Buscar

Feridas e cicatrização

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 Laís Flauzino | TÉCNICA OPERATÓRIA | 4°P MEDICINA UniRV 
2M2 – Feridas e Cicatrização 
Feridas: 
Ferida: qualquer ruptura da 
pele, perda de continguidade 
da pele, provocada por agente 
físico, químico ou biológico, 
envolvendo estruturas 
superficiais ou mais profundas. 
Pele – Estrutura: 
Epiderme: 
• predomina queratinócito; 
• não vascularizado; 
• proteção contra perda de água, lesão mecânica e 
química; 
• integridade da pele; 
• produção de melanina. 
Derme: 
• feixes de colágenos e fibras elásticas; 
• vascularização sanguínea e linfática, 
• terminações nervosas (sensibilidade tátil, térmica 
e dolorosa); 
• glândulas sudoríparas e sebáceas, folículos 
pilosos. 
Hipoderme ou tecido subcutâneo: 
• isolante térmico, 
• sustentação das camadas superiores; 
• presença de vasos sanguíneos, nervos, linfonodos 
tecido conjuntivo frouxo preenchido por células 
de gordura; 
• dá amplitude de movimentos (maleabilidade e 
elasticidade) 
 
Ferimentos Conceito: 
Do ponto de vista orgânico, entende-se por 
traumatismo as lesões sofridas por qualquer tecido 
dentro da sua integridade anatômica. 
Pode ser, de acordo com a profundidade: superficial 
ou profundo. 
O traumatismo é superficial quando o agente 
causador atinge a pele, o tecido celular subcutâneo 
ou mesmo as aponeuroses e músculos. 
Caso contrário, havendo comprometimento de 
estruturas nobres ou profundas (nervos, tendões, 
músculos, vasos, ossos ou vísceras), o traumatismo é 
considerado profundo. 
Classif icação dos traumatismos superf ic iais: 
• Os traumatismos superficiais podem ser fechados 
ou abertos. 
• Traumatismos fechados são as contusões leves 
causando edemas traumáticos, como as 
equimoses, os hematomas superficiais. 
• Os traumatismos abertos são os ferimentos. 
• Os ferimentos superficiais abertos podem ser 
classificados quanto à profundidade à 
complexidade, à contaminação e natureza do 
agente que causou. 
• Contaminação é o aspecto mais importante, mas 
cada uma das classificações tem importância 
prática no tratamento. 
 
Quanto à natureza do agente: 
Ferimento inciso: 
Linear, com bordos regulares e pouco traumatizados, 
produzido por instrumento cortante com fio muito 
aguçado (ex: gilete). 
Ferimento contuso: 
Bordos irregulares e macerados, sem sangramento 
vivo, forma estrelada. Produzido por instrumento 
rombo capaz de romper a integridade da pele (ex..: 
pedra). 
Ferimento corto-contuso: 
Bordos irregulares e contundidos, fundo irregular, 
não tem forma estrelada. Produzido por instrumento 
cortante não muito afiado (ex: facão). 
Ferimento lácero-contuso: 
Ferimento contuso que criou retalhos. 
Ferimento perfurante: 
Superfície circular com bordos regulares ou não. 
Apresenta orifício de entrada, um trajeto e às vezes 
orifício de saída. 
Produzido por objeto pontiagudo e fino capaz de 
atravessar a pele e tecidos subjacentes. 
São tipos de ferimentos perfurantes o punctório 
(prego), o penetrante (penetra cavidade natural do 
organismo) e o transfixante (atravessa determinado 
órgão ou segmento). 
Perfimento pérfuro-contuso: 
Orifício de entrada com forma oval ou circular, com 
bordos triturados ou equimóticos. 
Ferimento pérfuro-cortante: 
Lesão mista (Ex.: punhal). 
 
 
2 Laís Flauzino | TÉCNICA OPERATÓRIA | 4°P MEDICINA UniRV 
Quanto à complexidade: 
Simples: 
Sem perda tecidual, sem contaminação grosseira 
e/ou sem presença de corpo estranho. 
Complexo: 
Perda de tecido, fratura, esmagamento, queimadura, 
avulsão, deslocamento de tecidos ou implantação de 
corpos estranhos. 
 
