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CONTROLE DA DOR - MED..

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CONTROLE DA DOR
			
1- CONCEITUE DOR?
A dor se trata de uma categoria de fenômenos que cursam com experiências únicas e diferentes de desconforto, relacionadas a uma lesão tecidual real ou potencial. 
Atualmente, a dor nem sempre se associa a uma lesão tecidual evidente em aspectos histopatológicos, e que o estado mental têm relevância na percepção de dor. Logo, a percepção de dor é individual e influenciada por fatores externos, podendo ocorrer na ausência de lesão. Devido à esse fato, a Associação Internacional para o estudo da Dor (IASP) define dor como “experiência sensitiva e emocional desagradável associada, ou semelhante àquela lesão tecidual real ou potencial”. 
2- QUAL SUA FUNÇÃO E POR QUE SUPRIMÍ-LA?
A dor atua como mecanismo biológico através da emissão de sinais de alerta de que algo no organismo não está correto e precisa ser analisado ou certos comportamentos ou objetos externos são nocivos à saúde. Este meio de defesa surge antes que ocorra uma lesão grave, como quando se percebe um calor excessivo, a pressão de um instrumento cortante ou outras formas potenciais lesivas. A sensação dolorosa provoca o imediato afastamento do agente e evita uma lesão posterior. Atua como base para se evitar objetos e situações nocivos. A dor gerada por lesões articulares, infecções, e demais doenças, impõe limites na atividade ou provoca inatividade e o repouso, essenciais para a restauração natural do organismo acometido. Logo, uma vida livre de sensações álgicas pode significar risco eminente a vida. No entanto, em algumas situações e doenças, está pode ser exagerada e sustentada, sem benefício aparente e até mesmo com graves consequências adversas, persistindo sem utilidade, e induz transtornos biopsicossociais desfavoráveis, sendo necessário intervenção para restabelecer a harmonia homeostática. É importante ressaltar que a dor quando deixa de ser fisiológica e se torna patológica no aspecto de incomodar o paciente e atrapalhar os seus afazeres diários deve ser suprimida, objetivando sempre o bem estar do paciente. 
3- O QUE É VIA NOCICEPTIVA? QUAL SUA ANTOMOFISIOLOGIA DA PERIFERIA ATÉ O CÓRTEX SENSORIAL?
O composto fisiológico da dor é denominado nonicepção, que consiste dos processos de transdução, transmissão e modulação de sinais neurais gerados em resposta à um estímulo externo nocivo. Resumindo, pode se considerar uma cadeia composta por uma tríade neuronal, com o neurônio de 1° ordem oriundo da periferia e projeta-se para a médula espinhal, o neurônio de 2° ordem ascendente pela medula espinhal e o neurônio de 3° ordem projeta-se para o córtex cerebral. 
Os noniceptores, terminais periféricos de fibras aferentes primárias, detectam a dor, podendo ser ativados por vários estímulos (físicos e químicos). Os mediadores inflamatórios liberados por células não neurais durante a lesão tecidual elevam a sensibilidade desses noniceptores e potencializam a percepção de dor. Assim, o estímulo gerado na periferia, ativa a via nociceptiva (fibra A ou C), que entra na médula espinhal (SNC) e faz sinapse com um neurônio de 2° ordem, ascendente até o córtex sensorial atravessando pela via neoespinotalâmica (fibra C) ou paleoespinotalâmica (fibra A). 
A via nociceptiva é uma via ascendente de dor. A dor resulta da ativação, lesão ou disfunção dos neurônios aferentes primários específicos (nociceptores) ou do sistema nervoso central (SNC). A dor gerada pelo estimulo excessivo dos nociceptores é chamado de dor nociceptiva e resulta de uma disfunção ou lesão do sistema nervoso periférico ou central. 
Os nociceptores são neurônios do SNP encarregados da transdução e transmissão dos estímulos dolorosos até o corno posterior da medula espinhal. Por ser um neurônio aferente primário, possui um corpo celular localizado nos gânglios das raízes dorsais da médula espinhal, do qual parte de um prolongamento que se bifurca, dirigindo -se um para o corno posterior da medula espinhal, e outro para diversos órgãos periféricos, compondo a fibra sensitiva. As terminações periféricas das fibras sensíveis a estímulos inócuos estão geralmente envoltas por estruturas não neuronais que formam os compostos sensitivos. Mas, as fibras que conduzem à transmissão dos impulsos dolorosos terminam sem nenhuma especialização, sendo conhecidas por terminações nervosas livres. 
