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1 Neoplasias urogenitais – Luisa Tejerizo – 7° semestre UROLOGIA NEOPLASIAS UROGENITAIS AULA 5 Neoplasias urogenitais 1. Tumores renais 2. Tumor de bexiga 3. Tumor de pênis 4. Tumores testicular 1.TUMORES RENAIS 1.1EPIDEMIOLOGIA • 2-3% de todas as neoplasias urogenitais, não são muito frequentes • 1,5/1 H:M • Incidência: pico entre 60-70 anos • Raro antes dos 20 anos de idade, exceção para tumor de Wilms, tumores renais típicos de crianças menores, quanto mais velha menor incidência do tumor. • 2018: 6270 novos casos no Brasil (INCA). 1.2ETIOLOGIA • Relacionados a exposição do organismo a substâncias oncogênicas como nitrosaminas (compostos químicos de nitrito com aminas, geralmente ocorrem em ambiente ácidos. Alimentos ricos em nitrito que possuem determinadas aminas, no ambiente ácido do estomago podem se transformar em nitrosaminas (alimentos como a cerveja, carne de peixe e demais carnes que são conservadas com sais com nitratos). Metais pesados como cadmio, chumbo e bromato (estes últimos são comuns na gasolina e tabaco). Por isso exposição ao tabaco aumenta chance de câncer renal. • Hereditariedade: doença de von hippel – lindau → a patologia é hereditária, dominante, aumenta risco de carcinomas de células claras, tipo de tumor mais frequente • Obesidade • Desequilíbrios hormonais • Exposição do paciente a radiação → radioterapia usada para tratar outros tipos de tumores. PATOLOGIA – TIPOS DE TUMORES • Carcinoma de células claras é o mais comum, corresponde a 70% dos tumores → podem ser de dois tipos: -Esporádicos (95%) -Hereditário (5%) → doença de von hippel lindau ou esclerose tuberosa pode estar relacionada com formação de angioliomipomas renais que são tumores benignos que podem ter grande crescimento, causar hematúria, aumentar risco de sangramento do rim quando acontece trauma contuso renal. Raramente a esclerose tuberosa pode estar relacionada com formação de carcinoma de células claras. • Cacinoma papilífero: 10% • Carcinoma cromofobo 5% • C cístico solido 1 a 4% • C de ductos coletores de Bellini 1%: tumores bastante agressivos • C medular 1% 1.3QUADRO CLINICO • Massa renal palpável • Dor lombar • Hematúria macro ou microscópica (60% dos casos) • Manifestações paraneoplasicas (anemia, febre, HAS) – tumores são produtores de compostos que levam a esses sinais e sintomas. Tríade clássica (10% dos casos) → muito comum antigamente, antes do advento dos exames de imagem, USG, o diagnóstico de câncer de rim era tardio, diagnosticado quando o paciente sentia dor lombar no flanco ou sangue na urina ou massa renal palpável que significava avanço importante de tumor. Hoje em dia não é comum ter a tríade uma vez que se diagnostica o tumor de forma mais precoce. 1.4DIAGNOSTICO 1.4.1ULTRASSOM revolucionou o diagnostico Imagem 1: Lesão na parte mais externa do rim apontada pela seta branca → lesão ecogênica, tumor renal →lesão mesorenal, por estar mais próximo do hilo renal onde entra a pelve renal, artéria e veia. Lesão de 2 Neoplasias urogenitais – Luisa Tejerizo – 7° semestre aproximadamente de 2 a 3 cm de diâmetro crânio caudal semelhante a outra da segunda imagem. OBS: Liquido no USG fica com coloração mais escura/preta. Esses tumores tem importante neovasculariação, com vasos aberrantes penetrando na lesão fazendo crescer de forma acelerada. Por conta disso, algumas partes do tumor podem não receber irrigação adequada, pode morrer e perceber presença de uma lesão solido cística, mostrando na cor da seta vermelha Imagem 2: Na seta amarela tem tumor polar, no polo superior do rim. Lesão no polo superior →como na segunda imagem - pode precisar ser feito uma nefrectomia renal parcial. Lesão mesorenal → - como na primeira imagem- pode ter comprometimento de artérias e veias, não sendo possível muitas vezes, realizar a nefrectomia parcial. Porém, é necessário de uma TC computadorizada com contraste ou RNM para avaliar grau de invasão da lesão e realizar tratamento cirúrgico. 