Quanto ao grau de contaminação: 
Feridas limpas ou abertas: 
o Incisões na pele em ambiente cirúrgico, pele 
preparada adequadamente com soluções 
desinfetantes; 
o Não há penetração no tubo digestivo, vias 
respiratórias e/ou aparelho genitourinário. 
o Índice de infecção menor de 1 a 5% 
o Ex: retirada de lipoma, herniorrafia 
Feridas limpas contaminadas: 
o Também conhecidas como potencialmente 
contaminadas 
o Situações cirúrgicas em que houve penetração no 
tubo digestivo, vias respiratórias e/ou aparelho 
genitourinário 
o Contaminação mínima e não há infecção ativa 
o Feridas traumáticas com menos de 6h e sem 
corpo estranho 
o Risco de infecção 3 a 11% 
o Ex: cirurgia de vesícula (colecistectomia) sem 
infecção aguda 
Feridas contaminadas: 
o Nas situações cirúrgicas já existe uma 
contaminação da ferida 
o Há reação inflamatória 
o Feridas traumáticas acima de 6h e na presença de 
corpo estranho 
o Índice de infecção de 10 a 17% 
o Ex: obstrução intestinal com contaminação fecal 
(perfuração intestinal), colecistite, perfuração 
intestinal traumática 
Feridas infectadas: 
o Quando existe infecção estabelecida antes da 
incisão 
o Ferida traumática na presença de abscesso 
o Índice de infecção acima de 50% 
o Ex: apendicite aguda supurada, abscesso 
anorretal, ferimento infectado 
Cuidado com as fer idas traumáticas: 
Fer idas abertas – rote iro de sutura : 
o Atendimento inicial na sala própria para a 
realização da sutura; 
o Auxílio da Enfermagem, fazer a abertura do 
material de sutura; 
o Kit de sutura: 1 Pinça anatômica, 1 Porta agulhas, 
1 Pinça hemostática, 1 tesoura reta, uma cuba 
pequena e 1 campo cirúrgico pequeno; 
o Complementando o kit: material de anestesia 
local: Seringa pequena, 2 agulhas (1 para 
infiltração anestésica e 1 para aspirar a solução 
anestésica), fio cirúrgico e gazes esterilizadas; 
o Realizar a limpeza inicial com SF 0,9%, aplicação 
do anestésico em toda a extensão das bordas, 
aplicação de solução antisséptica e limpeza 
profunda do local ferido; 
o Realização da sutura propriamente dita (aula 
prática) 
o Realização do curativo oclusivo; 
 
https://www.youtube.com/watch?v=r89bS-GAabA 
Cicatr ização: 
Conceito : 
A cicatrização das feridas consiste em perfeita e 
coordenada cascata de eventos que culminam com a 
reconstituição tecidual. 
O processo cicatricial é comum a todas as feridas, 
independente do agente que a causou. 
O processo de cicatrização é dividido didaticamente 
em quatro fases: 
o Inflamatória 
o Migratória 
o Proliferação ou granulação e 
o Remodelamento ou maturação. 
O colágeno é a proteína mais abundante no corpo 
humano e também é o principal componente da 
matriz extracelular dos tecidos. 
Estrutura-se numa rede densa e dinâmica 
resultante da sua constante deposição e 
reabsorção. 
O tecido cicatricial é resultado da 
interação entre sua síntese, fixação e 
degradação. 
Fases da cicatr ização: 
I nf lamatór ia : 
o Esta fase se inicia imediatamente após a lesão, 
com a liberação de substâncias vasoconstritoras; 
o O endotélio lesado e as plaquetas estimulam a 
cascata da coagulação; 
https://www.youtube.com/watch?v=r89bS-GAabA
 
