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introdução a psicopedagogia hoje

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1 
 
Disciplina: Introdução à psicopedagogia 
Autora: M.e Eliana Nunes Maciel Bastos 
Revisão de Conteúdos: Esp. Alexandre Kramer Morgenterm 
Revisão Ortográfica: Esp. Juliano de Paula Neitzki 
Ano: 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
 
2 
 
Eliana Nunes Maciel Bastos 
 
 
 
 
 
Introdução à psicopedagogia 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2019 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
Editora São Braz 
Rua Cláudio Chatagnier, 112 
Curitiba – Paraná – 82520-590 
Fone: (41) 3123-9000 
 
 
 
 
 
Coordenador Técnico Editorial 
Marcelo Alvino da Silva 
 
Revisão de Conteúdos 
Alexandre Kramer Morgenterm 
 
Revisão Ortográfica 
Juliano de Paula Neitzki 
 
Desenvolvimento Iconográfico 
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
BASTOS, Eliana Nunes Maciel. 
Introdução à psicopedagogia / Eliana Nunes Maciel Bastos. – Curitiba: Editora 
São Braz, 2019. 
56 p. 
ISBN: 978-85-5475-440-2 
1. Aprendizagem. 2. Ensino. 3. Processo. 
Material didático da disciplina de Introdução à psicopedagogia – Faculdade São 
Braz (FSB), 2019. 
Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
Prefácio ..................................................................................................... 06 
Aula 1 – Breve histórico da educação e fundamentos da psicopedagogia: 
definindo o objeto de estudo ...................................................................... 
 
07 
Apresentação da Aula 1 ............................................................................ 07 
1.1 Resgate histórico e os fundamentos da psicopedagogia ........... 07 
1.2 O objeto de estudo da psicopedagogia ...................................... 13 
Conclusão da Aula 1 .................................................................................. 18 
Aula 2 – Embasamento teórico do trabalho psicopedagógico .................... 18 
Apresentação da Aula 2 ............................................................................ 18 
2.1 Inferências sobre as teorias que regem o trabalho 
psicopedagógico ........................................................................................ 
 
19 
Conclusão da Aula 2 ................................................................................. 29 
Aula 3 – A crescente profissionalização do Psicopedagogo ...................... 30 
Apresentação da Aula 3 ............................................................................ 30 
3.1 A profissionalização do psicopedagogo ..................................... 30 
3.2 Ênfase nos aspectos legais da profissionalização do 
psicopedagogo .......................................................................................... 
 
39 
Conclusão da Aula 3 .................................................................................. 40 
Aula 4 – Um pouco de ética e psicopedagogia .......................................... 41 
Apresentação da Aula 4 ............................................................................. 41 
4.1 Compreensões acerca da Ética ................................................. 41 
4.2 O Código de Ética do Psicopedagogo ......................................... 46 
4.3 Considerações sobre a psicopedagogia na contemporaneidade. 49 
Conclusão da Aula 4 ................................................................................. 51 
Conclusão da disciplina ............................................................................ 53 
Índice Remissivo ........................................................................................ 61 
Referências ............................................................................................... 62 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Prefácio 
 
 Nesta disciplina serão abordados conceitos relevantes sobre a temática 
da psicopedagogia, enfatizando o trabalho do psicopedagogo diante das 
necessidades singulares do sujeito que está envolto ao processo de 
aprendizagem. Também será feita uma análise de apontamentos históricos e 
políticos da Psicopedagogia no Brasil e no mundo, que são relevantes para a 
formação de aprendizagens psicopedagógicas significativas. 
No primeiro encontro será feito um breve histórico da educação e 
fundamentos da psicopedagogia, definindo o seu objeto de estudo, que é o 
processo de aprendizagem. 
Na segunda aula será abordado o embasamento teórico do trabalho 
psicopedagógico, destacando correntes teóricas como: Behaviorismo, 
Humanismo, Psicanálise, Associacionismo e Construtivismo. Utilizando, 
principalmente, as inferências de Bossa (2011), serão propostas discussões 
sobre as influências dessas correntes na atuação psicopedagógica 
contemporânea. 
O terceiro encontro tem como tema principal: a crescente 
profissionalização do psicopedagogo, em que serão destacadas características 
do exercício de sua atividade, como também os aspectos normativos que estão 
em vigência sobre a profissionalização desse profissional. 
E no último momento de aula a discussão se dará sobre as compreensões 
acerca da ética. O Código de Ética do Psicopedagogo, no Brasil, também estará 
no foco das discussões propostas, e ao final será feita uma reflexão sobre a 
psicopedagogia na contemporaneidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Aula 1 – Breve histórico da educação e fundamentos da psicopedagogia: 
definindo o objeto de estudo 
 
Apresentação da aula 1 
 
Neste primeiro encontro, faremos um resgate histórico da 
psicopedagogia, destacando pontos centrais da história mundial que permeiam 
esta discussão teórica, a qual chega como uma inovadora ferramenta no 
contexto educacional, objetivando favorecer o processo de ensino e 
aprendizagem dos educandos. Serão feitas reflexões acerca da psicopedagogia 
e seu papel no âmbito educativo, sublinhado o seu objeto de estudo. 
 
1.1 Resgate histórico e os fundamentos da psicopedagogia 
 
Segundo as pesquisas efetuadas, a psicopedagogia surgiu na França, no 
final do século XIX, mediante a preocupação de sanar as dificuldades de 
aprendizagens das crianças, já em uma perspectiva de entender o sujeito 
educando em sua individualidade. 
Esse olhar sobre a singularidade do indivíduo diante do processo de 
ensino e aprendizagem despertou indagações de diversos profissionais, como 
médicos, psicólogos, professores e fonoaudiólogos, os quais, juntamente, 
buscavam explicações científicas para o problema de aprendizagem da criança. 
Nesse ínterim histórico, a criança era totalmente, responsávelpelo seu problema 
de aprendizagem. De uma maneira física e/ou biológica, o ser humano era 
analisado, não levando em conta as influências recebidas de suas relações 
sociais, por exemplo, então, um fato biológico era diagnosticado no corpo da 
criança e assim, apontamentos acerca de um atendimento especializado para 
aquele indivíduo desencadeava-se a partir das compreensões dos profissionais 
envolvidos em sua avaliação. 
Sobretudo, a psicopedagogia nasce com a intenção de analisar a criança 
em sua especificidade e ajudá-la a encontrar os possíveis caminhos em prol de 
um processo de aprendizagem, que seja promissor ao seu desenvolvimento 
como sujeito humano em seu meio social de convivência, em outras palavras, a 
psicopedagogia é uma ferramenta educacional que deve proporcionar condições 
 
 
8 
 
favoráveis para o pleno desenvolvimento do sujeito educacional, fazendo com 
que este desenvolva suas habilidades da melhor maneira possível, sendo 
respeitado como sujeito do seu processo educativo em todos os seus aspectos 
específicos de indivíduo humano. 
Vocabula rio 
Psicopedagogia: é o ramo da psicologia que tem atenção 
aos fenômenos de foro psicológico para chegar a uma 
formulação mais adequada dos métodos didáticos e 
pedagógicos. 
 
