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19
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO:
O SEGREDO DO PROCESSO 
DE ALFABETIZAÇÃO
Priscila Oliveira Santos
Cariacica/2018
PRISCILA OLIVEIRA SANTOS
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: O SEGREDO DO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Alfabetização e Letramento, da Universidade Candido Mendes, sob orientação da Prof.ªIstelaRacanelli.
Cariacica/2018
PRISCILA OLIVEIRA SANTOS
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: O SEGREDO DO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Candido Mendes – UCAM, para obtenção do título de Especialista em Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
ORIENTADOR(A):
 ______________________________________________________
IstelaRacanelli
Tutora do Curso de Alfabetização e Letramento
_________
Nota
Cariacica, _____de _____________de 2018.
Aos meus pais, Israel e Gicelma, que mesmo longe, cuidam de mim.
“E tudo quanto fizerdes, seja por meio de palavras ou ações, fazei em Nome do Senhor Jesus, oferecendo por intermédio dele graças a Deus Pai.”
Colossenses 3:17
Antes de tudo a Deus, por ser o provedor de tudo que preciso, amigo, abrigo, meu porto seguro;
À meu esposo pela paciência, e compreensão nas horas de stress causadas pela correria da vida;
À minha orientadora, Prof.ª – por ter sido tão atenciosa diante dos questionamentos.
 À todos meus sinceros agradecimentos.
"Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo."
Paulo Freire
RESUMO
É preciso pensar em uma prática educativa que considere a criança como eixo do processo e leve em conta as diferentes dimensões de sua formação. Além disso, para garantir o pleno desenvolvimento dos alunos é fundamental que a ação educativa se baseie em uma orientação teórico metodológica. Ser letrado é o resultado de um conjunto de fatores que se articulam entre si: o convívio com pessoas letradas, o desenvolvimento das capacidades de leitura e escrita. Letramento é exercício excessivo e competente da escrita que implica habilidades, tais como a capacidade de ler e escrever para informar ou informar-se. Alfabetização trata-se do domínio da tecnologia, ou conjunto de técnicas que capacita o sujeito a exercer a arte e a ciência da escrita. Tendo em vista as modificações que se processaram nas sociedades contemporânea, podemos destacar uma mudança no que chamamos de alfabetização. O sujeito alfabetizado era aquele que sabia escrever seu próprio nome.
Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Criança.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................08
	1 A CRIANÇA E A AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA...................................................................................................................10
2 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO – CONCEITUALIZANDO.........................11
3 OUTRA FACE: ANALFABETISMO FUNCIONAL...............................................15 
5 ENTREVISTA......................................................................................................17
6 A LEITURA.........................................................................................................20
6.1 REFERENCIAL TEORICO................................................................................23
CONCLUSÃO..........................................................................................................26
		REFERÊNCIAS.......................................................................................................28
	
INTRODUÇÃO
 Tudo no mundo está dando respostas, 
o que demora é o tempo de perguntas” 
		José Saramago
O que são a alfabetização e – esse novo conceito – o letramento? Em que consiste alfabetizar e letrar? Que conhecimentos e capacidades estão envolvidos na alfabetização e no letramento? Qual a importância desses conceitos para a prática de ensino da linguagem escrita? Discutir, sob um ponto de vista teórico, respostas a essas perguntas é o objetivo central deste trabalho.Para que discutir teoricamente, para que discutir conceitos se os problemas em sala de aula são tão urgentes que queremos respostas práticas e não teóricas? Acreditamos que há duas razões que justificam o exame teórico dos conceitos de alfabetização e letramento. 
A primeira delas é que uma adequada reflexão sobre diretrizes metodológicas, bem como uma consciente tomada de decisões, em sala de aula, pressupõe, dentre outros fatores, o conhecimento dos fundamentos teóricos que deram origem a essas diretrizes metodológicas, que podem dar base a decisões em sala de aula, que podem justificar direções seguidas. Em outras palavras: metodologia e teoria são duas faces de uma mesma moeda e são, por isso, inseparáveis. Não é possível atuar, com autonomia, em sala de aula, sem o conhecimento do objeto que se deseja ensinar e de cuja natureza e características decorrem, em larga medida, a utilização – e, por que não, a criação – de princípios, diretrizes e procedimentos metodológicos. Assim, conhecimentos de natureza teórica são um elemento importante para a construção de uma atuação autônoma de qualquer professor e, por isso, devem integrar sua formação. 