4- QUAIS AS TERAPIAS PARA O CONTROLE DA DOR?
Os objetivos que baseiam as intervenções para o controle da dor
são o alívio e controle da queixa dolorosa, a melhora da funcionalidade
física, psíquica e social traduzida como qualidade de vida.
É desejável o uso de intervenções múltiplas que possibilitem melhor resposta analgésica interferindo simultaneamente na diminuição da
geração do impulso nociceptivo, alterando os processos de transmissão e
de interpretação do fenômeno doloroso e estimulando o sistema supressor
da dor.
O controle da dor é mais efetivo quando envolve intervenções que
atuem nos diversos componentes da dor, compreendendo medidas de
ordem educacional, física, emocional e comportamental que podem ser ensinadas aos doentes e cuidadores. Deve-se avaliar as crenças dos doentes, e familiares sobre o valor das terapêuticas propostas. 
O tratamento deve ser: individual, considerar a natureza da dor, os efeitos colaterais, a farmacocinética, contraindicações, a terapia com fármacos, sendo as classes mais relevantes no controle da dor aguda os analgésicos opióides e os não opióides , como os AINES. 
• Estimulação nervosa elétrica transcutânea - (TENS)
A estimulação elétrica é alcançada ligando a máquina de TENS a
eletrodos, na pele dos pacientes, estimulando fibras mielínicas aferentes,
o que reduz o impulso dos nociceptores à medula e ao cérebro (“gate
control”).
Em pacientes com dor crônica, 70% respondem ao TENS, inicial-
mente. No entanto, apenas 30% ainda se beneficiam de sua eficácia,
após um ano.
As indicações em Cuidados Paliativos são para aqueles pacientes
com dor de leve a moderada intensidade, especificamente:
- dor em região de cabeça e pescoço;
- dor derivada de compressão ou invasão tumoral nervosa;
- nevralgia pós-herpética;
- dor óssea metastática
• EXERCÍCIOS E ATIVIDADE FÍSICA
Muito importantes no controle da dor por combater as síndromes de
desuso , distrofia e hipotonia muscular, diminuição da amplitude articular, decorrentes de repouso prolongado e limitação da atividade local.
A atividade física beneficia a melhoria do humor, qualidade de vida,
função intelectual, capacidade de autocuidado, padrão de sono e alivia
a ansiedade.
Os doentes devem ser estimulados a realizar atividade física e exercícios suaves de contração e alongamento. Lembrar que o uso de imobilizações de suporte e conforto, como coletes de sustentação postural,
devem ser valorizados. Sempre que possível com orientação de fisioterapeuta ou fisiatra.
• Compressas frias (gelo) ou quentes
São excelentes analgésicos locais e podem ajudar bastante no tratamento da dor. No caso da fria, é indicada após quedas, pancadas ou lesões nas articulações. Atua contraindo os vasos e diminuindo o fluxo sanguíneo local, o que reduz inchaços e hematomas. Já a quente é ideal para dores musculares, cólicas menstruais e infecções com formação de pus, como furúnculo. O calor dilata os vasos e aumenta o fluxo sanguíneo local, relaxando a musculatura e diminuindo os riscos de uma inflamação.
• Massagem terapêutica
A prática é capaz de desencadear uma série de efeitos positivos no organismo, promovendo melhoras física, fisiológica e psicológica. Na lista de benefícios da massagem terapêutica estão dessensibilização dos pontos musculares dolorosos, sensação de conforto, aumento da circulação, redução do estresse e da tensão e relaxamento geral. Pode ser usada, por exemplo, para tratar dores lombares, de cabeça, pós-cirúrgicas e provocadas por artrite, artrose e fibromialgia.
• Acupuntura
Técnica milenar chinesa, ela ajuda a equilibrar o organismo e a mente e é muito utilizada no tratamento de dores do aparelho músculo-esquelético. O seu mecanismo de atuação se dá pelo estímulo dos pontosanatômicos (por meio de agulhas e grãos, por exemplo), que leva à produção de neurotransmissores e neuromediadores, como endorfina (analgésico natural que bloqueia a mensagem de dor), serotonina e noradrenalina, que, além de serem importantes na regulação da dor, promovem a sensação de bem-estar. A acupuntura ainda tem ação anti-inflamatória.
