bebidas cafeinadas. c. Canabinóides : O sistema nervoso humano contém receptores canabinóides CB1 que diminuem as funções do trato GI. Os receptores CB1 deprimem a motilidade gastrointestinal por inibindo a liberação contínua do transmissor contrátil. Isso resulta em um relaxamento de os esfíncteres do esôfago inferior que, por sua vez, retarda o esvaziamento gástrico e inibição do trânsito de materiais pelo intestino delgado. O inibitório efeito dos agonistas do receptor canabinoide no esvaziamento gástrico e trânsito intestinal são mediados, em certa medida, por receptores CB1 no cérebro e por CB1 receptores entéricos. A produção de ácido no estômago também é inibida pela ativação de CB1 receptores. Em ensaios clínicos, descobriu-se que a maconha ajuda no funcionamento do cólon, disfunção intestinal e diarreia. No futuro, os canibinoides podem ser usados para ajuda a tratar disfunção gastrointestinal, diarreia, vômito, náuseas, câncer de cólon e inflamação dos intestinos. As evidências também indicam que os agonistas dos receptores canabinóides podem suprimir aumentos na atividade gastrointestinal precipitada pela naloxona em dependentes de morfina animais. Ä9-THC (mas não canabidiol) produz um bloqueio relacionado à dose de sinais induzidos por naloxona de atividade gastrointestinalelevada (diarreia e aumento da defecação) e outros sinais de abstinência em ratos dependentes de morfina. Esses achados indicam que os canabinóides podem ter potencial para o manejo de abstinência de opióides em ambientes clínicos humanos d. Nicotina : Descobriu-se que fumar tem consequências negativas e positivas no sistema gastrointestinal. O tabagismo apresenta alto fator de risco para o desenvolvimento de úlceras gastroduodenais e carcinoma gástrico. Fumar também pode contrair a mucosa gástrica em fumantes e está associado a um menor aumento da ingestão gástrica permeabilidade induzida por álcool. Os usuários de tabaco sem fumaça consomem uma quantidade significativamente maior de nicotina no trato gastrointestinal porque podem engolir pequenas quantidades de suco de tabaco. A maior parte da nicotina absorvida é convertida em cotinina durante o metabolismo hepático de primeira passagem. Fumar pode ter efeitos prejudiciais e benéficos nas doenças gastrointestinais - tem um efeito polarizador em pacientes com doença de Crohn e colite ulcerativa. Estudos com fumantes de tabaco não identificaram claramente quais agentes são responsáveis por esses efeitos, mas pesquisas sobre a ação da nicotina por si só podem ajudar a explicar algumas das ligações positivas e negativas entre tabagismo e doenças gastrointestinais. Ao contrário dos fumantes de cigarro, os usuários de cuspir tabaco (TS) absorvem quantidades significativas de nicotina através do trato gastrointestinal enquanto engolem o suco do tabaco. Este processo compromete potencialmente a utilidade da cotinina como biomarcador para a exposição sistêmica à nicotina em usuários de ST. Para investigar esta questão, Ebert correlacionou as concentrações de nicotina e cotinina com medidas clínicas do uso de ST em 68 usuários diários de ST inscritos em um ensaio de intervenção farmacológica sem nicotina. Verificou-se que uma maior frequência de deglutição de suco de tabaco (P = 0,007) foi um preditor independente de 27/09/2021 10:39 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2809%5C%2F11%5C%2… 11/13 maiores concentrações de cotinina sérica. As concentrações séricas de nicotina, por outro lado, não se correlacionaram com maior frequência de deglutição. Na ausência de uma forma confiável de medir a frequência da deglutição, concluiu-se que a cotinina não deve ser usada para orientar as decisões clínicas que dependem de uma quantificação precisa da exposição sistêmica à nicotina, como a terapia de reposição de nicotina personalizada. O ácido glicirrízico é amplamente utilizado como adoçante em produtos alimentícios e tabaco de mascar. Além disso, é de interesse clínico para o possível tratamento da hepatite C crônica. Em alguns indivíduos altamente expostos, foram relatados efeitos colaterais como hipertensão e sintomas associados a distúrbios eletrolíticos. O ácido glicirrízico é absorvido principalmente após a hidrólise pré-sistêmica como ácido glicirrético. Como o ácido glicirrético é um inibidor 200 a 1000 vezes mais potente da 