A segunda razão está relacionada ao desenvolvimento, posterior a elaboração deste trabalho, de sua formação continuada ou permanente, na área de alfabetização. Habitualmente, livros, artigos e revistas acadêmicos – que podem auxiliá-lo nessa tarefa de permanente formação são pouco acessíveis se você não dominar algumas das referências teóricas que orientam a produção desses trabalhos ou se você não conhecer as relações que se estabelecem entre eles. Quer dizer: se você desconhecer aspectos dos fundamentos teóricos da área, ficará muito difícil dar prosseguimento, com autonomia, a sua formação. É por essas duas razões, portanto, que nos voltaremos, agora, para pressupostos teóricos que podem fundamentar sua atuação como alfabetizador. 
Vale a pena lembrar: esses pressupostos podem auxiliá-lo a assegurar sua autonomia na condução de seu trabalho em sala de aula e no desenvolvimento de sua formação continuada. Discutiremos esses pressupostos da seguinte forma. Daremos atenção aos dois principais conceitos em torno dos quais se organiza a discussão sobre o ensino-aprendizado da linguagem escrita: os conceitos de alfabetização e de letramento. Nos estudos atuais sobre o ensino da linguagem escrita, há diferentes modos de abordar e de compreender esses dois conceitos. Não seria possível – e, a nosso ver, nem necessário – examinar todas essas diferentes perspectivas. Por isso, exploraremos a perspectiva que nos parece mais relevante para auxiliar o trabalho do professor em turmas de alfabetização. Sempre que tratarmos, porém, de pontos controversos, procuraremos evidenciá- los, remetendo a esses outros pontos de vista e a textos por meio dos quais você poderá estudá-los de modo mais aprofundado, se desejar. 
1 A CRIANÇA E A AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA
Aproximar as crianças a uma cultura letrada, através de recursos lingüísticos orais ou escritos, bem como propor meios para se pensar “para que” e “como” as pessoas lêem e escrevem no cotidiano.
Para desenvolver estratégias para a aquisição de leitura e escrita, não é preciso esperar que as crianças escrevam convencionalmente. Em alguns círculos sociais, as crianças lidam desde muito cedo com o texto escrito através de observação. As crianças deverão desenvolver também habilidade para interpretar textos com autonomia. A habilidade de leitura e escrita leva tempo para ser desenvolvida e requer treino. As crianças desenvolverão alguns mecanismos para o aprendizado da leitura e da escrita
Peças teatrais, leiturasde livros, pesquisas sobre o assunto do texto trabalhado ampliam as atividades de leitura e escrita.
O professor deve buscar propostas e soluções criativas para manterem os alunos atentos as atividades que serão realizadas. A mediação dos professores é muito necessária do momento do desenvolvimento da aprendizagem da leitura e da escrita.
O presente trabalho tem como tema central a alfabetização e o letramento, que atualmente não se restrige aos anos iniciais do ensino fundamental, mas já se inicia na pré-escola. Uma temática de extrema importância para os professores inseridas nestas series. 
2 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO – CONCEITUALIZANDO
 O objetivo geral dessa pesquisa é idenficar na pratica as diferenças existentes entre o que é alfabetizar e o que é letrar. Quais as metodologias utilizadas pelos(as) professores(as)? Tem esses profissionais dado a devida importância para esses processos? Essa pesquisa será realizada em uma escola privada do município de Cariacica, com uma turma do primeiro ano do ensino fundamental.
É preciso pensar em uma prática educativa que considere a criança como eixo do processo e leve em conta as diferentes dimensões de sua formação. Além disso, para garantir o pleno desenvolvimento dos alunos é fundamental que a ação educativa se baseie em uma orientação teórico metodológica, a fim de garantir o que chamamos de práxis. 
A dimensão existente entre letramento e alfabetização, é imensa. E ambas ocupam espaço importante na educação. Alguns podem até dizer, e é verdade, alguém pode ser alfabetizado e não ser letrado, o contrário no entanto não é possível. Mas, na sociedade interpretativa e critica em que estamos inseridos, alfabetização já não é suficiente, é necessário que nas instituições escolares, quer sejam públicas ou privadas, se dê destaque ao processo continuo de letramento. Pergunta-se então, qual a diferença entre as duas vertentes?
Ser letrado é o resultado de um conjunto de fatores que se articulam entre si: o convívio com pessoas letradas, o desenvolvimento das capacidades de leitura e escrita. Letramento é exercício excessivo e competente da escrita que implica habilidades, tais como a capacidade de ler e escrever para informar ou informar-se.
Tfouni (1995, p.42) acrescenta: “o letramento focaliza os processos sócio históricos da aquisição da escrita”. Assim, podemos entender eu a alfabetização é parte do letramento, mas não sinônima dele. Para Soares, não há grau zero de letramento, assim como não há letramento finito.