• Meditação
Diversas pesquisas realizadas mundo a fora já comprovaram que a técnica, além de ajudar a relaxar, tem efeitos positivos sobre a saúde, e um deles é justamente o alívio e a maior resistência à dor. Isso se deve ao fato de que a meditação altera circuitos cerebrais que têm relação com a sensação de dor, estimula a produção de hormônios relacionados ao bem-estar (endorfina, dopamina e serotonina) e reduz os do estresse, como o cortisol. 
5- QUAIS CLASSES FARMACOLÓGICAS SÃO UTILIZADAS NO CONTROLE DA DOR?
Em alguns casos, o tratamento da doença subjacente elimina ou minimiza a dor. Por exemplo, a imobilização de uma fratura ou o tratamento antibiótico para uma articulação infectada reduzem a dor. No entanto, mesmo quando a doença subjacente é tratada, podem ser necessários medicamentos (analgésicos) para a rápida supressão da dor.
• AINES
• Anestésicos locais
• Anticonvulsivantes, como a Gabapentina. Esses e outros fármacos ativos no SNC são úteis para dor crônica ou neuropática. 
• Antagonistas dos receptores NMDA.
• Antidepressivos, como os inibidores da recaptação da noradrenalina, serotonina e antidepressivos tricíclicos 
Os analgésicos são divididos em três categorias: 
• Analgésicos não opioides (AINES)
• Analgésicos opioides (narcóticos)
• Analgésicos adjuvantes (medicamentos que são geralmente utilizados para tratar outros problemas como convulsões ou depressão, mas que também podem aliviar a dor). 
6- O QUE SÃO AINES? QUAIS SÃO AS SUAS INDICAÇÕES CLÍNICAS?
Os AINEs são os Anti-Inflamatórios Não Esteroidais. Não ser esteroide significa que não há componentes esteroidais hormonais na composição de tais medicamentos. São fármacos analgésicos simples, e junto ao paracetamol constituem o 1° degrau da escala de dor da OMS (dor de baixa a moderada) intensidade. A escada de dor da OMS é uma abordagem de analgesia baseada em degraus, início no 1° degrau com analgésicos simples e subindo até opióides fracos no 2° passo e opióides fortes no 3° degrau. 
Os AINE são antipiréticos, analgésicos e anti-inflamatórios, com exceção do paracetamol, que é antipirético e analgésico, mas em grande parte desprovido de ação anti-inflamatória. 
Os AINE proporcionam alívio sintomático da dor e inflamação associados a distúrbios musculoesqueléticos, como artrite reumatoide e osteoartrite. Alguns AINES estão aprovados para o tratamento da espondilite anquilosante e gota. Os pacientes com doença mais incapacitante podem não reagir de modo satisfatório às doses terapêuticas completas de AINE e exigem tratamento agressivos com agentes de segunda escolha. 
Os AINE são efetivos contra a dor da inflamação de intensidade baixa a moderada. São eficazes quando a inflamação causa sensibilização da percepção de dor. Assim, a dor pós-operatória ou oriunda da inflamação, como a dor artrítica, são bem controladas pelos AINE, ressaltando que as provindas de vísceras ocas, em geral não são aliviadas. Com exceção da dor menstrual, a qual obteve êxito, visto que as cólicas e outros sintomas de dismenorreia primária são resultados da liberação de PG pelo endométrio durante a menstruação. Os AINE são úteis no tratamento de crises de enxaqueca e podem ser combinados com alguns fármacos, como as triptanas, ou com antieméticos para aliviar a náusea associada. Embora sua eficácia máxima seja geralmente inferior em relação aos opióides, os AINE não cursam com efeitos adversos dos opiáceos sobre o SNC, incluindo depressão respiratória e dependência física. A coadministração de AINE pode amenizar a dose de opióide necessária para manuseio da dor e reduzir a chance de sobrecarga e efeitos indesejáveis. Ex: O paracetamol em associação com hidrocodona. O tratamento antipirético é reservado aos pacientes nos quais a febre em si pode ser prejudicial e para aqueles que apresentam alívio considerável quando a febre é reduzida. Os AINE reduzem a febre na maioria das situações, mas não a variação circadiana da temperatura ou elevação da resposta ao exercício ou da temperatura ambiente. 
