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Distúrbios do equilíbrio acidobásico: alcalose metabólica Maria Laura Gonçalves Vieira – T XIV Caso clínico: ♀, 68 anos, está internada em enfermaria há 3 dias em pós operatório de hemicolectomia esquerda por neoplasia de colo ascendente. Mantida em dieta zero com sonda nasogástrica em drenagem e hidratação parenteral. A paciente evoluiu com fraqueza muscular, cãimbras e tetania. Exames laboratoriais: Na=140 k=3,0 Cai=0,7 creatinina=1,0 ph=7,55 pO2=87 pCO2=41 HCO3=34 saturação O2= 94% Colo ascendente: maior absorção de água e eletrólitos Pós-operatório de hemicolectomia: comum ter íleo paralitico Qual o diagnóstico gasométrico? Alcalose metabólica pCO2 esperada = 46 – 48 pCO2 do paciente = 41 alcalose metabólica associada a alcalose respiratória Para tentar compensar a alcalose, o rim armazena H+ e “libera” potássio alcalose, no geral, são acompanhadas de hipercalemia Alcalose de contração células diminuindo de volume Conduta para o caso: hidratar com reposição de K e Ca i Alcalose respiratória: perda de CO2 hiperventilação Base excess (BA) – somatória de todas as bases crônica Causas de alcaloses metabolicas Excessiva excreção renal de íons H+ · Hiperaldosteronismo primário Alcalose por “contração” · Uso de diuréticos · Vômitos ou drenagem gástrica · Adenomas vilosos Transporte de H+ do LEC para o LIC · Hipocalemia Perda gastrointestinal de H+ · Adenomas vilosos Tratamento da alcalose metabólica Cloro “sensíveis” SF 00,9% 100ml/h Cloro “insensíveis” espironolactona e amilorida Medicação Dose – Via de Acesso - Tempo de Infusão Dieta zero Hidratação SF 0,9% 1500ml/h (expansão rápida) Reposição de potássio Xarope KCl 6% 10ml 6/6h Caso clínico: ♂, 69 anos, admitido no PA do HB queixando-se de dispnéia aos mínimos esforços há 1 dia. Reporta apresentar dispnéia aos médios esforços há 2 anos, com episódios recorrentes de tosse produtiva com expectoração hialina. AP: carga tabágica de 40 maços / ano. Ausculta pulmonar: MV diminuído globalmente, com roncos esparsos e sibilos difusos Diagnóstico gasométrico: acidose respiratória + alcalose metabólica Conduta realizada: · Máscara de O2 5L/minuto + inalações com 7 gotas com β2 agonista + hidrocortisona 500mg EV · Paciente evoluiu com rebaixamento no nível de consciência e foi submetido à IOT. Gasometria pós-IOT: · ph=7,30 pO2=60 pCO2=78 HCO3=36 saturação O2= 82% Tratamento da acidose respiratória Medicação Dose – Via de Acesso - Tempo de Infusão Dieta zero Inalação com β2 agonista 10 a 20 gotas 20/20 minutos na 1ª hora Inalação com ipatrópio Associar 40 gotas à inalação com β2 se houver exacerbação grave ou pouca resposta Metilprednisolona 40 a 60mg EV 6/6h Oxigênio 1 a 3L/ minuto se saturação<90% Antibioticoterapia? Conclusões finais Os distúrbios ácido-base são muito comuns na prática clínica A identificação dos distúrbios permite antecipar eventuais desfechos desfavoráveis e auxiliar na tomada precoce da conduta terapêutica correta Para a adequada utilização dos recursos diagnósticos oferecidos em um simples exame de gasometria arterial, precisamos entender os mecanismos bioquímicos do funcionamento dos nossos principais sistemas tampões
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