11-beta- hidroxiesteróide desidrogenase em comparação com o ácido glicirrízico, a cinética do ácido glicirrético é relevante em uma perspectiva toxicológica. Uma vez absorvido, o ácido glicirrético é transportado e levado ao fígado por portadores de capacidade limitada, onde é metabolizado em glucuronídeos e conjugados de sulfato. Esses conjugados são transportados com eficiência para a bile. Após a saída da bile para o duodeno, os conjugados são hidrolisados em ácido glicirrético por bactérias comensais; o ácido glicirrético é subsequentemente reabsorvido, causando um atraso pronunciado na depuração plasmática terminal. A modelagem farmacocinética mostra que, em humanos, a taxa de trânsito do conteúdo gastrointestinal através dos intestinos delgado e grosso determina predominantemente até que ponto os conjugados de ácido glicirrético serão reabsorvidos. Os parâmetros que podem ser estimados de forma não invasiva podem servir como estimadores de risco úteis para efeitos adversos induzidos pelo ácido glicirrízico porque o ácido glicirrético pode se acumular após ingestão repetida em indivíduos com tempos de trânsito gastrointestinal prolongados. A avaliação clínica, a endoscopia gastrointestinal superior e a microscopia eletrônica de biópsias da mucosa do antro, corpo e fundo do estômago de indivíduos controle e mastigadores habituais de tabaco mostram diferenças marcantes. Anormalidades microscópicas eletrônicas, como membranas basais descontínuas fragmentadas com redução nos hemidesmossomos e espaços intercelulares alargados preenchidos com agrupamentos de desmossomos, foram encontradas na mucosa gástrica de mascadores habituais de tabaco; estes foram semelhantes aos relatados na carcinogênese experimental e leucoplasia. Conclui-se que a mastigação habitual do tabaco produz alterações microscópicas eletrônicas na mucosa gástrica humana que podem ser importantes precursores de malignidade gástrica. Os auxiliares para parar de fumar incluem adesivos de nicotina, gomas de mascar e pastilhas. As pastilhas de nicotina estão disponíveis ao balcão há mais de 15 anos. Estudos descobriram que eles contêm quantidades substanciais de nicotina e podem provocar irritação no trato gastrointestinal que pode resultar em vômito. e. Cocaína :Historicamente, a cocaína era utilizada pelos nativos americanos e outros povos indígenas por causa de sua capacidade de suprimir a fome e era ingerida por via oral mastigando as folhas da planta. Os dados atuais sugerem um aumento no número de mortes atribuídas à cocaína por via oral. Um meio popular de contrabando de drogas envolve engolir vários balões, preservativos ou pequenos frascos contendo cocaína. Essa prática é comumente chamada de “embalagem corporal” e também é usada para contrabandear outras drogas de adição, como cannabis e heroína. No entanto, a maioria das pesquisas sobre os efeitos da embalagem corporal foi realizada em indivíduos que traficam cocaína. No passado, presumia-se que a cocaína era inofensiva quando ingerida por via oral, mas os estudos atuais mostram o contrário. Ocasionalmente, um vaso engolido pode romper no estômago de um body packer e pode causar complicações graves de digestão e funcionamento gástrico normal. Trinta minutos após a ingestão, a cocaína começa a ser absorvida pelo trato gastrointestinal e torna-se ionizada devido ao ácido do estômago. A cocaína pode passar pelo estômago, mas não é absorvida de forma apreciável até atingir o intestino delgado, mais alcalino. Depois que um pacote rompido é descoberto por meio de raio-X ou ultrassonografia, uma exploração cirúrgica de emergência pode ocorrer ou, na ausência de complicações, o indivíduo pode receber laxantes. As complicações devido à ingestão de cocaína podem incluir estado de mal epiléptico, bradiarritmias complexas amplas e estreitas, arritmias ventriculares e hipertermia retardada Embora a aplicação mais comum de cocaína seja através da passagem nasal, um estudo conduzido por van Dyke e colegas concluiu que a administração oral produziu o efeito mais rápido (15 a 60 minutos) em comparação com a aplicação intranasal (45 a 90 minutos). Os picos experimentados por usuários que optaram pela aplicação intranasal podem ser atribuídos à passagem da cocaína pela nasofaringe para o trato gastrointestinal. Referências: Livro Toxicologia do Trato Gastrointestinal Gad, 2006 27/09/2021 