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Pós-graduação EaD Nutrição Clínica e Estética Unidade Temática Disbiose, Desordens Estéticas e Dietoterapia Aplicada Técnica Dietética Aplicada à Estética PÓS-GRADUAÇÃO EAD SUMÁRIO Conceituação de cardápios e planejamentos dietoterápicos07 12 Composição do cardápio e planos alimentares 26 Critérios para elaboração de cardápios clínicos, voltados ao tratamento das desordens estéticas 32 40 45 Os cardápios e as desordens estéticas Custos e qualidade nutricional dos cardápios estéticos Métodos de avaliação da qualidade nutricional e sensorial de refeições propostas 3 3 SUMÁRIO Técnicas dietéticas com foco no aumento da biodisponibilidade de nutrientes 60 72 Preparações/receitas antioxidantes 96 110 Preparações/receitas com foco em emagrecimento: baixas calorias, termogênicas e que proporcionem saciedade Referências 3 3 Preparações/receitas para tratamento de desordens da pele, das unhas e dos cabelos 126 Objetivos da aula Ao final deste texto, espera-se que o aluno esteja apto para: • Indicar os principais métodos e técnicas pertinentes à técnica dietética. • Elaborar fichas técnicas com preparações voltadas a um planejamento alimentar da clínica em estética. • Aplicar técnicas dietéticas adequadas para a elaboração de refeições voltadas à melhoria da saúde e da estética. A alimentação equilibrada não consiste somente no consumo de alimentos que possuam os nutrientes necessários ao indivíduo, mas sim que essa combinação seja agradável e pertinente ao seu estilo de vida, atendendo suas necessidades nutricionais, culturais, sociais, econômicas e emocionais, assim como adaptada a possíveis agravos na condição clínica. Sendo assim, ao planejar cardápios ou planos alimentares, deve-se levar em consideração todos esses aspectos e oportunizar escolhas alimentares saudáveis, que possam englobar e atingir tais necessidades. INTRODUÇÃO O bom estado de saúde é um fator primordial para a garantia da qualidade de vida dos indivíduos. A alimentação, neste contexto, representa um papel essencial, pois é através dela que o organismo deve receber, em quantidade e qualidade adequadas, todos os nutrientes necessários à manutenção das funções vitais e das atividades de trabalho, lazer e exercício físico. Diversos são os aspectos que influenciam a escolha dos alimentos e a formação dos hábitos alimentares, que podem ser adequados e contribuírem para a conservação do estado de saúde, ou inadequados e favorecerem o surgimento de doenças, especialmente as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). CONCEITUAÇÃO DE CARDÁPIOS E PLANEJAMENTOS DIETOTERÁPICOS 8 Na figura a seguir, é possível identificar como a escolha dos alimentos pode ser influenciada por vários fatores. Necessidades sociais Rede social de familiares e amigos Necessidades psicológicas Preferências de sabor, textura e aspecto dos alimentos Disponibilidade de alimentos Marketing de alimentos Preocupações, crenças e conhecimentos sobre saúde e nutrição Estilo de vida Rotinas e hábitos Educação, profissão e renda Custo dos alimentos Tradição e cultura alimentar Desta forma, ressalta-se que a alimentação equilibrada e nutricionalmente saudável não consiste somente no consumo de alimentos que possuam os nutrientes necessários ao indivíduo, mas sim que essa combinação seja agradável e pertinente ao seu estilo de vida, atendendo suas necessidades nutricionais, culturais, sociais, econômicas e emocionais. Quando se planeja a alimentação de um indivíduo, ou de uma população, esses fatores precisam ser levados em consideração, colaborando para escolhas alimentares saudáveis. Justamente por isso, o cardápio adequado é considerado um importante instrumento de educação alimentar e nutricional, visto que os princípios de qualidade, quantidade, harmonia e adequação devem ser contemplados no planejamento. Os Guias alimentares, juntamente com as recomendações de energia e distribuição de nutrientes, são considerados ferramentas de fundamental auxílio na concepção de cardápios, uma vez que apresentam diretrizes e padrões que objetivam o bom estado de saúde e a prevenção de doenças. Relativo à conceito, o cardápio é considerado como a lista de preparações que compõem uma refeição, ou várias refeições, e também representa a tradução culinária de tais preparações. Os cardápios podem ser individuais (compondo o plano alimentar) ou para coletividades (cardápios institucionais, ou cardápios comerciais). Cardápio também pode ser definido como a sequência (lista) de preparações a serem oferecidas em uma refeição, ou que compõem todas as refeições de um dia, ou por um período determinado (quinze dias, por exemplo). 11 Plano alimentar, por sua vez, corresponde ao termo mais moderno, que veio para substituir o conceito restritivo de “dieta”, que apresenta resultados ruins, pois gera fome, ansiedade e reganho de peso rápido após seu término. Em contrapartida, o plano alimentar possui resultados muito melhores, uma vez que expõe o indivíduo ao menor risco de compulsão alimentar e maior facilidade na manutenção de um peso saudável. Para a concepção de um plano alimentar, primeiramente deve-se realizar uma avaliação nutricional completa e emissão do diagnóstico nutricional, para que as preferências e possibilidades individuais sejam consideradas, proporcionando maior facilidade de adesão às recomendações propostas. Além dos objetivos, recomendações nutricionais e dietéticas específicas, o plano alimentar deve apresentar uma sugestão de cardápio diário (no mínimo) e suas respectivas substituições. Incluir receitas culinárias e dicas de preparo dos alimentos são conteúdos que enriquecem os planos alimentares, além de serem apreciados pela maioria das pessoas. Sempre que um cardápio ou um plano alimentar é concebido, a escrita deverá ser clara e objetiva, sem deixar dúvidas de entendimento quanto aquilo que será oferecido na refeição, deixando evidente a técnica de preparo (por exemplo: ao citar o prato proteico do cardápio, a forma de preparo deve ser contemplada: “frango assado”, ou “frango grelhado”, ou “frango gratinado”, etc... Não deve constar, apenas, “frango”). COMPOSIÇÃO DO CARDÁPIO E PLANOS ALIMENTARES O número de refeições pode variar, conforme o público ao qual o mesmo se destina. Quando o cardápio é planejado para um indivíduo (plano alimentar), é importante que seja levado em consideração a rotina diária em relação a horários e disponibilidade para realizar as refeições, porém, o ideal é que seja planejado de 5 a 6 refeições ao dia, observando-se um intervalo de 3 a 4horas entre uma refeição e outra. Intervalos muito longos, ou muito curtos podem atrapalhar o metabolismo, além de influenciar na quantidade de alimentos consumidos, colaborando para o ganho de peso. 14 Considerada uma refeição principal (completa) e deve oferecer todos os macros e alguns micronutrientes, além de fibras alimentares. Esta refeição é fundamental, pois “quebra” o período de jejum da noite e prepara o organismo para as tarefas do dia. Normalmente composta por café com leite, pão, margarina ou manteiga, frios, fruta. Desjejum (ou café da manhã) É uma pequena refeição, entre o desjejum e o almoço e não precisa ser completa. Seu principal objetivo e evitar um período longo sem alimentos entre o desjejum e o almoço e, caso o desjejum seja mais tarde (em torno das 09hs), a colação poderá ser suprimida. Os alimentos mais oferecidos nesta refeição são: fruta, ou suco natural de frutas, ou oleaginosas, ou iogurte, ou leite. Colação (ou lanche da manhã): As refeições que podem compor os cardápios são as seguintes: 15 Almoço: Considerada uma refeição principal (completa) e deve oferecer todos os macros e alguns micronutrientes, além de fibras alimentares. Para que seja considerada uma refeição completa, o almoço precisa ser composto por: prato base (arroz e feijão, ou seus substitutos), prato proteico (carnes ou ovos), guarnição, salada e sobremesa (preferencialmentefruta). Lanche da Tarde (ou merenda) É uma pequena refeição, entre o almoço e a janta, e não precisa ser completa. Da mesma forma que a colação, seu principal objetivo e evitar um período longo sem alimentos entre o almoço e o jantar. Os alimentos mais ofercidos nesta refeição são: frutas, ou leite com bolachas, ou suco com bolachas, ou vitamina de frutas, ou chá com bolo. Caso o jantar seja mais tarde (em torno de 21h ou 22hs), pode-se oferecer dois lanches da tarde (um as 15h30m e outro as 18h30m, por exemplo). 16 Da mesma forma que o almoço e o desjejum, é conceituado como uma refeição principal (completa) e deve oferecer todos os macros e alguns micronutrientes, além de fibras alimentares. Para que seja considerada uma refeição completa, o jantar precisa ser composto por: prato base (arroz e feijão, ou seus substitutos), prato proteico (carnes ou ovos), guarnição, salada e sobremesa (preferencialmente fruta). Jantar Outra refeição tida como pequena, a ser realizada em torno de 1hora antes do período de sono, também não precisando ser completa. Pode ser suprimida, caso o jantar aconteça a partir das 21hs. Os alimentos mais oferecidos nesta refeição são: fruta, ou iogurte, ou leite, ou mingau, ou chá com bolachas. Ceia No quadro ao lado, temos um exemplo de cardápio nutricionalmente adequado: Quadro 1 – Composição de um cardápio diário REFEIÇÃO ALIMENTO/PREPARAÇÃO QUANTIDADE (g/ml) MEDIDA CASEIRA DESJEJUM Café com leite Pão integral (7 grãos) Requeijão Melão 200ml 50g 30g 120g 01 xícara de chá 02 fatias 01 colh. sopa cheia 01 fatia G COLAÇÃO Castanha do Pará 20g 04 unidades ALMOÇO Arroz Feijão Bife acebolado Moranga refogada Agrião Beterraba ralada Abacaxi 100g 80g 100g 120g 20g 40g 140g 4 colh. sopa cheia 1 concha pequena 01 unid. Média 4 colheres de sopa 02 pegadores 02 colh. sopa cheia 02 fatias médias LANCHE DA TARDE Batida de Banana c/ aveia 240ml 01 copo grande cheio JANTAR Filé de peixe com ervilhas Purê de batatas Chicória Cenoura Morango 120g (peixe) 30g (ervilha) 140g 20g 30g 100g 01 filé médio 2 colh. sopa cheias 03 colh. sopa cheia 02 pegadores 03 colh. sopa cheia 10 unid. médias CEIA Iogurte de cenoura comlaranja 200g 01 unid.Fonte: MUTTONI, S. M. P. Como planejar cardápios e planos alimentares nutricionalmente adequados? Planejar refeições requer conhecimento técnico e muita criatividade, pois além de ser atrativo o cardápio também precisa estimular nas pessoas práticas alimentares saudáveis. Por isso, o nutricionista deve estar preparado e munido de instrumentos que o ajudem nesta atividade, facilitando a concepção de cardápios nutricionalmente adequados e que atinjam as expectativas do indivíduo ou da população alvo. Para que o planejamento de cardápios ou de planos alimentares ocorra de maneira satisfatória, alguns é critérios precisam ser observados. Estes critérios, em sua maioria, são considerados qualitativos (que garantem a qualidade nutricional), ou quantitativos (que respondem ao atendimento das quantidades de energia, de macro e micronutrientes). 