	
 Alfabetização trata-se do domínio da tecnologia, ou conjunto de técnicas que capacita o sujeito a exercer a arte e a ciência da escrita. Tendo em vista as modificações que se processaram nas sociedades contemporânea, podemos destacar uma mudança no que chamamos de alfabetização. O sujeito alfabetizado era aquele que sabia escrever seu próprio nome.
A alfabetização considerada como o ensino das habilidades de “codificação” e “decodificação” foi transposta para a sala de aula, no final do século XIX, mediante a criação de diferentes métodos de alfabetização – métodos sintéticos (silábicos ou fônicos) x métodos analíticos (global) –, que padronizaram a aprendizagem da leitura e da escrita. As cartilhas relacionadas a esses métodos passaram a ser amplamente utilizadas como livro didático para o ensino nessa área. No contexto brasileiro, a mesma sucessão de oposições pode ser constatada (MORTATTI, 2000).
O escritor Graciliano Ramos, em seu livro autobiográfico Infância,lembra que se alfabetizou – ainda no final do século XIX, início do século XX – através da carta do ABC em que primeiro aprendeu todas as letras para, só no final da carta, ter contato com os primeiros textos – alguns provérbios que, embora soubesse decodificá-los, desconhecia seus significados:
Respirei, meti-me na soletração, guiado por Mocinha. aguejei sílabas um mês. No fim da carta elas se uniam, formavam sentenças graves, arrevesadas, que me atordoavam.
Eu não lia direito, mas, arfando penosamente, conseguia mastigar os conceitos sisudos: “A preguiça é a chave da pobreza
– Quem não ouve conselhos raras vezes acerta – Fala pouco e bem: ter-te-ão por alguém. Esse Terteão para mim era um homem, e não pude saber que fazia ele na página final da carta. 
– Mocinha, quem é Terteão? Mocinha estranhou a pergunta. Não havia pensado que Terteão fosse homem. Talvez fosse.
 Mocinha confessou honestamente que não conhecia Terteão. 
E eu fiquei triste, remoendo a promessa de meu pai, aguardando novas decepções.
Assim, o referido escritor chegou no final da Carta do ABC sabendo “decodificar” bem as palavras, mas não conseguia entender o que estava lendo. E, para surpresa dele, nem a sua professora compreendia o que lia. A maioria de nós, que passamos pela alfabetização até as décadas finais do século passado, também teve uma experiência escolar com ênfase na “codificação” e “decodificação”.
Embora suas teorias não sejam discutidas na amplitude que é o tema que estamos estudando aqui, Paulo Freire, inicia há mais de vinte anos atrás o modelo “ideológico” de conceder a aprendizagem da leitura e da escrita. Essa perspectiva é reconhecida por Brian Street.
Para Freire (1989, p. 11-12):
A leitura do mundo procede a leitura da palavra, daí que posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre texto e contexto.
Sendo assim, também podemos afirmar que uma pessoa que não sabe decodificar símbolos, neste caso, as letras, pode ser considerada letrada pelo fato de consiga narrar uma carta, para que outra pessoa possa redigi-la. Ou trabalhar em uma mercearia simples, pois mesmo sem nunca ter frequentado uma instituição com finalidades educacionais, aprendeu nas experiências da vida a habilidade de decifrar valores em real e passar troco.
Ribeiro (2003), concorda com Soares quando diz: “... letramento não é uma abstração, ao contrário, é uma pratica que se manifesta nas mais diferentes situações, nos diferentes espaços e nas diferentes atividades da vida das pessoas.”
Ainda segundo Soares, o letramento não é só responsabilidade do professor de Língua Portuguesa, mas de todos os educadores que trabalham com leitura e escrita, pois cada área do conhecimento tem suas peculiaridades, que só os professores que nela atuam é que conhecem e dominam. É essencial que os educadores ampliem sua visão sobre esse tema, inserindo os alunos em outros ambientes, como: a dança, a música, a pintura, etc., isso possibilita a criação do sentimento de cidadania, já que o indivíduo conhece ou passa a ter acessoa diferentes formas de aprendizagem e também de conhecimentos culturais.
Nessa perspectiva, concordamos com a distinção que Soares (1998a) faz entre alfabetização e letramento. Para essa autora:
alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado (p. 47).
3 OUTRA FACE: ANALFABETISMO FUNCIONAL
Nesse âmbito, difundiu-se a ideia de “analfabetismo funcional”, que prega a teoria de que codificar e decodificar símbolos, não é suficiente por exemplo, fazer um cálculo rápido no supermercado, se vale a pena levar um produto em promoção, ou escrever uma dissertação para ocupar uma vaga de emprego. Segundo a Wikipédia:
Analfabeto funcional é a denominação dada à pessoa que, mesmo com a capacidade de decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças, textos curtos e os números, não desenvolve a habilidade de interpretação de textos e de fazer as operações matemáticas. Também é definido como analfabeto funcional o indivíduo maior de quinze anos e que possui escolaridade inferior a quatro anos, embora essa definição não seja muito precisa, jáque existem analfabetos funcionais com nível superior de escolaridade.
