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Introdução à Contabilidade e seus Conceitos

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 CONCEITOS E TIPOS DE CONTABILIDADE ............................................ 5 
2.1 Introdução à contabilidade 5 
2.2 Evolução Da Contabilidade 6 
2.3 A contabilidade no brasil 9 
2.4 Conceitos 10 
2.5 Funções 10 
3 A CONTABILIDADE APLICADA ............................................................... 13 
3.1 Diferença Contabilidade Societária x Contabilidade Pública 14 
3.2 Usuários Da Contabilidade 16 
4 OS FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS DA CONTABILIDADE ..................... 17 
5 POSTULADOS, PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES CONTÁBEIS ............... 17 
5.1 Postulados 17 
5.2 Princípios 18 
5.3 Convenções 27 
6 PATRIMÔNIO ........................................................................................... 28 
7 BENS ........................................................................................................ 28 
7.1 Bens Móveis 29 
7.2 Bens Imóveis 29 
7.3 Bens Tangíveis 29 
7.4 Bens Intangíveis 29 
8 DIREITOS ................................................................................................. 29 
9 OBRIGAÇÕES .......................................................................................... 30 
10 PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) ................................................................ 30 
 
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11 BALANÇO PATRIMONIAL .................................................................... 31 
11.1 Estrutura do balanço patrimonial 35 
11.2 Classificação das Contas no Balanço Patrimonial 35 
12 CONTAS ................................................................................................ 38 
12.1 Teoria das Contas 38 
12.2 Teoria personalista 39 
12.3 Teoria Materialista 40 
12.4 Teoria Patrimonialista 40 
12.5 Classificação das Contas 40 
12.6 Mecanismo Débito e Crédito 41 
13 EQUAÇÕES PATRIMONIAIS ................................................................ 43 
14 MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO ......................................................... 44 
14.1 Método das Partidas Simples 44 
14.2 Método das Partidas Dobradas 45 
15 LIVROS DE ESCRITURAÇÃO .............................................................. 46 
15.1 Tipos de livros de escrituração 46 
15.2 Livro diário 47 
15.3 Livro razão 48 
15.4 Livro caixa 50 
16 EXERCÍCIO ECONÔMICO ................................................................... 50 
17 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS ................................................... 51 
17.1 Estoques 52 
17.2 Custo de aquisição dos estoques 53 
17.3 Notas Fiscais 54 
17.4 Sistemas de controle de estoques 54 
17.5 Ficha de controle de estoque 55 
 
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17.6 Critério do Custo específico 56 
17.7 Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai (PEPS) 56 
17.8 Último que Entra é o Primeiro que Sai (UEPS) 57 
17.9 Média ponderável móvel 57 
18 ATIVO IMOBILIZADO ............................................................................ 58 
18.1 Custo de Aquisição 59 
18.2 Gastos com Manutenção e Reformas 59 
18.3 Depreciação 60 
18.4 Exaustão 60 
18.5 Ativo Intangível 61 
19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 63 
20 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 64 
 
 
 
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1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O grupo educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao 
da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno 
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, 
para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse 
aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. 
No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão 
ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 CONCEITOS E TIPOS DE CONTABILIDADE 
2.1 Introdução à contabilidade 
A contabilidade é um instrumento de gestão responsável pelos registros de uma 
empresa, evidenciando a situação patrimonial e seus resultados, sendo fonte de 
informações para gestores nas tomadas de decisões. 
A Contabilidade é uma das ciências mais antigas e não surgiu em função de 
qualquer tipo de legislação fiscal ou societária, nem embasada em princípios 
filosóficos, ou em regras estipuladas por terceiros, mas pela necessidade 
prática do próprio gestor do patrimônio, normalmente seu proprietário, 
preocupado em elaborar um instrumento que lhe permitisse, entre outros 
benefícios, conhecer, controlar, medir resultados, obter informações sobre 
produtos mais rentáveis, fixar preços e analisar a evolução de seu patrimônio. 
Esse gestor passou a criar rudimentos de escrituração que atendessem a tais 
necessidades. DRUMOND (1995 apud MOLÃO, Alessandra 2011) 
Muitas tentativas foram sendo elaboradas, ao longo dos séculos, até que o 
método das partidas dobradas (que consiste no princípio de que para todo débito em 
uma conta, existe simultaneamente um crédito, da mesma maneira que a soma do 
débito será igual a soma do crédito, assim como a soma dos saldos devedores será 
igual à soma dos saldos credores) mostrou-se o mais adequado, produzindo 
informações úteis e capazes de atender a todas as necessidades dos usuários para 
gerir o patrimônio. 
Ao longo do tempo surgiram grandes empresas, a Contabilidade então passou 
a interessar a grupos cada vez maiores de indivíduos: acionistas, financiadores, 
banqueiros, fornecedores, órgãos públicos, empregados, além da sociedade em geral, 
pois a vitalidade das empresas tornou-se assunto de relevante interesse social. 
Assim, pode-se dizer que a Contabilidade surgiu ou foi criada em função de sua 
característica utilitária, de sua capacidade de responder a dúvidas e de atender as 
necessidades de seus usuários. Conjunto este de características que não só foi 
eficiente para o surgimento da Contabilidade como também para sua própria 
evolução. 
 
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A Contabilidade formatou-se em concordância com o ambiente no qual opera. 
Como as nações têm histórias, valores, e sistemas políticos diferentes, elas também 
têm padrões diferentes de desenvolvimento financeiro-contábil. 
2.2 Evolução Da Contabilidade 
 
Fonte: timetoast.com 
À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, sua 
preocupação era saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de 
aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando já 
em maior volume, requerendo registros. 
 Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim 
de que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de 
produção etc. 
 Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a 
necessidade de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que 
se pudesse prestar conta da coisa administrada. 
É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as 
compras, vendas e trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de 
 
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árvore assinalados como prova de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro 
(papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito antigo facilitou extraordinariamente 
o registro de informações sobre negócios. 
A medida em que as operações econômicas se tornam complexas, o seu 
controle se refina. As escritasgovernamentais da República Romana (200 a.C.) já 
traziam receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas 
compreendidas nos itens salários, perdas e diversões. 
No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas 
por governos locais e pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo 
Contabilitá. 
Podemos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma: 
Contabilidade do mundo antigo: Período que se inicia com as primeiras 
civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci , da autoria 
Leonardo Fibonaci, o Pisano. 
Contabilidade do mundo medieval: Período que vai de 1202 da Era Cristã até 
1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por 
Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que à teoria 
contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, 
obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento 
humano. 
Contabilidade do mundo moderno: Período que vai de 1494 até 1840, com o 
aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e 
Pubbliche" , da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra 
marcante na história da Contabilidade. 
Contabilidade do mundo científico: Período que se inicia em 1840 e continua 
até os dias de hoje. 
Há interessantes relatos bíblicos sobre controles contábeis, um dos quais o 
próprio Jesus relatou em Lucas capítulo 16, versos 1 a 7: o administrador que fraudou 
seu senhor, alterando os registros de valores a receber dos devedores. 
No tempo de José, no Egito, houve tal acumulação de bens que perderam a 
conta do que se tinha! (Gênesis 41.49). 
 
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Houve um homem muito rico, de nome Jó, cujo patrimônio foi detalhadamente 
inventariado no livro de Jó, capítulo 1, verso 3. Depois de perder tudo, ele recupera 
os bens, e um novo inventário é apresentado em Jó, capítulo 42, verso 12. 
Os bens e as rendas de Salomão também foram inventariados em 1º Reis 4.22-
26 e 10.14-17. 
Em outra parábola de Jesus, há citação de um construtor, que faz contas para 
verificar se o que dispunha era suficiente para construir uma torre (Lucas 14.28-30). 
Ainda, se relata a história de um devedor, que foi perdoado de sua dívida 
registrada (Mateus 18.23-27). 
Tais relatos comprovam que, nos tempos bíblicos, o controle de ativos era 
prática comum. 
A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte-
americana dentro da Contabilidade. 
Enquanto declinavam as escolas européias, floresciam as escolas norte-
americanas com suas teorias e práticas contábeis, favorecidas não apenas pelo apoio 
de uma ampla estrutura econômica e política, mas também pela pesquisa e trabalho 
sério dos órgãos associativos. O surgimento do American Institut of Certield Public 
Accountants foi de extrema importância no desenvolvimento da Contabilidade e dos 
princípios contábeis; várias associações empreenderam muitos esforços e grandes 
somas em pesquisas nos Estados Unidos. Havia uma total integração entre 
acadêmicos e os já profissionais da Contabilidade, o que não ocorreu com as escolas 
européias, onde as universidades foram decrescendo em nível, em importância. 
A criação de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por 
exemplo, que requerem grandes capitais, de muitos acionistas, foi a causa primeira 
do estabelecimento das teorias e práticas contábeis, que permitissem correta 
interpretação das informações, por qualquer acionista ou outro interessado, em 
qualquer parte do mundo. 
Nos inícios do século atual, com o surgimento das gigantescas corporações, 
aliado ao formidável desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo 
de desenvolvimento que os Estados Unidos da América experimentaram e ainda 
experimentam, constitui um campo fértil para o avanço das teorias e práticas 
 