18 - Definição de objetivos: Como qualquer outra tarefa, a concepção do cardápio ou do plano alimentar precisa ter objetivos definidos e estes podem ser desde a manutenção do estado de saúde e peso corporal saudável, ou redução/restrição de algum componente alimentar (sódio, gorduras, etc), ou redução/ganho de peso, ou reeducação alimentar, entre outros. - Adequação ao público-alvo: A definição das necessidades de energia, de macro e micronutrientes precisam ser respeitadas, visto que uma das finalidades do planejamento é a alimentação saudável. Atender estas necessidades/recomendações representa um critério quantitativo. - Criatividade: É necessário colocar em prática algumas mudanças naquilo que fazemos rotineiramente. Muitas vezes, a simples indicação do uso de uma especiaria ou uma erva aromática em uma preparação, já estimula o consumo de alimentos até então preteridos. Também pode-se adaptar receitas e substituir alguns ingredientes, proporcionando um toque diferente àquilo que era comum. Trata-se de um critério qualitativo. 20 - Atratividade: Corresponde a outro critério qualitativo. Os cardápios devem, primeiramente, agradar “aos olhos”, serem atrativos, agradáveis de se olhar e degustar. Deve-se variar técnicas de preparo dos alimentos, além de atentar para uma combinação de cores e texturas, evitando a monotonia e estimulando os sentidos (características organolépticas). Vale salientar que, além de ser atrativo, o cardápio precisa atender aos quesitos de uma alimentação equilibrada e saudável. - Variabilidade de alimentos: Quanto mais variada for a diversidade de alimentos que compõem o cardápio, maior será a oferta de nutrientes. É importante que as pessoas sejam estimuladas a consumir diversos tipos de alimentos ao longo do dia, justamente para oferecer a maior quantidade possível de nutrientes que o organismo necessita. A variabilidade de alimentos também é um critério qualitativo na concepção de cardápios e planos alimentares. - Custo: A parte financeira deve ser observada e adequada às condições socioeconômicas do indivíduo (ou da empresa, se for o caso). Não adianta planejar um cardápio com alimentos/preparações muito onerosos, se o cliente não tiver condições de colocá-lo em prática (executar o cardápio). O custo do cardápio sempre deverá ser pertinente à condição financeira do cliente. Este é um critério social. - Respeito aos hábitos alimentares regionais: Este critério deve ser considerado principalmente pelo fato da alimentação fazer parte do patrimônio cultural dos povos. A culinária regional precisa ser respeitada e estimulada no planejamento de cardápios. Este é outro critério qualitativo. 22 - Porcionamento: Refere-se à definição do porcionamento dos alimentos (per capitas) que irão compor o cardápio. Ao definimos a quantidade que será ofertada de cada alimento, há uma relação entre o valor nutricional de tais alimentos com os guias alimentares. Nestes guias há a definição do número de porções de cada grupo alimentar que devem ser consumidas, ao longo do dia, para a obtenção de uma alimentação saudável. Os grupos alimentares são formados com base no valor nutricional dos alimentos e, assim, na oferta de nutrientes ou na principal fonte de nutriente de cada alimento. Representa um critério quantitativo. 23 - Número de refeições: Relaciona-se diretamente com o metabolismo e a quantidade de alimentos ingeridos. O ideal é que o intervalo entre uma refeição e outra fique em torno de 3 a 4 horas. Assim, evita-se intervalos muito longos, ou muito curtos, favorecendo o funcionamento do organismo (maior equilíbrio no metabolismo, com a oferta de nutrientes em horários adequados). Também é importante lembrar que quanto mais espassadas forem as refeições, maior será a quantidade de alimentos ingeridos e/ou maior será o estímulo a “beliscos”, favorecendo o ganho de peso. O cardápio diário deve ter, preferencialmente, de 5 a 6 refeições, sendo três refeições principais (completas) e duas ou três refeições intermediárias. As refeições principais são: desjejum, almoço e jantar. As refeições intermediárias são: colação, lanche da tarde e ceia. Representa um critério qualitativo. Ainda pertinente às refeições que compõe o cardápio, é importante observar uma distribuição coerente das calorias em relação ao VET (valor energético total) proposto, a fim de oportunizar uma melhor adequação das calorias e nutrientes ofertados ao longo do dia. Normalmente, as distribuições percentuais das calorias em relação ao VET são as seguintes: Café da manhã: 10 a 20% Colação: 5 a 10% Almoço: 20 a 30% Lanche da tarde: 10 a 15% Jantar: 20 a 30% Ceia: 5 a 10% 25 - Oferta de fibras: quanto maior a oferta e a variedade de alimentos e preparações cruas, maior será a quantidade de fibras alimentares do cardápio. Sempre que tiver mais de um tipo de salada no cardápio, uma delas deverá ser crua. Também deve se dar preferência àoferta de frutas na sobremesa. Além disso, pode-se incluir alimentos integrais no cardápio e estimular o seu consumo (2 a 3 vezes na semana, inicialmente). - Oferta de gorduras: As frituras devem ser evitadas, ou restringidas a uma vez na semana (no máximo duas). A quantidade de óleo utilizada nas preparações também deve ser controlada. Igualmente, é recomendado que a pele das aves seja retirada antes do preparo. O reaproveitamento do óleo das preparações é desaconselhado. - Oferta de carboidratos simples: A principal maneira de controlar a quantidade de carboidratos simples (sacarose, especificamente) é reduzindo a oferta de sobremesas “doces” no cardápio. A melhor escolha para este item do cardápio sempre é a fruta. - Oferta de sódio: Deve ser controlada, tanto no uso de sal de adição às preparações, quanto ao uso de produtos processados e ultraprocessados na composição do cardápio. Além disso, o cliente ou os comensais devem ser orientados a reduzir o uso de sal “extra” nas preparações, através de campanhas educativas e da disponibilização de alternativas de ervas aromáticas e especiarias. Vale salientar, ainda, que é de fundamental importância que o nutricionista tenha conhecimentos sobre nutrição e dietética, incluindo aspectos específicos da alimentação (nutricionais, sensoriais, afetivos, sociais, econômicos e ambientais). Desta forma, pode-se alcançar sucesso ao planejar cardápios e planos alimentares e estimular os indivíduos a terem práticas alimentares mais saudáveis, que preservem um bom estado de saúde e que previnam o surgimento de doenças. Para a elaboração de cardápios voltados à nutrição clínica, as mesmas considerações e critérios utilizados para indivíduos e populações saudáveis devem ser observados. Os objetivos do cardápio ou do plano alimentar é que irão variar, conforme as particularidades de cada enfermidade apresentada (ou o conjunto de enfermidades). CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DE CARDÁPIOS CLÍNICOS, VOLTADOS AO TRATAMENTO DAS DESORDENS ESTÉTICAS 28 Juntamente aos critérios qualitativos e quantitativos que precisam ser observados na concepção de cardápios, torna-se fundamental atentar para a variação de cores, texturas e sabores. Muitas vezes, ao planejar cardápios, as cores, as consistências e os tipos de alimentos não são observados e isso representa um erro de planejamento. Variar as cores e as texturas, além de ser nutricionalmente adequado, funciona como um estímulo à aceitação e ao desejo de consumir as preparações. Quanto mais colorido estiver o cardápio, maior será a oferta de nutrientes! A consistência das preparações, por sua vez, estimula a mastigação e faz com a pessoa demore mais tempo à refeição, facilitando a regulação da saciedade. Além disso, quanto maior a variedade de preparações cruas, maior será a oferta de fibras alimentares. Também é oportuno restringir a oferta de frituras e produtos processados/ultraprocessados nos cardápios, em função de sua composição nutricional inadequada, com excesso de calorias, gorduras, sódio, açúcares e pouca fibra alimentar, além de aditivos alimentares. 