 
Historicamente, a compreensão sobre a psicopedagogia vem sendo 
modificada, por intermédio dos estudos mais aprofundados sobe o processo de 
desenvolvimento do sujeito humano. A princípio, o trabalho estava voltado 
especificamente para a criança individualmente, até que as técnicas de trabalhos 
psicopedagógicos foram evoluindo para o atendimento coletivo, valorizando 
assim a participação do outro no processo educativo, construindo métodos que 
valorizam a intensidade das relações humanas, tendo o intuito de encontrar 
caminhos para que o sujeito construa sua apreensão de conhecimentos diante 
do seu mundo com maior autonomia e de acordo com suas características 
peculiares. 
Nos autores Bossa (2011) e Masini (2006), é encontrado embasamento 
teórico para tais inferências históricas sobre a psicopedagogia, sublinhando que 
este ramo do conhecimento vem para o mundo educacional como uma inovadora 
possibilidade para que os profissionais da educação entendam melhor os seus 
sujeitos educandos e possam, assim, estimular estes a se desenvolverem de 
maneira integral. Sob essa ótica, é possível abordar que a psicopedagogia vem 
contribuir também para uma formação humanística dentro das ambiências 
educacionais, pois preocupa-se em encontrar soluções para a aprendizagem do 
sujeito em sua individualidade, valorizando as características ímpares de cada 
educando inserido no âmbito escolar, para então promover melhores condições 
de aprendizagens a todos os partícipes do contexto educacional, efetivando, 
 
 
9 
 
assim, ações educativas que valorizam a propagação do bem comum com 
veemência. 
Masini (2006) afirma que em 1946 foram fundados, em Paris, os primeiros 
centros médicos-psicopedagógicos, os quais eram utilizados para solucionar os 
problemas de aprendizagem e comportamentos das crianças na escola; já se 
tinha o atendimento individual e coletivo dos indivíduos. Isso dava continuidade 
ao entendimento de que era necessário compreender também as relações do 
indivíduo com o seu meio, com os seus pares e não somente os fatores 
biológicos e/ou físicos que afetavam o sujeito infantil. 
Saiba Mais 
Os centros médicos-psicopedagógicos foram fundados em 
Paris por J. Boutonier e George Mauco para solucionar os 
problemas de aprendizagem e comportamentos. Os centros 
contavam com equipes de médicos, psicólogos, psicanalista, 
pedagogos, reeducadores de psicomotricidade, da escrita e 
grafia. O médico era responsável pelo diagnóstico: realizados 
a partir de dados da investigação familiar, condições de vida, 
atmosfera familiar, relações conjugais, métodos educativos, 
resultados de teste de Q.I.- época em que os testes de 
inteligências eram considerados de alta credibilidade. Após o 
diagnóstico, o médico dava orientações para o tratamento, 
quer de reeducação, quer de terapia. Nesse enfoque de 
trabalho, o diagnóstico pedagógico visava esclarecer a 
inadaptação escolar e social e corrigi-la. 
(MASINI, 2006, p. 250, 251). 
 
Bossa (2011) discorre que os centros médicos-psicopedagógicos eram 
dirigidos por pessoas ligadas à saúde e à educação, ou seja, eram profissionais 
que trabalhavam juntos no diagnóstico da criança e em seu tratamento, porém, 
a palavra final quanto ao diagnóstico do cliente dos centros era do médico. 
Nesse momento histórico do desenvolvimento da psicopedagogia, mais 
especificamente no ano de 1948, surge o termo de definição para os 
atendimentos realizados nos centros de Paris: a pedagogia curativa. De acordo 
com Bossa (2011, p. 60), essa compreensão permeava a visão terapêutica das 
ações realizadas no atendimento das crianças em tais centros, que se dava de 
maneira individual e em grupos. 
 
 
10 
 
 
É importante sublinhar a data de 1948, em que a “pedagogia 
curativa” é destacada como um termo de definição para o 
tratamento psicopedagógico nos centros de atendimentos em 
Paris. Esse período é designado como o pós-guerra (a segunda 
guerra mundial terminou em 1945); a Europa foi muito afetada, 
toda a sociedade sofreu com as consequências da guerra. Assim 
também as pessoas estavam muito preocupadas com a 
propagação do bem-estar dos sujeitos humanos de modo geral, 
muitas discussões e ações acerca do desenvolvimento da 
criança (entendendo que esta é o futuro da sociedade, sendo 
assim o futuro promissor para uma realidade devastada pela 
guerra) foram criadas. Então, entende-se a conjectura do termo 
pedagogia curativa, bem como a relevância de aplicar os 
conhecimentos adquiridos por meio da psicopedagogia neste 
contexto de sociedade. Ainda é bom lembrar que em 1948 foi 
promulgada a Declaração Universal de Direitos Humanos 
(DUDH). 
 
O trabalho da psicopedagogia estava voltado totalmente para a 
amenização do fracasso escolar do educando. 
A psicopedagogia chega à América do Sul em 1956, já estruturada em 
curso para formação de profissionais que atuavam e/ou atuarão na educação. 
Em Buenos Aires, o curso de psicopedagogia ganha repercussão, educadores 
argentinos vêm disseminar no Brasil tal conhecimento na década de 1970 
(BOSSA, 2011). 
O problema de aprendizagem nesse período histórico do século XX 
estava centrado nas causas orgânicas, principalmente. No contexto brasileiro, 
pouco se discutia acerca das influências sociais e culturais frente aos problemas 
de aprendizagens das crianças. Muito embora, havia grandes movimentos em 
prol de uma educação inovadora, após as lutas incessantes da década de 30 
(Movimento da Escola Nova), por exemplo. Porém, vale ressaltar o golpe militar 
de 1964, no século XX, o qual fez “benfeitorias” em alguns aspectos 
organizacionais da educação nacional, sobretudo, os retrocessos foram maiores 
no que diz respeito à democratização e humanização do ensino, a inovação nos 
métodos didáticos diante do atendimento singular do educando, enfim, nesse 
período a primazia do atendimento educacional foi fundamentada na tendência 
tradicional de educação. Dessa maneira, entende-se que a discussão sobre 
psicopedagogia na década de 70, no século XX, no Brasil, em pleno regime 
 
 
11 
 
governamental militar, foi sem sombra de dúvida um trabalho árduo de 
educadores compromissados com a feitura de uma educação preocupada em 
atender o sujeito humano com integralidade e respeito à sua singularidade 
humana. 
Esta construção histórica, política e conceitual da psicopedagogia tem 
sido progressiva, de maneira que deixa o seu legado positivo no meio educativo, 
contribuindo para a formulação de posturas pedagógicas que estão cada vez 
mais engajadas frente às políticas públicas contemporâneas de atender os 
educandos em suas especificidades, valorizando, assim, as singularidades dossujeitos, de acordo com a diversidade intrínseca nos âmbitos escolares, fazendo 
com que todos os partícipes sintam-se acolhidos no sistema escolar e tenham 
condições de desenvolverem-se de acordo com suas peculiaridades, 
encontrando profissionais com competência técnica e teórica de conduzir o 
processo de ensino e aprendizagem por meio de uma mediação humanística e 
emancipatória. 
Bossa (2011) destaca que no final da década de 1970 é criado o primeiro 
curso regular em psicopedagogia no Instituto Sedes Sapientiae, na cidade de 
São Paulo. Outro grande precursor da psicopedagogia no país foi o estado do 
Rio Grande do Sul, que também divulgou muito, na década de 70, os 
ensinamentos sobre a psicopedagogia. 
 
Curiosidade 
Segundo Sampaio (2004), Jorge Visca (1935-2000) foi outra 
personalidade importante e decisiva na história da 
Psicopedagogia no Brasil, já que foi um dos primeiros a 
praticá-la aqui no país, tendo destaque na fundação do 
centro de estudos psicopedagógicos de Curitiba e de uma 
clínica comunitária para tratar problemas de aprendizagem. 
Disponível em: 
https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/234/258 
 
Os conhecimentos psicopedagógicos estão presentes na história recente 
do Brasil, mas, mesmo assim, têm contribuído muito para as discussões e ações 
em prol da melhoria na qualidade educacional, ajudando assim a garantir o 
 
 
12 
 
direito constitucional de acesso e permanência na escola de todos os 
educandos, de maneira que quando o educando é compreendido em sua 
totalidade é mais possível conceber um processo educativo inclusivo, o qual 
possa sanar as necessidades reais de aprendizagens do sujeito, fazendo com 
que este aprenda qualitativamente e permaneça na escola o tempo que for 
necessário para a sua formação integral como cidadão, dessa e da vindoura 
sociedade, de forma autônoma. 
Nesta análise histórica da psicopedagogia no Brasil, outro destaque a ser 
feito é a criação da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABP), fundada em 
1988, a qual se derivou da Associação Paulista de Psicopedagogia (1980). 
 