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contábeis. Não é por acaso que atualmente o mundo possui inúmeras obras contábeis 
de origem norte-americanas que tem reflexos diretos nos países de economia. 
Na Contabilidade, como em todos os outros ramos, o saber humano distingue-
se em dois aspectos: pelo raciocínio através da investigação dos fatos e pela prática 
através da aplicabilidade. 
O primeiro aspecto corresponde à ciência como um sistema de conhecimentos 
e o segundo à arte como um sistema de ações. A ciência depende da arte para ser 
útil à vida e a arte torna-se esclarecida e consciente de seus fins e potencialidade com 
o auxílio da ciência. 
2.3 A contabilidade no brasil 
 
Fonte: assespropr.org.br 
No Brasil, a vinda da Família Real Portuguesa incrementou a atividade colonial, 
exigindo devido ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos Estados um 
melhor aparato fiscal. Para tanto, constituiu-se o Erário Régio ou o Tesouro Nacional 
e Público, juntamente com o Banco do Brasil (1808). As Tesourarias de Fazenda nas 
províncias eram compostas de um inspetor, um contador e um procurador fiscal, 
responsáveis por toda a arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal. 
 
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Hoje, as funções do contabilista não se restringem ao âmbito meramente fiscal, 
tornando-se, num mercado de economia complexa, vital para empresas informações 
mais precisas possíveis para tomada de decisões e para atrair investidores. O 
profissional vem ganhando destaque no mercado em Auditoria, Controladoria e 
Atuarial. 
A contabilidade gerencial pretende servir de orientação ou base de referência 
para todo tipo de decisões internas na empresa dentro de um horizonte 
temporal de curto ou longo prazo VEIGA (2003 apud MOLÃO, Alessandra 
2011). 
São áreas de analise contábil e operacional da empresa, e, para atuários, um 
profissional raro, há a especialização em estimativas e análises; o mercado para este 
cresce em virtude de planos de previdência privada. 
2.4 Conceitos 
A Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio, objetivando 
representá-lo graficamente, evidenciar suas variações, estabelecer normas para sua 
interpretação, análise e auditagem e servir como instrumento básico para a tomada 
de decisões de todos os setores direta ou indiretamente envolvidos com a empresa. 
Ë a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no 
patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a 
revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do 
patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza 
econômica. 
2.5 Funções 
Podemos dizer que as principais funções da Contabilidade são: registrar, 
organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em 
virtude da atividade econômica ou social que a empresa exerce no contexto 
econômico. 
 
 
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Fonte: bellaordine.com.br 
• Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor 
monetário; 
• Organizar: um sistema de controle adequado à empresa; 
• Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio 
de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa; 
• Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de 
apuração dos resultados obtidos pela empresa; 
• Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os 
pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e 
alertando para eventuais problemas. 
As finalidades fundamentais da Contabilidade referem-se à orientação da 
administração das empresas no exercício de suas funções. Portanto a Contabilidade 
é o controle e o planejamento de toda e qualquer entidade socioeconômica. 
Controle: a administração através das informações contábeis, via relatórios 
pode certificar-se na medida do possível, de que a organização está agindo em 
conformidade com os planose políticas determinados. 
 
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Planejamento: a informação contábil, principalmente no que se refere ao 
estabelecimento de padrões e ao inter-relacionamento da Contabilidade e os planos 
orçamentários, é de grande utilidade no planejamento empresarial, ou seja, no 
processo de decisão sobre que curso de ação deverá ser tomado para o futuro. 
 
Primeira profissão Regulamentada do Brasil 
 
A contabilidade foi a primeira profissão regulamentada no Brasil. Ela surgiu com a 
criação do ensino comercial, em 1931, viabilizando os negócios e acelerando o 
desenvolvimento econômico. Porém, como não existia o curso superior de ciências 
contábeis, muitos profissionais não tinham conhecimentos teóricos e técnicos suficientes 
para detectar os problemas de uma empresa e recomendar suas soluções. Visando 
solucionar isto, foi criado em 1945, o curso de ciências contábeis, que disponibiliza à 
sociedade um profissional capaz de compreender as questões técnicas, científicas e 
econômicas que determinam a resolução de tais problemas de forma mais eficaz. 
Assim, a contabilidade passou a dar mais respaldo aos gestores e profissionais de 
cargos administrativos para proporcionar a "saúde financeira" de seus empreendimentos. 
 (Fonte: www.brasilprofissoes.com.br acesso em 25/11/2019) 
http://www.brasilprofissoes.com.br/
 
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3 A CONTABILIDADE APLICADA 
A Contabilidade, enquanto ciência que estuda o patrimônio das entidades, 
encontra aplicações em todas estas, independentemente do tipo, ramo de atividade, 
segmento econômico ou localização geográfica. Assim, a identificação do campo de 
aplicação da Contabilidade também pode ser analisada através da definição do 
patrimônio, como o conjunto de bens, direitos e obrigações relacionados a uma 
pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos. 
A ideia de que a Contabilidade do setor público é diferente do setor privado ou, 
ainda que a Contabilidade de uma entidade filantrópica é diferente da entidade 
privada, não é correta, pois cada entidade, dentro do seu ramo de atividade e das 
suas peculiaridades apresenta especificidades próprias, só encontradas naquele 
segmento, ou seja, em uma entidade filantrópica a Contabilidade será exercida 
observando toda a legislação que envolve este tipo de entidade. 
Se compararmos a Contabilidade pública com a Contabilidade privada, 
observaremos que enquanto a pública não tem objetivo de apurar resultados (lucros), 
a privada tem. 
Os bens públicos estão sujeitos a deterioração física, desgaste pelo uso e até 
mesmo obsolescência, assim como os demais, pois estes são fatores característicos 
da depreciação e seus efeitos devem ser reconhecidos, contabilizados e evidenciados 
nas demonstrações contábeis. Entretanto até a edição das Normas Brasileiras de 
Contabilidade Aplicadas ao Setor público do Conselho Federal de Contabilidade, em 
2018, não era hábito a contabilização desses fatos contábeis tendo em vista que se 
priorizavam os registros de eventos decorrentes da execução orçamentária. 
Contabilmente a depreciação é um fato contábil que independe da execução 
orçamentária, para que seja contabilizada, devendo ser registrada em contas de 
natureza de informação patrimonial a débito representando uma pequena variação 
patrimonial e a crédito de uma conta retificadora do ativo. 
A entidade econômico-administrativa é o patrimônio de propriedade pública ou 
privada, que tem como elementos indispensáveis: o trabalho, a administração e o 
patrimônio, e tem finalidades: sociais, econômicas e socioeconômicas. 
 
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Sociais: Que possuem a riqueza como meio para atingir seus fins. Podemos 
citar como exemplo: Associações beneficentes, educacionais, esportivas, culturais e 
religiosas 
Econômicas: São as que têm a riqueza como meio e fim e têm como objetivo 
aumentar seu patrimônio, obtendo lucro. Por exemplo: empresas mercantis. 
Socioeconômicas: Que possuem a riqueza como meio e fim, porém o 
aumento do patrimônio que possuem serve para beneficiar toda a comunidade. Por 
exemplo: Instituto de aposentadorias e pensões e fundações. 
Define-se Contabilidade Pública como sendo o ramo da contabilidade que 
registra, controla e demonstra a execução dos orçamentos, dos atos e fatos da 
fazenda pública e o patrimônio público e suas variações. Portanto, seu escopo 
relaciona-se ao controle e gestão dos recursos públicos. Com o advento da Lei de 
Responsabilidade Fiscal - LRF (Lei Complementar 101/2000), a Contabilidade Pública 
alçou uma maior importância e valorização. 
3.1 Diferença Contabilidade Societária x Contabilidade Pública 
A Contabilidade Societária, relacionada com a atividade privada, rege-se pela 
Lei das Sociedades Anônimas e pelo Código Civil, que estabelecem regras de 
procedimentos contábeis. Já a contabilidade pública é regulada pela Lei 4.320/1964, 
que é a Lei das Finanças Públicas. 
A Contabilidade Societária tem como foco principal o patrimônio e as suas 
avaliações, de tal forma que a principal peça é o balanço patrimonial. 
Porém, na Contabilidade Pública, o mais relevante é o balanço de resultados, 
que trata da despesa e da receita, ou seja, de que forma foi arrecadado o dinheiro e 
como foi aplicado. 
Outra diferença é que a contabilidade da área societária tem como visão o 
patrimônio e o lucro. Já na área pública, a visão é a gestão. 
Inovações da lei de responsabilidade fiscal 
A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF deu forma ao Relatório Resumido da 
Execução Orçamentária, definiu o que compõe o relatório, como se publica essa 
informação. 
 