29 Variar as técnicas de preparo e os tipos de alimentos favorece o planejamento de cardápios nutricionalmente adequados e estimula as escolhas alimentares e a aceitação do próprio cardápio. Vamos ver alguns exemplos? A. Técnicas de preparo/Técnica culinária: evitar oferecer o alimento sempre da mesma forma, por exemplo: bife grelhado. Existem várias opções de preparo/técnicas que podem ser utilizadas para este tipo muito comum de corte de carne. Seguem algumas dicas: bife ao molho de frutas (maracujá, ou laranja, ou kiwi, ou abacaxi), bife com ervas finas (manjericão, alecrim e orégano), bife à rolê diferente (com cenoura, sálvia e gengibre em lascas), bife à crioula (grelhado com alho, cebola, salsinha, tomate e pimentões picados), bife ao molho remolado (grelhado com pimenta biquinho, pimentão amarelo e cebola roxa, ambos em tiras finas, e salsinha picada). B. Repetição de alimentos: por exemplo: a guarnição ser cenoura refogada e na salada ter cenoura ralada. Essa repetição de tipos de alimentos deve ser evitada, pois causa monotonia de cores e sabores. C. Excesso de alimentos flatulentos: são aqueles que favorecem a formação e gases intestinais (flatulência) e deve-se evitar mais de um tipo na mesma refeição. Os principais representantes deste grupo são: repolho, rabanete, couve, couve-flor, brócolis, ovo, acelga, batata doce, feijões, açúcar, doces. D. Repetição de cores: o cardápio da refeição deverá ser analisado como um todo e a composição de cores precisa ser a mais variada possível, devendo-se evitar os cardápios “monocromáticos” e sua monotonia. Assim como é importante seguir critérios para o planejamento de cardápios, observar a sequência correta das etapas deste planejamento facilitará o atingimento dos objetivos do cardápio. Vamos ver quais são essas etapas? 1º) Conhecer o público alvo (indivíduo ou população) para o qual o cardápio se destina e definir as necessidades de energia. Para isso, é preciso usar as referências para idade, sexo e tipo de atividade, conforme as equações de predição (fórmulas). 2º) Determinar os percentuais para os macronutrientes e valores de micronutrientes, conforme as recomendações específicas para o indivíduo, ou população. 3º) Estabelecer o Quadro de Valores Propostos para os macronutrientes e micronutrientes (QVP). 32 4º) Planejar o cardápio ao longo do dia (escolha das preparações). Por exemplo: - café da manhã: café com leite, pão com margarina, mamão; - colação: 1 maçã; - almoço: arroz, feijão, frango assado, couve refogada, salada de tomate e alface, sobremesa: melão picado; - lanche da tarde: vitamina de banana com aveia; - jantar: arroz, feijão, carne moída ao sugo, cenoura e vagem refogadas, salada de agrião com beterraba cozida, sobremesa: goiaba; - ceia: chá com bolachas Neste planejamento, é apropriado colocar as quantidades dos alimentos/preparações em medidas caseiras (ex.: 1 xícara, 2 fatias, 1 colher de sopa, etc.). 5º) Definir os per capitas (quantidades individuais de cada alimento, em gramas ou mililitros) e calcular o cardápio (Lista de Alimentos). . 6º) Calcular/definir o Quadro de Valores Encontrados (QVE), conforme os resultados encontrados no cálculo do cardápio (Lista de Alimentos). Nos últimos tempos, a aparência tem exercido papel de destaque no julgamento da atratividade pessoal e na formação da autoestima. Muitas pessoas, especialmente as do gênero feminino, referem insatisfação importante com a imagem corporal, principalmente em relação ao peso corpóreo e à aparência facial, sendo que tais situações podem influenciar significativamente a saúde mental e o comportamento social dessas pessoas. OS CARDÁPIOS E AS DESORDENS ESTÉTICAS Desta forma, faz-se necessário que o nutricionista disponha de recursos e técnicas que auxiliem o planejamento de cardápios e planos alimentares que contemplem os objetivos da alimentação nas desordens estéticas. A seguir, estão relacionadas as principais alterações estéticas e suas respectivas formas de abordagem nutricional: - Envelhecimento cutâneo: assim como em todo o organismo, o envelhecimento da pele está relacionado ao estresse oxidativo e ao dano às fibras colágenas. Assim, deve-se priorizar a oferta de compostos antioxidantes: vitaminas A, C e E, além de oligoelementos como cobre, zinco e selênio, e os carotenoides (betacaroteno, licopeno, luteína e zeaxantina). cutâneas. - Acne vulgaris: o manejo dietético, principalmente relacionado aos carboidratos, pode alterar a produção das glândulas sebáceas, fazendo com que a alimentação influencie o surgimento ou agravamento desta condição. O consumo elevado de carboidratos, assim como o tipo (os de índice glicêmico elevado), pode alterar a produção a produção e a composição de ácidos graxos do sebo. Também a presença de hormônios nos alimentos (na forma de aditivo alimentar) pode estar relacionada à etiologia da acne. Desta forma, controlara oferta de carboidratos, tanto em relação à quantidade como à qualidade, bem como estimular o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, são estratégias que devem ser adotadas no planejamento de cardápios e planos alimentares para estes indivíduos. 35 36 - Lipodistrofia ginoide ou fibroedemageloide (FEG) (celulite): trata-se de uma condição clínica relativamente comum, sendo as mulheres mais acometidas. O processo de formação da celulite sofre influência de várias condições, sendo que os maus hábitos alimentares representam um dos fatores determinantes ao seu surgimento. Quanto à reeducação alimentar, destaca-se a importância do atingimento e manutenção do peso corporal saudável, através de alimentação adequada em termos de calorias e nutrientes, além de promover trânsito intestinal adequado e reduzir a retenção de líquidos. 37 O uso de carboidratos com baixo índice glicêmico auxilia a reprimir a lipogênese, também se deve desestimular o consumo de alimentos e produtos ultraprocessados, em função do elevado teor de sódio, gorduras e corantes. É preciso estimular o consumo de alimentos in natura e quantidades adequadas de frutas, verduras e legumes (FVL) para que as necessidades de vitaminas e minerais sejam contempladas, especialmente vitamina C, vitamina E, selênio e cálcio. Quando houver a necessidade de utilização de silício (auxiliar na reorganização estrutural da derme), pode-se estimular o consumo de alimentos fonte desse mineral, tais como: aveia, cevada, salsinha e grãos integrais. Manter o funcionamento intestinal adequado e a microbiota saudável também é preconizado e, para tanto, a ingestão de fibras alimentares (principalmente as insolúveis), prebióticos, probióticos e simbióticos torna-se fundamental. Também o consumo de fontes alimentares de potássio favorece a manutenção de equilíbrio hidroeletrolítico. - Síndrome das Unhas Frágeis (SUF): a fragilidade das lâminas ungueais atinge principalmente as mulheres e pode ser decorrente de diversos fatores, que alteram a composição, a oxigenação e a queratinização das unhas, diminuindo a sua resistência. Especificamente quanto à alimentação, deve-se priorizar a oferta de alimentos fonte de biotina, que auxilia na melhora do quadro. - Queda de cabelo: desordem estética comum, relacionada principalmente à utilização de frequente de produtos químicos, aliada aos fatores genéticos e à morfologia dos fios. Além desses fatores, a alimentação inadequada e consumo insuficiente de alguns nutrientes pode influenciar sobremaneira a queda dos fios. Neste contexto, destaca-se a importância de oferecer no cardápio as proteínas de alto e baixo valor biológico, vitamina B6, cálcio e potássio, principalmente para colaborar na reestruturação do colágeno. 39 - Obesidade: o excesso de peso também apresenta etiologia multifatorial, mas a influência da alimentação já é bastante conhecida. Além disso, a forte correlação entre a obesidade e o desenvolvimento de diversas outras condições patológicas é igualmente constatada, dentre as quais destacam-se as doenças cardiovasculares, o diabetes tipo 2, vários tipos de câncer e a doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Assim, ao planejar os cardápios ou os planos alimentares destinados a estes indivíduos, todas estas situações precisam ser consideradas e as devidas adaptações realizadas, a fim de proporcionar as melhores condições para a redução do peso corporal, bem como a sua manutenção nos limites aceitáveis. Basicamente, a alimentação deverá ser hipocalórica para proporcionar a regulação do balanço energético. Além disso, o uso de alimentos funcionais poderá colaborar sob dois aspectos: auxiliar no controle da ingestão alimentar (poder de saciedade, principalmente relacionado às fibras alimentares) e aumentar o gasto energético (com o uso de termogênicos). Salienta-se que outros compostos funcionais podem, igualmente, contribuir para as outras comorbidades que podem relacionadas à obesidade, tais como os flavonoides, ômega-3 e fitoesterois. Vale salientar que, ao planejar cardápios e propor planos alimentares para indivíduos com desordens estéticas, deve-se preconizar a adoção de práticas alimentares saudáveis, que priorizem o consumo de alimentos frescos (in natura) e desestimulem o consumo de produtos ultraprocessados, assim como o excesso de calorias. Aliado a tal conduta, é necessário estimular a atividade física de maneira regular e contínua e lembrar que essas mudanças no estilo de vida devem ser incorporadas em caráter permanente. 40 Ao planejar cardápios, independente do público alvo, os aspectos relacionados aos custos e à qualidade nutricional sempre devem ser observados. Estes fatores relacionam-se diretamente com a adesão ao tratamento dietético e à manutenção ou recuperação do estado de saúde e, portanto, são fundamentais no atingimento dos objetivos do planejamento alimentar. CUSTOS E QUALIDADE NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS ESTÉTICOS Relativo aos custos, sempre deve-se adequar os alimentos e produtos que irão compor o cardápio às condições socioeconômicas do indivíduo. Não adianta planejar um cardápio com alimentos ou preparações muito onerosas, se o cliente não tiver condições de colocá-lo em prática. Portanto, o cardápio ou o plano alimentar sempre deverá ser pertinente à condição financeira do cliente, não ao contrário. Em princípio, clientes que procuram o atendimento de um nutricionista por situações de desordens estéticas, normalmente possuem condições financeiras satisfatórias, que permitem o uso de alimentos e produtos bastante variados e com custo mais elevado. 