Saiba Mais 
Acesse o site da Associação Brasileira de Psicopedagogia e 
aguce mais sua curiosidade epistemológica acerca dos fatos 
que permeiam a Psicopedagogia no Brasil contemporâneo. 
Disponível em: 
https://www.abpp.com.br/index.html 
 
Pesquise 
Pesquise mais sobre a trajetória histórica da Psicopedagogia 
no mundo: 
 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idioma
s/trajetoria-historica-da-psicopedagogia/62523 
 
https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/234/258 
 
https://pt.slideshare.net/9972salo/dissertao-de-mestrado-
fatima-psicopedagogia 
 
 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/trajetoria-historica-da-psicopedagogia/62523
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/trajetoria-historica-da-psicopedagogia/62523
https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/234/258
 
 
13 
 
1.2 O objeto de estudo da psicopedagogia 
 
Processo de ensino e aprendizagem 
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/um-menino-na-sala-de-aula-com-fundo-do-
quadro-negro_5111905.htm 
 
De acordo com os estudos realizados acerca da psicopedagogia, é 
possível inferir que o seu objeto central de estudo é o processo de ensino e 
aprendizagem, entendo que esse objeto é conduzido por sujeitos humanos, os 
quais são dotados de complexidades e precisam ser vistos em suas 
singularidades, a fim de que sejam encontradas estratégias que sejam 
relevantes para a aquisição de aprendizagens relevantes para o 
desenvolvimento integral do educando. 
Entende-se que o processo de aprendizagem é permeado de 
circunstâncias internas e externas do mundo educativo, bem como de que o 
sujeito ator desse processo tem relações diversas e difusas consigo mesmo e 
com os seus pares, e para que a psicopedagogia faça o seu papel com maestria 
é necessário conhecer esse tal sujeito do processo de aprendizagem em sua 
totalidade, por meio dos conhecimentos específicos que podem delinear as 
necessidades especiais dos estudantes para aprender dentro do contexto 
escolar. 
Dentro de uma perspectiva inclusiva da educação contemporânea, a 
autora Mantoan (2003) sublinha que todos devem ser incluídos no processo 
educativo, quer sejam diagnosticados com alguma especificidade orgânica que 
depende de atendimento especializado ou não, compreendendo assim que 
 
 
14 
 
todos os sujeitos educandos são singulares e possuem suas maneiras próprias 
de aprender. Assim, a psicopedagogia é um instrumento fundamental sob essa 
ótica de entender que todos precisam ser incluídos no processo de ensino e 
aprendizagem, sendo respeitados em suas singularidades, portanto, o professor 
precisa renovar suas estratégias de ensino constantemente, dialogando, 
pesquisando e inovando suas posturas diante dos seus educandos, sobretudo, 
os saberes da psicopedagogia são imprescindíveis para que a prática inclusiva 
seja mais consistente e/ou real nos âmbitos educacionais vigentes. 
Para Refletir 
A dinâmica histórico-social determinou a necessidade de um 
profissional que respondesse aos graves problemas que a 
Pedagogia enfrentava: crise na escola, métodos 
inadequados, aumento de matrículas diante da expansão 
demográfica do pós-guerra, evasão escolar, repetência e 
sérias dificuldades na aprendizagem sistemática. Dessa 
forma, a psicopedagogia inscreve-se no âmbito 
pedagógico, dada a necessidade de orientar o processo 
educativo, oferecendo um conhecimento mais profundo 
dos processos de desenvolvimento, maturidade e 
aprendizagem humana. 
(BOSSA, 2011, p. 63). 
 
O processo de ensino e aprendizagem implica a percepção de tantos 
saberes no decorrer do cotidiano educativo, que é permeado por relações 
humanas diversas e difusas, as quais precisam ser mediadas da melhor maneira 
possível por professores e profissionais da educação que estejam realmente 
comprometidos em realizar suas tarefas em prol do desenvolvimento da pessoa 
humana. Para tal feitura, é imprescindível citar Paulo Freire, que por intermédio 
dos seus escritos feitos há tanto tempo deixa inspiração para a prática educativa 
contemporânea: “Não há educação sem amor. O amor implica luta contra o 
egoísmo. Quem não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar...” 
(FREIRE, 1979, p. 29). E é sob a atmosfera de amorosidade que a prática 
psicopedagógica deve ser efetivada nos interiores das ambiências escolares, 
pois não se pode efetivar uma relação saudável com outro humano se não o 
amar como ser da mesma espécie, mas que possui toda a sua especificidade 
em ser e estar no mundo. 
 
 
15 
 
Portanto, o estudo da psicopedagogia implica as relações do sujeito com 
o seu processo de construção do conhecimento, como também suas relações 
com os semelhantes no ínterim do desenvolvimento de tal processo na 
ambiência escolar e o todo que envolve o processo de desenvolvimento 
educacional. 
Falar do objeto de estudo da psicopedagogia consiste também em 
discorrer sobre a formação humana, vendo e percebendo o educando como um 
sujeito em formação, o qual precisa ser, prioritariamente, estimulado a viver com 
harmonia mediante suas relações com os seus semelhantes, propiciando assim 
a feitura de um mundo mais ameno, menos injusto, onde se configure a 
propagação do bem comum. 
Para tanto, faz-se menção dos escritos de Alarcão (2001) acerca da 
relevância das pessoas no processo de aprendizagem escolar, compreendendo 
que a educação acontece por e pelas pessoas, e que elas devem ser 
inteiramente valorizadas e respeitadas na condução do ensino. Assim sendo, 
essas inferências corroboram a importância da psicopedagogia para o 
desenvolvimento promissor de aprendizagens para e com as pessoas, pois 
busca-se pelos conhecimentos psicopedagógicos encorajar, estimular e 
possibilitar nas pessoas melhores e maiores potenciais de desenvolvimento de 
acordo com suas singulares características.Ví deo 
Reflita sobre o cotidiano escolar e a relevância dos 
conhecimentos propagados pela Psicopedagogia, assistindo ao 
vídeo: Como eu ensino a aprender? 
Acesse em: 
https://www.youtube.com/watch?v=hMQ9EGlvad8 
 
Bossa (2011) defende que a psicopedagogia deve favorecer o processo 
de ensino e aprendizagem, diminuindo ou extirpando o fracasso escolar da 
escola, por meio de capacitações dos profissionais da educação, os quais 
estejam engajados no atendimento integral dos seus educandos. E que também 
o fracasso escolar é tido como um sintoma diante das realidades escolares 
contemporâneas, sendo necessário repensar o ambiente de ensino e suas 
formas de ensinar instauradas há tanto tempo, as quais precisam ser 
 
 
16 
 
reestruturadas para que as relações educativas sejam efetivamente propulsoras 
de aprendizagens significativas aos estudantes. 
Assmann (1998) disserta acerca da relevância do professor entusiasmado 
no seu cotidiano educativo, a fim de reencantar a educação. Assim sendo, tal 
autor também corrobora os ideários da psicopedagogia, pois, para que as ideias 
psicopedagógicas favoreçam os processos de aprendizagem dentro da escola, 
é necessário que haja professores comprometidos com entusiasmo pelos seus 
papéis de ensinar com qualidade, de transpor as barreiras das dificuldades, das 
adversidades comuns em grupos humanos heterogêneos que se reúnem na 
instituição escolar com o intuito de construírem conhecimentos. 
 