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Também trouxe como inovação o relatório de gestão fiscal, que visa demonstrar 
se foram atingidas as metas e os limites estabelecidos na lei de responsabilidade 
fiscal. Outra inovação é que a lei exigiu que as receitas vinculadas tenham a 
contabilização de onde está evidenciado o que já foi aplicado e qual é o saldo. 
A lei também passou a dar uma maior importância e visibilidade à contabilidade. 
Características da contabilidade pública 
A Contabilidade Pública seja na área Federal, Estadual, Municipal ou no Distrito 
Federal - tem como base a Lei 4.320, de 17 de março de 1964, que instituiu normas 
gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da 
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 
A Lei 4.320/64 está para a Contabilidade Aplicada à Administração Pública 
assim como a Lei das Sociedade por Ações (Lei 6.404/76) está para a Contabilidade 
aplicada à atividade empresarial. 
A Contabilidade Pública registra a previsão da receita e a fixação da despesa, 
estabelecidas no Orçamento Público aprovado para o exercício, escritura a execução 
orçamentária da receita e da despesa, faz a comparação entre a previsão e a 
realização das receitas e despesas, controla as operações de crédito, a dívida ativa, 
os valores, os créditos e obrigações, revela as variações patrimoniais e mostra o valor 
do patrimônio. Está interessada também em todos os atos praticados pelo 
administrador, sejam de natureza orçamentária (previsão da receita, fixação da 
despesa, empenho, descentralização de créditos etc.) ou sejam meramente 
administrativos (contratos, convênios, acordos, ajustes, avais, fianças, valores sob 
responsabilidade, comodatos de bens, etc.) representativos de valores potenciais que 
poderão afetar o patrimônio no futuro. 
A Contabilidade Pública não está interessada somente no patrimônio e suas 
variações, mas, também, no orçamento e sua execução (previsão e arrecadação da 
receita e a fixação e a execução da despesa). Além de registrar todos os fatos 
contábeis (modificativos, permutativos e mistos), registra os atos potenciais praticados 
pelo administrador, que poderão alterar qualitativa e quantitativamente o patrimônio. 
O objetivo da Contabilidade Pública é o de fornecer aos gestores informações 
atualizadas e exatas parasubsidiar as tomadas de decisões, aos órgãos de controle 
 
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interno e externo para o cumprimento da legislação e às instituições governamentais 
e particulares informações estatísticas e outras de interesse dessas instituições. 
3.2 Usuários Da Contabilidade 
A contabilidade é necessária e de suma importância para os seguintes grupos 
de interesse da informação contábil: 
a) Usuários externos: Bancos, Fornecedores, Governos, etc. 
Tem como principal objetivo o retorno dos recursos investidos, seja pela 
entrega de mercadorias, de dinheiro ou outra forma de propiciar o funcionamento da 
organização. As informações que necessitam são, pois, ligadas à rentabilidade e 
garantia de retorno dos capitais investidos. 
• Governo: 
Utilizam as informações como fonte de financiamento da atividade 
governamental e para o desenvolvimento em áreas geográficas, setores de atividade 
de outras que possam orientar a política de desenvolvimento da nação. 
• Sindicatos: 
Utiliza as informações para determinar a produtividade do setor, fator 
preponderante para reajuste de salários. 
b) Usuários internos: 
• Sócios, acionistas e investidores (pelo retorno dos investimentos e a segurança 
da aplicação). 
• Funcionários (por ser sua fonte de renda), etc. 
• Administradores e outros responsáveis pelas decisões. Necessitam de 
informações para planejamento e controle do lucro, principalmente orçamento; 
Dados para estudos especiais. 
 
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4 OS FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS DA CONTABILIDADE 
No Brasil, a estrutura da teoria contábil é definida por órgãos regulamentadores, 
como o CFC (Conselho Federal de Contabilidade) e o CPC - Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis. 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) é o órgão responsável por 
buscar a convergência da contabilidade brasileira às normas internacionais. Fazem 
parte deste comitê várias entidades brasileiras como: Bovespa, Ibracon e Fipecafi, 
além do próprio Conselho Federal de Contabilidade. 
As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC´s) têm por objetivo estabelecer 
regras de conduta profissional e procedimentos técnicos, em consonância com os 
Princípios Fundamentais de Contabilidade. 
5 POSTULADOS, PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES CONTÁBEIS 
5.1 Postulados 
São comumente chamados de "Pilares da Contabilidade", por serem a base de 
toda a teoria contábil. 
O Postulado da Entidade estabelece o Patrimônio como sendo o objeto da 
Contabilidade, e afirma a necessidade de diferenciação do patrimônio próprio com o 
patrimônio da entidade jurídica, independentemente de pertencer a uma pessoa, um 
conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou 
finalidade, com ou sem fins lucrativos. É imprescindível distinguir corretamente a 
pessoa física da pessoa jurídica. 
O Postulado da Continuidade prevê que o processo contábil deve ser 
desenvolvido supondo-se que a entidade nunca terá um fim, ou seja, sem prazo 
estimado de duração. A suspensão das suas atividades pode provocar efeitos na 
utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral, de seu valor. A 
queda no nível de ocupação pode também provocar efeitos semelhantes. 
 
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5.2 Princípios 
A Resolução CFC nº 750 de 29 de dezembro de 1993. DOU de 31.12.1993 
revogada pela 2016/NBCTSPEC - NBC TSP Estrutura Conceitual - D.O.U de 
04/10/2016. (Esta Resolução possui o Apêndice II aprovado pela Resolução CFC nº 1111/07). 
Dispõe sobre os Princípios de 
Contabilidade (PC). (Redação dada pela 
Resolução CFC nº. 1.282/10) 
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas 
atribuições legais e regimentais. 
CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamentação apropriada para 
interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, (Redação dada 
pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 
Art. 2º. Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e 
teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante 
nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à 
Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio 
das entidades. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) 
Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução CFC 
nº. 1282/10) 
I) o da ENTIDADE; 
Art. 4º. O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da 
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de 
um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente 
de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição 
de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, 
nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou 
proprietários, no caso de sociedade ou instituição. 
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca 
não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não 
resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. 
II) o da CONTINUIDADE; 
 
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Art. 5º. O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em 
operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do 
patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação dada pela Resolução CFC 
nº. 1282/10) 
III) o da OPORTUNIDADE; 
Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e 
apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e 
tempestivas. 
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na 
divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso 
é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da 
informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) 
IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; 
Art. 7º. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os 
componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais 
das transações, expressos em moeda nacional. 
§ 1º. As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus 
distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: 
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem 
pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são 
entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos 
valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas 
circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão 
necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e 
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os 
componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos 
seguintes fatores: 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos 
equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. 
Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não 
 
20 
 
 
descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período 
das demonstrações contábeis; 
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou 
equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma 
ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, 
não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes 
obrigações no curso normal das operações da Entidade; 
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do 
fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso 
normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valorpresente, 
descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário 
para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; 
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo 
liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem 
favorecimentos; e 
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda 
nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da 
expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. 
§ 2º. São resultantes da adoção da atualização monetária: 
I – A moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não 
representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; 
II – Para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações 
originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de 
que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes 
patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e 
III – A atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente 
o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de 
indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da 
moeda nacional em um dado período. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 
1282/10) 
Nota: o artigo 8º, seu § único, e os incisos I, II e III, que tratavam do Princípio 
da Atualização Monetária foram revogados pela Resolução CFC nº. 1282/10. 
 