42 Percebe-se que em diversas situações e, conforme a condição de alteração estética, é recomendado o uso de alimentos ou grupos alimentares específicos, que apresentam valores financeiros mais diferenciados (alguns compostos funcionais, por exemplo). Entretanto, isso não significa que o nutricionista tenha que se render a “modismos” alimentares e prescrever ou indicar alimentos ou produtos que estejam em evidência midiática, tão pouco basear a concepção de planos alimentares em tais insumos. Estes produtos ou alimentos podem fazer parte as indicações nutricionais, porém, ressalta-se a importância da variabilidade alimentar para que a oferta de nutrientes seja a mais adequada possível. Além disso, mesmo que seja preconizado ou indicado o uso de alimentos ou compostos mais caros, sempre deve ser dado ao cliente opções e possíveis substituições, para que o mesmo possa adequar o seu consumo da forma mais conveniente. 43 44 Relativo à qualidade nutricional, os cardápios destinados às desordens estéticas, assim como qualquer planejamento alimentar, também devem seguir os princípios básicos de uma alimentação saudável, ou seja, precisam ser baseados nas Leis da Alimentação, que foram criadas em 1937, por Pedro Escudero. Ainda hoje, oitenta anos depois, estas regras seguem consideradas como a base de uma alimentação saudável e que devem ser aplicadas em todas as situações e para todos os indivíduos e populações. As Leis de Escudero expressam, de forma simples, clara e objetiva, as orientações para uma alimentação que garanta crescimento, manutenção e desenvolvimento saudáveis. Portanto, segundo essas Leis, a alimentação deve ser quantitativamente suficiente, qualitativamente completa, além de harmoniosa em seus componentes e adequada à sua finalidade e a quem se destina. Assim, o nutricionista precisa compreender a importância e sempre embasar sua prática profissional nas Leis da Alimentação, seja no atendimento a indivíduos e coletividades saudáveis ou com alguma condição patológica. Desta forma, os cardápios planejados para as diferentes desordens estéticas podem e devem apresentam qualidade nutricional adequada e peculiar às características e demandas de cada cliente, cabendo ao nutricionista valer- se de instrumentos e técnicas que oportunizem o alcance de tais metas, de acordo com a condição socioeconômica apresentada. Destaca-se, ainda, que a qualidade nutricional nãodeve ser influenciada pelo custo, ou seja, mesmo que o cliente possua um poder aquisitivo menos impactante, caberá ao nutricionista elaborar um plano alimentar nutricionalmente adequado, com as devidas opções e substituições com a mesma qualidade nutricional, que sejam pertinentes à condição financeira evidenciada. A possibilidade de avaliar a adequação do consumo alimentar em relação às necessidades de nutrientes é fundamental na orientação e na educação nutricional de indivíduos e populações, pois mostra onde se deve priorizar as ações de manutenção ou de melhoria no padrão alimentar, visando o bom estado de saúde. Assim, a relação entre alimentação e saúde pode ser avaliada pelo nível de alguns componentes do alimento (nutrientes), tipos de alimento, grupo ou grupos de alimentos e padrões alimentares. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NUTRICIONAL E SENSORIAL DE REFEIÇÕES PROPOSTAS 47 A associação entre nutrientes, alimentos e várias doenças crônicas pode ser analisada por instrumentos dietéticos de avaliação global de dietas. Neste contexto, vários índices têm sido propostos para tal análise, em princípio para avaliar e guiar a ingestão individual e, posteriormente, para avaliar e orientar a ingestão da dieta de populações e, assim, promover a saúde por meio de programas de educação nutricional e prevenir doenças, especialmente as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Os índices apresentam o objetivo principal de realizar a triagem rápida da qualidade nutricional da dieta e a reavaliação após a intervenção (quando houver). Vale ressaltar que estes métodos também representam uma forma de sintetizar grande quantidade de informações sobre o consumo de alimentos e de nutrientes em um único indicador e, apesar de serem particularmente úteis para o acompanhamento de padrões alimentares, alguns têm metodologia complexa, com praticidade e utilidade reduzidas. Diversos índices dietéticos foram propostos e concebidos nas últimas décadas, sendo que a maioria deles foi elaborada com base em recomendações e padrão de consumo norte americanos e, com isso, apresentam restrições para serem aplicados na população brasileira, necessitando de adaptações. Também salienta-se que esses índices para avaliativos da qualidade alimentar foram baseados em métodos de inquéritos dietéticos, tais como o recordatório de 24 horas, o registro de alimentos e o questionário de frequência alimentar que, igualmente, apresentam limitações quanto à metodologia. A seguir, estão listados os principais índices de avaliação da qualidade da dieta: 49 Metodologia proposta e desenvolvida por Jenkins & Guthrie na qual os alimentos são separados em quatro grupos distintos: alimentos fontes de proteína (que também fornecem vitamina B6, ferro, niacina e zinco); laticínios, com oferta de cálcio, vitamina B2, vitamina B12, fósforo e magnésio; grupo de frutas e hortaliças, relacionadas com o consumo de folato, de vitamina A e vitamina C; e o grupo dos cereais, oferecendo tiamina e carboidratos. Uma das vantagens do IN é a avaliação global da dieta através da análise do consumo de nutrientes selecionados. Entretanto, é necessário salientar que a qualidade da alimentação também está relacionada à restrição da ingestão de alguns componentes, entre os quais sódio, colesterol e gordura saturada, além da ingestão adequada de fibras e não nutrientes (pigmentos naturais com função bioativa), sendo que todos eles não são levados em consideração no IN, demonstrando que a análise da qualidade dietética fica incompleta ao utilizarmos apenas este indicador. Índice de nutrientes (IN) 50 Indicador desenvolvido por Krebs-Smith et al, a partir do reconhecimento de que a escolha de alimentos variados dentro dos grupos de alimentos e entre eles pode contribuir para melhorar a qualidade da alimentação, uma vez que favorece a ingestão adequada de vitaminas, minerais e outros micronutrientes necessários à promoção da saúde. Os grupos alimentares são: leite e produtos lácteos; grãos; frutas; hortaliças/verduras; carne e produtos cárneos. O consumo alimentar é avaliado em cada grupo e com os alimentos que compõem cada grupo, sendo destinada pontuação específica (valores de 1 a 5). Como vantagem deste índice, destaca-se a variabilidade de nutrientes que são analisados, pois analisa todos os alimentos consumidos, incluindo condimentos, mostrando que um índice alto de EVD é indicativo de consumo alimentar de diversos grupos. No entanto, não significa que o consumo de diferentes alimentos mostra que foram consumidos itens representativos da totalidade dos grupos, sendo esta uma das desvantagens do método. Escore de Variedade da Dieta (EVD) 51 O Índice de qualidade da dieta, originalmente desenvolvido por Patterson et al., foi revisado por Haines et al.; pois apresentava limitações em relação aos guias alimentares utilizados na época para o embasamento do método e as recomendações de ingestão de nutrientes, bem como de incorporar melhores métodos de estimativa de porções de alimentos e desenvolver e incorporar medidas de variedade dietética e moderação. Nesta revisão, o escore do IQD original foi também expandido para uma escala de 100 pontos, a fim de facilitar a interpretação. Igualmente, houve melhora nas medidas das porções de frutas, hortaliças e cereais, a fim de facilitar a avaliação de consumo. Índice de Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R): Neste novo modelo, três novos conceitos são considerados na distribuição de recomendações de macronutrientes: variação, moderação e proporcionalidade, além de existirem 10 variáveis para análise (porcentagem de energia fornecida por gorduras totais, porcentagem de energia fornecida por gorduras saturadas, colesterol, porções de ingestão de frutas, hortaliças, cereais, cálcio, ferro, diversidade e moderação). Cada variável adquire pontuação entre zero e 10, sendo os maiores valores atribuídos ao consumo ideal, onde o escore máximo possível será 100 pontos. O IQD-R fornece resultados mais globais, já que novos indicadores foram incluídos na análise. Esse índice proporciona uma conclusão mais abrangente por avaliar aspectos distintos e compactá-los em um só resultado, fazendo com que o IQD-R capte com sucesso a qualidade global da dieta. Índice de Alimentação Saudável (IAS): este índice foi desenvolvido por Kennedy et al., sendo considerado um instrumento de medida simples e resumida da qualidade da dieta, que pode ser usado para monitorar as mudanças nos padrões de consumo e também é reconhecido como instrumento útil na educação nutricional e na melhoria da condição de saúde. O IAS é constituído por 10 componentes, que se baseiam em distintos aspectos de uma dieta saudável, onde para cada componente há uma pontuação, que varia de zero a 10 e, dessa forma, o índice varia de zero a 100. Os componentes de 1 a 5 medem a dieta conforme as recomendações de porções da Pirâmide de Alimentos para os 5 grupos principais: cereais, hortaliças, frutas, leite e carnes. O componente 6 é embasado no consumo de gordura como uma porcentagem da quantidade de energia total fornecida pela dieta. O componente 7 baseia-se no consumo de gordura saturada como uma quantidade total de energia fornecida pela dieta. Os componentes 8 e 9 estão baseados na ingestão de colesterol e sódio. O componente 10 refere-se à variedade da dieta. 53 As informações dietéticas são analisadas em um recordatório de 24 horas (componentes 1, 2, 3, 4 e 5) e em um registro alimentar de dois dias (componentes 6, 7, 8 e 9). O componente 10 é analisado com as informações obtidas tanto do recordatório de 24 horas como do registro alimentar. A gordura total, gordura saturada e colesterol recebem pontuação fixa para valores predefinidos, sendo baixos, moderados e elevados. Nos resultados, quando o IAS for 80, o escore é considerado satisfatório. Escores que variam entre 51 e 80 demonstram a necessidade de melhorar a qualidade da dieta, enquanto os menores que 51 indicam qualidade da dieta insatisfatória. Dentre as vantagens do IAS tem-seque o método se baseia nas mais recentes recomendações dietéticas publicadas. Assim, é possível obter informações para classificar a dieta como excelente ou péssima, de maneira resumida e simples. 