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1 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 5 INTRODUÇÃO Existem dois consensos de sepse, o de diagnóstico e o de conduta/tratamento. • SEPSE 3.0: diagnóstico/escreening. • SEPSE SSC: conduta/tratamento. IMPORTÂNCIA • 27 milhões de pessoas desenvolvem sepse por ano; • 19 milhões sobrevivem de sepse, sendo que 8 milhões acabam falecendo; • São números subdiagnosticados, porque exclui determinados lugares, como por exemplo, parte da África do Sul, parte dos países da América Latina e parte dos países da Oceania. • O problema não vem dos pacientes que morrem de sepse, mas sim dos que sobrevivem, pois estes têm 18X mais chances de adquirir DM, 17X mais chance de insuficiência renal e 7X mais chance do que a população normal de ter Alzheimer. Então, existe um impacto muito grande na saúde dos pacientes que sobrevivem, por isso, a sepse deve ser tratada o quanto antes. Não é preciso diagnosticar a sepse. ¨Pensou sepse, trata a sepse¨. Nos casos de sepse, o tratamento precisa ser iniciado no máximo em 1 hora. O QUE É SEPSE? Sepse é a resposta exagerada frente a infecção, ¨resposta imune estragando o corpo¨. O lactato soma todos os ¨erros¨ e mostra o que aconteceu no geral. É preciso medir troponina, eletrocardiograma, CK-MB (coração), TGO, TGP, bilirrubina (fígado). Então, sepse é a resposta exagerada com o intuito de acabar com a infecção, destruindo tudo a sua volta, lesionando coração, cérebro, pulmão, fígado. Por isso que o paciente com infecção urinária pode fazer uma insuficiência respiratória, por isso pacientes com ITU apresentam rebaixamento do nível de consciência. Por esses motivos, a infecção deve ser tratada o quanto antes, por isso é essencial a antibioticoterapia na primeira hora, pois muda a conduta a traz a redução do “estrago”. RESPOSTA INFLAMATÓRIA • Resposta tipo 1: resposta inerte do corpo. O corpo fica ¨histérico¨, mas não manda células de defesa. É quando o paciente tá fazendo a quimio ou com a imunidade muito baixa, e o corpo não tem resposta nenhuma. Ocorre complicações por uma baixa resposta imune, uma anergia, por conta de doenças (leucemias e linfomas/doenças, uso crônico de corticoide). • Resposta tipo 2: resposta normal a infecção. Exemplo: pneumonia, antibiótico 5-7 dias, resolveu. • Resposta tipo 3: resposta exagerada - sepse. • Resposta 4: resposta muito exagerada. ¨Arma nuclear¨ O que tínhamos de evidência até então? CONCEITOS O que tínhamos de evidência de conceitos até então? Antes do sepse 3.0. • Infecção: processo patológico causado pela invasão de tecidos previamente estéreis por microrganismos patogênicos. A infecção era aquela bactéria, vírus ou protozoário (qualquer microrganismo) que está em um corpo que não deveria estar. Quando a bactéria, por exemplo, Sepse - Diagnóstico 2 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 5 é patogênica. É algo localizado, uma resposta adequada ao agente causador. • SIRS: ❖ Temperatura >38ºC ou <36ºC: temperatura oral – americana/axilar – Brasil é acima de 37,8ºC. ❖ Frequência cardíaca >90 bpm; ❖ Frequência respiratória >20irpm; ❖ Leucometria (leucócitos >12.000 ou <4.000 ou Bt (formas jovens) 10%). Não considera só bastões, toda forma jovem acima de 10% (bastões, metamielócitos ...) 2 ou mais critérios já era positivo pra SIRS. • Sepse: síndrome clínica definida pela presença de infecção e SIRS. Infecção suspeita ou documentada. • Sepse grave: ❖ Sepse complicada com uma ou mais disfunções orgânicas e/ou hiperlactatemia; ❖ Sepse complicada com disfunção orgânica – hemodinâmica (hipotensão), renal (elevação de creatinina), respiratória (queda na relação PaO2/FiO2), hepática (elevação de bilirrubinas), neurológica (alteração do estado mental). • Choque séptico: ❖ Sepse associada à hipotensão refratária a volume adequado. Ou seja, fá foi feito volume no paciente e ele continua hipotenso. CASCATA DE CITOCINAS NA SEPSE Temos uma série de cascatas de