1.4.2LABORATÓRIO: pode encontrar hematúria (60%) micro ou macroscopia. E anemia pelas perdas urinárias de sangue e pela síndrome paraneoplasica. 1.4.3TC 1° Imagem: TC computadorizada com contraste de abdome corte axial, coronal e sagital todos na fase arterial com setas apontadas para lesão solida hipervascularizada de 1,6 no maior eixo localizada no terço inferior do rim esquerdo. Lesão hipercaptante. A captação da imagem faz com que ela fique bem branca. No centro da imagem a esquerda, a imagem mais branca marcada de vermelho denota metabolismo alto da lesão, capta muito contraste e brilha com contraste, mais captante do que demais partes do parênquima renal. 2° imagem: corte axial, coronal e sagital, todos em fase arterial, com setas apontando para lesão solida hipervascularizada de 1,6cm no maior eixo, localizada no terço inferior do rim esquerdo. Divisão do rim: polos 3 Neoplasias urogenitais – Luisa Tejerizo – 7° semestre So tem como determinar a divisão de polos se olhar de forma anterior, vendo o hilo renal. Na segunda imagem não é possível ver. Na primeira imagem é possível notar a lesão no polo inferior. Imagem 2: tumor mesorrenal direito →Foto mostra detalhe de tc de abdome corte coronal no qual se observa grande tumor renal direito. O tumor se estende além da gordura perineal e invade seio renal. Pacientes com esse tipo de lesão devem ser tratados por nefrectomia radical e linfadenectomia do retroperitônio. Lesão que abrange e destrói todo o polo superior do rim, imagem de reconstrução. A parte mais cranial, caudal, coluna vertebral, hilo renal deve estar na região mesorenal, todo o polo superior do rim é destruído por lesão que deve estar invadindo fígado e estruturas adjacentes Tumor mesorrenal direito → Mostra detalhe de tc de abdome em corte coronal na qual se observa grande tumor renal direito. O tumor estende se além da gordura perirenal e invade seio renal. Pacientes com essa lesão deve ser tratado com nefrectomia radical e linfadenectomia de retroperitoneo. Nesse caso, não se faz nefrectomia parcial, porque o hilo renal ou seio está invadido. O sistema coletor, vascularização foi invadida. O paciente precisara de tratamento adjuvantes além da cirurgia. Provavelmente tem metástase linfonodal. Quando o tumor tem crescimento exagerado, tende a ter lesão cística no centro. Quando o tumor já sofreu necrose extensa: tumor que morreu: 1.4.4RMN Exame mais importante para lesão solido cística. O tumor representado na primeira imagem no local marcado em vermelho abaixo: Volumoso tumor renal com invasão da veia renal e trombo tumoral que chega ate a veia cava. A parte marcada avermelhada mostra trombo tumoral, que invadiu veia renal e cava Imagem na RNM, marcado em vermelho lesão com invasao 2° imagem: Massa expansiva vascular, heterogenea com origem no cortex renal invadindo veia cava e veia cava inferior, tumor é multicentrico como ocorre 16- 26% dos carcinomas renais esporadicos, e em uma porcentagem mais alta de casos sindromicos e hereditarios. 4 Neoplasias urogenitais – Luisa Tejerizo – 7° semestre Em corte coronal com realce por contraste mostra massa expansivel no polo superior do rim esquerdo marcado no circulo. Estende para veia renal e veia cava inferior. A propensão para invasão venosa leva a alta prevalencia de metastases pulmonares. RMN avalia com mais precisao. Bom para tumor solido cistico/vascular. Bom para planejamento de cirurgia. Precisa de cirurgiao vascular para clampar veia cava e pelas lesoes vasculares. 