21 
 
 
V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC 
1.282/2010) 
VI) o da COMPETÊNCIA; 
Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e 
outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, 
independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da 
Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas 
correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10). 
VII) o da PRUDÊNCIA. 
Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para 
os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se 
apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações 
patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. 
Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau 
de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas 
condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados 
e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade 
ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. 
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) 
Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui infração nas 
alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de 1946 e, 
quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista. (Redação dada pela 
Resolução CFC nº. 1282/10) 
Art. 12. Revogada a Resolução CFC n.º 530/81, esta Resolução entra em vigor 
a partir de 1º de janeiro de 1994. 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
SAIBA MAIS! 
 
Por: Maristela Girotto 
Comunicação CFC 
Com informações: Grupo Assessor do CFC para o setor público. 
Revogação da Resolução nº 750/1993: contexto e considerações 
Instrumento fundamental do processo de convergência das Normas Brasileiras 
de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBC TSP) ao padrão internacional, 
editado pela Federação Internacional de Contadores (Ifac, na sigla em inglês), a 
Estrutura Conceitual (NBC TSP EC) foi publicada pelo Conselho Federal de 
Contabilidade no dia 4 de outubro de 2016. Esta norma antecede a convergência das 
demais, apresentando os conceitos basilares para a elaboração e divulgação de 
informação contábil de propósito geral pelas entidades do setor público. Até o final de 
2016, serão publicadas as primeiras cinco NBC TSP convergidas, produzindo efeitos 
a partir de janeiro de 2017. 
Ao ser publicada no Diário Oficial da União (DOU), a NBC TSP EC revogou as 
resoluções do CFC que aprovaram as normas aplicáveis ao setor público NBC T 16.1 
a 16.5, parte da NBC T 16.6 e, ainda, a Resolução nº 750/1993, que dispõe sobre os 
Princípios de Contabilidade, e a 1.111/2007, que trata da interpretação dos princípios 
sob a perspectiva da área pública. 
Revogar a Resolução nº 750/1993, porém, não significa que os Princípios de 
Contabilidade estejam extintos. A revogação das resoluções visa à unicidade 
conceitual, indispensável para evitar divergências na concepção doutrinária e teórica, 
que poderiam comprometer aspectos formais das Normas Brasileiras de 
Contabilidade (NBCs). 
Para orientação geral e esclarecimentos que possam vir a ser necessários 
sobre a revogação da Resolução nº 750/1993 e seu apêndice, a Resolução nº 
1.111/2007, o CFC traz à luz os fatos, providos do necessário contexto histórico, 
relativos à revogação das duas resoluções e à realocação dos Princípios de 
Contabilidade em Estruturas Conceituais específicas. 
Contexto 
 
23 
 
 
Em 2008, quando se iniciou o processo de convergência das normas contábeis 
brasileiras aos padrões internacionais; International Financial Reporting Standards 
(IFRS), para o setor privado, e International Public Sector Accounting Standards 
(Ipsas), para a área pública , a Resolução nº 750/1993 teve que ser revista em razão 
da aprovação do “Pronunciamento Conceitual Básico; Estrutura Conceitual para a 
Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”, pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC). Esse Pronunciamento foi referendado pelo CFC 
e deu origem à NBC T 1 – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação 
das Demonstrações Contábeis (Resolução nº 1.121/2008). 
Naquele ano, com a publicação da NBC T 1, houve reflexões sobre a 
oportunidade de revogação da Resolução nº 750/1993, considerando-se que 
passariam a coexistir duas orientações sobre as características da informação contábil 
do setor privado. Decidiu-se, na época, que a resolução não seria revogada porque 
seria realizada, futuramente, uma revisão em seu conteúdo para adequação à NBC T 
1 e, também, para a manutenção dos princípios para as entidades do setor público. 
Em 2011, a NBC T1 foi revogada pela Resolução nº 1.374, que lhe deu nova 
redação, passando a ser intitulada NBC TG Estrutura Conceitual – Estrutura 
Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. 
No processo de revisão da Resolução nº 750/1993, surgiram questões como, 
por exemplo, a preponderância de alguns princípios da contabilidade sobre outros; ou 
seja, alguns princípios não apresentados na Resolução nº 750/1993 poderiam ser 
interpretados como de menor relevância, ou não “fundamentais”, gerando dúvidas 
para os profissionais. 
Outro ponto considerado no processo de revisão da resolução foi a mudança 
do contexto socioeconômico do Brasil, que levou à necessidade de alguns ajustes, 
como a avaliação da aplicabilidade do princípio da atualização monetária no contexto 
da estabilidade financeira. Desse processo de revisão surgiu a Resolução nº 
1.282/2010, alterando a Resolução nº 750/1993. 
A convergência da contabilidade das empresas privadas ao padrão 
internacional (IFRS) avançou rapidamente. Enquanto isso, a Contabilidade Aplicada 
ao Setor Público (Casp) iniciava a busca por padrões internacionais e carecia de uma 
 
24 
 
 
Estrutura Conceitual que pudesse ampliar os princípios da contabilidade sob a 
perspectiva do setor público. 
As primeiras NBC TSP (NBC T 16.1 a 16.10), editadas em 2008, buscaram 
compatibilizar as diretrizes dos princípios de contabilidade com a informação contábil 
do setor público alinhada aos padrões internacionais. 
Em 2015, em razão da necessidade de se aprimorar a Casp, o Conselho 
Federal de Contabilidade criou uma comissãopara avançar no processo de 
convergência das NBC TSP às Ipsas. Adotou-se a estratégia de convergência integral 
às Ipsas, ou seja, as normas internacionais passariam a ser traduzidas e adaptadas, 
sempre que necessário, à realidade brasileira. 
Da mesma forma como ocorreu no processo de convergência da contabilidade 
do setor privado, a primeira norma da área pública convergida foi a NBC TSP Estrutura 
Conceitual; Estrutura Conceitual para a Elaboração e Divulgação de Informação 
Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público, publicada no DOU do 
dia 4 de outubro de 2016. 
Com isso, os Princípios de Contabilidade, sob o ponto de vista das Estruturas 
Conceituais dos setores privado e público, passaram a ser comportados dentro das 
normas específicas, respectivamente, a NBC TG Estrutura Conceitual (Resolução nº 
1.374/2011) e NBC TSP EC. 
Diante desses fatos, tornou-se necessária e natural a revogação da Resolução 
nº 750/1993, para evitar eventual conflito de referência conceitual. 
Considerações 
Alguns professores, de conceituadas universidades brasileiras, dão 
depoimentos sobre a revogação da Resolução nº 750/1993: 
"A revogação da Resolução nº 750/1993 me deixou muito satisfeito, porque não 
é bom para a contabilidade a existência de duas Estruturas Conceituais para as 
mesmas entidades, ainda mais aprovadas pelo mesmo órgão. Acabou agora o meu 
desconforto. Desconforto que seria muito maior existindo duas Estruturas Conceituais 
para entidades comerciais e outra para entidades públicas. Assim, acho que, com 
essa revogação, o CFC está agindo em prol da unificação de entendimentos, da 
Contabilidade, da nossa classe e, inclusive, em prol da simplificação perante nossos 
 
25 
 
 
usuários. Só tenho a parabenizar o Conselho Federal." Eliseu Martins, professor da 
Universidade de São Paulo (USP). 
“Desde a aprovação da Resolução nº 1.374/2011 (NBC TG Estrutura 
Conceitual aplicável às entidades do setor privado), passamos a conviver com duas 
Estruturas Conceituais, uma vez que a Resolução nº 750/1993 permaneceu vigente, 
gerando, em muitas situações, dúvidas nos profissionais e no âmbito da academia. 
Com o processo de convergência e a recente aprovação da NBC TSP - Estrutura 
Conceitual para a Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral 
pelas Entidades do Setor Público me parece oportuna a revogação da Resolução nº 
750/1993, contribuindo, assim, para um adequado alinhamento, em nível 
internacional, e melhor compreensão por parte de todos os que militam na 
contabilidade ou dela são usuários.” Ernani Ott, professor da Unisinos e diretor 
presidente da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em 
Ciências Contábeis (Anpcont). 
“Muito oportuna a revogação da Resolução nº 750/1993, com a aprovação da 
NBC TSP - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Divulgação de Informação 
Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público. Acadêmicos e 
profissionais das entidades privadas finalmente contam com uma única base 
conceitual, a NBC TG Estrutura Conceitual para a Elaboração e Divulgação de 
Relatório Contábil-Financeiro. Agora, são duas estruturas conceituais qualificadas 
para a análise e a aplicação de normas contábeis pertinentes à cada área: pública e 
privada. Deve-se reconhecer, mais uma vez, a atuação criteriosa do Conselho Federal 
de Contabilidade no processo de convergência, promovendo melhor compreensão 
das normas contábeis pelos profissionais e usuários da contabilidade.” Márcia 
Martins Mendes De Luca, professora da Universidade Federal do Ceará e 
Coordenadora Adjunta da área de Administração, Ciências Contábeis e Turismo 
da Capes. 
“A recente revogação da Resolução nº 750/1993 não implica na extinção dos 
princípios contábeis no Brasil. Na verdade, após a aprovação da Resolução 
1.374/2011, o Brasil passou a contar com uma Estrutura Conceitual (EC/11). 
Enquanto a Resolução nº 750/1993 era estruturada em ‘princípios’, a EC/11 é 
 