inflamação. Ativa proteína C, há uma cascata pró-inflamatória e anti- inflamatória, pró-coagulante e anticoagulante. Nessa imagem de um APS (aparelho que analisa a vasculatura sublingual), à direita com sepse (anti- inflamatório e anti-coagulante), não está chegando sangue direito. A esquerda saudável (vascularização boa – paciente saudável). As imagens com pouca vascularização (paciente com sepse) ficam granuladas, as hemácias se aglutinam. Um paciente coronariopata que tem 90% de obstrução na artéria cerebral média, por isso pacientes com sepse faz AVC tipo 2. As hemácias se aglutinam no choque séptico (congestão). • Por isso que pacientes que tem sepse tendem a desenvolver DM, Alzheimer, vasculopatia, infarto. QUAL O PROBLEMA • 2 pacientes: • 1: Paciente com sinusite aguda, fez febre (temp 38,4ºC) e leucograma de 14.500 (bastões 3%). ❖ Infecção: Sinusite. ❖ Febre, leucocitose. ❖ SIRS. ❖ Sepse: o paciente tem 2 critérios de SIRS + foco infeccioso. Então, tem SEPSE. • 2: Paciente idoso com infecção urinária com rebaixamento do nível de consciência, com Glasgow 13. Afebril. FC 64bpm. FR 16ipm. TA 130/74mmHg. Leucograma 6.500 (bastões 0%). Lactato 1,2 mmol/L. 3 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 5 ❖ Infecção: urinária. ❖ Não tem frequência cardíaca nem respiratória aumentadas. ❖ Não tem leucograma ou formas de bastões. ❖ Segundo os critérios de sepse e SIRS, esse paciente NÃO TEM SEPSE. ❖ Rebaixamento do nível de consciência não entra em critérios de SIRS. Segundo o critério antigo, o primeiro paciente tem sepse e o segundo não tem. Quem é mais grave? O paciente 2 é mais grave. Essa é a crítica do SEPSE 2.0 utilizando a SIRS. • Sensibilidade alta; Especificidade baixa. • Diagnóstico é clínico, demanda alto grau de SUSPEIÇÃO!!! Todo os sinais e marcadores de laboratório dos pacientes acima são bastante inespecíficos. • Taquicardia, taquipneia, febre, hipotermia, sonolência, agitação, extremidades frias ... • Grande lista de sinais e sintomas, NENHUM ESPECÍFICO!!! • Laboratorial: leucocitose, leucopenia, lactato, gasometria com acidose – SEM ESPECIFICIDADE; • Biomarcadores: PCR, procalcitonina??? MOMENTO EM QUE VIVEMOS • Maior número de recursos de suporte de vida; • Melhor entendimento dos mecanismos fisiopatológicos relacionados à sepse; • Melhor avaliação de escores de gravidade, piora e óbito; • Força tarefa. Hoje, por conta da tecnologia, se entende muito mais dos mecanismos fisiopatológicos relacionados à sepse e se tem uma série de scores de gravidade e mortalidade, como o SOFA e o qSOFA. Esses são os melhores escores preditores de sepse (não é sinônimo de diagnóstico) de acordo com estudos feitos pelos melhores hospitais americanos e alemães. ESCORES • Para derivação e validação dos critérios: ❖ 148.907 casos com suspeita de infecção; ❖ Coorte de 1.3 milhões de atendimentos médicos; ❖ 12 hospitais da Pennsylvania, EUA. • Para análise confirmatória: ❖ 706.399 atendimentos; ❖ 165 hospitais Norte-Americanos e Alemães. • Dois escores com bons resultados: ❖ SOFA e qSOFA. SOFA • Sequencial organ failure assessment score: Hoje o SOFA de um paciente na UTI deu 10. Amanhã, ao medir novamente, dá 14. A tradução clínica disso é que esse paciente piorou de hoje para amanhã. Se ele piorou, alguma coisa não está sendo feito corretamente. Se sai de 14 para 10 de hoje para amanhã, significa que o paciente melhorou, então a estratégia adotada para ele nas últimas 24 horas está surtindo efeito. Essa é a tradução de SOFA. Órgãos nobres na perfusão periférica do paciente? • Pulmão: avalia através da PaO2/FiO2 – gasometria); • Coagulação: avalia através das plaquetas – hemograma; • Fígado: através da bilirrubina;• Coração: pressão baixa e uso de droga vasoativa – monitorização; • Cérebro: qualquer GCS diferente de 15 – observação; • Rim: creatinina e débito urinário – sonda vesical. Isso nada mais é do que o SOFA. Não tem nada de infecção, sepse ou choque. O SOFA só é uma avaliação de disfunção orgânica. E para isso, nada melhor do que pegar os órgãos de primeiro e segundo escalão. • Avalia as anormalidades em diferentes sistemas do organismo. • Avaliação clínica e laboratorial com intervenção medicamentosa. 