Um pouco mais sobre analfabetismo funcional, segundo definição da UNESCO, “uma pessoa funcionalmente analfabeta é aquela que não pode participar de todas as atividades nas quais a alfabetização é requerida para uma atuação eficaz em seu grupo e comunidade, e que lhe permitem, também, continuar usando a leitura, a escrita e o cálculo a serviço do seu próprio desenvolvimento e do desenvolvimento de sua comunidade”. 
Aproximar as crianças a uma cultura letrada, através de recursos linguísticos orais ou escritos, bem como propor meios para se pensar “para que” e “como” as pessoas leem e escrevem no cotidiano.
Para desenvolver estratégias para a aquisição de leitura e escrita, não é preciso esperar que as crianças escrevam convencionalmente. Em alguns círculos sociais, as crianças lidam desde muito cedo com o texto escrito através de observação.
 As crianças deverão desenvolver também habilidade para interpretar textos com autonomia. A habilidade de leitura e escrita leva tempo para ser desenvolvida e requer treino. As crianças desenvolverão alguns mecanismos para o aprendizado da leitura e da escrita. Peças teatrais, leituras de livros, pesquisas sobre o assunto do texto trabalhado ampliam as atividades de leitura e escrita.
O professor deve buscar propostas e soluções criativas para manterem os alunos atentos as atividades que serão realizadas. A mediação dos professores é muito necessária do momento do desenvolvimento da aprendizagem da leitura e da escrita.
O resultado dessas primeiras "escritas" pode aparecer como linhas onduladas ou quebradas (zig-zag), contínuas ou fragmentadas, ou uma séries de linhas verticais ou bolinhas. Essa aparência figural inicial não é garantia de escrita propriamente dita, a não ser que se conheça as condições nas quais foram produzidas. No primeiro momento, ainda sem fazer distinção, a criança se propõe imitar o ato de escrever, como num jogo.
4 ENTREVISTA
A alfabetização é o processo de decodificação de signos. O letramento é a prática social da leitura e da escrita. A criança chega na escola com conhecimentos linguísticos que devem ser aprimorados pelo professor que é o mediador desse processo. O aluno deve desenvolver-se de sua língua materna para a prática da escrita convencional.
Esta pesquisa foi realizada na Escola Espaço do Saber, da rede privada, do município de Cariacica – ES, com aprofessora da turma do 1° ano do Ensino Fundamental, turno da tarde. A escolha dessa instituição de Ensino s deu pelo fato, de ter afinidade com aprofessora da turma. A escolha pelo tema surgiu como particularmente ser a mais interessante, sugerida pelo curso, e pela inquietação por busca de compreensão sobre as diferenças entre alfabetização e letramento.
RELATO DA PROFESSORA
O processo de aquisição da escrita e da leitura da Júlia foi um pouco complicado. Primeiro, por que veio de uma escola em que já estava adaptada e gostava muito. Ela se recusava a fazer as atividades em sala de aula, dizendo: “ eu não gosto dessa escola” algumas vezes fazendo pirraça e se jogando no chão.
Sempre procurei conversar, explicando que ela precisava vir para a nova escola, pois é mais perto de casa. Com o passar do tempo, Julia aceitou a nova proposta, fez novos amigos, se divertindo com todos.
Quando começou realizar as atividades, ela apresentou muitas dificuldades comparada ao restante da turma, lia somente sílabas simples e bem devagar, precisei colocá-la na fileira da frente, mais ainda obtive poucos resultados. Precisei chamar os pais para conversar pedindo a colaboração da família. O pai informou que na escola que ela estudava, as atividades eram somente de pintura ou brincar no parquinho. Mas, de qualquer forma eles 9mãe e pai) iriam acompanhar mais perto em casa.
É incrível como a Julia de desenvolveu, foi muito repentino, nem percebi a hora e ela estava lendo tudo, fazendo as atividades com exatidão.
Hoje, ela não precisa está na fileira da frente, outros alunos com mais diculdades, ocupam essa posição.
RELATO DA PROFESSORA
Meus alunos vivem me surpreendendo. No planejamento anual separei as famílias silábicas BR, CR, DE, FR, GR, PR, TR, VR que foram distribuídas entre o terceiro e quarto bimestre. No entanto, ao introduzir o conteúdo no terceiro bimestre, automaticamente eles aprenderam o restante, foi só explica que quando encontramos o R entre uma outra consoante e uma vogal e língua treme. Aí pronto, foi o suficiente.