55 O IAS ainda permite estudar a qualidade total da dieta de indivíduos e não somente de componentes isolados. Uma restrição deste método é não incluir a análise de consumo de bebidas alcoólicas, que representa um importante fator de análise da qualidade da dieta. Destaca-se que o IAS foi modificado por McCullough et al., onde a diferença entre os dois é que no IAS original a pontuação para os componentes 6 a 10 é contínua e, para o IAS-f, ela é contínua somente para os componentes 9 e 10. Contagem (escore) de Alimentos Recomendados (CAR): indicador criado por Kant et al., sendo medido por meio de questionário de frequência de alimentos americano, focado no consumo de hortaliças/verduras, frutas, carnes magras ou alternativas de carne, grãos integrais e produtos lácteos de baixa gordura, no qual o indivíduo avaliado recebe 1 ponto para cada alimento recomendado e consumido na última semana. A CAR é uma medida relativamente simples e independente do padrão alimentar e do tamanho da porção, sendo baseado nos guias dietéticos atuais. No resultado, pessoas com elevado escore da CAR possuem alta ingestão de energia e de micronutrientes, mas baixa porcentagem de energia proveniente de gordura quando comparadas àquelas do menor escore. Dietas caracterizadas por baixo consumo de alimentos recomendados podem apresentar ingestão borderline de muitos nutrientes que, em longo prazo, pode não ser compatível com o prognóstico favorável da condição de saúde. Assim, esse indicador pode ser utilizado para classificar pessoas em categorias de baixo ou alto risco de comportamento alimentar. Como desvantagem, este método possui pontuação fortemente baseada no consumo de frutas e hortaliças/verduras, sendo que adaptações devem ser realizadas com o propósito de incluir outros componentes dietéticos mais específicos, para que sejam refletidas, da melhor forma, as escolhas alimentares. Escore da Dieta Mediterrânea (EDM): desenvolvido por Trichopoulou et al, a partir da frequência de consumo de alimentos, baseado em nove itens: hortaliças/verduras, leguminosas, frutas e nozes, lácteos, cereais, carne e produtos cárneos, álcool, razão entre gordura monoinsaturada/saturada e energia. A ingestão acima da média dos indivíduos do estudo recebia 1 ponto, enquanto todos os outros tipos de ingestão recebiam 0 ponto. Ingestão de produtos cárneos e lácteos menores que a média dos valores obtidos para os indivíduos do estudo recebiam 1 ponto. Observa-se pelos resultados que o aumento de 1 ponto do escore do EDM estava associado a uma redução de 17% da mortalidade geral. 59 A escala original do instrumento foi modificada por Fung et al., onde foram excluídos produtos originados da batata do grupo de hortaliças/verduras, separando frutas e nozes em dois grupos, eliminando o grupo de lácteos, incluindo somente produtos de cereais integrais, incluindo somente carne vermelha e carne processada para o grupo da carne, incluindo grupo do peixe, designando a ingestão alcoólica entre 5 e 15g/dia para receber 1 ponto. Tais modificações foram baseadas em padrões de dieta e ingestão alimentar, que estão consistentemente associados com o baixo risco para doença crônica em estudos clínicos e epidemiológicos. Como foi visto, existem diversos índices que podem ser usados para avaliar a qualidade nutricional da alimentação. Todos apresentam vantagens, desvantagens e limitações de uso, cabendo ao nutricionista analisar rigorosamente qual aquele mais pertinente ao propósito do trabalho a ser desenvolvido. Atualmente, o Índice de Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R) e o Índice de Alimentação Saudável (IAS) são dois métodos bastante utilizados, com as devidas adaptações para a população brasileira. A biodisponibilidade de nutrientes pode ser definida, de uma maneira bem simples, como sendo a eficiência com a qual um componente da dieta é aproveitado pelo organismo. Diversos fatores podem influenciar neste aproveitamento, dentre os quais merecem destaque: as características metabólicas individuais, os hábitos alimentares, os próprios componentes alimentares (fatores antinutricionais), a forma como os alimentos são preparados para o consumo, a combinação de consumo de alimentos e os métodos de conservação e armazenamento dos alimentos. TÉCNICAS DIETÉTICAS COM FOCO NO AUMENTO DA BIODISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES 62 Uma das maneiras de se melhorar a biodisponibilidade dos nutrientes e otimizar a sua utilização pelo organismo é observar as técnicas de preparo dos alimentos e a combinação de consumo entre os mesmos. Portanto, ao planejar cardápios e conceber planos alimentares, o nutricionista precisa estar atento a tais condições. Fatores antinutricionais dos alimentos Define-se como “fator antinutricional” os compostos presentes em alimentos de origem vegetal, que ao serem consumidos diminuem o valor nutritivo desses alimentos. Os taninos (composto fenólico) estão presentes nos grãos de cereais, leguminosas tem a capacidade em precipitar proteínas alterando a sua digestibilidade; os fitatos podem formar complexos com proteínas e minerais; oxalatos podem precipitar o cálcio e formar cristais insolúveis e cálculos renais. Ou seja, nutrientes de larga importância ao estado de saúde, tais como proteínas, cobre, zinco, manganês, ferro e cálcio podem ter sua absorção prejudicada pela interferência destes compostos antinutricionais. 63 Uma das maneiras de diminuir ou até inibir a presença destes compostos é através do cozimento, uma vez que muitos são termolábeis, ou também pelo remolho (no caso das leguminosas). Outros processos usados no processamento de alimentos também podem eliminar parcialmente ou totalmente os fatores antinutricionais, como a adição de água ao alimento, maceração na presença de sulfitos, trituração e descortiçamento (descascamento) de grãos. Combinações alimentares que devem ser evitadas O cálcio dificulta a absorção do ferro não heme. Entretanto, vale lembrar que a presença do cálcio na mesma refeição que contenha ferro, não altera a absorção do tipo heme. De qualquer modo, é importante que os alimentos fontes de cálcio ou os suplementos do mineral sejam consumidos fora dos horários das refeições principais (almoço e jantar), já que elas são as mais ricas em ferro, para não haver prejuízo no aporte deste nutriente. A ingestão de chá também deve ser evitada logo após as refeições, principalmente o chá mate e o chá preto, já que os taninos, substâncias encontradas nesses chás, diminuem a biodisponibilidade de zinco, ferro e proteínas presentes em alimentos como as carnes vermelhas. Outra prática comum que deve ser evitada é o consumo de café preto (cafezinho) depois do almoço ou do jantar, pois a cafeína interfere na absorção de cálcio, ferro e vitamina C. Além disso, o café também apresenta tanino em sua composição. O consumo elevado de zinco reduz a absorção de cobre. Visto que as carnes, aves e pescados, leite e derivados são as principais fontes alimentares de zinco, o excesso desses alimentos deve ser evitado nos cardápios (opções e valores de per capita). Combinações alimentares positivas A mais lembrada associação positiva entre os nutrientes refere-se à combinação de uso da Vitamina C com o ferro não heme, visto que a primeira tem o poder de aumentar a biodisponibilidade do segundo. Desta forma, trata-se de uma excelente ação dietética introduzir fontes alimentares de vitamina C na refeição que contenha fontes alimentares de ferro de origem vegetal. O simples fato de temperar as saladas com limão já é uma ótima alternativa! Também quanto à absorção de ferro, destaca-se o papel positivo da frutose e o benefício de colocar frutas na sobremesa. 66 Também o uso de gorduras de boa qualidade nutricional aumentam a biodisponibilidade de vitamina A e Vitamina D, sendo que algumas pessoas acabamdiminuindo bastante o aproveitamento de vitaminas lipossolúveis em geral, justamente por fazerem restrições importantes quanto ao consumo de gorduras na alimentação. Outra combinação positiva parece ser alimentos contendo compostos sulfurados para melhorar a biodisponibilidade de ferro e zinco. Neste sentido, destaca-se a relevância do uso de temperos no preparo dos alimentos (cebola e alho são ricos nesses compostos). Cuidados com o preparo dos alimentos O preparo dos alimentos em técnica dietética deve assegurar, entre outros, o adequado valor nutricional dos alimentos e facilitar a sua digestibilidade. Entretanto, algumas metodologias ou técnicas empregadas tanto no pré- preparo quanto no preparo dos alimentos podem interferir negativamente na biodisponibilidade dos nutrientes. Nas diferentes atividades de pré-preparo (descascar, cortar/picar, espremer, etc.) é possível a perda de nutrientes, caso o alimento fique exposto por um tempo maior à ação do oxigênio ou da luz. Muitos componentes alimentares que são fotossensíveis ou sujeitos à oxidação, por exemplo, a vitamina C, e o uso errado de metodologias de pré-preparo podem influenciar negativamente a qualidade nutricional de diversos alimentos. Quanto ao preparo dos alimentos, é frequente o uso da cocção para possibilitar o consumo. Porém, é justamente nesta etapa que o valor nutricional dos alimentos pode ser bastante prejudicado e afetar grandemente a biodisponibilidade dos nutrientes, visto que a perda de componentes hidrossolúveis e termossensíveis representam as principais alterações desencadeadas. Ressalta-se que a retenção destes componentes no alimento está diretamente relacionada à quantidade de água utilizada, assim como ao tempo de duração do processo e à temperatura. Relativo à perda de componentes, tanto nas atividades de pré-preparo e preparo, as verduras e os legumes representam os grupos alimentares mais suscetíveis. 