26 
 
 
estruturada em capítulos, como, por exemplo, o do objetivo ou o das características 
qualitativas. 
De maneira geral, podemos ver que todos os princípios mencionados na 
Resolução nº 750/1993 também estão na EC, com exceção do da prudência. O 
‘de/para’ da Resolução nº 750/1993 é apresentado a seguir, com os respectivos 
parágrafos da Estrutura Conceitual entre parênteses: continuidade (4.1), oportunidade 
(QC12 e QC19), registro do valor original e outras bases de mensuração (4.54 a 4.56), 
competência (OB17 a OB20). Em relação ao princípio da entidade, a EC faz menção 
à “entidade que reporta a informação”. É importante destacar que uma versão revisada 
da EC deverá ser emitida em breve pelo International Accounting Standards Board 
(Iasb). A versão revisada dedicará um capítulo ao conceito de ‘entidade’ e deve 
reintroduzir o conceito de ‘prudência’, que não significa antecipar as ‘más notícias’ e 
postergar as ‘boas notícias’, mas, sim, exigir cautela em julgamentos sob condições 
de incerteza. 
Concluindo, existem formas diferenciadas de estruturar os conceitos 
fundamentais que temos em Contabilidade, mas tenham certeza de que sempre 
estarão vivos e continuarão sendo a estrela-guia para o desenvolvimento dos 
pronunciamentos e das decisões a serem tomadas pelos profissionais.” Fábio Moraes 
da Costa, professor da Fucape Business School. 
“Os Princípios Fundamentais de Contabilidade aprovados e editados pela 
Resolução nº 750/1993 foram de significativa importância para a melhoria do 
arcabouço teórico-normativo da Contabilidade no Brasil e suas contribuições são de 
incontestável relevância para a qualidade da informação produzida pelas práticas 
contábeis. Contudo, a dinâmica da economia e a gestão dos negócios, em âmbito 
global, exigem unicidade de regras e procedimentos para obtenção de informação 
justa que, para ser entendida como tal, deve propugnar a ausência de dualidade e a 
redução de viés, para ser compreendida com singularidade pelos usuários. Neste 
contexto, a coexistência dos princípios editados pela Resolução nº 750/1993 com a 
estrutura conceitual vigente, em função da adoção do padrão IFRS, contribui para 
inquietação de operadores e usuários na escolha da referência conceitual. Assim, 
como ente instituído para velar pelo regramento contabilístico aplicado no Brasil, o 
CFC age com prudência e acerto, eliminando a possibilidade de conflito normativo, ao 
 
27 
 
 
revogar a Resolução nº 750/1993, considerando a inserção do Brasil no padrão 
internacional.” José Antonio de França, professor do Departamento de Ciências 
Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília (UnB). 
"A adoção das IFRS pressupõe igualmente a observância da estrutura 
conceitual aprovada pelo Iasb, visto que é a base utilizada pelo Board para 
desenvolver as normas internacionais, bem como para analisar questões relativas à 
aplicação consistente dessas normas. Adicionalmente, a estrutura conceitual do Iasb 
auxilia as entidades a avaliar alternativas e desenvolver políticas contábeis, com base 
em princípios que promovam a representação fidedigna dos eventos econômicos nas 
situações em que nenhuma IFRS específica se aplique a determinada transação ou, 
ainda, quando a norma existente permite a definição de política contábil, mediante a 
inclusão de opções para o reconhecimento de tais eventos. Finalmente, além do Iasb 
e das entidades responsáveis pela elaboração e divulgação de relatórios financeiros, 
a estrutura conceitual facilita a compreensão e a interpretação das IFRS pelos 
usuários." Amaro Gomes, membro do International Accounting Standards Board 
(Iasb). 
5.3 Convenções 
Convenções são conceitos que servem como um guia para o profissional da 
área contábil, normatizando padrões de conduta na hora de escriturar os fatos 
contábeis, tais como: 
• Objetividade: A convenção da Objetividade remete o contador na 
escolha de um método mais objetivo entrea escolha de um método 
objetivo e subjetivo. O Objetivo desta convenção é restringir e ou 
eliminar excessivos liberalismos nas escolhas de critérios, objetivamente 
quando se trata de valores. 
• Conservadorismo: A convenção do Conservadorismo persiste na 
presunção por motivo de precaução, que quando um contador se 
defrontar com alternativas que são igualmente válidas para caracterizar 
os valores dos elementos do ativo e ou do passivo, o mesmo deverá 
 
28 
 
 
atribuir o menor valor ao ativo e quando se tratar de um passivo atribuir 
o maior valor. 
• Materialidade: A convenção do Conservadorismo está atrelada a evitar 
desperdícios de tempo e de dinheiro. Na apuração da contabilidade 
deve-se registrar e apurar apenas fatos que sejam dignos de atenção e 
na ocasião oportuna. 
• Evidenciação: refere-se à utilização dos mesmos métodos para os 
mesmos itens, uma vez adotado um tipo de processo, dentre os métodos 
possíveis de atender um mesmo objetivo em geral. Este método não 
deve ser mudado com frequência, pois prejudica a comparabilidade dos 
relatórios contábeis. 
6 PATRIMÔNIO 
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma pessoa 
ou a uma entidade. É o objeto de estudo da contabilidade. 
Abrange tudo aquilo que a pessoa tem (bens e direitos) e tudo aquilo que a 
pessoa deve (obrigações). 
 Do ponto de vista contábil, são considerados apenas os bens, direitos e 
obrigações que podem ser avaliados em moeda. 
Os bens e direitos constituem a parte positiva do Patrimônio, chamada Ativo e 
as obrigações representam a parte negativa do Patrimônio, chamada Passivo. 
7 BENS 
São bens tudo o que possui valor econômico e que pode ser convertido em 
dinheiro, sendo utilizado na realização do objetivo principal de seu proprietário. São 
as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades das pessoas e das empresas. 
Os bens classificam-se em: Bens Móveis, Bens Imóveis, Bens Tangíveis e Bens 
Intangíveis. Os bens fazem parte do ATIVO (patrimônio bruto). 
 
29 
 
 
7.1 Bens Móveis 
São móveis os bens passíveis de remoção sem danos, seja por força própria 
ou por força alheia. Ou seja, objetos concretos, palpáveis, físicos, que não são fixos 
ao solo. Ex.: dinheiro, veículos, móveis, utensílios, máquinas, estoques, animais (que 
possuem movimentos próprios, semoventes), etc. 
7.2 Bens Imóveis 
São imóveis os bens que não podem ser retirados de seu lugar natural (solo e 
subsolo) sem destruição ou dano, ou seja, aqueles que, para serem deslocados, terão 
de ser total ou parcialmente destruídos (pois são fixos ao solo). Ex.: árvores, edifícios, 
terrenos, construções, etc. 
7.3 Bens Tangíveis 
Também chamados de bens corpóreos e bens materiais, são tangíveis os bens 
que constituem uma forma física, bens concretos, que podem ser tocados. Ex.: 
veículos, terrenos, dinheiro, móveis e utensílios, estoques, etc. 
7.4 Bens Intangíveis 
Também chamados de bens incorpóreos e bens imateriais, são intangíveis os 
bens que não constituem uma realidade física e que não podem ser tocados. Ex.: 
nome comercial (marca), patente de invenção, ponto comercial, o domínio de internet, 
etc. 
8 DIREITOS 
São os recursos que a empresa tem a receber e que gerarão benefícios 
presentes ou futuros. É o poder de exigir alguma coisa. Pode ser, por exemplo, o valor 
que uma empresa receberá decorrente de uma venda a prazo. O comprador já levou 
 