As principais indicações clínicas dos AINES são:
• Inflamações 
• Cefaléia 
• Episódios isquêmico transitório
• Infarto do miocárdio 
•Distúrbio tromboembólico 
•Tratamento de síndromes coronarianas agudas. 
•Prevenção de reclusão nos procedimentos de revascularização coronariana e 
implante de stent, artrite, artrite juvenil, febre reumática, dor leve ou febre.
• Constitui tratamento essencial para pacientes com DAC crônica. É utilizado para evitar trombose arterial que resulte em acidente vascular encefálico e 
ataque isquêmico transitório, bem como IM; dor leve a moderada, Cefaléia, mialgia, artralgia, profilaxia de acidente vascular encefálico e infarto do miocárdio (efeito antiplaquetário).
7- EXPLIQUE O MECANISMO DA AÇÃO FARMACOLÓGICA DOS AINES.
A inflamação e a injúria tecidual, resultam na liberação de fosfolipídios constituintes da membrana e inicialmente são convertidos em ácido araquidônico pela fosfolipase A2. O ácido araquidônico é então convertido em prostaglandinas através da “Via do ácido araquidônico” (COX) ou alternativamente convertido em leucotrienos pela enzima lipoxigenase. O tipo de prostaglandinas sintetizada varia de acordo com o tecido específico que o produziu. 
A COX têm 3 isoformas: (COX-1, COX-2 e COX-3). A COX-1 (constitutiva) está localizada em tecidos normais e é responsável pela produção de prostaglandinas, essenciais para processos fisiológicos normais, tais como a manutenção do fluxo sanguíneo renal, a citoproteção gástrica e a adesividade plaquetária. A COX-2 é ausente na maioria dos tecidos, exceto no cérebro, útero, rins e próstata. É induzível e os níveis são suprarregulados por dano e lesão tecidual. A produção de prostaglandinas E2 e F2a resulta na sensibilização de fibras nervosas noniceptivas a estímulos dolorosos após lesão tecidual. Os AINEs reduzem a síntese de prostaglandinas e, logo, geram analgesia. A COX-3 é encontrada no interior do SNC e é o local de atuação do paracetamol; a natureza específica da isoenzima ainda não foi evidenciada. 
Os AINEs ou anti-inflamatórios não esteroides compartilham um modo de ação comum, que envolve a inibição das enzimas ciclooxigenases (enzima COX). Diferentes AINEs inibem as isoenzimas COX, COX-1 e COX-2 em diferentes extensões, e esse modo de ação diferencial entre os AINEs explica os diferentes perfis de efeitos adversos (e, de fato, seus perfis terapêuticos).
A reversão da sensibilização periférica representa a base mecânica para o componente periférico da atividade analgésica dos AINE. 
Os AINE são classificados, quanto ao seu mecanismo, em AINE não seletivos quanto à isoforma, que inibem tanto a COX-1 quanto a COX-2, e em AINE seletivos da COX-2. Os AINE são, em sua maioria, inibidores competitivos, não competitivos ou reversíveis mistos das enzimas COX. 
A inibição das prostaglandinas (PG) G-H-sintases, enzimas conhecidas por ciclooxigenases. Acredita-se que a inibição da COX-2 seja capaz de mediar, em grande parte, as ações antipiréticas, analgésicas e anti-inflamatórias dos AINES. As reações adversas são causadas, em grande parte, pela inibição da COX-1 e da COX-2 nos tecidos, onde desempenham funções fisiológicas, como o trato GI, os rins e o sistema cardiovascular. 
O ácido acetilsalicílico (AAS) é o único inibidor irreversível das enzimas COX de uso clínico. Todos os outros AINE ligam-se de modo reversível às COX e atuam por meio de competição direta com o ácido araquidônico (AA), no local ativo da COX-1 e da COX-2, ou pela mudança de sua conformação estérica, de modo a alterar a sua capacidade de ligação ao ácido araquidônico. Ressaltando, que tanto o AAS quanto os outros AINEs não bloqueiam a via da lipoxigenase, nãoinibindo desta forma, a produção de leucotrienos. Portanto, os AINEs reduzem, mas não eliminam totalmente a sintomatologia inflamatória. 
O paracetamol é efetivo como agente antipirético e analgésico nas doses habituais que inibem parcialmente as COX e possui só ação anti-inflamatória fraca. 
