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Osteoartrite - Distúrbio musculoesquelético das articulações sinoviais - Clinicamente, caracteriza-se por dor e limitações funcionais - O padrão histológico mostra alterações na cartilagem e osso subcondral - Radiologicamente, evidenciam-se osteófitos e estreitamento dos espaços articulares EPIDEMIOLOGIA - Está presente em cerca de 10% dos pacientes com > 60 anos - É a doença reumatológica mais comum - Afeta, principalmente, quadril, joelhos, mãos e pés - Fatores de risco Intrínsecos: idade (> 45 anos); sexo feminino, fatores genéticos, anatômicos (deformação e desalinhamento da articulação), obesidade (principal fator de risco modificável!), doenças metabólicas sistêmicas Extrínsecos: esportes ou trabalhos extenuantes FISIOPATOLOGIA - Alterações ósseas: principalmente em osso subcondral; podem fromar esclerose óssea, cistos subcondrais, osteófitos - Alterações cartilaginosas: irregularidade da superfície por conta da redução da espessura - Alterações sinoviais: ocorre sinovite desencadeada pelos fragmentos de cartilagem e osso degradados no líquido sinovial -> Formação de enzimas e citocinas que iniciam o processo inflamatório, espessamento da cápsula articular ETIOLOGIA - Multifatorial - OA primária possui causa idiopática ou manifesta-se por conta de alterações genéticas que justifiquem o quadro - OA secundária envolve grupos de etiologias mecânicas e inflamatórias Entre as causas de OA secundária inclui-se: condrodisplasia, doenças de depósito (hemocromatose), DM, gota, AR, traumas, osteoporose, necrose óssea, ... CLÍNICA - As manifestações são predominantemente locais - Sintomas iniciais de caráter articular periférico (principalmente) - Locais mais incidentes incluem: Hálux, interapofisiárias, interfalangianas distais e proximais, carpometacarpianas do polegar, joelhos e quadril - Sintomas incluem Dor articular (caráter mecânico): caráter espontâneo e evolução gradual, com pequena/média intensidade, piora com o início do movimento e melhora com repouso o Mecanismos da dor na OA: estiramento dos ligamentos e da cápsula articular, aumento da pressão intra-óssea nos ossos subcondrais acometidos, sinovite, dor muscular Rigidez articular fugaz -> Duração inferior a 30 minutos Instabilidade articular Limitação de movimento: redução da ADM tanto passiva quanto ativa - Principais sinais Aumento da articulação de consistência firme e com pontos dolorosos Crepitações audíveis ou palpáveis Deformidade articular Sinais de sinovite (edema, aumento da temperatura e discreto derrame articular) Nódulos de Heberden e de Bouchard nas interfalangianas distais e proximais -> Osteófitos; sinal patognomônico DIAGNÓSTICO - É eminentemente clínico! Baseado na anamnese e em achados do exame físico osteoarticular - Exames de imagem: Apresentam importância para diagnóstico precoce Não se pode correlacionar a intensidade do quadro sintomatológico com o grau de OA pelos exames RX é o padrão ouro -> Mostra osteófitos, redução do espaço articular, esclerose óssea, cistos subcondrais TC e RNM podem ser úteis para avaliação complementar, ajudando a identificar possíveis etiologias que colaborem para a manifestação - Laboratório: Não existe exame específico Solicita-se: hemograma, testes imunológicos (para diagnóstico diferencial), pesquisa de marcadores inflamatórios, ... Artrocentese: derrame na OA possui caráter não inflamatório, com menos de 2000 leucócitos/mm3 OSTEOARTRITE DE MÃOS - Forma principal de OA primária - Geralmente tem sintomas bilaterais e siméticos - Predisposição genética - Principalmente mulheres de meia idade - Osteoartrite nodal (presença dos nódulos de Heberden e Bouchard) Início insidioso com dor e rigidez, acompanhado de sinais de sinovite Com o tempo, desaparecem os sinais inflamatórios e a dor torna-se menos intensa Pode-se encontrar cistos de ácido hialurônico Geralmente, possui bom prognóstico - OA nodal erosiva Caráter mais maligno e agressivo Elevada degeneração da cartilagem subcondral Mais sinovite e articulações mais deformadas - Diagnóstico Dor ou rigidez articular + 3 critérios o Aumento de volume, com consistência firme em pelo menos 2 articulações (interfalangianas distais e proximais nos 2º e 3º dedos + carpometacarpianas dos polegares) o Aumento de volume, com consistência firme em pelo menos duas interfalangianas distais o Menos de 3 articulações metacarpofalangianas aumentadas o Deformidade em pelo menos 1 das 10 articulações OSTEOARTRITE DE JOELHOS - Relaciona-se com obesidade - Manifesta-se uni ou bilateralmente - Mais frequente em mulheres - Entre os fatores predisponentes incluem-se: trabalho/atividades físicas extenuantes, roturas de menisco, lig cruzado, fratura óssea, desalinhamentos congênitos - Clínica: A dor pode ser anteromedial ou patelofemoral; aumenta com a compressão manual da patela, ao sentar por muito tempo ou ao levantar e subir escadas - Diagnóstico: Osteófitos em radiografia OU rigidez matinal < 30 minutos + crepitação + > 40 anos + líquido sinovial típico OSTEOARTRITE DE QUADRIL - Principalmente homens - Caráter unilateral - O principal sintoma é a dor ao deambular, localizada na nádega, virilha e coxa; piora com rotação medial da coxa Também pode haver rigidez - Diagnóstico Dor no quadril associada a pelo menos 2 o VHS < 20 mm/h o Osteófitos em RX o Redução do espaço articular OSTEOARTRITE DE COLUNA VERTEBRAL - Geralmente manifesta-se junto da degeneração do disco intervertebral - Preferência pela região cervical (C5) e lombar (L3-L5) - Há formação de osteófitos, redução do espaço entre os processos articulares, redução dos forames intervertebrais, ... - Sintomas: Relacionados com a redução dos forames intervertebrais Dor que piora com o movimento, se intensifica ao acordar e ao final do dia Pode ocorrer cervicalgia ou lombalgia a depender da localização Pode haver parestesia TRATAMENTO - Não farmacológico Perda de peso, incentivo à prática de exercícios físicos, órteses, ... - Farmacológico AINEs são os principais medicamentos utilizados pra pacientes com dores leves/moderadas. Paracetamol, dipirona, nimesulida o Pode-se utilizar AINEs tópicos em casos de OA de mão e joelho Antidepressivos: para pacientes com CI ao uso de AINEs. Duloxetina, amitriptilina Analgésicos tópicos: capsaicina - Medidas intervencionistas Lavagem articular Artroscopia Artroplastia: para pacientes graves que não foram beneficiados pelo tratamento clínico
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