30 
 
 
a mercadoria, porém ainda não pagou, então a empresa tem o direito de receber o 
valor correspondente. Fazem parte do ATIVO (patrimônio bruto). 
Exemplos de direitos: duplicatas a receber, salários a receber, aluguéis a 
receber, contas a receber, títulos a receber, etc. 
9 OBRIGAÇÕES 
São dívidas, valores a serem pagos a terceiros (empresa ou pessoa física). 
Fazem parte do PASSIVO. 
Quando se compra um bem a prazo, ele integra-se ao patrimônio a partir do 
momento que o fornecedor o entrega. Como foi uma venda a prazo, a empresa passa 
a ter uma obrigação com o fornecedor, representada por uma conta a pagar 
equivalente ao preço do bem. Assim como aumenta de um lado o Ativo (bem) da 
empresa, de outro lado aumenta o Passivo (obrigação) da empresa. 
Exemplos de Obrigações: salários a pagar, aluguéis a pagar, contas a pagar, 
Fornecedores ou Duplicatas a pagar (referente à compra de mercadorias a prazo), 
impostos a pagar (ou impostos a recolher), etc. 
10 PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) 
A Situação Patrimonial Líquida também faz parte do PASSIVO (obrigações), 
mas contém uma natureza especial, onde também fazem parte das obrigações os 
direitos dos acionistas, sócios ou titular da empresa individual em relação ao 
patrimônio da pessoa jurídica. 
Representa aquilo que, de fato, a pessoa tem. Isto é, sua riqueza efetiva, o que 
lhe sobra depois de pagar todas as suas dívidas. O Patrimônio Líquido é a diferença 
entre os valores do ativo (+) e do passivo (-) de uma entidade em determinado 
momento, Exemplo: 
Se a empresa tem um Ativo (bens + direitos) de R$100.000,00 e um Passivo 
(obrigações) de R$40.000,00, o Patrimônio Líquido dessa entidade será de 
R$60.000,00. 
 
31 
 
 
 
 
 
O PL também figura no lado do Passivo em virtude de o capital, reservas, etc., 
pertencerem aos proprietários da empresa (sócios, acionistas) e não deixa de ser uma 
obrigação da empresa pessoa jurídica para com os proprietários pessoa física. 
Conceitos importantes: 
Curto prazo: Todos os bens e direitos realizáveis em moeda ou passíveis de 
conversão e as obrigações com vencimento até o término do exercício social (ano) 
seguinte. Obs.: pode acontecer de a entidade ter o ciclo operacional com duração 
maior do que o período de 12 meses, dessa forma a classificação como curto ou longo 
prazo terá por base o prazo desse ciclo. 
Longo prazo: Todos os bens e direitos realizáveis em moeda ou passíveis de 
conversão e as obrigações com vencimento após o término do exercício social (ano) 
seguinte. 
Grau de liquidez: É o maior ou menor prazo no qual os Bens e 
os Direitos podem ser transformados em dinheiro. Ex.: conta Caixa é a de maior 
liquidez, por já ser dinheiro. Já a conta Veículos é de menor liquidez que a conta Caixa, 
pois demora mais para se transformar em dinheiro (primeiro precisa-se vender o 
veículo para depois ter o dinheiro em mãos). 
11 BALANÇO PATRIMONIAL 
Os seguintes artigos da Lei nº 6.404/76 tratam do Balanço patrimonial: 
SEÇÃO III 
Balanço Patrimonial 
Grupo de Contas 
 
32 
 
 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do 
patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise 
da situação financeira da companhia. 
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de 
liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: 
I – Ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
II – Ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: 
I – Passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
II – Passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes 
de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos 
acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de 
compensar serão classificados separadamente. 
Ativo 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
I - No ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do 
exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício 
seguinte; 
II - No ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do 
exercício seguinte, assim comoos derivados de vendas, adiantamentos ou 
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas 
ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na 
exploração do objeto da companhia; 
III - Em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e 
os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se 
destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; 
IV – No ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos 
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos 
com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à 
 
33 
 
 
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 
11.638, de 2007) 
VI – No intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos 
destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive 
o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) 
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver 
duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá 
por base o prazo desse ciclo. 
Passivo Exigível 
Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição 
de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando 
se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem 
vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
Patrimônio Líquido 
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por 
dedução, a parcela ainda não realizada. 
§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: 
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a 
parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância 
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações 
de debêntures ou partes beneficiárias; 
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; 
c) (revogada); 
d) (revogada). 
§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção 
monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. 
§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não 
computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as 
contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo 
e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta 
Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na 
 
34 
 
 
competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 
11.941, de 2009) 
§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela 
apropriação de lucros da companhia. 
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução 
da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua 
aquisição. 
O Balanço Patrimonial (BP) é a principal Demonstração Financeira existente 
(relatório contábil obrigatório por Lei). Ele mostra como de fato está o Patrimônio da 
empresa, refletindo sua posição financeira em um determinado momento (no fim do 
ano ou em qualquer data predeterminada). 
No Balanço, o Patrimônio se encontra em equilíbrio, ou seja, equilibra os bens 
e direitos com as obrigações e as participações dos acionistas. Desta forma, ele é a 
igualdade patrimonial. Mostra o Patrimônio da entidade tanto quantitativa quanto 
qualitativamente (apresenta cada item que faz parte do Patrimônio e quanto se tem 
de cada um). 
O termo "Balanço" origina-se do equilíbrio: 
 
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido (PL) 
Aplicações = Origens 
Bens + Direitos = Obrigações 
 
Parte da ideia de uma balança, onde sempre há a igualdade de um lado com o 
outro (se não estiver em igualdade, significa que há erros na contabilidade da 
entidade). 
Em resumo, o Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a 
evidenciar, em data determinada data, a posição patrimonial e financeira da entidade. 
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/patrimonio.php
 
35 
 
 
11.1 Estrutura do balanço patrimonial 
O Balanço Patrimonial tem na sua constituição duas colunas: a coluna do lado 
esquerdo é a do Ativo e a coluna do lado direito é a do Passivo (determinado por 
convenção). 
No lado esquerdo são discriminados os bens e direitos, especificando-se 
qualitativamente cada componente e indicando seu valor monetário (aspecto 
quantitativo). 
No lado direito são discriminadas as obrigações (dívidas) que a empresa possui 
para com terceiros, por sua natureza e por sua expressão monetária. 
Também no lado direito são discriminadas as contas do Patrimônio Líquido, 
sendo as obrigações para com a empresa. São os recursos que os acionistas, sócios 
investiram na entidade. Ex.: investimento feito pelos proprietários (dinheiro aplicado), 
reserva de lucros, etc. 
11.2 Classificação das Contas no Balanço Patrimonial 
Todos as contas do Ativo encontram-se discriminadas no lado esquerdo do 
Balanço Patrimonial e são classificadas em ordem decrescente do grau de liquidez 
dos elementos patrimoniais que representam. Ou seja, de acordo com a rapidez com 
que podem ser convertidas em dinheiro (ordem de liquidar as dívidas, de pagar os 
compromissos). 
Os itens de maior liquidez aparecem no começo do Ativo, já os de menor 
liquidez aparecem em último lugar. Exemplo: a conta Caixa é a de maior liquidez, 
 
36 
 
 
encontrando-se no topo. Já a conta Máquinas e Equipamentos tem uma liquidez 
menor, encontrando-se classificada mais abaixo, pois não possui o mesmo potencial 
que a conta Caixa para ser convertida em dinheiro. 
Todas as contas do Passivo se encontram discriminadas no lado direito do 
Balanço Patrimonial e são classificadas segundo a ordem decrescente de 
exigibilidade. As contas são originadas de recursos de terceiros e são classificadas 
de acordo com o seu vencimento, isto é, aquelas contas que serão liquidadas mais 
rapidamente (curto prazo) aparecem no topo da coluna do Passivo, e as que serão 
pagas em um prazo maior (longo prazo) aparecem mais para o final. 
Já no Patrimônio Líquido (PL) (que faz parte do Passivo), também do lado 
direito do Balanço Patrimonial, as contas são originadas de recursos próprios, como 
investimentos feitos pelos proprietários (dinheiro aplicado) para abertura da empresa, 
por reserva de lucros, prejuízos ou lucros acumulados, etc. 
Quando o saldo do PL aumenta, significa que a empresa ficou mais rica. 
Quando o saldo do PL diminui, significa que ela ficou mais pobre. 
Nas Sociedades por Ações (SAs, Companhias, empresas de grande porte), 
deve haver distribuição de lucros, sendo a conta Lucros Acumulados uma conta 
transitória usada para a transferência do lucro apurado do exercício. 
De acordo com a Lei 11.638/07, torna-se obrigatória a destinação total dos 
Lucros nas SAs e empresas de grande porte. 
Lei nº 11.638/07, e ratificada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 178, parágrafo 2º, 
inciso III) “a conta de Lucros Acumulados foi extinta do Balanço Patrimonial 
publicado, tornando-se apenas uma conta de caráter transitório, não podendo 
a mesma apresentar saldo credor” no final do exercício. Assim devem ser 
destinados os seus saldos remanescentes por ocasião da assembleia geral 
da Entidade. 
De acordo com o artigo 178 da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações), 
as contas são classificadas nos seguintes grupos, segundo os elementos do 
patrimônio que representam: 
 
37 
 
 
 
O artigo 179 da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) fala sobre como 
as contas deverão ser classificadas.Porém, podem ser classificadas da seguinte 
forma: 
 
As contas que fazem parte dos grupos e subgrupos acima demonstrados se 
classificam de formas diferentes. Ativo, Passivo Exigível e Patrimônio Líquido e 
também seus subgrupos e contas existentes. 
 