4 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 5 • Tradução clínica: o SOFA aumentado significa que há uma maior probabilidade de mortalidade. QSOFA • Quick Sequential Organ Failure Assessment Score; • Ferramenta muito rápida, utilizada para leigos e médicos na emergência. • Ferramenta beira leito; • Identifica pacientes com suspeita/documentação de infecção que estão sob maior risco de desfechos adversos. • Critérios: ❖ PAS <100mmHg; ❖ FR >22ipm; ❖ Alteração do estado mental (GCS <15); ❖ Pontos: 0 a 3. Se >=2 → maior risco de mortalidade ou permanência prolongada na UTI, independentemente de ser sepse ou não. Quadro: alteração do estado mental, respiração rápida, hipotensão. Para quê existe o qSOFA no 3.0? Não é para médico fazer o Qsofa. É pra a pessoa na rua, o recepcionista no hospital, segurança do hospital. Porque ao ver um paciente desorientado, cansando ou com a pressão baixa (o que todo mundo hoje sabe aferir), ele vai colocar esse paciente imediatamente para dentro. Ele vai acelerar o processo de admissão hospitalar desse paciente. Essa imagem acima representa exatamente isso, para dar seguimento no paciente grave, para dizer que o paciente tem o risco de mortalidade maior do que outros pacientes. O médico vai fazer o SOFA mais para frente. Se vai ser sepse ou não, veremos adiante. Mas o qSOFA só serve para isso – para a população leiga. O qSOFA não dá o diagnóstico de sepse, mas é uma ferramenta útil como critério de triagem clínica para SE PENSAR em sepse. SEPSE-3 Não inventou ou criou nenhum score. Ele pegou, dos que já existiam, aquele que melhor prediz a sepse. • Revisão sistemática e meta-análise de 92 estudos; • Processo de Delphi; • Após a conclusão do processo: ❖ As variáveis identificadas foram testadas; ❖ Estudos de coorte; ❖ Surviving Sepsis Campaign (n=28.150); ❖ University of Pittsburgh Medical Center (n= 1.309.025); ❖ Kaiser Permanente Nothern California (n= 1.847.165). NOVOS CONCEITOS DISFUNÇÃO ORGÂNICA • Aumento em 2 pontos no escore SOFA: todo paciente com aumento de 2 pontos no score SOFA pode ser considerado com uma disfunção orgânica nova (o SOFA precisa ser calculado antes e depois para comparação). • Se necessidade de diagnóstico mais precoce e avaliações mais precoces: qSOFA: ❖ PAS <100mmHg; ❖ Alteração do nível de consciência (Glasgow <15); ❖ FR 22ipm. Voltando ao ciclo de Krebs, por isso que há a necessidade de se medir o lactato nos pacientes graves, o O2 em paciente com sepse, HGT. Por isso que tem que dar volume ao paciente, para melhorar toda a enzima (PDH – piruvato desidrogenase). 5 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 5 SEPSE • Definição: disfunção orgânica ameaçadora a vida secundária a resposta do hospedeiro (imune desregulada) a uma infecção. Ou seja, continua sendo uma resposta exagerada. • Critérios clínicos: suspeita ou certeza de infecção e um aumento agudo de >= 2 pontos no SOFA em resposta a uma infecção (representando uma disfunção orgânica). O SOFA não é para conduzir sepse. É para conduzir paciente grave! E vai ser tratado como tal. • Sepse grave: EXTINTO! • Septicemia, síndrome séptica: EXTINTOS! CHOQUE SÉPTICO • Definição: anormalidade circulatória e celular/metabólica secundária a sepse, grave o suficiente para aumentar significativamente a mortalidade; • Critérios clínicos: hipotensão persistente que requer o uso de vasopressores para manter uma PAM >= 65 mmHg e Lactato >= 2mmol/L (18mg/dl) após adequada reposição volêmica. Continua sendo o paciente que necessita de vasopressor. Esse é o paciente que chega hipotenso, não melhora com uma adequada reposição volêmica e precisa recorrer à droga vasoativa. DISFUNÇÃO DE MÚLTIPLOS ÓRGÃOS E SISTEMAS É quando há uma lesão de mais de dois órgãos que não