Para Refletir 
É preciso, sobretudo, e aí já vai um destes saberes 
indispensáveis, que o formando, desde o princípio mesmo de 
sua experiência formadora, assumindo-se como sujeito 
também da produção do saber, se convença definitivamente 
de que ensinar não é transferir conhecimento, mas sim criar 
as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. 
(FREIRE, 1996, p. 24, 25). 
 
Sabe-se que a sociedade é complexa e permeada por tecnologias, as 
quais têm muitas vezes prejudicado as relações pessoais, trazendo prejuízos 
aos desenvolvimentos das crianças, por exemplo. Com isso, elas têm 
apresentado problemas em seus comportamentos com os seus pares na escola, 
devido ao enorme tempo que passam desde muito cedo em frente a celulares 
interagindo no mundo virtual com jogos, aplicativos e afins. Contudo, essas e 
outras características do mundo moderno levam inquietações urgentes ao 
mundo escolar, o qual deve ser repensado, e como bem nos inspira Morin 
(2000), é necessário reformular os atos educacionais que atendam às exigências 
da contemporaneidade, sublinhando a diversidade em todos os seus aspectos, 
sobretudo, respeitando e valorizando a pessoa humana em sua especificidade. 
Todas essas discussões e/ou reflexões coadunam com a objetividade da 
psicopedagogia, a qual perpassa por todos os aspectos do processo de ensino 
e aprendizagem, provocando o sujeito professor e/ou o psicopedagogo a buscar 
 
 
17 
 
um pleno entendimento dos seus educandos, procurando saber sobre suas 
histórias de vida, a fim de elaborar estratégias que sejam efetivas na busca por 
uma aquisição de aprendizagens significativas para suas vidas em sociedade, 
construindo, assim, conhecimentos autônomos e revolucionários para e nas 
suas trajetórias cidadãs. 
Dessa forma, a psicopedagogia une-se aos ideários contemporâneos de 
luta por uma educação humanística, emancipatória, inclusiva, na qual todos os 
partícipes têm o direito de acesso e permanência na escola, como também de 
prosseguirem os seus estudos com qualidade, aprendendo conhecimentos 
significativos para que se desenvolvam autonomamente e ajam com 
protagonismo na sociedade. 
 
Importante 
Sabemos que para aprender é necessário um ensinante e um 
aprendente que entrem em relação. Isso é algo indiscutível 
quando se fala de métodos de ensino e de processos de 
aprendizagem normal; não obstante, costuma-se esquecê-lo 
quando se trata de fracasso de aprendizagem. Aqui parceria, 
então, que só entra em jogo o aprendente que fracassa. Como 
se não pudesse falar de ensinantes ou de vínculos que 
fracassam ou produzem sintomas. Por ensinantes, entendo 
tanto o docente ou a instituição educativa, como o pai, a mãe, o 
amigo ou quem que seja investido pelo aprendente e/ou pela 
cultura, para ensinar. 
(FERNANDEZ, 1991, p. 32). 
 
A psicopedagogia chega à história mundial com o intuito de encontrar 
novos caminhos para a aprendizagem do educando, tendo isso como objeto 
central do seu estudo. Assim, com o passar do tempo, a criança é compreendida 
como um sujeito complexo, que recebe influências dos seus meios de vivência, 
surgindo então a preocupação frente ao processo de ensino e aprendizagem, o 
qual envolve não só a criança, mas todas as suas relações para a formulação de 
aprendizagens, e a psicopedagogia se propõe a encontrar estratégias que 
favoreçam a apreensão de aprendizagens significativas pelos educandos. 
 
 
 
18 
 
Conclusão da aula 1 
 
O objeto de estudo da psicopedagogia foi sendo reelaborado no decorrer 
dos últimos anos, para então, na contemporaneidade, mediante todas as 
complexidades do mundo moderno, inferir que o foco da psicopedagogia é o 
processo de ensino e aprendizagem e suas nuances. Haja vista todos os 
aspectos que permeiam a vida do sujeito, suas relações com o conhecimento e 
com o seus pares, todas as circunstâncias envoltas no sistema escolar 
interferem de alguma maneira no processo de aprendizagem dos educandos, e 
a psicopedagogia deve investigar todos esses contextos, a fim de favorecer 
caminhos propícios para a aprendizagem do educando, de acordo com sua 
singularidade. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Escreva em até 10 linhas sua compreensão acerca do objeto 
de estudo da psicopedagogia, sublinhando sua opinião sobre 
esta discussão proposta em nossa aula. 
 
 
 
Aula 2 – Embasamento teórico do trabalho psicopedagógico 
 
Apresentação da aula 2 
 
Em nosso segundo encontro, iremos destacar os fatos históricos e 
teóricos que fundamentam o trabalho da psicopedagogia, principalmente, dentro 
das ambiências educacionais, fazendo sempre uma reflexão plausível sobre tais 
inferências frente à realidade contemporânea dos desafios no cotidiano das 
relações entre os sujeitos educativos no chão da escola. O objetivo é, contribuir 
para sua aprendizagem crítica acerca da psicopedagogia, fazendo desse 
conhecimento uma ferramenta primordial na busca por uma educação mais 
qualitativa e/ou significativa para os educandos. 
 
 
19 
 
2.1 Inferências sobre as teorias que regem o trabalho psicopedagógico 
 
É relevante destacar que a psicopedagogia tem característica 
interdisciplinar, o que já fica explícito em sua terminologia, entendendo já em um 
primeiro momento que o termo está estruturado em concepções da psicologia e 
da pedagogia, entretanto abrange ainda áreas do conhecimento da psicanálise, 
da epistemologia, da linguística e a neuropsicologia, entre outras áreas do 
conhecimento. Essas áreas são destacadas por Bossa (2011), que discorre que 
todas elas devem ser utilizadas simultaneamente, com o intuito de compreender 
e guiar o educando por caminhos que o levem a superar suas dificuldades de 
aprendizagem, fazendo-o ter sucesso em seus processos de ensino e 
aprendizagem, de acordo com suas singularidades. 
Tais inferências acerca das áreas de conhecimento que influenciam a 
psicopedagogia são um exemplo claro de que o indivíduo é visto sob a ótica 
psicopedagógica como um ser social complexo, o qual precisa ser tratado pelo 
processo escolar como alguém que possui características ímpares advindas de 
todos os seus contextos de convivência. Portanto, é necessário conhecer 
distintas ciências para aplicá-las ao processo de atendimento do educando sob 
uma perspectiva de estimular o sujeito em suas reais necessidades de 
desenvolvimento. 
Sobre as correntes teóricas que influenciam e influenciaram o estudo e 
aplicabilidade da psicopedagogia, destacam-senas décadas de 1960 e 1970 (do 
século XX): o Behaviorismo e o Humanismo. 
O Behaviorismo é uma teoria psicológica sobre o comportamento 
humano, que tem Skinner como seu principal representante. O termo é 
proveniente do inglês britânico behaviour ou do inglês americano behavior e 
significa conduta e/ou comportamento. Tal teoria é considerada por muitos 
teóricos paradoxal dentro da psicologia. 
Vocabula rio 
Paradoxal: algo que contém ou envolve um paradoxo, ou 
seja, é incoerente ou absurdo; contraditório, ridículo, 
esquisito, disparatado, insensato. 
 