1.5ESTADIAMENTO TNM Tumor • Tx o tumor primario não pode ser avaliado • T0 não há evidencia de tumor primario• T10 tumor menor 7cm limitado ao rim • T2 tumor maior que 7cm limitado ao rim • T3 tumor estende-se para os grandes vasos ou invae a supra renal ou os tecido perrinefreticos, mas não alem da genota • T3a tumor invade supra renal ou os tecidos periefreticos, mas não alem da gerota • T3b tumor invade macroscopicamente veia renal ou veia cava inferior • T4 tumor invade tecidos alem da gerota 1.5.1TNM Linfonodos regionais • NX: linfonodos regionais não podem ser avaliados • NO não há metastases para linfonodos regionais • N1 metastase em um único linfonodo de ate 2cm • N2 metastase em um único linfonodo maior que 2cm, menor que 5 cm ou multiplos nodos, nenhum maior que 5cm Metastase a distancia • MX Metastase não pode ser avaliada • MO Ausencia de metastase • M1 Metastase a distancia 1.6TRATAMENTO 1. Nefrectomia Radical 2. Nefrectomia parcial Na TC tem tumor polar → nefrectomia parcial direita ou tumorectomia Antigamente tirava todo o rim até gerota + linfadenectomia hilar, regional→ padrão ouro Hoje em dia, com avanço da laparoscopia, cirurgia robótica, passou a serem feito tratamentos menos invasivos com economia de nefrons, que possuem mesmo índice de cura oncológica e preservação de boa parte do parênquima renal. Pra uma lesão polar, localizada como essa o tratamento de tumorectomia ou nefrectomia parcial é o indicado e com preservação e nefron. Nefrectomia radical que está representada pela imagem a cima da direita, faz a ligadura do hilo e remove o rim como uma peça junto com gerota e toda gordura perirenal. Se isso é feito no jovem, no final da vida, ainda mais se ele ficar com HAS, DM, pode vir a ter decréscimo de função renal e insuficiência renal. Por isso começou a fazer tratamento minimamente invasivo com cirurgia de preservação de nefron, demonstrando mesma eficiência de cura do que a nefrectomia radical com retirada do rim de todo o envoltório. 5 Neoplasias urogenitais – Luisa Tejerizo – 7° semestre 1.6.1TRATAMENTO PARA DOENÇA METASTÁTICA Imunoterapia: • IL-2 • Sorafnib • Sunitinib • Nivolumab A chance de cura é maior no início, com tumor menor → Antes de T3, quando ainda não tem linfonodo aumentado. Tumores maiores precisam de tratamento complementar a cirurgia, por imunoterapia. Tumor renal não responde bem a radioterapia. Imunoterapia era feito com il2, imunoterapico mais antigo que induz diminuição da passa tumoral, não curava, mas fazia diminuir por algum tempo, assim como a vascularização. Mas, é agressivo, trás impacto para o organismo, principalmente quando o paciente tem comorbidades. O tratamento era pior do que a doença. Drogas mais novas como antiangiogenicos como sorafenib e suntinib → Essas drogas inibem a neovascularização, as vezes são usados juntamente com imunoterapicos e nivolumab , este último tem alto custo. São bons para diminuir o tamanho do tumor, melhorar sobrevida. Il2 vem sendo deixada de lado. 2. CANCER DE BEXIGA • Tumor frequente, segundo tumor mais frequente, só perde para o tumor de próstata • Segunda magnilidade urológica • 3,5% das neoplasias em geral • Relação 5:1 H:M • Aumento da incidência conforme idade avança • 90% dos tumores de bexiga são superficiais, 70% papilar e 5% acometendo trato urinário superior (ureter alto e rins) – são carcinomas uroteliais comprometendo trato urinário superior • Tabagismo, cigarro eletrônico (pod), estão relacionados a substancias que aumentam risco de câncer de rim. • Ocupacional (aminas aromáticas, solventes, tintas, metais, hidrocarbonos, produtos de combustão e exaustão, poeira de couro) – trabalhadores de indústria, polo petroquímico. • Infecções crônicas (cistite intersticial e actinica- decorrente da aplicação de radioterapia) • Drogas • Genética familiar 2.1HISTOPATOLOGIA • Carcinoma urotelial (células transicionais) → maioria • Variante escamoso (17-20%) • Variante micropapilar (6%) • Variante sarcomastoide (4%) • Variante adenocarcinoma (1,4%) Sarcomas retroperitoneais são os piores, tem alto potencial de invasão e levam a óbito. Se não forem descobertos em fase inicial tem má prognostico. Quando o tumor invade camada muscular própria, demonstrada no lado esquerdo da figura, não pode ser 6 Neoplasias urogenitais – Luisa Tejerizo – 7° semestre tratado com cirurgia endoscópica. Todos os tumores superficiais, que são ate t2b os que invadem a muscular própria, são tumores superficiais. Quando invade a camada muscular da bexiga, não é mais considerado tumor superficial, precisa ser com cistectomia radical, não pode mais ser tratado com RTU (ressecção transuretral), passa a ser tumor que invade. 