KLEIMAN (1995, p. 18), fala que o letramento é complexo envolvendo muito mais do que uma habilidade 9ou conjunto de habilidades) ou uma competência do sujeito que lê. Envolve múltiplas capacidades e conhecimentos, muitos dos quais não tem necessariamente relação com a leitura escolar, e sim com a leitura do mundo visto que, o letramento inicia-se muito antes da alfabetização, ou seja, quando uma pessoa começa interagir socialmente com praticas de letramento no seu mundo social.
O letramento não está restrito ao sistema escolar, na visão de Kleiman (1995), mas cabe a ele fundamentalmente, levar seus alunos a um processo ainda mais profundo nas práticas sociais que envolvem a leitura e a escrita. Saber ler e escrever várias palavras, não é o bastante para capacitar os indivíduos, surge então, a necessidade de se letrar os sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem, e o educador deve estar capacitado e atualizado para responder às mudanças da sociedade, que se reflete em todos os setores, principalmente no setor educacional. Sabemos que, alguns profissionais da educação se colocam em uma posição inatingível, cheios de suas certezas, e isso é um equívoco, pois o conhecimento nunca se completa, ou se finda, e o letramento é um exemplo disso. 
Kleiman (1995), ainda destaca alguns passos fundamentais para o desempenho do papel do “professor letrador ”: investigar as práticas sociais que fazem parte do cotidiano do aluno, adequando-as à sala de aula e aos conteúdos a serem trabalhados; planejar ações visando ensinar para que serve a linguagem escrita, e como o aluno poderá utilizá-la em diferentes contextos; desenvolver no aluno, através da leitura a interpretação e produção de diferentes gêneros textuais, habilidades de leitura e escrita que funcionem dentro da sociedade; incentivar o aluno a praticar socialmente a leitura e a escrita, de forma criativa, descobridora, crítica, autônoma e ativa, já que a linguagem é interação e, como tal, requer a participação transformadora dos sujeitos sociais que a utilizam; recognição por parte do professor, implicando assim o conhecimento daquilo que o educando já possui de conhecimento empírico, e respeitar, acima de tudo, esse conhecimento; não ser julgativo, mas desenvolver uma metodologia avaliativa com certa sensibilidade, atendo-se para a pluralidade de vozes, a variedade de discursos e linguagem diferente; avaliar de forma individual, levando em consideração as peculiaridades de cada indivíduo; trabalhar a percepção de seu próprio valor e promover a autoestima e a alegria de conviver e cooperar; ativar mais seu intelecto, no ambiente de aprendizagem, ser professor-aprendiz, tanto quanto seus educandos; e reconhecer a importância do letramento, e abandonar os métodos de aprendizado repetitivo, baseados na descontextualização. 
O professor como agente do letramento, deve por meio de sua liderança, articular novas ações, mobilizando o aluno para fazer aquilo que não é imediatamente aplicável ou funcional, mas que é socialmente relevante aquilo que vale a pena realmente ser aprendido, geralmente quando é dada ao aluno a oportunidade de mobilizar seus saberes e de ser ouvido, ele acaba superando não só as suas próprias expectativas, mas as do professor também. Destacamos aqui, que embora a escola muitas vezes, ainda minimize certas práticas de letramento, ela é um veículo de fundamental importância para a propagação do letramento, tendo como um de seus objetivos principais, possibilitar que, seus alunos participem das váriaspráticas sociais que utilizam a leitura e a escrita como agente condutor para uma vida ética, crítica e democrática.
5 A LEITURA
Sabe-se que a leitura é de grande valia: auxilia tanto na contextualização como na habilidade do aluno em relacioná-la à sua vida, ao seu contexto social, vinculando-se, assim, a realidade vivida. Além disso, a leitura é uma atividade importantíssima desenvolvida na escola e também uma habilidade linguística difícil e complexa a ser adquirida, pois não nascemos leitores. Sendo está um processo de aquisição da linguagem escrita, que compreende três mementos fundamentais: a decodificação, a compreensão e aplicação.
Os trabalhos no âmbito da leitura, no Brasil, começaram a se desenvolver a partir da década de 1970. Atualmente, são inúmeros os trabalhos de investigação e discussão sobre sua teoria e metodologia no processo educacional. Apesar dessas discussões acerca do assunto, o que se percebe é que a escola continua ensinando a leitura como um simples ato de decodificar e reproduzir textos, uma vez que a leitura, segundo SOLÉ (1998, p. 22), “[...] é um processo de interação entre leitor e texto; neste processo, tenta-se satisfazer os objetivos que guiam sua leitura”.