 
20 
 
O Humanismo como teoria psicológica foca no indivíduo como sujeito 
que possui o livre arbítrio e deve usar o seu poder criativo a partir da 
espontaneidade. Diverge com o Behaviorismo, pois não aceita a ideia de o ser 
humano ser uma máquina ou animal, sujeitos aos processos de 
condicionamentos, por exemplo. O americano Abraham Maslow (1908 – 1970) 
e o também americano Carl Rogers (1902 – 1987) foram grandes representantes 
teóricos da Psicologia Humanista. 
Importante 
Nos anos 1960 e 1970, as correntes teóricas, principalmente, 
utilizadas na Psicopedagogia eram o Behaviorismo e o 
Humanismo. O Behaviorismo tinha o estimulo e resposta como 
parte essencial. Enquanto que o Humanismo propunha fazer a 
vontade do ser que aprende. O ser humano como ser histórico 
e social não era valorizado. 
 (MARTINI, 1994, p. 03) 
 
As duas teorias psicológicas citadas trazem no teor do seu estudo a 
compreensão do indivíduo humano. Dentre suas distintas compreensões acerca 
do humano e suas relações de desenvolvimento consigo mesmo e com o mundo 
externo está um ponto em comum, que é a busca pela compreensão de como o 
indivíduo aprende melhor ou como é possível estimular mais e melhor o humano 
para que ele aprenda e se desenvolva em suas sociedades como sujeito 
participativo em seu tempo histórico e político. 
Pesquise 
Leia mais sobre as definições de Behaviorismo e Humanismo 
como teorias da psicologia. 
 
Disponível em: 
https://www.infoescola.com/psicologia/behaviorismo/ 
https://www.significadosbr.com.br/behaviorismo 
 
https://amenteemaravilhosa.com.br/psicologia-humanista/ 
https://www.infoescola.com/psicologia/psicologia-humanista/ 
 
https://www.infoescola.com/psicologia/behaviorismo/
https://www.significadosbr.com.br/behaviorismo
https://amenteemaravilhosa.com.br/psicologia-humanista/
https://www.infoescola.com/psicologia/psicologia-humanista/
 
 
21 
 
Assim, entende-se que os teóricos, os quais desenvolveram em suas 
épocas tais estudos, se preocupavam em contribuir para o desenvolvimento de 
suas sociedades a partir de uma melhor compreensão do humano e de seu 
complexo modo de ser e estar no mundo. Dessa maneira, é possível perceber a 
evolução do pensamento teórico que envolve a psicopedagogia, a qual busca 
métodos de compreender o sujeito humano e estabelecer estratégias que 
favoreçam o processo de desenvolvimento de tal humano em seu mundo de 
convivência, contribuindo assim para a configuração de uma sociedade menos 
injusta, onde as pessoas tenham a possibilidade de desenvolverem-se conforme 
suas peculiaridades e possam usar suas habilidades para interferir em seus 
meios sociais com maestria. 
Ví deo 
Assista aos vídeos sobre o Behaviorismo e Humanismo, a fim 
de aguçar suas curiosidades epistemológicas: 
 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=ipHFpXAgjiA 
https://www.youtube.com/watch?v=UkrlNh90BFg 
 
https://www.youtube.com/watch?v=s3tXQDK6BNc 
https://www.youtube.com/watch?v=if_PvpV_JMQ 
https://www.youtube.com/watch?v=a0RYUICrnUE 
 
Na atualidade, a psicopedagogia está pautada em três correntes teóricas: 
a Psicanálise, o Associacionismo e o Construtivismo. 
A Psicopedagogia é interdisciplinar e transdisciplinar 
Áreas de conhecimento Influências teóricas, 
décadas de 1960 e 1970 
Influências teóricas 
contemporâneas 
Psicologia 
Pedagogia 
Psicanálise 
Epistemologia 
Linguística 
Neuropsicologia 
 
Behaviorismo 
Humanismo 
 
Psicanálise 
Associacionismo 
Construtivismo 
Fonte: elaborado pelo autor (2019), adaptado pelo DI (2019). 
https://www.youtube.com/watch?v=ipHFpXAgjiA
https://www.youtube.com/watch?v=UkrlNh90BFg
https://www.youtube.com/watch?v=s3tXQDK6BNc
https://www.youtube.com/watch?v=if_PvpV_JMQ
https://www.youtube.com/watch?v=a0RYUICrnUE
 
 
22 
 
A psicanálise é considerada um ramo clínico teórico que se ocupa em 
explicar o funcionamento da mente humana. O objeto de estudo da psicanálise 
está em analisar os desejos inconscientes e os comportamentos e sentimentos 
vividos pelas pessoas. O neurologista austríaco Sigmund Freud (1856 – 1939) 
foi o criador dessa teoria. De acordo com o autor, grande parte dos processos 
psíquicos da mente humana estão em estado de inconsciência, sendo estes 
dominados pelos desejos sexuais. 
 
Ví deo 
Assista aos vídeos sobre a teoria de Sigmund Freud, que 
enfatizam que a psicanálise foi fundamental para a 
compreensão que se tem hoje no mundo sobre a mente 
humana: 
 
Acesse em: 
https://www.youtube.com/watch?v=XxDP90soZJk 
https://www.youtube.com/watch?v=MZxykE_YihI 
https://www.youtube.com/watch?v=KtPgztSiiGo 
https://www.youtube.com/watch?v=uJcEEdD1g4c 
 
Contudo, a influência da psicanálise dentro da psicopedagogia é sublinhar 
a relevância do vínculo com o estudante, pois este deve ser estimulado por 
intermédio dos seus sentimentos a estabelecer vínculo com o ambiente escolar, 
com o seu objeto de estudo/conhecimento, com os seus pares, com o seu 
professor e/ou psicopedagogo, e assim por diante. Compreende-se que o 
indivíduo precisa estabelecer vínculos em suas relações, para que haja 
condições de aprendizagens, as quais sejam significativas para o alcance de 
desenvolvimentos integrais. 
Compreender o sujeito humano e suas fases de desenvolvimento sob a 
ótica de Freud implica uma maior reflexão do profissional da educação, mediante 
o atendimento específico do seu educando, buscando, com intrepidez, 
estratégias que possam ampliar as possibilidades de aprendizagens do 
indivíduo, de acordo com suas características e/ou habilidades, para a 
construção de conhecimento que se almeja. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=XxDP90soZJk
https://www.youtube.com/watch?v=MZxykE_YihI
https://www.youtube.com/watch?v=KtPgztSiiGo
https://www.youtube.com/watch?v=uJcEEdD1g4c
 
 
23 
 
Vocabula rio 
Intrepidez: força inabalável diante de uma situação perigosa, 
coragem, expressão de destemor, de valentia, bravura, 
ousadia. 
 
 
O grande representante do associacionismo é David Hartley (1705 – 
1757), filósofo britânico que defendeu a ideia de que as ideias surgem por 
associações, as quais se iniciam das mais simples para que, gradativamente, 
sejam constituídas compreensões mais complexas. O fato de a criança, por 
exemplo, involuntariamente, pegar os objetos que lhe são oferecidos para então, 
progressivamente, ir atribuindo significado às coisas por meio das associações 
feitas, até escolher os itens de maneira voluntária, demonstra que tal criança 
passou por um processo de associação que deu significado àquele ou àqueles 
referidos objetos, e assim acontece por todo o processo de desenvolvimento na 
vida do indivíduo humano, partindo da premissa de que, como uma corrente, os 
conhecimentos e/ou associações vão se entrelaçando com o decorrer do tempo, 
tecendo elos que comporão a estrutura de saberes do sujeito. A junção de ideias 
que se dá durante o processo de associação é designada por David Hartley de 
Lei da Contiguidade. 
Para a teoria do associacionismo, os conhecimentos são formulados 
pelas associações de ideias simples a ideias complexas, de maneira automática 
e repetitiva. Dessa forma, é possível inferir que a aprendizagem se dá de 
maneira repetitiva, automática e/ou técnica. 
 
Ví deo 
Reflita um pouco mais a respeito do associacionismo de David 
Hartley, assistindo no vídeo. 
Disponível ao link: 
https://www.youtube.com/watch?v=lqvUhs2GhIchttps://www.youtube.com/watch?v=lqvUhs2GhIc
 
 
24 
 
O construtivismo é considerado uma teoria do conhecimento que trata do 
desenvolvimento da inteligência, desenvolvido pelo biólogo suíço Jean Piaget 
(1896 – 1980). Trata-se de uma epistemologia genética que desde de 1920 era 
investigada por Piaget, mas ganhou projeção mundial na década de 1960. Aqui 
no Brasil, as ideias construtivistas foram difundidas somente a partir de 1980. 
 