2.2APRESENTAÇÃO: • Hematúria micro/macroscópica -80-90% → clássico: hematúria macroscópica indolor! Ocorre nos tumores volumosos, Mas não é para pensar que é patognomonico. Ocorre nos pacientes mais velhos. • O mais comum é hematúria microscópica. • Outros sintomas urinários irritativos: urgência, polaciuria, diminuição da capacidade urinária vesical, sintomas irritativos – quando é mais grave • Dor: flancos – hidronefrose por compressão ureteral quando o tumor é de trato urinário superior, surge com dor lombar. • Supra púbica – invasão vesical • Desconforto retal e dor perineal 2.3DIAGNOSTICO E ESTADIAMENTO • Citologia urinaria → coleta de 3 amostras de urina, analisadas pelo microscópico que detecta células neoplásicas. Sensibilidade: 49%; especificidade: 96% • Citoscopia (introduz endoscópico pela uretra, ate bexiga e faz inspeção de toda a mucosa vesical em busca de tumor. tumores pequenos, polipoides, USG não consegue identificar, só a citoscopia é capaz de detectar→nela, utiliza recursos como luz branca, fluorescente , NBI com biopsia • Marcadores tumorais → sensibilidade < 70% e especificidade < 80%. Muito inespecíficos. Existem diversos estudos para encontrar algum marcador. Urovysion, immunocyt são estudos promissores. • TC com urograma →para identificar se existe invasão de parede vesical da gordura perivesical RNM • PET-TC → útil pra avaliar doença metastática linfonodal. 2.4TRATAMENTO Superficial: Resseção transuretral da bexiga (técnica bipolar/monopolar) → introduz endoscópio pera uretra com paciente anestesiado com raquianestesia. Faz remoção completa da lesão, coagula toda a base, faz biopsia da camada muscular profunda pra ver se tumor não invade a muscular própria da mucosa. Se documentar que invade, chamado tumor T2, não pode mais ser tratado de forma curativa pela cirurgia endoscópica → tumor musculo invasivo, avançado precisa ser tratado com cistectomia radical, remoção completa da bexiga Se paciente não resiste a cirurgia desse porte, é oferecido tratamento multimodal, trimodal → por radioterapia, quimioterapia sistêmica e RTU periódica (Terapia trimodal RTU, RTX, QT). Deixa o leito da bexiga sem lesão, o oncologista entra pra fazer a quimio sistêmica e radioterapeuta pra irradiar o leito de ressecção e inibir o crescimento tumoral, pode ser útil essa terapia em pacientes que não são candidatos a cistectomia radical ou não querem ser submetidos a ela. Quimio/imunoterapia intravesical (BCG, mitomicina, gencitabina) 2.4.1CISTECTOMIA (BEXIGA, PRÓSTATA, LINFONODOS E DERIVAÇÃO URINARIA) Aberta, laparoscópica e robótica A bexiga comprometida será removida, e para isso existem algumas possibilidades de derivação urinaria, a primeira é: Derivação urinaria incontinente com ureterostomia cutânea → onde os dois ureteres são desviados para pele (ureterostomia cutânea) →dificilmente usada, só quando o paciente não possui teto cirúrgico pra fazer outra cirurgia maior. porque esse procedimento faz com que ele fique com duas bolsas na parede abdominal, o que é ruim para a qualidade de vida. Resumo: Faz acistectomia, remove bexiga, e faz ureteretostomia cutânea bilateral → DERIVAÇÃO URINARIA INCONTINENTE COM URETEROSTOMIA CUTANEA. 7 Neoplasias urogenitais – Luisa Tejerizo – 7° semestre Derivação urinaria incontinente de Bricker → paciente tem urostomia, usa segmento de delgado, implanta os dois ureteres nesse segmento de 15cm de delgado e faz abertura do delgado na pele, paciente fica com bolsa de urostomia e é uma derivação usada até hoje e mais rápida. Mais rápida do que a neobexigaortotopica → DERIVACAO URINARIA INCONTINENTE DE BRICKER CONTINENTES: Ureterostomia parasigmoide (RETEROSIG/URETEROSIGMOIDESTOMIA)→ pega os dois ureteres implanta os no sigmoide e o paciente passa a ter cloaca. Tirou a bexiga →fez a cistectomia radical e faz derivação urinaria dos dois ureteres