38 
 
 
12 CONTAS 
Conta é o nome técnico que identifica cada componente do patrimônio (Bens, 
Direitos e Obrigações ou Patrimônio Líquido) e cada elemento de resultado (Despesas 
e Receitas). 
A função da conta é representar a variação patrimonial que um fato promove 
no patrimônio da empresa. Todo fato mensurável em dinheiro é representado por uma 
conta. 
É através das contas que a contabilidade consegue exercer o seu papel. Todos 
os acontecimentos que ocorrem diariamente na empresa (como compras, vendas, 
pagamentos e recebimentos) são registrados pela contabilidade em contas próprias. 
Assim, toda movimentação de dinheiro efetuada dentro da entidade é 
registrada em uma conta denominada Caixa, os objetos comercializados pela 
entidade são registrados em uma conta denominada Mercadorias/Estoques, e assim 
por diante. 
Exemplo: Suponha que você vá ao banco e efetue um depósito em seu próprio 
nome. Sendo correntista do banco, você terá uma conta aberta em seu nome, o que 
significa dizer que o valor depositado vai ser anotado em um registro, destinado a 
demonstrar todas as suas transações com o banco, chamado Conta. Da mesma forma 
que o banco, as empresas utilizam contas para registrar as transações ocorridas. 
12.1 Teoria das Contas 
A classificação das contas tem dividido os doutrinadores entre várias respostas, 
resultando em formas diferentes de classificação e interpretação das contas. Isto fez 
com que aparecessem várias escolas defensoras de seus princípios para justificar os 
critérios adotados para classificação das contas. 
Entre as teorias apresentadas pelas escolas, três delas se tornaram as mais 
importantes: Teoria personalista, Teoria materialista e Teoria patrimonialista. 
Para a escola personalista, as contas (elementos patrimoniais) podem ser 
representadas por pessoas com as quais são mantidas relações jurídicas, ou seja, 
que se relacionam com a entidade em termos de débito e crédito. Todos os débitos 
 
39 
 
 
efetuados nas contas dessas pessoas representam suas responsabilidades, enquanto 
todos os créditos representam seus direitos em relação ao titular do Patrimônio. 
Por essa teoria, as contas são classificadas segundo a natureza da relação 
jurídica que essas pessoas mantêm com o titular do Patrimônio. 
 
12.2 Teoria personalista 
Na Teoria personalista, temos três tipos de contas (pessoas): 
a) Proprietários: consiste nos responsáveis pelas contas do patrimônio líquido 
e suas variações, como receitas e despesas. São, portanto, contas dos 
proprietários: Capital social, Receita de vendas, Custo da mercadoria 
vendida (CMV), ICMS sobre vendas, Devoluções de vendas, Receitas 
financeiras, Reserva legal, etc. 
b) Agentes consignatários: consiste nas pessoas (contas) a quem a entidade 
confia a guarda os bens (Ativo), ou seja, que representam os bens. São, 
portanto, contas dos agentes consignatários: Caixa, Banco, Veículos, 
Móveis, Terrenos, etc. 
c) Gentes correspondentes: consiste nas pessoas que representam as contas 
de direitos (Ativo) ou obrigações (Passivo). São terceiros, que se situam na 
posição de devedor ou credor da entidade. São, portanto, contas dos 
agentes correspondentes as contas em que a entidade mantém esse tipo 
de relação jurídica, como por exemplo, Clientes e Fornecedores. Os clientes 
devem à empresa o valor correspondente a suas compras a prazo e os 
fornecedores são credores da empresa em relação às vendas a prazo que 
a esta foram feitas. Daí resulta que Clientes é conta devedora e 
Fornecedores é conta credora. 
 
40 
 
 
12.3 Teoria Materialista 
A escola materialista se opôs a teoria personalista, defendendo que as contas 
representam entradas e saídas de valores e não simples relações de débito e crédito 
entre pessoas (excluídas as relações com terceiros). 
Esta é uma visão mais econômica do que vem a ser a conta, a relação entre as 
contas e a entidade é uma relação material e não pessoal, de sorte que a conta só 
deve existir enquanto houver também o elemento material por ela representado. 
As contas dividem-se em: 
a) Integrais (ou elementares): são as representativas dos bens, dos direitos e 
das obrigações da entidade, ou seja, ativo e Passivo Exigível. 
b) Diferenciais (ou derivadas): são as representativas do Patrimônio Líquido, 
das receitas e das despesas da entidade. 
12.4 Teoria Patrimonialista 
É a teoria usualmente adotada no Brasil. Segundo ela, criada por Vincenzo 
Masi, o objeto de estudo da ciência contábil é o Patrimônio de uma entidade. A 
contabilidade tem como finalidade controlar este patrimônio e apurar o resultado das 
empresas. 
Estas contas se classificam da seguinte forma: 
a) Contas Patrimoniais: são as contas representativas dos bens e dos direitos (Ativo), 
das obrigações (Passivo) e do Patrimônio Líquido (PL) da entidade. 
b) Contas de Resultado: são as contas que representam as receitas e as despesas 
da entidade. 
12.5 Classificação das Contas 
Em consequência da Teoria Patrimonialista, atualmente mais usada e aceita 
como a mais adequada entre os contadores, as contas são classificadas em dois 
grandes grupos: as contas patrimoniais e as contas de resultado. 
 
41 
 
 
Os elementos patrimoniais (bens, direitos, obrigações, receitas e despesas) 
de uma entidade são representados por meio de CONTAS. Contas são 
nomes técnicos dados a elementos patrimoniais, os quais são determinados 
com base na natureza desses elementos. O nome de uma conta é aquele 
que melhor representa a natureza de um elemento, de forma a permitir que o 
usuário da informação contábil entenda o que a conta representa. (MARTINI, 
2013, p.21) 
Contas Patrimoniais 
São aquelas contas que representam o Ativo (indica a existência de Bens e 
Direitos) e o Passivo (indica a existência de Obrigações e Patrimônio Líquido da 
entidade, formado pelo capital social, as reservas e os prejuízos acumulados). São 
essas contas que representam o Patrimônio da empresa, através do Balanço 
Patrimonial. 
São as contas representativas dos bens, dos direitos, das obrigações e do 
patrimônio líquido da entidade; (MARTINI, 2013, p.24) 
 
Contas de Resultado 
São as Receitas e as Despesas do período, que devem ser encerradas no final 
do exercício para que se apure o resultado do exercício. Este resultado, lucro ou 
prejuízo, será incorporado ao Patrimônio através da conta Prejuízos acumulados 
(quando o resultado for negativo), ou Reserva de lucros (quando o resultado for 
positivo). 
São acontecimentos que modificam a situação líquida da empresa e 
representam variações no Patrimônio da entidade. Estas contas não fazem parte do 
Balanço Patrimonial, mas permitem que o resultado do exercício seja apurado. 
São as contas que representam as receitas e a despesas da entidade. 
(MARTINI, 2013, p.24) 
12.6 Mecanismo Débito e Crédito 
A Contabilidade registra os fatos contábeis de acordo com a natureza das 
contas, e essas são movimentadas por meio de débitos e créditos. Quando 
falamos em natureza das contas, temos de considerar o que elas 
representam para a entidade. Assim, as contas do ativo têm natureza 
devedora por representarem débitos com a entidade. Já as contas do passivo 
e do patrimônio líquido têm natureza credora por representarem créditos com 
a entidade. (MARTINI, 2013, p.24) 
 
42 
 
 
Quanto a sua funcionalidade, as contas se dividem em: 
Contas Unilaterais - são aquelas que sofrem variações somente em um sentido 
(registro a débito ou registro a crédito). Exemplo: as contas de receitas serão via de 
regra creditadas e as de despesas debitadas. 
Contas Bilaterais - São aquelas que sofrem variações nos dois sentidos, 
aceitando tanto registro dedébito quanto de crédito. Exemplo: Caixa, Banco Conta 
Movimento, Duplicatas a receber, etc. Elas podem apresentar tanto saldo devedor 
quanto saldo credor. Quando apresenta saldo devedor, é chamada de Conta bilateral 
ativa e quando apresenta saldo credor, é chamada de Conta bilateral passiva. 
Pode se fixar a natureza das contas, alocando como referência os terceiros em 
relação à entidade. Como o ativo registra débitos (dívidas) de terceiros (direitos de 
receber de clientes de compras a prazo, por exemplo) com a entidade, o ativo tem 
natureza devedora. Como o passivo e o patrimônio líquido registram créditos (direitos) 
de terceiros (empregados, bancos, fornecedores, sócios) com a entidade, o passivo e 
o patrimônio líquido têm natureza credora. 
Dessa forma podemos concluir que as receitas têm natureza credora e as 
despesas têm natureza devedora. 
 