68 69 Ao utilizar métodos de cocção por calor úmido (cocção em líquido quente ou no vapor) pode haver perdas de nutrientes por dissolução de componentes hidrossolúveis. Desta forma, é recomendado utilizar uma quantidade reduzida de água (o suficiente para cobrir o alimento) e que o tempo de cozimento seja o menor possível, a fim de minimizar as perdas. Ao optar pela cocção por calor úmido, o cozimento a vapor apresenta vantagem de realçar a aparência do alimento, além de diminuir as perdas por dissolução, preservando o valor nutritivo (a cocção a vapor sob pressão é ainda mais indicada, pois o cozimento é mais rápido, diminuindo o tempo de preparo). Vale lembrar que menor é a temperatura quando é longo o tempo de cozimento e, em contrapartida, o tempo de cocção é menor quando o alimento é submetido a altas temperaturas (inclusive sob pressão). A cocção também pode ser realizada através de calor seco (com gordura = saltear; frigir; fritar com gordura e fritar por imersão; e sem gordura = assar no forno; assar no espeto; e grelhar). Estes métodos conseguem preservar mais os nutrientes hidrossolúveis, pelo fato de os alimentos não serem expostos à fervura em água. Outro método de cozimento é através do calor misto, no qual a cocção é realiza em duas etapas (primeira através de calor seco e, posteriormente, com calor úmido). Trata-se de um tipo de cozimento com tempo mais prolongado e que expõe a maiores perdas, apesar de os nutrientes conservam-se mais no interior do alimento (o cozimento inicial, em calor seco, forma uma camada protetora ao redor do alimento). O cozimento, igualmente, pode acontecer por intermédio de ondas eletromagnéticas (micro-ondas), que possibilita uma melhor preservação do valor nutricional dos alimentos, especialmente dos vegetais, que podem ser preparados sem a utilização de água. 71 Uma das formas de se reduzir as perdas também está na seleção dos alimentos. Deve-se dar preferência aos legumes e verduras novos, tenros, que permitam o cozimento com fogo brando e em menor tempo. Outra técnica que preserva um pouco mais os nutrientes é iniciar a cocção na água já em estado de ebulição (fogo alto), mantendo a panela tampada e observar o tempo de cozimento no qual o alimento fique “al dente”. Vale lembrar que os tubérculos, grãos e raízes, pelo fato de terem consistência mais dura, devem ser cozidos em calor úmido, sob pressão. O volume de água utilizado para a cocção influencia bastante a perda de nutrientes. Quanto maior a quantidade de água, maior será o tempo necessário ao cozimento e a migração dos componentes para o meio. Justamente por isso, é aconselhável cozinhar em pouca água e a baixas temperaturas. Destaca-se que podem ocorrer até 50% de perda de alguns nutrientes na água do preparo (caso do ferro, do fósforo, da vitamina C, por exemplo) e, quanto menor a superfície de contato com a água, maior será a perda de nutrientes (a cenoura, cortada em pedaços grandes perde em torno de 25% dos nutrientes e, em pequenos pedaços, perde em torno de 50% desses componentes). Portanto o tamanho e os tipos de corte, também influenciam a perda de nutrientes dos vegetais submetidos ao cozimento. Cozinhar os vegetais com a casca também ajuda a preservar melhor os nutrientes e representa outro cuidado que deve ser observado no preparo destes alimentos. 72 Os componentes antioxidantes dos alimentos podem agir diretamente na neutralização da ação dos radicais livres ou participar indiretamente de sistemas enzimáticos com essa função. Os antioxidantes mais estudados e reconhecidos são: PREPARAÇÕES/RECEITAS ANTIOXIDANTES Ácido elágico: composto fenólico que age na prevenção de câncer induzido pelos compostos do cigarro, principalmente. As principais fontes alimentares são: uva, morango e nozes. 74 75 Carotenoides: existe uma ampla quantidade destes compostos (em torno de 600), que são pigmentos presentes em alimentos, que variam da cor amarela até o vermelho. Ajudam a neutralizar os radicais livres, atuando no retardo do envelhecimento precoce e melhorando a resposta imunológica, também possuem efeito protetor quanto a alguns tipos de câncer. Alimentos: vegetais e frutas de coloração amarela escura (cenoura, abóbora, batata doce e mamão papaia, manga, pêssego); vegetais de folhas verdes escuras (brócolis, couve, chicória, espinafre, escarola); azeite de dendê. 76 Catequinas: pertencem à classe dos polifenois, com principal ação anti- inflamatória e antitumoral. Alimentos: a principal fonte é o chá verde e, também, está no chá branco e preto. Curcumina: tipo de flavonoide com ação antioxidante e antimicrobiana, além de ter efeito cicatrizante e anti-inflamatório, protege contra doenças cardiovasculares e também contra iniciação e desenvolvimento de tumores. Alimentos: cúrcuma (açafrão), bastante utilizada com corante natural de alimentos e como tempero (sozinho, ou na composição de outros: curry, por exemplo). 77 Isoflavonas: também pertencem à classe dos polifenóis, são antioxidantes que atuam na captação direta de radicais livres. Modulam o metabolismo ósseo e auxiliam na redução dos sintomas da menopausa. Alimento: presente na soja e seus derivados. 78 - Licopeno: betacaroteno que é apontado como um dos mais potentes antioxidantes, sendo sugerido na prevenção da carcinogênese e aterogênese (portanto, doenças cardiovasculares) por proteger moléculas como lipídios, lipoproteínas de baixa densidade (LDL), proteínas e DNA. Também está relacionado à proteção contra alguns tipos de câncer (próstata, pulmão e estômago), pois minimiza a formação de radicais livres e mantém a integridade celular. Alimentos: tomate, goiaba, pitanga e melancia, mas diferente dos demais carotenoides e antioxidantes em geral, o licopeno, em função do processamento térmico, apresenta maior biodisponibilidade nos molhos de tomate. 79 - Ômega-3: ácido graxo essencial e antioxidante que apresenta ação vasodilatadora e antiplaquetária, prevenindo doenças cardiovasculares. Também é necessário para as estruturas da retina e o funcionamento cerebral, além de ser precursor de prostaglandinas,as quais participam de importantes funções corporais como coagulação, inflamação, imunidade e respostas vasculares e de pressão arterial. Alimentos principais: sardinha, arenque, salmão, chia, nozes, linhaça. 80 Resveratrol: pertence à classe dos polifenóis, sendo um poderoso antioxidante. Reduz a concentração do LDL-c, inibe a oxidação das gorduras e a agregação plaquetária, auxiliando na prevenção de doenças cardiovasculares. Alimentos: presente na casca da uva e, por isso, concentra-se nos sucos de uva integral, sendo também encontrado nos vinhos (em especial o tinto); além da amora, chocolate amargo (> 65% cacau), castanhas e sementes oleaginosas. Quercitina: flavonoide com ação anti-inflamatória e é mais efetivo do que a vitamina C na inibição dos danos oxidativos induzidos pelo peróxido de hidrogênio (H2O2) no DNA de linfócitos humanos (sistema imunológico). Alimentos: presente nas cebolas e no vinho tinto. 81 Selênio: reduz os danos oxidativos induzidos pelos radicais livres. Também pode interagir com as vitaminas A e E na prevenção do desenvolvimento de tumores e na terapia da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Alimentos: a principal fonte é a castanha do Brasil, sendo encontrado em outras oleaginosas também. Vitamina A: antioxidante com principal ação preventiva no desenvolvimento de tumores. Alimentos: fígado, gema de ovo, manteiga, ostras. 82 - Vitamina C: antioxidante que atua no retardo do envelhecimento precoce (favorece a síntese de colágeno), inibe a formação de metabólitos nitrosos carcinogênicos, além da proteção antitumoral. Alimentos: frutas cítricas como acerola, laranja, limão, caju, tangerina (mexerica) e kiwi, além da manga, goiaba, morango, mamão. - Vitamina E: antioxidante que impede ou minimiza os danos provocados pelos radicais livres associados com doenças específicas, incluindo câncer, artrite, catarata, doenças cardiovasculares e o envelhecimento celular. Alimentos: óleos vegetais (ex. óleo de gérmen de trigo, óleo de girassol, azeite de oliva, azeite de dendê), castanhas e sementes, como castanha do Brasil, amêndoas, avelã, nozes, semente de girassol, entre outros. 83 A partir do conhecimento dos compostos antioxidantes e suas respectivas fontes alimentares, diversas receitas culinárias podem ser desenvolvidas e fornecidas como opção de consumo para compor as refeições diárias. A seguir, algumas receitas que priorizam o uso de alimentos fonte em componentes antioxidantes: A) Para o café da manhã: IOGURTE BATIDO COM FRUTAS: Ingredientes: • 2 colheres de sopa de iogurte natural desnatado • 3 damascos secos picados • 1 pêssego picado • 1 fatia de melão picada • 150 ml de suco de maçã Modo de preparo: Liquidificar todos os ingredientes por aproximadamente 1 minuto, até obter uma mistura homogênea e cremosa. Despejar em um copo grande e servir gelado. Rendimento: 1 porção. 84 VITAMINA VERMELHA: Ingredientes: 6 morangos médios 2 colheres de sopa de mirtilos 6 amoras grandes 100 ml de leite semidesnatado (ou desnatado) gelado 4 colheres de sopa de iogurte natural desnatado Modo de preparo: Liquidificar todos os ingredientes por aproximadamente 1 minuto, até obter uma mistura homogênea e cremosa. Servir gelado, em um copo grande. Rendimento: 1 porção. 85 SUCO TROPICAL: Ingredientes: 150 ml de suco de laranja 1 fatia de manga picada 1 rodela de abacaxi picada 2 colheres de sopa de mamão picado 2 folhas de hortelã Modo de preparo: Liquidificar todos os ingredientes por aproximadamente 1 minuto, até obter uma mistura homogênea. Colocar um copo grande e servir gelado. Rendimento: 1 porção. 