consegue se desfazer sem intervenção, como por exemplo: um paciente que perde um rim e tem que fazer diálise OU um paciente que faz disfunção neurológica e não tem condição de ser extubado, porque não vai acordar, então é feita uma traqueostomia precoce OU um paciente que faz disfunção hepática e vai ser hepatopata pelo resto da sua vida, tendo que usar medicação, inclusive para encefalopatia hepática. • Função orgânica alterada em pacientes gravemente enfermos, onde a homeostase orgânica não pode ser mantida sem alguma intervenção; • Ocorre uma alteração aguda no SOFA >2. A sepse é a única doença que pode evoluir para todo tipo de doença, inclusive, disfunção hormonal. O quadro acima resume tudo (a antiga é o 2.0 e a nova é o 3.0). Antes avaliava-se o SIRS, mas com a nova avalia-se o SOFA. A sepse grave é um conceito antigo, pois foi excluído este conceito na nova versão. O choque séptico continua sendo a sepse com a necessidade de droga vasoativa. Diante de um paciente com suspeita de infecção, se o SOFA ≥ 2, e com a avaliação ele tem disfunção orgânica (não falou o diagnóstico de sepse) - a avaliação da disfunção orgânica é através do SOFA 6 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 5 – então se tiver >2, trata-se como sepse. Se foi feito volume e o paciente está usando droga vasoativa, ou o lactato tá >8, é choque séptico. Um paciente com suspeita de infecção, o qSOFA não deu ≥ 2, mas o médico acha que aquele paciente tem “cheiro, nariz e orelha” de sepse, parte-se para a frente, para avaliar se tem disfunção orgânica, ou seja, dá seguimento, mesmo que qSOFA não seja ≥ 2 (der 1, der 0). Então por isso que o diagnóstico de sepse é uma das artes da medicina. O reconhecimento da sepse vem através da experiência, e não apenas do valor do qSOFA, pois o paciente é muito mais complexo que isso. A sepse é muito mais complexa do que o qSOFA, no entanto, é importante entender todo o caminho de avaliação para poder dizer que se sabe conduzir e dar diagnóstico de um paciente com sepse. CRÍTICAS • Não envolveu países de baixo e médio recursos nas decisões (inclusive o Brasil; por isso que os scores utilizados aqui não foram comparados com o qSOFA). • Diminuem a sensibilidade do diagnóstico: ❖ Dificulta o manejo em tempo hábil da sepse em certos locais; ❖ Minimiza os critérios de SIRS (O SIRS ainda é importante). Em nenhum lugar do SEPSE 3.0 tem falando pra deixar de utilizar os critérios de SIRS, inclusive, tem 4 parágrafos no consenso dizendo que a avaliação deve ser pareada com os critérios de SIRS. • Escores SOFA e qSOFA têm limitações de validação: ❖ Triagem e classificação de gravidade. • Retirada de hiperlactatemia como critério de disfunção orgânica. • Paciente com hipotensão ou GLASGOW <13 → SOFA 1: ❖ Pode tirar a atenção dos profissionais. • qSOFA: ❖ Mistura de escore preditivo de óbito com ferramenta beira leito para identificar um paciente com risco de piora (Screening); ❖ O que é mais importante: Risco de óbito ou risco de piora? ❖ Talvez apenas 1 critério seria menos ¨inaceitável¨. Taquipneia E hipotensão → Acionar condutas. Taquipneia E rebaixamento → acionar condutas. Hipotensão E rebaixamento!!! → Acionar condutas. Por exemplo, um paciente chega com infecção urinária e chega com Glasgow de 13 (só tem isso – laboratório normal, bilirrubina normal), idoso, 83 anos, tem“cheiro de sepse”. Então por isso que a campanha é: pensou sepse, trata sepse (e não confirmou); pode-se tirar o antibiótico daqui há um ou dois dias, mas deve-se tratar como sepse. • Lactato: ❖ >4mmol/L não é considerada infecção complicada; ❖ >4mmol/L sem hipotensão → não tem maior risco de morte; ❖ Paciente com lactato 4,0 → infecção não complicada; ❖ Banco de dados ILAS: paciente sem choque e Lac>4 → mortalidade 55% (serviço público); Paciente sem choque e lactato >4 – mortalidade 55% (serviço público). ❖ Paciente com 99.000 plaquetas OU bilirrubina 2.1 OU pO2/FiO2 290 → SEPSE. • Disparidade entre os membros de