Fonte: Luigi Martini,2013 – Contabilidade Geral 
 
As palavras Débito e Crédito, na linguagem contábil, têm significados diferentes 
daqueles que têm na linguagem cotidiana. 
Não é correto associar o débito e o crédito da contabilidade, com “subtração” e 
“adição” do financeiro. O correto é associá-los aos termos Destino e Origem, 
respectivamente. 
 
43 
 
 
Debitar significa anotar na coluna do Débito de uma conta, para aumentar o 
seu valor (se a conta representa um Bem ou um Direito), ou para diminuir seu valor 
(se a conta representa uma obrigação). 
Creditar significa registrar uma importância na coluna de Crédito de uma conta, 
para aumentar seu valor (se a conta representa uma obrigação), ou para diminuir seu 
valor (se a conta representa um Bem ou Direito). 
Débito é a aplicação de recurso, enquanto Crédito é a origem do recurso 
aplicado. 
Para corrigir um erro em um lançamento contábil, não se usa borracha. 
Para uma correta correção, faz-se o registro contrário. Um débito anula um 
crédito e vice-versa (operação conhecida como estorno). Pode-se usar para corrigir 
os erros em geral (inversão das contas, lançamentos em duplicidade, omissão de 
lançamentos, erro no valor, etc.) vários tipos de métodos, como por exemplo, estorno 
do lançamento, lançamento retificativo, lançamento complementar e ressalva por 
profissional qualificado. 
13 EQUAÇÕES PATRIMONIAIS 
O estado patrimonial de uma empresa pode apresentar-se de diferentes 
maneiras na equação patrimonial: 
a) Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido -Indica uma situação de normalidade 
da empresa, pois o conjunto de bens e direitos supera as obrigações (há PL positivo). 
É uma situação favorável, positiva ou superavitária. 
b) Ativo = Patrimônio Líquido (sendo Passivo = 0) - Não existe obrigações para 
com terceiros, o que geralmente ocorre na abertura da empresa, sendo o passivo igual 
a zero. 
c) Ativo = Passivo (sendo PL = 0) -Neste caso, não existe capital próprio, o que 
significa que o ativo da empresa foi totalmente financiado com recursos de terceiros. 
É um estado de alerta, pois a empresa está com dificuldades financeiras. É uma 
situação nula ou compensada. 
 
44 
 
 
d) Ativo + Patrimônio Líquido = Passivo - Nesta situação, a empresa se 
encontra em estado de insolvência, uma parcela das obrigações ficará sem ser paga, 
mesmo que a empresa venda todo o seu ativo. Ou seja, o ativo não é suficiente para 
liquidar todas as dívidas. Para eliminar o déficit, deve-se aumentar o PL com o 
acréscimo de capital por parte dos seus proprietários. Esta é uma situação 
denominada Passivo a Descoberto. É uma situação desfavorável, negativa 
ou deficitária. 
Em resumo, os bens, direitos e obrigações podem ser chamados 
de componentes patrimoniais, sendo o patrimônio representado da seguinte forma: 
 
 
14 MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO 
A palavra método vem do grego “methodos” (caminho) e se refere ao meio 
utilizado para chegar a um fim. É o caminho pelo qual se atinge um objetivo. Método 
de Escrituração é o meio pelo qual procede os registros de fatos contábeis. 
Existem atualmente diversas maneiras diferentes de escriturar os fatos 
contábeis, todas elas decorrem de dois métodos básicos: o método das Partidas 
Simples e o método das Partidas Dobradas. 
14.1 Método das Partidas Simples 
É o método de escrituração no qual os fatos contábeis são registrados 
alterando apenas um elemento do patrimônio. Esse método não é o que melhor reflete 
no patrimônio o fato contábil ocorrido e, por esse motivo, é pouco utilizado. 
 
45 
 
 
Este método encontra-se em desuso por ser incompleto e deficiente. 
Todos os itens do patrimônio e do resultado como mercadorias, veículos, 
imóveis, despesas, receitas, etc., são controlados extra contabilmente. Nele, apenas 
uma das operações débito (D) ou crédito (C) é contabilizada. 
14.2 Método das Partidas Dobradas 
Descrito pela primeira vez em 1494, na Itália, pelo frade Luca Pacioli no livro 
“Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalità” (Coleção de 
conhecimentos de Aritmética, Geometria, Proporção e Proporcionalidade), no capítulo 
“Particulario de computies et Scripturis” (Contabilidade por Partidas Dobradas), que 
fala sobre um tratado da contabilidade. Ele enfatiza que a teoria contábil do débito e 
do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos. O método teve 
rápida difusão e foi universalmente aceito e adotado desde esta época, sendo hoje 
considerado um dos pilares da contabilidade moderna. 
Este método descreve que em cada lançamento, o valor total lançado nas 
contas a débito deve ser sempre igual ao total do valor lançado nas contas a crédito. 
Ou seja, não há devedor sem credor correspondente. A todo débito 
corresponde um crédito de igual valor e vice-versa. Se aumentar de um lado, deve 
consequentemente aumentar do outro lado também. 
Como é mais comum uma transação conter somente duas entradas, sendo 
uma entrada de crédito em uma conta e uma entrada de débito em outra conta, daí a 
origem do nome "dobrado". 
É o método que melhor representa a alteração do patrimônio de uma entidade, 
por registrar de forma simultânea todos os reflexos que um determinado fato contábil 
provoca. 
No método das partidas dobradas, o lançamento de um fato contábil SEMPRE 
implicará 1 ou mais registro a débito e 1 ou mais registro a crédito 
 
46 
 
 
15 LIVROS DE ESCRITURAÇÃO 
A pessoa jurídica deve manter escrituração com observância das leis 
comerciais e fiscais (Decreto-lei 1.598/1977, artigo 7°). 
A escrituração deverá abranger todas as operações do contribuinte, os 
resultados apurados em suas atividades no território nacional, bem como os lucros, 
rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior (Lei 2.354/1954, artigo 2°, e Lei 
9.249/1995, artigo 25). 
Os fatos e alguns atos contábeis deverão ser escriturados (registrados) em 
livros próprios. São vários os livros de escrituração, cuja obrigatoriedade de 
elaboração dependerá, basicamente, da forma jurídica (sociedade anônima, 
limitada etc.), da atividade desenvolvida pela empresa (industrial, prestação 
de serviços etc.) ou da forma de apuração do Imposto de Renda (lucro real, 
presumido, simples, arbitrado) das entidades. (MARTINI, 2013, p.24) 
15.1 Tipos de livros de escrituração 
Os tipos de livros podem ser assim apresentados: 
a) Livros contábeis: Livros que registram os fatos contábeis de uma entidade 
em determinado período. Exemplos: livros Diário, Razão, Caixa; 
b) Livros fiscais: Livros que registram os atos e fatos relacionados com as 
atividades tributárias de uma entidade, dos quais as informações necessárias à 
apuração, recolhimento e compensação de tributos são extraídas. São criados e 
exigidos por legislação específica, nas três esferas do governo: 
• Federal: principalmente, relacionados ao Imposto de Renda, IPI, Contribuição 
Social Sobre o Lucro Líquido. Exemplos: Livro de Apuração do Lucro Real 
(LALUR), Registro de Apuração do IPI. 
• Estadual: principalmente, relacionados ao ICMS. Exemplos: Registro

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