86 OVOS MEXIDOS COM COGUMELOS E TOMATE Ingredientes: 2 ovos inteiros 1 colher de chá de azeite extra virgem 1 colher de sopa de pimentão vermelho picado 2 colheres de sopa de tomate italiano picado (sem sementes) 6 colheres de sopa de cogumelos Shimeji picados Sal e pimenta do reino a gosto Folhas de tomilho a gosto Modo de preparo: Bater os ovos com o sal e a pimenta. Reservar. Aquecer o azeite em uma frigideira antiaderente. Refogar o pimentão por cerca de 5 minutos. Acrescentar os ovos batidos e os demais ingredientes e cozinhar em fogo baixo, até que os ovos fiquem firmes, mexendo constantemente. Servir com torradas (sugestão). Rendimento: 1 porção. 87 MINGAU DE QUINOA COM FRUTAS Ingredientes: 5 colheres de sopa de quinoa 150 ml de suco de laranja 3 figos secos picados Canela em pó a gosto e uma pitada de sal Modo de preparo: Colocar todos os ingredientes em uma panela. Deixar ferver, abaixar o fogo, tampar a panela e cozinhar por aproximadamente 20 minutos, até que o líquido seja absorvido. Mexer e despejar em uma tigela. Servir imediatamente (sugestão: com 2 colheres de sopa de creme de leite ou de iogurte). Rendimento: 1 porção. 88 B) Refeições Leves: SANDUÍCHE DE FRANGO DEFUMADO Ingredientes: 1 abacate 4 fatias de pão multigrãos 1 peito de frango defumado fatiado 2 tomates sem sementes picados 2 colheres de chá de molho de pimenta 6 folhas de manjericão rasgadas ¼ de limão 6 folhas de rúcula picadas Modo de preparo: Amassar grosseiramente a polpa do abacate com um garfo e espalhar sobre 2 fatias de pão. Cobrir com a rúcula, o frango defumado e os tomates. Regar com o molho de pimenta. Espalhar as folhas de manjericão por cima e espremer um pouco de limão sobre cada base de sanduíche. Cobrir com as duas fatias restantes. Cortar os sanduíches ao meio e servir. Rendimento: 2 porções. 89 FUSILLI COM QUEIJO E VEGETAIS Ingredientes: 150 gramas de abobrinha italiana cortada em cubos 1 pimentão vermelho pequeno cortado em pedaços 150 gramas de abóbora cortada em cubos 1 dente de alho em lascas 1 colher de sopa de azeite extra virgem 100 gramas de queijo minas amassado 120 gramas de macarrão tipo Fusilli (grano duro) Sal e pimenta do reino a gosto 1 colher de chá de manjerona picada 1 pitada de açafrão Modo de preparo: Pré-aquecer o forno a 200°C. Colocar as abobrinhas, o pimentão e a abóbora e espalhar o alho por cima. Regar com azeite e temperar com o sal e a pimenta. Mexer bem. Assar no forno por cerca de 20 minutos, até os legumes amolecerem (mexer uma ou duas vezes). Cerca de 10 minutos antes de terminar o cozimento, preparar o Fusilli em água fervente (com um fio de óleo ou azeite e sal a gosto). Escorrer bem. Saltear os vegetais em uma frigideira, misturar o açafrão e o queijo minas. Adicionar no Fusilli cozido e misturar. Servir imediatamente, com a manjerona picada por cima. Rendimento: 2 porções. 90 WRAPS DE FRANGO COM MANGA Ingredientes: 1 peito de frango grelhado com cebolas, cortado em cubinhos ½ pimentão verde, cortado em cubinhos 3 fatias de manga, cortada em cubinhos 2 pães-folha 1 colher de sopa de azeite extra virgem 1 colher de chá de vinagre de vinho tinto ½ colher de chá de mostarda de Dijon Uma pitada de pimenta do reino moída e uma pitada de açúcar Modo de preparo: Fazer o molho com o azeite, o vinagre, a mostarda, a pimenta e o açúcar (liquidificar tudo). Misturar o frango, a manga e o pimentão, regar com o molho e misturar bem. Colocar os pães em uma tábua e espalhar metade do recheio no centro de cada folha. Dobrar a extremidade sobre o recheio e enrolar cada wrap. Servir imediatamente. Rendimento: 2 porções. 91 B) Prato proteico: BERINJELAS RECHEADAS Ingredientes: 2 berinjelas 2 colheres de sopa de azeite extra virgem 1 cebola média picada 2 dentes de alho amassados 200 gramas de carne moída 2 tomates italianos, sem pele e picados 1 colher de pasta de tomate seco 1 colher de chá de orégano 50 gramas de queijo parmesão Sal e pimenta do reino moída a gosto 92 Modo de preparo: Pré aquecer o forno a 180°C. Cortar as berinjelas ao meio, no sentido do comprimento e retirar a polpa com uma colher e picar (reservar as cascas). Aquecer o azeite em uma frigideira grande. Refogar a cebola e o alho por cerca de 4 minutos. Juntar a carne moída e dourar. Escorrero excesso de gordura, adicionar a polpa da berinjela e refogar por 5 minutos, aproximadamente. Juntar os tomates, a pasta de tomate seco, o orégano, o sal e a pimenta do reino e cozinhar em fogo baixo por cerca de 10 minutos, mexendo sistematicamente. Acerte o tempero. Disponha as cascas de berinjela na assadeira e encher com o recheio. Polvilhar o parmesão por cima e levar ao forno por 30 minutos (ou até amolecer). Servir quente. Rendimento: 2 porções. 93 COSTELETAS DE PORCO COM MAÇÃ Ingredientes: 1 colher de chá de cominho em pó 1 colher de chá de canela em pó 1 colher de sopa de molho shoyu 2 colheres de sopa de mel 1 colher de sopa de suco de limão 2 costeletas de porco 2 colheres de sopa de óleo vegetal 1 colher de sopa de vinagre balsâmico 2 cebolas roxas médias, cortadas em fatias grossas 2 fatias de abóbora cortada em cubos 1 maçã grande cortada em cubos Sal e pimenta do reino moída a gosto 94 Modo de preparo: Mistura o cominho, a canela, o shoyu, o mel, o suco de limão e um pouco de pimenta. Despejar esta marinada sobre as costeletas e mexer para envolvê-las. Tampar e deixar marinar, sob-refrigeração, por cerca de 1h30min. Pré-aquecer o forno a 200°C. Bater o óleo e o vinagre. Colocar as cebolas, a abóbora e as maçãs na assadeira e temperar com sal e pimenta. Regar com a mistura de óleo e vinagre. Assar por cerca de 30 minutos, até os legumes e a maçã ficarem tenros. Cerca de 15 minutos antes do final do cozimento, grelhar as costeletas (em separado) por cerca de 6 minutos de cada lado. Sirva sobre os legumes e a maçã assada. Rendimento: 2 porções. 95 B) Sobremesas: TAÇA DE FRUTAS COM CHANTILLY Ingredientes: 100 gramas de chantilly 100 gramas de iogurte natural desnatado 10 grãos de uva, cortados ao meio 6 amoras 6 morangos médios, cortados em cubos pequenos Modo de preparo: Misturar bem o chantilly e o iogurte. Desmanchar (sem amassar) as amoras. Juntar com os morangos, os grãos de uva e o chantilly. Servir imediatamente (gelado). Rendimento: 2 porções. 96 MOUSSE CREME DE FRAMBOESA E CACAU Ingredientes: 350 gramas de iogurte natural desnatado 2 colheres de sopa de cacau em pó 1 colher de sopa rasa de açúcar 230 gramas de framboesas 75 gramas de amêndoas sem pele, em fatias finas, e levemente torradas Folhas de hortelã para enfeitar Modo de preparo: Bater o iogurte e o cacau até obter um creme homogêneo. Distribuir a metade deste creme em 4 taças e, por cima, colocar a metade das framboesas. Polvilhar com a metade das amêndoas torradas. Repetir as camadas, sendo que deverá terminar com o iogurte. Lavar à geladeira durante cerca de 2 horas. Na hora de servir, enfeitar cada taça com uma framboesa e folhas de hortelã. Rendimento: 4 porções. As desordens estéticas que acometem a pele estão relacionadas, principalmente, ao estresse oxidativo e ao dano às fibras colágenas. Assim, deve-se priorizar a oferta de compostos antioxidantes: vitaminas A, C e E, além de oligoelementos como cobre, zinco e selênio, e os carotenoides. PREPARAÇÕES/RECEITAS PARA TRATAMENTO DE DESORDENS DA PELE, DAS UNHAS E DOS CABELOS 98 Em relação à acne, o manejo dietético, principalmente relacionado aos carboidratos, pode alterar a produção das glândulas sebáceas, fazendo com que a alimentação influencie o surgimento ou agravamento desta condição. Quanto às unhas, fatores que alteram a composição, a oxigenação e a queratinização diminuem a resistência da matriz ungueal, sendo que especificamente sobre a alimentação, a oferta de biotina deve ser priorizada. Relacionado aos cabelos, destaca-se a importância de oferecer no cardápio as proteínas de alto e baixo valor biológico, vitamina B6, cálcio e potássio, principalmente para colaborar na reestruturação do colágeno. 99 Mediante estas considerações, confira, a seguir, receitas culinárias que priorizam estes componentes alimentares e que são indicadas para tais condições: SUCO VERDE REFRESCANTE Ingredientes: 1 folha picada de couve manteiga 4 rodelas de abacaxi em cubos 150 ml de suco natural de laranja + 100 ml de água gelada 6 rodelas de pepino com casca 6 folhas de hortelã 6 cubos de gelo Modo de preparo: Bater todos os ingredientes no liquidificador por aproximadamente 1 minuto. Servir gelado. 100 SUCO AMARELO Ingredientes: 2 fatias de manga 1 fatia de melão Polpa de ½ maracujá 2 damascos frescos 150 ml de suco natural de laranja 6 cubos de gelo Modo de preparo: Bater todos os ingredientes no liquidificador por aproximadamente 1 minuto. Servir gelado. 101 SUCO TROPICAL DIFERENTE Ingredientes: 1 fatia de mamão ½ cenoura picada 4 damascos secos picados 150 ml de suco de tangerina ou de acerola 1 colher de sopa de mel 6 cubos de gelo Modo de preparo: Bater todos os ingredientes no liquidificador por aproximadamente 1 minuto. Servir gelado. SUCO VERMELHO Ingredientes: 6 morangos médios 6 framboesas 6 cerejas 150 ml de suco de melancia 6 cubos de gelo Modo de preparo: Bater todos os ingredientes no liquidificador por aproximadamente 1 minuto. Servir gelado. 102 SUCO ROXO Ingredientes: 1 colher de sopa de mirtilos 10 amoras pretas 150 ml de suco natural de uva roxa/preta 6 cubos de gelo Modo de preparo: Bater todos os ingredientes no liquidificador por aproximadamente 1 minuto. Servir gelado. 103 VITAMINA SABOROSA Ingredientes: 1 banana média em rodelas 8 morangos médios 2 damascos secos picados 2 castanhas do Brasil picadas ou 2 nozes pecan 150 ml de leite semidesnatado gelado Modo de preparo: Bater todos os ingredientes no liquidificador por aproximadamente 1 2 minutos, até obter uma mistura homogênea. Servir gelado. 