Vocabula rio 
Epistemologia: conhecimento, ciência que estuda a origem 
e validade de um certo conhecimento; estudo científico que 
trata da origem e limitações de um determinado 
conhecimento; teoria do conhecimento; filosofia da ciência; 
origem do conhecimento. 
 
Diante do estudo para a aplicabilidade das ideias construtivistas, é 
primordial sublinhar que o sujeito tem um papel ativo em seu processo de ensino 
e aprendizagem. 
Ví deo 
Assista e reflita mais sobre os ideários construtivistas de Jean 
Piaget. 
 
Acesse em: 
https://www.youtube.com/watch?v=j_0BOJO4YEM 
https://www.youtube.com/watch?v=TL-_LCvtaPg 
https://www.youtube.com/watch?v=CRokAZi_RWM 
 
No construtivismo, acredita-se que as pessoas vão construindo seus 
conhecimentos ao longo da vida, de acordo com suas experiências relacionais 
com os seus meios e consigo mesmas, dialogando e refletindo acerca dos 
significados que vão sendo elaborados e reelaborados ao longo da trajetória, 
lembrando que existe toda uma evolução biológica do sujeito, ou seja, de acordo 
com sua maturação biológica, o sujeito vai descobrindo o seu mundo, tendo 
condições melhores e/ou maiores de construir suas aprendizagens de acordo 
com o seu momento de desenvolvimento como indivíduo humano. 
https://www.youtube.com/watch?v=j_0BOJO4YEM
https://www.youtube.com/watch?v=TL-_LCvtaPg
https://www.youtube.com/watch?v=CRokAZi_RWM
 
 
25 
 
Estágios de Desenvolvimento Humano 
Jean Piaget 
Estágio Sensório – Motor Do nascimento aos 2 anos 
Estágio Pré - Operacional Dos 2 aos 6 ou 7 anos 
Estágio Operatório - Concreto Dos 6 ou 7 até os 11 ou 12 anos 
Estágio Lógico – Formal Dos 12 anos em diante 
Fonte: elaborado pelo autor (2019), adaptado pelo DI (2019). 
 
A compreensão de que os sujeitos devem ser respeitados de acordo com 
suas fases de desenvolvimento, ou sublinhando a ideia de Piaget, a maturação 
biológica deve ser considerada, a fim de que haja condições de aprendizagens 
para que o específico sujeito apreenda conhecimentos úteis para sua vida. Tal 
entendimento por parte do professor e professora, os quais estejam 
comprometidos com a inspiração da psicopedagogia em sua prática cotidiana, 
faz-se fundamental, mediante a organização de estratégias didáticas que 
venham ao encontro das necessidades reais de cada estudante, bem como que 
atendam aos anseios de aprendizagem, os quais são e estão intrínsecos ao 
momento vivido pelo aluno, procurando assim entender o contexto de cada 
educando, suas características de interações com os seus mundos, por meio do 
diálogo com a família, por exemplo, que é parte importantíssima para a 
concepção de uma educação embasada na teoria psicopedagógica. 
Importante 
Palavras-chaves que caracterizam as teorias segundo as 
inferências registradas até aqui: 
 
 Psicanálise > Vínculo. 
 Associacionismo > Técnica, repetição, automação. 
 Construtivismo > Interações. 
 
Em linhas gerais, as concepções teóricas sublinhadas colocam o sujeito 
estudantil nos centros das discussões acerca da construção do processo de 
ensino e aprendizagem, demonstrando assim a preocupação que deve seguir 
 
 
26 
 
toda a concepção do trabalho psicopedagógico: a de considerar relevante o fato 
de compreender o sujeito em sua especificidade, efetivando uma postura 
humana em todo o decorrer do processo educativo. 
 
Sujeito estudantil no centro do processo 
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/cartaz-do-professor-das-criancas_3910223. 
htm 
 
Sublinhando os ideários construtivistas como base epistemológica para o 
trabalho com a psicopedagogia nos âmbitos escolares, tem-se o papel do 
docente como o mediador da construção do conhecimento, sendo que este deve 
estar diariamente buscando inovadoras estratégias de envolver os seus 
educandos no processo de ensino e aprendizagem com maestria, estimulando 
estes a serem protagonistas de seus processos de aprendizagem, lembrando 
que a interação é parte fundante desse processo educacional. 
 
A epistemologia construtivista sublinha o educando como sujeito 
de sua aprendizagem, o qual deve ter liberdade de agir e 
problematizar sua ação sobre o objeto de estudo, objetivando 
assim dar significado e sentido ao seu processo de construção 
do conhecimento. Nessa perspectiva de constituição de saberes, 
o professor deve cumprir o seu papel de mediador no processo 
de ensino e aprendizagem. 
 
 
 
27 
 
A postura mediadora do professor deve levar o educando a problematizar 
suas ações mediante os objetos de estudo, ou seja, quando o docente media, 
ele tem a autonomia de provocar nos educandos novas maneiras de ver e 
perceber seus processos de conhecimentos, indagando-se a respeito do 
aprendizado, formulando e reformulando estratégias para chegarem a novas, 
bonitas e difusas concepções de mundo. 
Pesquise 
Amplie suas leituras sobre as teorias: Psicanálise e 
Construtivismo. 
Acesse: 
https://www.significados.com.br/psicanalise/ 
https://www.infoescola.com/psicologia/psicanalise/ 
 
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_20_p087-
093_c.pdf 
https://www.infoescola.com/educacao/construtivismo/ 
 
A mediação em uma perspectiva construtivista implica em liberdade e em 
autonomia no âmbito da sala de aula. Independentemente da faixa etária dos 
estudantes, todos podem ser estimulados a se desenvolverem com eficácia, por 
intermédio de uma compreensão psicopedagógica dos sujeitos estudantis, ou 
seja, compreendendo o ser humano como um ser complexo que depende de 
muitas influências para que o processo de aprendizagem aconteça com vigor. O 
professor deve adquirir competências para agir com sabedoria diante das 
especificidades de cada educando, sendo esse o maior objetivo do discorrer 
acerca do embasamento teórico da psicopedagogia. 
A obtenção do embasamento teórico da psicopedagogia deve capacitar 
os docentes e/ou os psicopedagogos a agirem no âmbito escolar, detectando e 
agindo sobre os aspectos que prejudicam o desenvolvimento de aprendizagem 
no educando, tendo uma postura de escuta diante deste para que haja realmente 
um trabalho psicopedagógico significativo em que o sujeito sinta-se em 
condições de prosseguir com seus estudos de maneira autônoma. 
Os ideários que embasam a psicopedagogia sem dúvida dão diretrizes ao 
trabalho pedagógico contemporâneo, no sentido de que o ser humano é 
https://www.significados.com.br/psicanalise/
https://www.infoescola.com/psicologia/psicanalise/
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_20_p087-093_c.pdf
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_20_p087-093_c.pdf
https://www.infoescola.com/educacao/construtivismo/
 