para sigmoide. É rápida, seguro. Mas, paciente começa a ter risco e deteriorar função renal por ITU de repetição uma vez que as bactérias das fezes contaminam frequentemente o trato urinário, passa a ter infecção urinaria, pielonefrite aguda, rins decrescem função. O nome é continente porque sai fezes e urina por uma única via, reto. Pode ter perdas liquidas uma vez que o reto não é bom para segurar urina. Derivação urinaria neobexiga ortotopica→ tira bexiga, cistectomia radical e cria nova bexiga ortotopica a partir de um segmento de 40cm de intestino delgado. Urologista faz a detubularizacao, abertura do segmento de delgado e cria nova bexiga ou bolsa pelo segmento de intestino delgado, essa neobexiga é colocada em contato com uretra de modo que tenha derivação urinaria continente. É a melhor derivação, tem melhor controle da urina. A neobexiga não tem contratilidade própria, não tem sensibilidade de enchimento e esvaziamento. Ela tem que ser esvaziada por cateterismo vesical intermitente. Passa sonda por uretra, autocateterismo intermitente como esvaziamento da bexiga, a cada 4h. Continente com bolsa → cria mecanismo de válvula pra não vazar urina sempre, fica como urostomia na parede abdominal e pra ser esvaziada precisa que faca cateterismo periodicamente. não é boa no ponto de vista funcional. Precisa fazer cateterismo periódico 8 Neoplasias urogenitais – Luisa Tejerizo – 7° semestre 3.CANCER DE PENIS 3.1EPIDEMIOLOGIA • Muito raro em países desenvolvidos, mais comum em locais onde tem falta de higiene. • Incidência: 0,3 a 1/100.000 nos EUA; 4,2 a 4,4/100.000 Paraguai e Uganda; Brasil 1,3 a 2,7/100000 Norte e NE do Brasil • Incidência: pico entre 60-70 anos • Raro antes de 20 anos de idade 3.2FATORES PREDISPONENTES: • Fimose • HPV • Inflamação crônica (balanopostite, liquen escleroso e atrófico, balanite xerotica)→ condições que irrita e inflama de forma crônica a mucosa da glande • Tabagismo → elimina substancia carcinogênicas no suor, que se acumulam no esmegma (sujeira que fica entre prepúcio e glande, aumenta risco de câncer de pênis) • Radiação ultraviolenta 3.3PATOLOGIA TIPOS DE CARCINOMA ESCAMO CELULAR: (mais frequente) Subtipos: • Clássico • Verrucoso • Basaloide • Sarcomastoide • Adenoescamoso 3.4QUADRO CLINICO • Lesão peniana crônica ulcerada ou vegetante com ou sem linfadenopatia inguinal • Indolores, meses de evolução, pode ter necrose, odor até com roupa. 3° imagem: Componente vegetante Comprometimento linfonoidal, nas cadeias inguinais → linfonodomegalias indolores 3.5DIAGNOSTICO A conduta para esses dois casos da 2° e 3° imagem é usar ATB, existem causas infecciosas de lesão ulcerada crônica, causas de doenças ulceradas crônicas que deformam a glande peniana. Usa doxiclina por 3 semanas as vezes reverte o quadro. Depois faz biopsia incisional da lesão, remove amostra de espessura total da lesão → faz biopsia de toda a raiz, desde a mucosa sadia, para ter amostra de células neoplásicas vivas!! OBS: sujeita leva a inflamação crônica e mutação da mucosa AMPUTAÇÃO PARCIAL DO PÊNIS Amputação parcial de pênis → garroteamento da base do pênis, controle vascular, secção. Primeira coisa é isolar, garroteia base do pênis, controle vascular, controle da uretra e secciona o pênis deixando o coto uretral longo, fundamental pra não ter estenose do meato da uretra. Vai ter o pênis reconstruído. Existem tratamentos mais conservadores pra tumores glandais, glandectomia parcial. 3.5.1AMPUTACAO TOTAL O PENIS 9 Neoplasias urogenitais – Luisa Tejerizo – 7° semestre Quando o tumor compromete toda haste peniana, fica com coto peniano que não consegue direcionar o jato urinário. Penectomia total →controla corpos cavernosos secciona uretra, faz amputação do pênis próxima a base e faz uretrestomia perineal, abertura da uretra no períneo do paciente, abaixo da bolsa testicular, anterior ao orifício anal. Fica com corpo cavernosos ligados em sua base e urina por uretrestomina perineal, faz xixi sentado. Não consegue ter vida sexual ativa. Provavelmente é um paciente que vai morrer. Prótese se coloca dentro do corpo cavernoso, nesse caso não existe corpo cavernoso. 