3 Laís Flauzino | TÉCNICA OPERATÓRIA | 4°P MEDICINA UniRV 
o As plaquetas têm papel fundamental na 
cicatrização; 
o O coágulo é formado por colágeno, plaquetas e 
trombina, que servem de reservatório proteico 
para síntese de citocinas e fatores de crescimento, 
aumentando seus efeitos. 
o Neutrófilos são as primeiras células a chegar à 
ferida, com maior concentração 24 horas após a 
lesão; 
o Neutrófilos produzem radicais livres que auxiliam 
na destruição bacteriana e são gradativamente 
substituídos por macrófagos. 
Cascata de coagulação: 
1.No controle da hemorragia ocorre a 
vasoconstricção (contração do vaso lesado); 
2.Atividade Plaquetária: rompe o endotélio e ocorre a 
fixação (adesão plaquetária) das plaquetas, em 
contato com o colágeno são ativadas, liberando 
muitos fatores (secreção plaquetária), atraem outras 
plaquetas, formando um tampão plaquetário 
(agregação plaquetária) – coágulo; 
3.Mecanismo da coagulação: objetivo final é a 
produção de fibrina e estabilização do tampão 
plaquetário em coágulo; 
•Via Intrínseca: substâncias na corrente sanguínea, 
Fator XII entra em contato com o colágeno do vaso 
continua o processo até a formação do coágulo; 
•Via Extrínseca: células lesadas liberam 
Tromboplastina, ativao Fator VII para iniciar o 
processo; 
 
Via Comum :O fator Xa juntamente com o cofator Va, 
plaquetas e cálcio, forma o complexo protrombinase 
que converte Protrombina-> trombina. A trombina 
converte Fibrinogênio -> fibrina e ativa o fator XIII que 
reage com os polímeros de fibrina para estabilizar o 
plug plaquetário inicial. 
Trombina: É um polipeptídio plasmático, com peso 
molecular de 33700UI, que vem sendo relacionado às 
seguintes funções: catalisar a conversão do 
fibrinogênio em fibrina; ativar o fator XIII, responsável 
pela ligação cruzada da fibrina, e estabilização do 
trombo; estimular a agregação plaquetária, através 
de receptores. 
 
Fase migratór ia : 
o Neutrófilos e sua maior contribuição é a secreção 
de citocinas e fatores de crescimento, além de 
contribuírem na angiogênese, fibroplasia e 
síntese de matriz extracelular; 
o Os macrófagos migram para a ferida após 48 - 96 
horas da lesão, e são as principais células antes 
dos fibroblastos; 
o Os macrófagos retiram restos celulares e 
bactérias da ferida; 
o Os fibroblastos migram para a ferida; 
o Ocorre uma vasoconstricção levando a hipóxia 
celular; 
o Fatores de crescimento são liberados 
estimulando a neogênese vasos sanguíneos; 
o Migração de células epiteliais da borda 
(epitelização); 
Fase prol i ferat iva : 
• A fase proliferativa é constituída por quatro etapas 
fundamentais: epitelização, angiogênese, formação 
de tecido de granulação e deposição de colágeno; 
• Esta fase tem início ao redor do 4º dia após a lesão 
e se estende aproximadamente até o término da 
segunda semana; 
• A epitelização ocorre precocemente. 
• Se a membrana basal estiver intacta, as células 
epiteliais migram em direção superior, e as camadas 
normais da epiderme são restauradas em três dias. 
• Se a membrana basal for lesada, as células epiteliais 
das bordas da ferida começam a proliferar na 
tentativa de restabelecer a barreira protetora. 
• A parte final da fase proliferativa é a formação de 
tecido de granulação. 
• Os fibroblastos e as células endoteliais são as 
principais células da fase proliferativa. 
Remodelamento das fer idas: 
• A característica mais importante desta fase é a 
deposição de colágeno de maneira organizada, por 
isso é a mais importante clinicamente. 
• O colágeno produzido inicialmente é mais fino do 
que o colágeno presente na pele normal, e tem 
orientação paralela à pele. 
• Com o tempo, o colágeno inicial (colágeno tipo III) é 
reabsorvido e um colágeno mais espesso é produzido 
e organizado ao longo das linhas de tensão. 
• Estas mudanças se refletem em aumento da força 
tênsil da ferida. 
• Fibroblastos e leucócitos secretam colagenases que 
promovem a lise da matriz antiga. 
 
4 Laís Flauzino | TÉCNICA OPERATÓRIA | 4°P MEDICINA UniRV 
• A cicatrização tem sucesso quando há equilíbrio 
entre a síntese da nova matriz e a lise da matriz antiga, 
havendo sucesso quando a deposição é maior. 
• A cicatriz continua a se modelar durante anos. 
 