alto e médio/baixo recurso. • Recusaram endosso do documento. ❖ ILAS. ❖ American College of Check Physicians. ❖ American College of Emergency Physicians. PROCALCITONINA X PCR • Apesar de estudos, não serve para diagnóstico de sepse; • Precisam de curva: é necessário saber do PCR agora, daqui há 6h, 12h, 24h, 48h (se for utilizar poucos centavos, o custo vai ser baixo, mas se for fazer dois exames de procalcitonina por dia, 2800 reais, contando que o paciente vá ficar 10 dias na UTI, 28000 reais só de um exame, então não vale a pena, pois a procalcitonina não é tão sensível e específica a valer esse investimento). • Indicam atividade infecciosa direta: não é de sepse. 7 Beatriz Machado de Almeida Emergências clínicas – Aula 5 • ¨Sugerem¨ tempo de uso de antibiótico: quando eles começam a ficar normais, fica mais 48h com o antibiótico, e depois suspende. Fica mais essas 48h com o ATB porque o seu efeito se estende, a partir do momento ingerido, até mais de 48h a 72h. • PCR em baixa especificidade; • Procalcitonina não tem valor prognóstico bem definido. O PCR é um exame de laboratório que custa poucos centavos, e a procalcitonina é um pré-hormônio, que é ativado toda vez que gera uma hiperinflamação, no entanto, seu valor é em torno de 1400 reais. O antibiótico não é aquele medicamento que faz agora e o paciente melhora; tanto que se o paciente estiver com choque, for feito o antibiótico e outras drogas, e daqui há 4 horas o paciente apresenta melhora, esta melhora não ocorreu graças ao antibiótico. Nesse gráfico de 1999, observa-se que o PCR começa a elevar após 6h de atividade inflamatória. 2h após a atividade inflamatória, a procalcitonina começa a elevar. Em 4h, a procalcitonina é superior a proteína C. A IL-6 faz um pico com duas horas, e depois ela vai caindo com o decorrer dos dias. Teve uma medicação que surgiu no COVID que era imunomoduladora da IL-6, ou seja, ela diminuía a atividade da IL-6 no corpo, no entanto, o problema era que tinham pacientes com mais de 5 dias de COVID e as pessoas queriam usar uma medicação que diminuía o nível sérico de IL-6; se for usado um medicamento para derrubar uma coisa que já está pouca, ela vai agir em outras coisas. Quando se diminui atividade inflamatória nos pacientes com infecção, em geral, ocorre aumento de mortalidade (alguma atividade inflamatória é obrigada a ter), e por isso que na Europa o uso dessas medicações foram interrompidas, mas no Brasil ainda continuaram vendendo essa medicação para esse fim. Os pacientes que chegavam com Covid e dosava-as IL- 6, e a mesma dava >800 mg/dl, aí pode-se dar a medicação, mas às cegas (sem medir IL-6) não é indicado. Quando se analisa a área sobre a curva da procalcitonina e do PCR, a sensibilidade e a especificidade é praticamente a mesma, então deve-se solicitar o mais barato. Prática: Exemplo: um paciente séptico chegou, e no tempo 0, foi iniciado o antibiótico, no entanto, como o ATB demora de 48 – 72h para fazer efeito, o PCR sobe. Dessa forma, entre o tempo 1 e 2 o que houve com esse paciente é que o antibiótico fez o efeito dele, e isso é percebido porque a atividade inflamatória começou a cair. O que pode ter acontecido do tempo 2 para o tempo 3, é uma resistência bacteriana ou uma nova infecção (o paciente chegou com uma ITU, uma peritonite, foi intubado, 3 – 4 dias depois começou com uma secreção traqueal, e depois confirmou que ele pegou uma pneumonia, ou seja, tem outra bactéria). Entre o tempo 3 e 4, entrou com um novo antibiótico; entre o 4, 5 e 6, foram as 48 – 72h do novo antibiótico, e a partir do tempo 6, o PCR começou a cair. No momento 7, como o PCR está em redução menor do que a apresentada nas primeiras horas de admissão do paciente, espera-se mais 48 – 72h para suspender esse antibiótico. Para conduzir um paciente com valor de PCR, é necessário calcular vários PCR´s, porque é feito uma curva do paciente com infecção por sepse.
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