3.5.2LINFADENECTOMIA INGUINAL BILATERAL RADICAL OU MODIFICADA • Radical: extensa → linfedema • Modificada: preserva alguns linfonodos → diminui taxas de linfedema. Paciente fica com linfedema bilateral nos membros inferiores irreversível, porque prejudica linfáticos da região inguinal, atrapalha drenagem dos membros inferiores. 4.TUMORES TESTICULARES 4.1EPIDEMIOLOGIA • É um tumor raro 1 a 1,5% das neoplasias masculinas • Apesar disso, é um tumor solido mais comum em homens entre 15 a 53 anos de idade • Incidência: 2,2 casos/100000 habitantes ( Brasil) • Mais frequentes em brancos do que negros e amarelos • Taxa de cura alta quando operados precocemente. 4.2FATORES DE RISCO • Criptorquidia: testículo não desce da bolsa testicular • Atrofia testicular • Infertilidade • Desequilíbrio hormonal • História familiar • Sindrome de kilnefelter • Presença de tumor contralateral Tipos: • Tumores germinativos (97%) • Seminomas (4045%) • Clássico ( mais comum) • Anaplasico • Espermatocitico ( mais comum em idosos) 4.3QUADRO CLINICO: Paciente jovem com testículo dolorido e aumento, disuria, febre →suspeita de epididimite aguda. Não é todo testículo aumentado que é cancer. • Aumento do volume testicular – 51% a 61% tumor de testículo geralmente o aumento é indolor • Dor local – 31 a 34% • Nódulo testicular 23 a 31% • Dor lombar e ou abdominal 6% • Antecedente de trauma escrotal 3 a 5% • Hidrocele 10% • Massa abdominal 4% • Gânglios supraclaviculares e ou inguinais 2% • Ginecomastia 2% 4.4DIAGNOSTICO 10 Neoplasias urogenitais – Luisa Tejerizo – 7° semestre 4.4.1ULTRASSOM Imagem hipoecogenica 1° imagem: tumor na região mais central, ao redor o parênquima 2° imagem: tumor pequeno, periférico, palpável, faz relevo na parte externa todo testículo, geralmente é nódulo mais endurecido do que quando o parênquima é normal 4.4.2RMN- RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR 1° imagem: tumor no testículo esquerdo 2° imagem: volumosa tumoração que muda arquitetura do testículo, tumor volumoso 4.4.3MARCADORES TUMORAIS • Alfatoproteina • Beta hcg • LDH – marcador inespecíficos com massas tumorais muito grandes OBS: O mesmo b hcg usado pra gravidez, aumenta em quase todos os casos! Exames complementares de estadiamento dos tumores testiculares • TC de tórax sem contraste: para ver metástase em pulmão • TC de abdome ou RMN de abdome: para achar linfonodos aumentados, linfonodomegalia, retroperitoneal • TC de crânio: metástase cerebral • Cintilografia óssea: se metástase óssea • PET TC (avaliação de massas linfonoidais residuais > 3cm após cirurgia 4.5TRATAMENTO 4.5.1ORQUIECTOMIA RADICAL No tumor de testículonão faz incisão na bolsa testicular, a abordagem é inguinal, seja transversa ou obliqua, porque condena o paciente a ter patologia incurável, dissemina o tumor. Incisa na região inguinal e faz ligadura precoce do cordão espermático, clampa, para segurança, para interromper o fluxo pra que as células malignas não voltem através das vias linfáticas e veias para contaminar paciente. Faz ligadura e só depois remove testículo junto com envoltórios deixando a bolsa vazia. Pode fazer implante de prótese testicular para ele ter sensação de ter duas bolas na bolsa testicular Para fase reprodutiva, se for fazer quimioterapia preserva semem, criopreservação pra ter filhos no futuro. As vezes precisa fazer linfadenectomia retroperitoneal principalmente em metástase retroperitoneal ou radioterapia com irradiação de áreas de linfonodos do retroperitônio. 4.5.2LINDADENECTOMIA RETROPERITONEAL 11 Neoplasias urogenitais – Luisa Tejerizo – 7° semestre TRATAMENTO • Orquiectomia radical + RXT/LND retroperitoneal/QT • Índice de cura +/- 95% em estádios iniciais • Atentar para conservar espermatozoides dos pacientes em idade fértil, uma vez que depois da quimio o paciente fica estéril.
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