MARTINS (2003, p. 23) também comunga a mesma ideia, dizendo que “Muitos educadores não conseguiram superar a prática formalista e mecânica, enquanto para a maioria dos educandos aprender a ler se resume à decoreba de signos linguísticos”.
É preciso romper com aquela leitura que visa tão somente a repetição, à memorização e à decodificação, aquela leitura que não se encontra pautada na realidade concreta, que não desperta prazer, que não leva à reflexão, à compreensão, à criatividade e muito menos à criticidade. A leitura precisa ser analisada como um mergulho no mundo magico das palavras.
Nesse contexto, ler significa conhecer, decifrar, interpretar as ideias do autor e selecionar, através da leitura, os aspectos mais importantes, mais significativos. Pela leitura também aprofundamos os conhecimentos, aumentamos o vocabulário e, por último, comunicamos nossas ideias de forma clara.
Diante dessas colocações, Martins (2003, p.25) esclarece: “A leitura seria a ponte para o processo educacionaleficiente, proporcionando a formação integral do indivíduo”.
Por outro lado, para que a leitura apresente resultados satisfatórios e proveitosos para a formação integral do indivíduo, faz-se necessário que o leitor leve em consideração: atenção, intenção, reflexão, espirito critico, analise e síntese, para assim melhor compreender o que está lendo e os múltiplos significados da leitura. Com isso, cabe ao professor, no contexto educacional, propiciar aos alunos estratégias de leitura que possam desenvolver esses pré-requisitos.
É necessário evidenciar que o fato de a criança possuir um bom desenvolvimento na leitura depende também da influência que esta tenha no meio em que vive. Quanto maior o incentivo à leitura desde cedo, melhor será o seu sucesso em relação à aprendizagem e ao desenvolvimento da leitura e de outras habilidades. Para Smith (1989, p. 210), “quanto mais lemos, mais somos capazes de ler”.
Saber mais ajuda o aluno a perceber por que ele aprende, e a leitura é, sem dúvida, uma capacidade chave para o aprendiz, porque não constitui um só saber, mas também abre possibilidades de conhecimentos.
O hábito de ler é fundamental para a formação do ano. A leitura de histórias faz parte da nossa cultura, pois aprendemos desde cedo a conta-las e ouvi-las. É importantíssima para ampliar conhecimentos e capacidades criativas, além de desenvolver o potencial crítico-reflexivo para questionar, duvidar, expor opiniões com segurança, interpretar o mundo. Através da leitura, as pessoas sonham fatos e voam por mundos diferentes, enriquecendo a imaginação e o crescimento intelectual.
Lamentável que parte dos brasileiros não tem acesso a pratica da leitura. O Brasil é um país de poucos leitores, pois, de acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) e pelo Instituto Pró-Livro, 45% dos brasileiros não leem nenhum livro, pois não tem interesse ou tem dificuldade para ler.
Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê, que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização.
“Pedro viu a uva”, ensinavam os manuais de alfabetização. Mas o professor Paulo Freire, com seu método de alfabetizar conscientizando, fez adultos e crianças, no Brasil e na Guiné-Bissau, na Índia e na Nicarágua, descobrirem que Pedro não viu apenas com os olhos. Viu também com a mente e se perguntou se uva é natureza ou cultura. Pedro viu que a fruta não resulta do trabalho humano. É criação. É natureza. Paulo Freire ensinou a Pedro que semear a uva é ação humana sobre a natureza.
“É a mão, multiferramenta, despertando as potencialidades do fruto. Assim o próprio ser humano foi semeado pela natureza em anos e anos de evolução do cosmo. Colher a uva, esmagá-la e transformá-la em vinho é cultura, assinalou Paulo Freire. O trabalho humaniza a natureza, e, ao realizá-lo, o homem e a mulher se humanizam. Pedro viu a uva, e Paulo freire mostrou-lhe os cachos, a parreira, a plantação inteira. Ensinou a Pedro que a leitura de um texto é tento melhor compreendida quanto mais se inseri um texto no contexto do autor e do leitor. É dessa relação dialógica do texto no contexto que Pedro extrai o pretexto para agir. No inicio e no fim do aprendizado, é práxis de Pedro que importa. Agora Pedro vê a uva, a parreira e todas as relações que fazem do fruto festa no cálice de vinho, mas já não vê Paulo Freire, que mergulhou no amor da manhã de 2 de maio. Deixa nos uma obra inesquecível e um testemunho admirável de competência e coerência”. (FREI BETTO, 1997).