104 MÜSLI ESPECIAL Ingredientes: 4 colheres de sopa de aveia 1 colher de sopa de sementes de girassol 1 colher de sopa de sementes de abóbora 1 colher de chá de sementes de chia 1 colher de sopa de uvas passas 100 ml de iogurte natural desnatado 1 nectarina fatiada 1 colher de sopa de mirtilos Modo de preparo: Aquecer uma frigideira. Colocar a aveia e as sementes e toste por cerca de 5 minutos, misturando constantemente, até ficar dourado e crocante. Despejar em uma tigela e deixar esfriar. Juntar as passas e os mirtilos. Cobrir com o iogurte e as fatias de nectarina. Servir. 105 SALADA DE FRANGO GRELHADO Ingredientes: Folhas de rúcula e de alface mimosa roxa 1 pimentão amarelo cortado em cubinhos 1 alcachofra em conserva drenada, cortada em gomos 120 gramas de tomate cereja cortados ao meio 2 kiwis cortados em cubos 1 peito de frango grelhado, fatiado 1 colher de sopa de vinagre de vinho branco (para o molho) 2 colheres de sopa de azeite extra virgem (para o molho) 1 colher de chá de raspas de limão (para o molho) 1 colher de chá de mostarda de Dijon (para o molho) 1 pitada de açúcar (para o molho) Pimenta do reino branca, moída na hora (para o molho) Modo de preparo: Misturar todos os ingredientes do molho e reservar. Dispor as folhas de rúcula e alface em dois pratos e espalhe o pimentão, a alcachofra, os tomates, os kiwis e o frango sobre elas. Regar com o molho. Misturar suavemente e servir. 106 CARNE AO CURRY COM ESPINAFRE Ingredientes: 250 gramas de carne moída magra 1 colher de sopa de óleo vegetal 1 cebola média picada 2 dentes de alho amassados 1 pimenta verde sem sementes e picada 1 colher de chá rasa de cominho em pó 1 colher de chá rasa de coentro em pó 1 colher de chá rasa de canela em pó ½ colher de chá de cúrcuma 2 tomates italianos sem pele, picados 250 gramas de espinafre 107 Modo de preparo: Aquecer uma frigideira antiaderente e fritar a carne sem óleo por cerca de 5 minutos. Transferir para uma travessa. Colocar o óleo em uma panela e fritar a cebola e o alho por cerca de 4 minutos. Juntar as especiarias e fritar por mais 2 minutos. Recolocar a carne moída na panela com os tomates. Deixar ferver e acrescentar um pouco de água, se necessário.Refogar em fogo baixo por cerca de 20 minutos. Misturar o espinafre e cozinhe por mais 2 minutos (até murchar). Servir em seguida. Rendimento: 2 porções. 108 SOPA CREME VERDE Ingredientes: 1 cebola pequena bem picada 1 dente de alho amassado 1 colher de sopa de azeite extra virgem 250 gramas de ervilhas cozidas 250 gramas de vagem cozida 600 ml de caldo de legumes ou de galinha Sal e pimenta do reino moída a gosto Folhas de hortelã e creme de leite para decorar Modo de preparo: Refogar a cebola e o alho no azeite por cerca de 2 minutos. Juntar as ervilhas, a vagem, o caldo de legumes e ferver por aproximadamente por cerca de 3 minutos. Despejar esta mistura no processador ou liquidificador e bater até dissolver tudo. Recolocar na panela, temperar a gosto com sal e pimenta do reino e aquecer. Servir no prato, decorar com creme de leite e folhas de hortelã. Rendimento: 2 porções. 109 TAGLIATELLE COM SALMÃO E COGUMELOS Ingredientes: 1 colher de sopa de azeite extra virgem 1 dente de alho amassado 300 gramas de cogumelos Shitake fatiados 200 gramas de brócolis picado 150 ml de creme de leite 50 ml de vinho branco 300 gramas de salmão grelhado, em lascas 120 gramas de macarrão tipo Tagliatelle Sal e pimenta do reino moída a gosto Modo de preparo: Aquecer o azeite em uma frigideira e refogar o alho e os cogumelos por cerca de 5 minutos. Colocar o brócolis e refogar por cerca de mais 3 a 4 minutos. Misturar o creme de leite, o vinho e o salmão e temperar a gosto, com sal e a pimenta. Cozinhar o macarrão em água fervente, com um fio de óleo e sal. Escorrer bem e misturar com os ingredientes refogados. Servir imediatamente, decorando com folhas de coentro (se desejar). Rendimento: 2 porções. 110 FROZEN DE FRUTAS VERMELHAS Ingredientes: 200 gramas de amoras pretas congeladas 200 gramas de framboesas congeladas 200 gramas de morangos congelados 100 gramas de cerejas congeladas 2 colheres de sopa de açúcar (pó de ser substituído por adoçante) 150 ml de iogurte natural desnatado 2 frutas vermelhas de cada tipo, frescas e picadas, para decorar Modo de preparo: Bater as frutas congeladas com o açúcar e o iogurte no processador (ou liquidificador) até dissolverem e ficarem cremosas. Distribuir em 2 taças e decorar com as frutas picadas. Rendimento: 2 porções. Atualmente, o sobrepeso e a obesidade são condições clínicas cada vez mais presentes na população mundial. Muitas são as causas que levam ao excesso de peso, entretanto, os maus hábitos alimentares apresentam relação direta com tal situação. Quando junta-se as práticas alimentares inadequadas com o sedentarismo, principalmente no tocante ao excesso calórico, a tendência ao agravamento da condição aumenta consideravelmente. PREPARAÇÕES/RECEITAS COM FOCO EM EMAGRECIMENTO: BAIXAS CALORIAS, TERMOGÊNICAS E QUE PROPORCIONEM SACIEDADE Sabe-se, igualmente, que a obesidade possui forte correlação com o surgimento ou de outras enfermidades, especialmente as Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT). Desta forma o nutricionista, enquanto profissional de saúde, precisa atuar fortemente no sentido de desenvolver e aplicar ações/intervenções que possam colaborar com a modificação deste cenário de desequilíbrio nutricional. Uma estratégia benéfica, que auxilia na redução de peso e estimula hábitos alimentares saudáveis é proporcionar ao indivíduo opções de cardápios e/ou preparações que, além de serem nutricionalmente adequados, apresentem adaptações a sua realidade econômica, social, familiar e profissional. 113 Neste contexto, destaca-se a importância de planejar preparações com redução de calorias, de gorduras, de carboidratos simples e aqueles com elevado índice glicêmico, sendo também relevante controlar a oferta de sódio. Ainda, a utilização de alimentos funcionais poderá auxiliar no controle da ingestão alimentar (poder de saciedade, principalmente relacionado às fibras alimentares) e aumentar o gasto energético (com o uso de termogênicos). Salienta-se que outros compostos funcionais podem, igualmente, contribuir para as outras comorbidades que podem relacionadas à obesidade, tais como os flavonoides, ômega-3 e fitoesterois. 114 Diante disso, estão listadas, a seguir, receitas culinárias que apresentam estes compostos alimentares e que podem ser oferecidas para indivíduos que se encontram com excesso de peso: SUCO MIX DE FRUTAS Ingredientes: 1 kiwi médio picado 1 maçã média picada (com casca) 1 rodela grossa de abacaxi 1 folha de couve picada 1 colher de chá de gengibre sem casca, picado 250 ml de água gelada Modo de preparo: Bater todos os ingredientes no liquidificador por aproximadamente 1 minuto. Servir gelado. Rendimento: 1 porção. 115 SUCO VERDE DIFERENTE Ingredientes: 1 fatia de melão 1 maçã verde com casca, picada 1 rodela de abacaxi 200 ml de chá verde gelado Modo de preparo: Bater todos os ingredientes no liquidificador por aproximadamente 1 minuto. Servir gelado. Rendimento: 1 porção. SUCO CÍTRICO Ingredientes: ½ limão picado (com casca) 1 laranja descascada 1 tangerina descascada 150 ml de água gelada ½ colher de cafezinho de canela em pó Modo de preparo: Bater todos os ingredientes no liquidificador por aproximadamente 1 minuto. Servir gelado. Rendimento: 1 porção. 116 SALMÃO COM CROSTA DE LINHAÇA E GENGIBRE Ingredientes: 500 gramas de filé de salmão Sal e pimenta do reino moída a gosto Suco de ½ limão Crosta: 1 xícara de chá de farinha de linhaça dourada, 1 colher de sopa de azeite de oliva, 1 colher de sopa de gengibre ralado, 1 dente de alho amassado. Modo de preparo: Temperar o salmão com sal, pimenta do reino moída e limão. Reservar. Misturar todos os ingredientes da crosta e, em seguida, espalhar a mistura sobre o salmão e levar para assar (assadeira antiaderente) em forno preaquecido até a crosta ficar dourada. Ter cuidado para não deixar o salmão ressecar. Rendimento: 2 porções. 117 ARROZ INTEGRAL COM BRÓCOLIS E COGUMELOS Ingredientes: 1 xícara de arroz integral 3 ramos de brócolis, picados 2 xícaras de cogumelos Shimeji, picados 1 dente de alho amassado ½ cebola média picada 10 unidades de pimenta biquinho 1 colher de sopa de molho shoyu light 1 colher de sopa de azeite de oliva extra virgem Modo de preparo: Cozinhar o arroz com 3 xícaras de água fervendo, em fogo brando, por aproximadamente 45 minutos. Cozinhar ligeiramente o brócolis em água fervente, com sal à gosto, até ficar “al dente”. Reservar. Em uma frigideira, aquecer o azeite e refogar a cebola e o alho por cerca de 3 a 4 minutos. Acrescentar o brócolis cozido, os cogumelos e a pimenta e refogar por cerca de 3 minutos. Após desligar o fogo, mistura o molho shoyu. Misturar este refogado ao arroz pronto. Servir quente. Rendimento: 2 porções. 118 SALADA TROPICAL COM FRUTAS Ingredientes: ½ peito de frango cozido e desfiado (temperar com sal, orégano e pimenta do reino branca) 200 gramas de brotos de alfafa ou de trevo 2 colheres de sopa de castanha do Brasil picada 1 cenoura cozida, cortada em cubinhos 10 tomates cereja cortados ao meio 2 fatias de manga cortadas em cubinhos 8 folhas de chicória Modo de preparo: Misturar delicadamente todos os ingredientes, exceto as folhas de chicória. Dispor as folhas em uma travessa e, no centro, colocar os demais ingredientes que foram misturados. Servir. Rendimento: 2 porções. Colocar com baixo índice glicêmico: lentilha, soja, pera, pêssego, amora, cereja, ameixa, morango, batata doce. 119 RISOTO DE ASPARGOS E ABOBRINHA Ingredientes: 150 gramas de aspargos verdes (in natura), picados grosseiramente 1 abobrinha italiana pequena, fatiada e cortada em quartos 1 cebola pequena picada 1 dente de alho amassado 1 colher de sopa de azeite extra virgem 120 gramas de arroz para risoto 80 ml de vinho branco 3 colheres de sopa de requeijão light 1 colher de sopa de queijo parmesão light 2 colheres de chá de endro picado (pode ser substituído
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