Os inibidores seletivos intencionalmente desenvolvidos da COX-2 (celecoxibe, etoricoxibe) são uma subclasse de AINE, vários dos AINE tradicionais mais antigos, como o diclofenaco e o meloxican, também inibem seletivamente a COX-2 em doses terapêuticas. 
8- CITE OS PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS RELACIONADOS A ESTA CLASSE. 
A classe dos AINEs é tão diversificada que leva a uma gama variada de potenciais efeitos adversos. Esses efeitos adversos variam do leve, moderado, grave e absolutamente perigoso. Os principais são
• Gastrintestinal: dor abdominal, sangramento, constipação, diarréia, dispepsia disfagia, educação, esofagite, flatulência, gastrite, náusea, puros e, úlcera, vômito, hematêmese, melena, odinofagia, estomatite. A inibição da COX-1 (prostaglandina) é responsável, em grande parte, pelos efeitos adversos gástricos e sangramentos, visto que a COX-1 é a isoforma citoprotetora dominante nas células epiteliais gástricas, ou seja reduzem a quantidade de ácido estomacal produzido e mantém uma camada mucosa protetora, elevando a síntese mucosa e melhorando o fluxo sanguíneo local. A irritação gástrica também pode ser causada pelos próprios medicamentos. 
• Plaquetas: inibição da ativação plaquetária, propensão a equimoses, risco aumentado de hemorragias, disfunção plaquetária, trombocitopenia. A COX-1 metaboliza o ácido araquidônico em TxA2 nas plaquetas, o que amplifica a ativação das plaquetas e causa contração dos vasos sanguíneos no local da lesão. Em contraste, no músculo liso vascular, forma -se a prostaciclina, que causa vasodilatação e reduz a agregação plaquetária. A hemostasia resulta do equilíbrio entre ambos os sistemas. Assim, os AINEs levam à redução da função e adesividade plaquetária, e a um maior tempo de sangramento. Especialmente, a aspirina pois inibe de modo irreversível a COX de plaquetas. Resultando, na infuncionalidade plaquetária durante todo o seu ciclo de vida (10 dias). 
• Renal: azotemia, cistite, disúria, hematúria, hiponatremia, nefrite intersticial, síndrome nefrótica, oligúria, poliúria, insuficiência renal, necrose papilas renal, proteinúria, retenção de sal e água, hipertensão, diminui a eficácia dos anti-hipertensivos e diuréticos, hiperpotassemia, redução da eliminação de urato (particularmente com AAS). Sobre condições normais, a prostaciclina e o óxido nítrico induzem o relaxamento do músculo liso no endotélio vascular e, portanto à vasodilatação. As prostaciclinas têm papel essencial na regulação do tônus arterial aferente e eferente no glomérulo, por desempenhar a preservação da função renal em estado hipovolêmico. A inibição da prostaciclina resulta em menor taxa de filtração glomerular, retenção de água e sal, além de lesão renal aguda. Os pacientes hipovolêmicos e com insuficiência cardíaca crônica são sensíveis a alterações na pressão de perfusão renal. 
• Cardiovascular: edema, insuficiência cardíaca, hipertensão, IAM, fechamento prematuro do canal arterial, taquicardia, AVE, trombose, vasculite. Os inibidores específicos de COX-2 ou “coxibes" foram introduzidos para evitar os efeitos colaterais comuns e graves sobre o TGI pela inibição da COX-1 por AINEs não específicos. Contudo, as preocupações sobre a segurança cardiovascular limitaram seu uso disseminado. Há um aumento dependente da dose no risco de eventos trombóticos, tanto cardíacos como cerebrais. O rofecoxibe e o valdecoxibe foram excluídos do mercado devido ao aumento do número de eventos cardiovasculares associados especificamente a estas. O risco é ainda maior em acometidos com insuficiência cardíaca, doença cardíaca isquêmica e doença vascular periférica e cerebrovascular. 
• Neurológico: anorexia, ansiedade, meningite asséptica, confusão, depressão, tontura, sonolência, cefaleia, insônia, mal-estar, parestesias, zumbidos, crises convulsivas, síncope e vertigem. 
• Hematológico: anemia, agranulocitose, anemia (aplásica, hemolítica) e leucopenia. 
• Dermatológico: diaforese, dermatite esfoliativa, hipersensibilidade, prurido, púrpura, centena, necrólise epidérmica tóxica e urticária. 