 
28 
 
investigado há tanto tempo em sua complexidade de aprender, e que há menos 
de 01 século da história humana a psicopedagogia vem sendo considerada uma 
ciência que tem dado voz e vez à discussão da singularidade do papel individual 
de cada sujeito no processo de ensino e aprendizagem, sendo este o foco 
investigativo de tal ciência, considerando, assim, os diversos aspectos que 
envolvem o sujeito aprendiz. 
Para Refletir 
Construtivismo significa isto: a ideia de que nada, a rigor, 
está pronto, acabado, e de que, especificamente, o 
conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como 
algo terminado. Ele se constitui pela interação do 
Indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo 
humano, com o mundo das relações sociais; e se constitui 
por força de sua ação e não por qualquer dotação prévia, na 
bagagem hereditária ou no meio, de tal modo que podemosafirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência 
e, muito menos, pensamento. 
Construtivismo é, portanto, uma ideia; melhor, uma teoria, um 
modo de ser do conhecimento ou um movimento do 
pensamento que emerge do avanço das ciências e da 
Filosofia dos últimos séculos. Uma teoria que nos permite 
interpretar o mundo em que vivemos. No caso de Piaget, o 
mundo do conhecimento: sua gênese e seu 
desenvolvimento. 
Construtivismo não é uma prática ou um método; não é uma 
técnica de ensino nem uma forma de aprendizagem; não é 
um projeto escolar; é, sim, uma teoria que permite (re) 
interpretar todas essas coisas, jogando-nos para dentro do 
movimento da História - da Humanidade e do Universo. Não 
se pode esquecer que, em Piaget, aprendizagem só tem 
sentido na medida em que coincide com o processo de 
desenvolvimento do conhecimento. Fragmento do texto de 
Fernando Becker. Disponível em: 
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_20_p087-093_c.pdf 
 
Para tanto, entende-se que a compreensão, discussão, estudo e pesquisa 
acerca da psicopedagogia não podem ser esgotadas, pois o que está inserido 
neste contexto é o desenvolvimento integral do sujeito, o qual é histórico, 
inacabado, mutável, destarte não tem como sanar todas as nuances de tais 
saberes psicopedagógicos, os quais buscam encontrar melhores e maiores 
 
 
29 
 
estratégias que possibilitem que os indivíduos aprendam diante de suas 
especificidades. 
Ví deo 
Assista aos vídeos sobre a prática da Psicopedagogia segundo 
a ótica da D.ra Nadia Bossa. 
Acesse em: 
https://www.youtube.com/watch?v=YPCMnUr2RVE 
https://www.youtube.com/watch?v=BHvGIAXbSK4 
 
A psicopedagogia permite, em seus sujeitos praticantes, a oportunidade 
de agirem de maneira diferente frente aos seus semelhantes, no caso do 
ambiente escolar, é a postura pedagógica que é modificada perante os 
educandos, os quais necessitam ser atendidos com singularidade. Quando se 
pratica os conhecimentos psicopedagógicos, fica explícito que a maneira de ser 
dos profissionais se modifica diante da busca por ambientes que sejam propícios 
ao desenvolvimento de aprendizagens significativas pelos seus estudantes, 
organizando assim estratégias que auxiliem na prevenção dos problemas de 
aprendizagens, bem como reunindo forças para que sejam sanadas as 
dificuldades de aprendizagens nos estudantes, quando estas não puderem ser 
evitadas. 
 
Conclusão da aula 2 
 
Tem-se a influência das correntes teóricas na psicopedagogia do 
Behaviorismo e Humanismo, para então, nos dias atuais, serem elencadas como 
embasamentos teóricos três dimensões do conhecimento humano: a 
Psicanálise, o Associacionismo e o Construtivismo. Tais inferências teóricas 
contribuem para a compreensão de como o sujeito pode aprender melhor, à 
medida que o profissional da educação conheça suas peculiaridades de 
desenvolvimento biológico, psicológico e social, por exemplo. A gama de 
possibilidades para a melhoria do processo de aprendizagem é imensa mediante 
a apropriação dos saberes psicopedagógicos, os quais podem e devem levar os 
https://www.youtube.com/watch?v=YPCMnUr2RVE
https://www.youtube.com/watch?v=BHvGIAXbSK4
 
 
30 
 
professores e psicopedagogos a galgarem passos mais eficazes em prol do 
desenvolvimento integral do seu educando. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Explique com suas palavras como a teoria do Construtivismo 
contribui para a aplicabilidade dos conhecimentos 
psicopedagógicos no ambiente escolar. 
Escreva um texto argumentativo em até 15 linhas. 
 
 
 
Aula 3 – A crescente profissionalização do Psicopedagogo 
 
Apresentação da aula 3 
 
Nesta terceira aula serão abordadas características do exercício da 
atividade do psicopedagogo, bem como a relevância dos conhecimentos 
psicopedagógicos nas ambiências educativas, as quais têm o compromisso de 
promover o desenvolvimento pleno dos seus educandos. Os aspectos 
normativos que estão em vigência sobre a profissionalização do psicopedagogo 
também serão destaque neste encontro. 
 
3.1 A profissionalização do psicopedagogo 
 
Para abordar os aspectos que permeiam o trabalho do psicopedagogo e 
sua crescente profissionalização, será feito um recorte do contexto da 
psicopedagogia no Brasil, enfatizando a luta das pessoas envolvidas nesta 
causa, mediante o objetivo de legalmente efetivar a profissionalização do 
psicopedagogo no país. 
Assim, é relevante sublinhar novamente, que a psicopedagogia chegou 
ao Brasil na década de 1970, sendo, historicamente, muito recente. Tendo em 
vista todo o seu legado em atender o indivíduo humano na sua especificidade, 
 
 
31 
 
encontrando caminhos para um melhor desenvolvimento frente à aprendizagem, 
é notório o grande desafio de teóricos da área, que incansavelmente, pesquisam 
e tem buscado comprovar a relevância da Psicopedagogia na sua aplicabilidade 
no que diz respeito ao desenvolvimento do sujeito, principalmente no âmbito de 
sua vivência educacional, independentemente da fase de vida do indivíduo. 
Os primeiros estados brasileiros a organizarem cursos sobre a 
Psicopedagogia foram São Paulo e o Rio Grande do Sul, sendo que no primeiro 
foi criada, em 1988, a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), a qual 
será a principal inspiração e/ou fonte de pesquisa deste tópico de estudo. 
Instituição que traz em sua trajetória grande esforço para propagar a importância 
da Psicopedagogia, bem como em contribuir para a formação de profissionais 
competentes, que estejam realmente compromissados em fazer a diferença na 
vida das pessoas que necessitam de atendimento. 
Os autores Scoz e Barone (2007) sublinham que: “a ABPp se constitui 
como uma associação de cunho científico-cultural com objetivo de aprofundar 
estudos sobre os processos de aprendizagem...” (SCOZ; BARONE, 2007, p. 93). 
Esta inferência corrobora a reflexão proposta acerca da Psicopedagogia, 
lembrando que esta tem como objeto de estudo o processo de aprendizagem, 
assim sendo, a ABPp se preocupa em aprofundar os estudos sobre este objeto, 
elencando todos os aspectos desse processo de desenvolvimento, no qual o 
estudante deve ter voz e vez, ou seja, precisa ser estimulado a construir o seu 
conhecimento, obtendo autonomia e protagonismo em sua concepção histórica. 
Outro ponto interessante da contribuição dos autores Scoz e Barone 
(2007) é quando diz que: “a ABPp promove discussão ampla em âmbito nacional, 
por meio dos Encontros de Psicopedagogos para agregar profissionais, a fim de 
discutir e caracterizar a identidade do psicopedagogo.” (SCOZ; BARONE, 2007, 
p. 93). Ficando assim explícito que a busca por uma construção identitária do 
Psicopedagogo no Brasil se dá desde a chegada da teoria referente à 
Psicopedagogia, por intermédio dos argentinos no sul do país, mediante o 
trabalho árduo e sério de muitas pessoas. Sublinham-se personalidades como: 
Alicia Fernandes, Sara Paín e Jorge Visca, que contribuíram e contribuem por 
meio de suas atuações e escritos a respeito da Psicopedagogia. 
Nos primeiros encontros organizados pela ABPp, as discussões se 
deram, principalmente, em torno do fracasso escolar, tema sublinhado por muito 
 