Como Pedro também, bebemos no cálice que transbordava o vinho daquela uva. Vamos a essa fonte beber e até nos embriagar com o vinho extraído de parreiras que contaram e contam muitas historias do mestre Paulo Freire como um grande contador de historias que semeou seus conhecimentos por meio de suas histórias de vida e amor à sua terra, como todo bom nordestino.
O mestre Paulo Freire, ao contar em seus livros como foi alfabetizado embaixo de uma mangueira, deixa a luz, um inicio de contação que vai até sua intenção de interpretar o mundo por meio da leitura desse mundo. Suas historias contadas por ele e por diversos autores deixam momentos vividos com certo gosto nordestino da sua origem sertaneja. Buscaremos nessas historias e em suas entrelinhas o resgate de uma vida, idas e vindas, dentro e fora do seu país, mas sempre recontadas com alegria. Ele nos deixou “raízes, asas e sonhos”.
Também apresentaremos sua história de vida, por entender que foi o inicio de tudo, de uma vida pautada na simplicidade e humanização de um cidadão que buscou viver intensamente as histórias que nos fazem reviver sua importância na construção do nordestino. Tão importante quanto Paulo Freire, temos Monteiro Lobato, Câmara Cascudo, Theobaldo Santos e muitos outros que cultivaram o conto e reconto folclórico e fictício ou leituras e releituras de sua vida.
A história que mostramos da “uva”, sua função, seu recurso, pessoas que podem usar o fruto para manutenção e alimento, pode demotrar a quantidade de pessoas que dependem de um determinado parreiral. As questões pedagógicas, poiticas e sociais que perpassam no texto, dando vida e movimento a todo um contexto.
6 REFERENCIAL TEORICO
Quem conta um conto aumenta um ponto, Paulinho: o menino que escreveu uma nova história, com autoria Abramowicz (2010), traz a histótia de vida de Paulo Freire, reconto agora:
Menino cheio de anúncios de que seria professor: cheio de curiosidade, inquietação por saber, gosto de ouvir, vontade de falar [...]. Brasileiro e nordestinocom asas de anjo, cabeça de professor, mãos de escritor-poeta e coração de frade franciscano. Na terra, suas estrelas guias foram os pais, Joaquim e dona Edeltrudes. Paulinho era o caçula de quatro filhos, nasceu no Recife, PE, em 19/09/1921. Aprendeu a ler e a escrever com gravetos no chão de terra, à sombra das mangueiras, perto das bananeiras, dos cajueiros, da arvore que dá fruta-pão. Paulinho caminhou lendo muito, ouvindo as histórias que as pessoas contavam e gostando demais das palavras ditas, escritas e lidas. Na década de 1940, Paulo casou, foi pai de cinco filhos. Na mesma época, nasceu também o Projeto A educação Alfabetizadora de Jovens e Adultos. Ele sempre dizia: “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si”. E perguntava a seus alunos: “mas porque para nós a palavra tijolo é tão importante?” “É que nós só pensa em tijolo, hoje fizemos mil” “Vamos conversar sobre quanto trabalharam? Por que será que nunca conseguiram ir a escola?”. As idéias de Paulo Freire não mais foram aceitas, e o projeto de alfabetização foi abandonado. Ele também foi perseguido, preso e exilado. A voz de Paulo Freire se calou na partida. A voz que foi calada no Brasil, foi ouvida, respeitada e repetida no mundo todo. “Cheguei ao Chile de corpo inteiro. Paixão, saudade, tristeza, esperança, desejo, sonhos rasgados, mas não desfeitos, ofensas, saberes acumulados, disponibilidade à vida, vontade de viver e de amar. Esperanças, sobretudo. Escolhi a sombra desta arvore para repousar do muito que farei, enquanto espararei por ti. Quem espera na pura espera vive um tempo de espera vã. Por isso, enquanto te espero, trabalharei os campos e conversarei com os homens” (1980). 
Na volta ao Brasil, a sua vida acadêmica, volta florescer. Paulo sofre mais uma grande perda. Sua companheira de 42 anos partiu para não mais voltar. “O tempo passou, Paulo casa novamente e diz: Tive a coragem de casar, de amar outra vez!” Freire faleceu em 02/05/1997 aos 75 anos. “Qual a herança que posso deixar? Penso que poderá ser dito quando já não estiver no mundo. Que não podia compreender a vida e a existência humana sem amor e sem conhecimento. Eu gostaria de ser lembrado como alguém que amou o mundo, as pessoas, os bichos, as arvores, a terra, a água, a vida. Comunhão com as diferentes expressões de vida”. A vida em plenitude. A comunidade freiriana reúne instituições e pessoas em mais de 90 países de todos os continentes. E você? Qual a sua palavra para o mundo?