• Respiratório: dispnéia, hiperventilação (silicilatos). Cerca de 10% dos pacientes com asma têm doença exacerbada pelos AINEs. A inibição metabólica do ácido araquidônico pela COX induz ao aumento na produção de leucotrienos. Os leucotrienos têm ação broncoconstrictoras diretas. 
• Cicatrização óssea. Existe um risco de que os AINEs, em particular os inibidores da COX-2, resultem na redução da taxa de cicatrização óssea e aumento da incidência de não consolidação de fraturas. Após uma fratura, há maior síntese de prostaglandinas como parte da resposta inflamatória, o que aumenta o fluxo sanguíneo local. Logo, o bloqueio desse mecanismo é prejudicial à cicatrização óssea. 
9- EXPLIQUE A TOXICIDADE HEPÁTICA DO PARACETAMOL. 
O paracetamol em doses terapêuticas, é oxidado só em pequeno grau, formando traços do metabólito altamente reativo, NAPQI. Mas, após superdosagem, as principais vias metabólicas estão saturadas, e pode haver formação de concentrações hepatotóxicas de NAPQI. 
O paracetamol desenvolve lesão hepática por meio de seu metabólito intermediário, resultante da biotransformação hepática. Na biotransformação desse fármaco, uma pequena parte da dose, após N-hidroxilação mediada pelo citocromo P-450, dá origem ao N-acetil-benzoquinonaimina, que é altamente reativo. Normalmente, este metabólito reage com o grupamento sulfidril da glutationa e é excretado como mercapturato. No entanto, após o uso de altas doses de paracetamol, ocorre saturação nas reações de conjugação com ácido glicurônico e sulfato, fazendo com que este metabólito, ao consumir cerca de 70% de glutationa hepática, possa reagir com as proteínas hepáticas através de ligação covalente, levando à necrose hepática.
O paracetamol é considerado seguro, quando é usado em posologias e doses certas. 
Doses superiores a 4g/dia é um potencial hepatotóxico. 
A hepatotoxicidade cresce por consumo de álcool, idade, tabagismo, estado nutricional e interações medicamentosas. 
O paracetamol é considerado hepatotóxico e pode promover uma lesão hepatocelular por três mecanismos. 
1°: Overdose. Dosagens superiores a 7,5 g em adultos e até 150 mg/kg em crianças. Em pacientes hígidos, a sintomatologia tóxica aparece em doses superiores à 250mg/kg em crianças e 12 mg em adultos, no período de 24 a 48 horas. Pacientes com disfunção hepática prévia ou uso crônico de álcool e drogas (que também induzem o citocromo P450) podem sofrer toxicidade com doses menores. 
2°: Ativação excessiva do sistema citocromo, oriundo do uso de alguns medicamentos indutores enzimáticos como os anticonvulsivantes e álcool crônico. 
3°: Redução dos níveis de glutation do hepatócito por consumo alcoólico e desnutrição. 
Resumindo, na reação de biotransformação do paracetamol no fígado é gerado um composto altamente tóxico, esse é conjugado a uma molécula hepática “glutationa" e depois excretada pelos rins na forma de “ácido mercaptúrio". Na superdosagem, a quantidade de composto “imino" formado no fígado vai ser superior a quantidade de glutationa (molécula de conjugação), logo essa fração de composto imino não foi conjugada glutationa vai atacar o hepatócito, ao agredir a membrana das organelas, ocasiona a necrose hepática. Logo, altas doses do paracetamol geram lesões extremamente graves no fígado. 