10:39 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2809%5C%2F11%5C%2… 12/13 5. Descreva pelo menos 5 fatores que podem interferir na absorção gastrointestinal de xenobióticos. • Constante de dissociação do composto; • Lipossolubilidade; • Velocidade de esvaziamento gástrico; • Veículo do agente tóxico; • Forma farmacêutica; • Estabilidade química do composto; • Alimentos. P. ex.: Dietas gordurosas A absorção de toxicantes pode ocorrer ao longo de todo o sistema digestório,mesmo na boca e no reto. Se um toxicante é uma base ou um ácido orgânico, ele tende a ser absorvido por difusão simples na parte do sistema digestório na qual ele está presente na forma mais lipossolúvel (não ionizada). Fatores como a lei da ação das massas, área superficial e perfusão sanguínea também influenciam a absorção de bases ou ácidos orgânicos fracos. A absorção também depende das propriedades físicas do composto, como lipossolubilidade e taxa de dissolução. Um aumento na lipossolubilidade, em geral, aumenta a absorção de substância químicas, e a taxa de dissolução é inversamente proporcional ao tamanho da partícula. Referência: Klaassen, Fundamentos em Toxicologia de Casarett e Doull, 2ª ed, 2012. 6. A respeito da intoxicação que pode ocorrer por agentes ingeridos, descreva os mecanismos de intoxicação que ocorrem na salmonelose e no botulismo. Várias toxinas que ocorrem naturalmente podem afetar a absorção intestinal. Essas toxinas podem ser de origem microbiana ou de fontes fúngicas, vegetais ou animais. Doenças diarreicas causadas por microrganismos e suas toxinas são as principais causas de mortalidade e morbidade em todo o mundo. Diarreia aguda caracterizada por aumento da secreção intestinal é comumente resultado de infecção com enterotoxinas organismos produtores (Escherichia coli enterotoxigênica, Vibrio cholera, etc.) ou devido à diminuição da absorção intestinal de infecção com organismos que danificam o epitélio intestinal (E. coli sp enteropatogênica, Shigella sp., Salmonella sp.). A maioria das toxinas bacterianas exerce seus efeitos através do envolvimento da ribosilação de ADP proteínas essenciais para várias funções celulares, enquanto outras toxinas envolvem sistemas de guanilato ciclase ou cálcio e proteína quinases para sua última ação. Muitas dessas toxinas são de origem microbiana e desempenham papéis significativos em surtos de doenças infecciosas enterais. Por exemplo, a toxina da cólera afeta o jejuno humano, reduzindo a absorção de água e eletrólitos progressivamente e induz a secreção de uma forma dependente da dose O botulismo ocorre a partir do consumo ou inalação de botulino pré-formado toxina ou crescimento de bactérias Clostridium botulinum no trato GI ou dentro de uma ferida. O crescimento de C. botulinum no trato GI libera toxina botulínica que atinge a circulação. Todas as formas de botulismo causam fraqueza progressiva, sinais bulbares (visão turva, diplopia, midríase, disfagia e disartria) e falha respiratória com sensação e mentação normais. Os pacientes podem se recuperar normal força muscular dentro de semanas a meses, mas geralmente se queixam de fadiga por anos. Ref: Livro Toxicologia do Trato Gastrointestinal Gad, 2006 Roteiro do Laboratório Morfofuncional 6 Referências Gad, Toxicology of the gastrointestinal tract, 2006. Gartner, Textbook of Histology, 4ª ed, 2017. Klaassen, Fundamentos em Toxicologia de Casarett e Doull, 2ª ed, 2012. Klaassen, Casarett & Doull’s Toxicology – The Basic Science of Poisons, 9ª ed, 2019. MOL – Microscopia on line – USP. Disponível em: http://mol.icb.usp.br Rehfeld, Compendium of Histology, 2017. Ross, Histologia Texto e Atlas, 7ª ed, 2016. Lorosa, Anatomia humana: texto e atlas, 1a ed, 2018. Moore, Anatomia orientada para a clínica, 3a ed, 2019. Chagas Neto FA, Barreto ARF, Muglia VF, Elias Junior J, Bellucci AD, Marchini JS, Cunha SFC. Avaliação e seguimento de pacientes adultos com síndrome do intestino curto pelo exame contrastado de trânsito intestinal. Radiol Bras. 2011, 44(3): 188– 191. Nacif MS, Vabo KA, Vabo TP, Gouvêa RMP, Ebecken R, Santos AASMD. Qual o seu diagnóstico? Radiol Bras. 2009; 42(6): XI– XIII. 27/09/2021 10:39 OneNote https://onedrive.live.com/redir?resid=8324C4DE991344CF%211677&page=View&wd=target%28LMF.one%7C%2F%2809%5C%2F11%5C%2… 13/13
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