Condições para uma boa cicatr ização : 
o Bordas limpas e regulares 
o Suprimento sanguíneo adequado 
o Tecidos bem vitalizados e oxigenados 
o Bordas facilmente aproximadas e sem tensão 
o Sem interposição de tecidos, secreção, sangue 
o Ausência de corpos estranhos 
Cuidados loca is : 
o Limpeza – simples ou exaustiva, de acordo com a 
situação 
o Anestesia – local, regional ou geral 
o Material adequado 
o Manuseio adequado 
Formas de tratar fer imentos: 
1ª intenção: é o tipo de cicatrização quando as bordas 
são aproximadas, são bordas regulares, havendo 
perda mínima de tecido, mínimo edema e ausência 
de infecção. A formação da granulação não é visível. 
Ex: ferimento suturado. 
 
2ª intenção: ocorre perda tecidual excessiva, bordas 
irregulares, com ou sem infecção, a aproximação 
primária não é possível. As feridas são deixadas 
abertas e ocorre a cicatrização pro meio da 
granulação (visível), contração e epitelização. 
Ex: ferimentos infectados. 
 
3ª intenção ou estadiada: a ferida tratada em dois 
tempos. Fechamento primário tardio. No 1º tempo a 
ferida é deixada aberta, tratando um foco de infecção 
e no 2º tempo ocorre a aproximação primária das 
bordas, formação de pouco tecido de granulação. 
 
 
http://www.ufrgs.br/cuidadocomapele/arquivos/text
os_para_leitura/anatomia_e_fisiologia/Fisiologia_da_
cicatrizacao_Daniele_Domingues.PDF 
http://www.ufrgs.br/blocodeensinofavet/ensino/tecni
ca-cirurgica/cicatrizacao-de-feridas 
https://www.scielo.br/j/abcd/a/wzTtGHxMQ7qvkBbq
DLkTF9P/?lang=pt 
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/3
4755/000790228.pdf 
https://www.uniara.com.br/arquivos/file/cursos/grad
uacao/farmacia/guias-de-medicamentos/guia-
feridas.pdf 
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab
/4/unidades_casos_complexos/unidade20/unidade2
0_ft_ferimentos.pdf 
https://cbcsp.org.br/wp-
content/uploads/2017/01/30-04-
16Cicatriza%C3%A7%C3%A3o-e-cuidados-com-a-
ferida-cir%C3%BArgica-Dr-Matthias-Weinstock.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.ufrgs.br/blocodeensinofavet/ensino/tecnica-cirurgica/cicatrizacao-de-feridas
http://www.ufrgs.br/blocodeensinofavet/ensino/tecnica-cirurgica/cicatrizacao-de-feridas
https://www.scielo.br/j/abcd/a/wzTtGHxMQ7qvkBbqDLkTF9P/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/abcd/a/wzTtGHxMQ7qvkBbqDLkTF9P/?lang=pt
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/34755/000790228.pdf
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/34755/000790228.pdf
https://www.uniara.com.br/arquivos/file/cursos/graduacao/farmacia/guias-de-medicamentos/guia-feridas.pdf
https://www.uniara.com.br/arquivos/file/cursos/graduacao/farmacia/guias-de-medicamentos/guia-feridas.pdf
https://www.uniara.com.br/arquivos/file/cursos/graduacao/farmacia/guias-de-medicamentos/guia-feridas.pdf
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/4/unidades_casos_complexos/unidade20/unidade20_ft_ferimentos.pdf
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/4/unidades_casos_complexos/unidade20/unidade20_ft_ferimentos.pdf
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/4/unidades_casos_complexos/unidade20/unidade20_ft_ferimentos.pdf
https://cbcsp.org.br/wp-content/uploads/2017/01/30-04-16Cicatriza%C3%A7%C3%A3o-e-cuidados-com-a-ferida-cir%C3%BArgica-Dr-Matthias-Weinstock.pdf
https://cbcsp.org.br/wp-content/uploads/2017/01/30-04-16Cicatriza%C3%A7%C3%A3o-e-cuidados-com-a-ferida-cir%C3%BArgica-Dr-Matthias-Weinstock.pdf
https://cbcsp.org.br/wp-content/uploads/2017/01/30-04-16Cicatriza%C3%A7%C3%A3o-e-cuidados-com-a-ferida-cir%C3%BArgica-Dr-Matthias-Weinstock.pdf
https://cbcsp.org.br/wp-content/uploads/2017/01/30-04-16Cicatriza%C3%A7%C3%A3o-e-cuidados-com-a-ferida-cir%C3%BArgica-Dr-Matthias-Weinstock.pdf