CONCLUSÃO
Para quem já sabe ler, este processo é mecânico. No entanto, a decifração dos códigos exigem muito do sujeito que ainda está sendo introduzido no mundo das palavras. Quando se lê, em primeiro lugar, é preciso arranjar as idéias na mente para montar a estrutura lingüística. Quando isso ocorre, qualquer pessoa nesta frase: “Minha filha comeu a manga”, consegue dizer que nesse caso a palavra “manda” é uma fruta e não parte de uma roupa.
Quando esse arranjamento não ocorre tem-se apenas palavras soltas; por isso a importância da compreensão não somente da decifração. Segundo Cagliari “um texto vive das relações entre as palavras e as frases em todos os níveis linguísticos”. Para o autor (1998) o conhecimento dessas regras constitui o segredo da decifração, que, por sua vez, é o segredo do processo da alfabetização.
Verificamos por meio desta pesquisa bibliográfica que, a grande maioria dos autores acredita que letramento não é um método, e sim uma prática, inserida nas ações cotidianas da sociedade, havendo portanto, a necessidade de uma mudança nas propostas pedagógicas onde se possa alfabetizar/letrando, pois o processo de ensino aprendizagem da leitura e da escrita na escola, não pode ser visto como um mundo à parte e não ter a finalidade de preparar o sujeito para a realidade na qual se insere. 
É importante destacar ainda, que, alguns autores consideram que o letramento inicia-se muito antes da alfabetização, ou seja, quando uma pessoa começa a interagir socialmente com as práticas sociais que fazem uso da leitura e da escrita, provando que não existe um nível zero de letramento, já que uma pessoa pode não ser alfabetizada, e ser letrada, trazendo consigo uma bagagem social de conhecimentos. 
Pudemos notar também que alguns autores reforçam a necessidade de uma qualificação profissional mais adequada, visto que, apesar de muitos professores possuírem curso superior, ainda existe um “despreparo” em relação à certas práticas pedagógicas, que, muitas vezes nos parece um tanto quanto estagnadas e moldadas dentro de projetos ou planejamentos. Mas, apesar disso, por mais limitada e arcaica que sejam as atividades desenvolvidas em sala de aula, a maioria dos alunos ainda consegue fazer uso da leitura e da escrita para poder interagir em diferentes contextos sociais onde essas práticas são necessárias, validando a afirmação de Magda Soares quando diz: “o letramento abre caminhos para o indivíduo estabelecer conhecimentos do mundo em que vive”. 
Ainda averiguamos por meio desse levantamento teórico que a distância entre teoria e o que muitas vezes vemos na prática, poderia ser minimizada se houvesse uma conscientização maior por parte dos professores, da necessidade de se alfabetizar letrando, de acordo com a exigência da sociedade, e não fora disso, como acontece na maioria dos casos.Soares (1998), afirmam que ações e atividades desenvolvidas em sala de aula, dentro de um contexto adequado modificam o comportamento dos alunos, fazendo com que eles façam uso da leitura e da escrita, como prática social, facilitando sua inserção e participação na sociedade. As informações contidas neste trabalho, poderão dar suporte para aqueles educadores que tenham a intenção de rever suas propostas pedagógicas, quanto às atividades do letramento ou até mesmo uma compreensão acerca de suas bases teóricas.
	
REFERENCIAS
ABRAMOWICZ, Mere. Paulinho: o menino que escreveu uma nova história. Godoy. São Paulo: Cortez, 2010.
FERREIRO, E. Uma Reflexão sobre a Língua Oral e Aprendizagem da Língua Escrita. Pátio, 29 , 2004.
FREIRE, Paulo. Tradição e mudança. Edição 14, editora; Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1988.
KLEIMAN, Ângela (org.).Os significados do letramento. Campinas: Mercado de Letras, 1995.
MARTINS, Maria Helena, O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2003.
MORTATTI, Maria do Rosário Longo. Os sentidos da alfabetização(SãoPaulo: 1876-1994). São Paulo: Ed. UNESP; CONPED, 2000
Soares, Magda. Alfabetização e Letramento, Caminhos e Descaminhos..Pátio, 29, 2004.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte:Autêntica, 1998.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Trad. Claudia Schilling. 6. Ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
Rego, L.L.B. Literatura Infantil: Uma Nova Perspectiva da Alfabetização na Pré-escola.São Paulo: FTD, 1988 .
RIBEIRO, Vera Masagão (Org.). Letramento no Brasil. São Paulo: Global, 2003.
TFOUNI , Leda Verdiani. Letramento e alfabetização. São Paulo: Cortez, 1995.

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