10- DIPIRONA PODE CAUSAR DISCRASIA SANGUÍNEA. CERTO OU ERRADO? EXPLIQUE
Dipirona é um MIP (Medicamento Isento de Prescrição) classificado como AINE (Anti-inflamatório Não Esteroidal). Com ação analgésica, anti-inflamatória e antipirética, ela é uma ótima aliada nos casos de febres altas (acima dos 38 graus).A dipirona não trata doenças, mas sintomas, por isso deve ser usado por tempo limitado.O grupamento sulfato encontrado na estrutura da dipirona é de suma importância, devido à ser altamente solúvel na água e de fácil absorção, logo resulta na agressão a médula óssea e causa alterações, tais como: neutropenia (baixa porcentagem de glóbulos brancos, os neutrófilos), agranulocitose e aplasia medular. Resultando em redução dos elementos sanguíneos. São considerados graves, devido o único tratamento para aplasia da médula ser o transplante, e caso não seja feito rapidamente pode levar a pessoa ao óbito. A agranulocitose é um raro, mas perigoso efeito colateral caracterizado pela redução total do número de granulócitos circulantes no sangue periférico como neutrófilos, eosinófilos, basófilos, sendo uma discrasia sanguínea aguda, que deixa o indivíduo suscetível a infecções, em que o organismo frágil não consegue se defender. Sintomatologia como: febre, calafrios, dor de cabeça, ulcerações na garganta e no TGI. Já na anemia aplástica ocorre redução no número de células precursoras hematopoiéticas, cursando com fadiga, hematomas, hemorragias e infecções. O risco apesar de pequeno é existente, e para se prevenir problemas futuros é necessário que a dipirona seja administrada com equilíbrio e bom senso, avaliando-se sempre o nível de risco individual e em relação aos outros fármacos. 
 Como diz na própria bula do medicamento na secção ADVERTÊCIA: 
• Agranulocitose (diminuição do número de granulócitos, que são tipos de glóbulos brancos, por um distúrbio na medula óssea) induzida pela dipirona é uma ocorrência que pode durar pelo menos 1 semana. Apesar de ser uma reação rara, ela pode se manifestar de forma grave, com risco à vida e em alguns casos, ser fatal. Interrompa o uso da medicação e consulte seu médico imediatamente se alguns dos seguintes sinais ou sintomas ocorrerem: febre, calafrios, dor de garganta e lesão na boca.
• Pancitopenia (diminuição global de células do sangue- os glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas).
• Distúrbios do sangue e sistema linfático: Anemia aplástica (doença onde a medula óssea produz em quantidade insuficiente os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas), agranulocitose e pancitopenia, incluindo casos fatais, leucopenia (redução dos glóbulos brancos) e trombocitopenia (diminuição de plaquetas). Estas reações podem ocorrer mesmo após a dipirona ter sido utilizada previamente em muitas ocasiões, sem complicações. Em pacientes recebendo tratamento com antibiótico, os sinais típicos de agranulocitose podem ser mínimos. Os sinais típicos de trombocitopenia incluem uma maior tendência para sangramento e aparecimento de pontos vermelhos na pele e membranas mucosas.
11-	O AAS PODE DESENCADEAR A SÍNDROME DE REYE. CERTO OU ERRADO? EXPLIQUE.
CERTO
Síndrome de Reye é uma forma rara de encefalopatia aguda e infiltração gordurosa no fígado que tende a ocorrer após algumas infecções virais agudas, particularmente quando são usados os salicilatos. A síndrome é uma infecção que causa inflamação do cérebro e do fígado, gerando dificuldades respiratórias e, em certos casos, a morte. 
A causa da síndrome de Reye é desconhecida, mas alguns casos parecem acompanhar infecções por influenza A ou B ou varicela. Além disso, o uso de salicilatos (geralmente ácido acetilsalicílico) durante essas doenças aumenta 35 vezes o risco da síndrome. O ácido acetilsalicílico, principal componente da aspirina (AAS), pode intensificar a ação desses vírus, facilitando a instalação da síndrome de Reye. “As chances de uma criança com catapora ou gripe, causada pelo influenza, desenvolver a doença é 35% maior quando ela é medicada com aspirina” 
As taxas da síndrome de Reye caíram drasticamente após a identificação do uso de salicilato como fator de risco e recomendações contra o uso de aspirina em crianças febris, especialmente nos casos de varicela ou influenza. O tratamento é apenas de suporte.
11- O AAS PODE DESENCADEAR A SÍNDROME DE REYE. CERTO OU ERRADO? EXPLIQUE.
Certo.
Existe certa associação da Síndrome de Reye com o ácido acetilsalicílico e outros salicilatos são contraindicados em crianças e adultos jovens com menos de 20 anos de idade com febre associada à doença viral. A síndrome de Reye, é uma doença grave e muitas vezes fatal, é caracterizada pelo início agudo de encefalopatia, disfunção hepática e infiltração de gordura no figado e em outras vísceras. A etiologia e fisiopatologia não estão claras, nem está claro se existe uma relação causal entre o acido acetilsalicílico e a síndrome de Reye. A síndrome de Reye é uma afecção caracterizada por encefalopatia e esteatose hepáticas em crianças de pouca idade. A terapia com ácido acetilsalicílico durante o curso de infecção viral febril tem sido indicada como etiologia potencial da lesão hepática. Embora não se tenha estabelecido definitivamente qualquer relação causal entre o uso de ácido acetilsalicílico e a síndrome de Reye, esse fármaco geralmente não é administrado a crianças, devido ao temor de desenvolvimento da síndrome. Em vez dele, é amplamente utilizado o paracetamol. O ibuprofeno também é apropriado. 
