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Síndrome de DiGeorge (Velocardiofacial) 1 � Síndrome de DiGeorge (Velocardiofacial) É uma condição genética caracterizada por desenvolvimento anormal do arco faríngeo que resulta em desenvolvimento defeituoso das glândulas paratireoides, timo e região conotruncal do coração. Fisiopatologia Distúrbio congênito causado por uma microdeleção na banda q11.2, que está localizada no cromossomo 22. Afeta aproximadamente 30 genes, causando uma anormalidade da morfogênese que prejudica a migração das células da crista neural e o desenvolvimento inicial de arcos branquiais. Epidemiologia 1:4.000-5.000 Microdeleção mais frequente 8,1% dos indivíduos com fenda palatina apresentam deleção 22q11.2 Aspectos genéticos Mutações de novo (72-92%) Síndrome de DiGeorge (Velocardiofacial) 2 Baixas chances de acontecer novamente Herança autossômica dominante (8-28%) Herança materna>paterna Tipos de deleção: 3Mb (85%) 1,5 Mb (7-8%) 2 Mb (2%) Genes afetados: UFD1L (Ubiquitin Fusion Degradation 1 Like) TBX1: manifestações cardíacas e craniofaciais e expresso em células da crista neural Efeito pleiotrópico (um único par de genes condiciona várias características simultaneamente) PRODH e COMT: fenótipo neurocomportamental → Aumenta a Dopamina Ex: psicose e TDAH Fraca relação genótipo-fenótipo Manifestações clínicas Síndrome de DiGeorge (Velocardiofacial) 3 Alterações cardíacas: Presente em 74-80% dos casos Principal causa de morbimortalidade (>90% dos casos) Anomalias conotruncais são mais frequentes Tetralogia de Fallot (22%) Outras malformações: Defeito no septo interventricular (13-18%) Defeitos no septo interatrial Truncus arteriosus (5-10%) Anomalias no arco aórtico (5- 9%) Síndrome de DiGeorge (Velocardiofacial) 4 Estenose de artéria pulmonar Displasia de válvulas (aórtica e/ou pulmonar) Alterações craniofaciais: Sutis e com tendência a se acentuar com a idade Influência étnica Principais dismorfologias: Face alongada Nariz tubular e largo Orelhas dismórficas e pequenas Palpebra Hooded Retrognatia/Micrognatia Hipertelorismo ocular Olhos amendoados O fenótipo é evolutivo → Há acentuação das características com o avançar da idade Alterações imunológicas: Hipoplasia do timo → produção prejudicada de cels T que melhora com a idade A aplasia do timo é rara Síndrome de DiGeorge (Velocardiofacial) 5 A imunidade celular → principal acometida Imunidade humoral → IgA deficiente Alterações de otorrinolaringológicas e da cavidade oral: Anomalias palatais e da cavidade oral (49-71%) Ex: insuficiência velofaríngea (+ comum) e fendas palatais submucosas Úvula bífida → pode indicar fenda palatina submucosa Voz anasalada Membrana laringea Hipoacusia condutiva Otite média de repetição Sequência de Pierre-Robin (15-20%): mandíbula pequena, fenda palatina em forma de U e glossoptose Alterações da tireóide: Hipoplasia de paratireóides (17-60%) Hipocalcemia secundária a redução do paratormônio Convulsões Hipotireoidismo/Hipertireoidismo Alterações neurológicas e psiquiátricas: Síndrome de DiGeorge (Velocardiofacial) 6 Retardo no desenvolvimento neuropsicomotor (68-96%) Dificuldade de coordenação motora, equilíbrio e atraso na linguagem DI leve (45%) Outras alterações: Escoliose (24%) 6% precisam de intervenção cirúrgica Artérias carótidas localizadas abaixo da mucosa faríngea Risco durante cirurgias na orofaringe Trombocitopenia/Plaquetopenia (28%) Diagnóstico Quadro clínico+ avaliação da imunocompetência + exames genéticos Quadro clínico: Avaliação da imunocompetência: Exame de sangue Determinar o número total de células do sangue e de células T e B Avaliar o funcionamento das células T e das glândulas paratireoides Determinar a produção de imunoglobulinas pelo corpo em resposta às vacinas Exames genéticos: FISH Detecta >95% dos casos Síndrome de DiGeorge (Velocardiofacial) 7 Quando houver muita suspeita e o resultado vier negativo, o teste deve ser repetido Sondas N25 e TUPLE1 : hibridizam com blocos da região q11.2 do cromossomo 22 Pode não detectar deleções atípicas MLPA Deleções menores (atípicas) CGH array Identifica precisamente a região de deleção, por permitir a detecção de alterações em qualquer região do genoma Mais caro Teste genético Indicado para pais que já possuem filho com 22q11.2 e querem ter outro filho Cariótipo não é recomendado Os recém-nascidos com arco aórtico interrompido tipo B ou outras anomalias do arco aórtico isolado, bem como aqueles com tronco arterioso ou tetralogia de Fallot, devem ser submetidos a testes genéticos para detectar uma deleção 22q11.2 Outros exames: ECG Audiometria Rx de tórax ECO USG renal Dosagem do Cálcio sérico Síndrome de DiGeorge (Velocardiofacial) 8
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