É uma doença rara e grave, que normalmente ocorre em crianças com idades entre 4 e 12 anos, embora possa ocorrer em qualquer faixa etária. A doença afeta todos os órgãos do corpo, sendo mais prejudicial ao cérebro e ao fígado, por causar um aumento agudo de pressão dentro do cérebro e, frequentemente, acúmulos volumosos de gordura nos demais órgão. A SR pode ocorrer durante a recuperação de uma infecção viral ou pode desenvolver-se 3 a 5 dias após o início da virose. Seus sintomas incluem: vômito recorrente ou persistente, letargia, mudanças de personalidade como irritabilidade ou agressividade, desorientação ou confusão, delírio, convulsões e perda da consciência. Os sintomas da SR não seguem um padrão típico, como por exemplo, vômitos nem sempre ocorrem. Como regra geral, os pacientes com dengue devem evitar o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) devido ao risco de desenvolvimento de síndrome de Reye e de agravamento das complicações advindas da trombocitopenia grave.
Várias disfunções metabólicas predispõe a Síndrome de Reye ou são responsáveis por alguns casos. A deficiência de acil-coenzima A desidrogenase de cadeia média e outros distúrbios da oxidação de ácidos graxos e distúrbios do ciclo da uréia.
A ocorrência da síndrome de Reye despencaram após a detecção do uso de AAS como fator de risco e recomendações contra o uso de aspirina em crianças febris, particularmente em casos de varicela ou influenza. O tratamento é só de suporte. 
12- POR QUE O AAS É CONTRAINDICADO EM CASO DE DENGUE?
O Ácido Acetilsalicílico ou medicamentos derivados são totalmente contraindicados em todos os casos de suspeita ou confirmados de dengue porque são anticoagulantes ou antigregantes plaquetários e assim, aumentam o risco de sangramentos e hemorragias, pois a coagulação do paciente já está prejudicada pela redução de plaquetas (plaquetopenia), que a dengue ocasiona e o AAS eleva ainda mais o risco de hemorragias. 
O AAS também possibilita a ocorrência da síndrome de reye, mesmo sendo incomum, resulta em grave encefalopatia associada a hepatite e em diversas viroses, como a varicela, influenza e dengue. É mais frequente em crianças, mas adultos também podem ser acometidos. 
13- CITE ALGUMAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS COM OS AINES.
• AINES e Anti-hipertensivos. Pode ocorrer aumento da pressão arterial, oriunda da associação de AINES com Losartan e Enalapril.Os AINES inibem a COX, o que reduz a síntese de prostaglandinas. Uma das prostaglandinas é a PGL2 que atua como vasodilatadora renal. Logo, ocorre redução da taxa de filtração glomerular, ou seja menos água é filtrada e como resultado há uma elevação da reabsorção de sódio e aumento da pressão arterial. 
• AINES e diuréticos. Devido aos AINES reduzirem o fluxo sanguíneo renal, a associação com diuréticos não é favorável. 
• AINES e drogas anticoagulantes. Os AINES têm efeito de hipocoagulabilidade. Logo, deve se atentar a administração simultânea de AINES e fármacoscomo varfarina. 
• AINES e antidiabéticos. O uso concomitante de AINEs com Sulfonilureias pode terminar em estado de hipoglicemia. 
• AINES e corticosteróides antiplaquetários ISRS elevam o risco de efeitos adversos em nível gastrointestinal, como inflamação, hemorragia, ulceração e/ou perfuração. 
• Os AINES reduzem a excreção de drogas como o lítio e o metotrexato e amenizam o efeito terapêutico dos antidepressivos, como os ISRSs. 
• O grupo geriátrico que fazem polimedicação, devido à saúde instável, apresentam risco maior de interações medicamentosas ao consumir AINES. 
BONS ESTUDOS!!!

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