 
32 
 
tempo como objeto de estudo da psicopedagogia, aguçando assim a 
compreensão patológica frente às necessidades de aplicação dos 
conhecimentos psicopedagógicos, tendo como fundamento a “Pedagogia 
Curativa”. No entanto, as discussões foram progredindo entre os teóricos, 
ocorrendo investigações e pesquisas, para então chegar ao entendimento de 
que a Psicopedagogia vai além de detectar ou ajudar na resolução do fracasso 
escolar; este conhecimento unido às suas técnicas de conhecer e atender o 
sujeito humano pode e deve também trabalhar na prevenção do fracasso escolar 
e, além disso, traz para a ambiência escolar novas ferramentas de compreensão 
e execução do processo de ensino e aprendizagem, sendo útil para todas as 
etapas deste processo que écomplexo e envolve tantas relações. 
Importante 
A Psicopedagogia é área de conhecimento, atuação e pesquisa 
que lida com o processo de aprendizagem humana, visando ao 
apoio aos indivíduos e aos grupos envolvidos neste processo, 
na perspectiva da diversidade e da inclusão. A Associação 
Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), como órgão 
representativo dos psicopedagogos, entende que o curso de 
Psicopedagogia deve formar profissionais para garantir a 
aprendizagem como direito de todos. Disponível em: 
https://www.abpp.com.br/documentos_referencias_diretrizes_formac
ao.html 
 
O campo de atuação da Psicopedagogia está dividido em duas áreas: na 
saúde e na educação. A autora Bossa sublinha que: a forma de abordar o objeto 
de estudo pode assumir características específicas, a depender da modalidade: 
clínica, preventiva e teórica, umas articulando-se às outras (BOSSA, 2011, p.47). 
Destarte, a análise de cada sujeito pelo psicopedagogo será criteriosa no sentido 
de encontrar as melhores estratégias de trabalho para com aquele indivíduo, 
normalmente, atrelado ao trabalho de outros profissionais que juntamente 
constroem um plano de trabalho ou mesmo uma “Avaliação Psicoeducacional” 
do educando para então saber se este necessita de um atendimento 
especializado dentro ou fora do espaço escolar, ou seja, de um atendimento 
individualizado para suprir suas necessidades de aprendizagens ou mesmo de 
um atendimento clínico, e assim por diante. 
 
 
33 
 
 
O trabalho clínico não deixa de ser preventivo, uma vez que, ao tratar 
alguns transtornos de aprendizagem, pode evitar o aparecimento de 
outros. O trabalho preventivo, em uma abordagem psicopedagógica, é 
sempre clínico (BOSSA, 2011, P. 47). 
 
Assim a autora Bossa caracteriza o atendimento clínico, em outras 
palavras, estabelece as características para a área da saúde em que se dá a 
Psicopedagogia. 
Bossa (2011) corrobora a compreensão de que o referencial teórico 
adotado pelo psicopedagogo é extremamente importante para que se dê um 
desenvolvimento eficaz na elaboração e aplicação das estratégias frente ao 
desenvolvimento do sujeito, pois tanto no atendimento clínico ou no institucional 
o profissional precisa estar muito bem alicerçado nas suas teorias, as quais 
devem conduzi-lo a uma prática ética, responsável e virtuosa diante de atender 
com humanidade as necessidades dos seus semelhantes. Lembrando que 
quaisquer que sejam as correntes teóricas: psicanálise, associacionismo ou 
construtivismo, o mais importante é utilizar tais conhecimentos em conformidade 
com as reais necessidades dos seus estudantes/sujeitos, respeitando a 
diversidade dos indivíduos. 
Importante 
“O psicopedagogo é o profissional habilitado para atuar com os 
processos de aprendizagem junto aos indivíduos, aos grupos, 
às instituições e às comunidades. Desde 2002, pela 
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do 
Trabalho e Emprego (MTE), a Psicopedagogia foi inserida na 
Família Ocupacional 2394-25 dos Programadores, Avaliadores 
e Orientadores de Ensino. O psicopedagogo é o profissional 
que deve assegurar: 
a) a produção e divulgação do conhecimento científico e 
tecnológico relacionado com a aprendizagem humana; 
b) os compromissos éticos e políticos com a Educação de 
qualidade para todos; 
c) a articulação com os demais profissionais da Educação e da 
Saúde para a construção de uma sociedade justa, respeitando 
a equidade e a diversidade, onde todos tenham o direito ao 
aprender.” 
Disponível em: https://www.abpp.com.br/documentos_referencias_ 
diretrizes_formacao.html 
 
 
 
34 
 
Referente às ideias da autora Bossa (2011), pode-se destacar que as 
distinções entre os campos de atuação do psicopedagogo se referem à 
Instituição (Escola), à ação que acontece na prevenção de problemas 
relacionados à aprendizagem, já o psicopedagogo clínico trabalha mediante o 
diagnóstico do sujeito. 
Porém, seja na clínica, na escola, na família ou no hospital, qualquer que 
seja o ambiente de atendimento no qual o profissional esteja exercendo o seu 
papel, o primordial é atender o sujeito em sua singularidade, e por meio das 
técnicas apreendidas consolidar um trabalho que seja voltado para orientar o 
indivíduo para uma aprendizagem frutífera. 
 
Apontamentos históricos e pedagógicos da Psicopedagogia no Brasil 
A busca por um caminho que possibilitasse uma visão mais abrangente que 
incluísse aspectos psicomotores, cognitivos e emocionais envolvidos na 
aprendizagem. 
Revisão curricular na universidade e busca por um referencial mais 
globalizante e menos tecnicista no final dos anos 1970 e início da década de 
1980. 
Profissionais que trabalhavam com crianças com problemas de aprendizagem 
buscam um aprofundamento maior. 
Profissionais que atuavam nas escolas não tinham uma visão clara sobre os 
problemas de aprendizagem. 
Comprometimento frente ao currículo. 
Demanda por profissionais mais qualificados. 
São criados os primeiros cursos na PUC / São Paulo, no início da década de 
1970, com o enfoque psicopedagógico. 
É criado em São Paulo, no Instituto Sedes Sapientiae, o primeiro curso regular 
de Psicopedagogia. 
A partir da década de 80, surgem os cursos de especialização Lato Sensu em 
Psicopedagogia, a princípio em São Paulo e, posteriormente, em outras 
instituições e regiões do Brasil. 
Dados (adaptados, pelo autor) disponíveis em: 
https://www.portaleducacao.com.b 
r/conteudo/artigos/esporte/trajetoria-historica-da-psicopedagogia-no-brasil/45599 
Fonte: elaborado pelo autor (2019), adaptado pelo DI (2019). 
 
 
35 
 
Em linhas gerais, pode-se inferir que o trabalho psicopedagógico deve 
estar voltado para a propagação dos ideários da inclusão contemporânea, bem 
como para o respeito à diversidade, engajado sempre na preocupação e/ou 
objetivo de favorecer o processo de ensino e aprendizagem ao sujeito, 
enfatizando que a educação é um direito de todos. Este trabalho pautado nestes 
ideários dão maior estrutura de profissionalização à Psicopedagogia, pois esta 
deixa as suas contribuições notórias nas ambiências escolares por intermédio 
dos resultados dos educandos, os quais, após os atendimentos 
psicopedagógicos, ganham destreza e autonomia para construírem os seus 
conhecimentos, contando sempre, é claro, com a mediação de professores 
comprometidos com os seus papéis de ensinar para a emancipação. 
 
Princípios norteadores da Formação do Psicopedagogo: 
Conscientização da diversidade. 
Priorização de ações que envolvam os direitos humanos. 
Valorização do pensamento reflexivo, crítico e transformador. 
Conscientização do trabalho coletivo pautado pela ética e sigilo profissional. 
Respeito aos saberes específicos das áreas afins e dos profissionais. 
Dados (adaptados pelo autor) disponíveis em: https://www.abpp.com.br/documen 
tos_referencias_diretrizes_formacao.html 
Fonte: elaborado pelo autor (2019), adaptado pelo DI (2019). 
 
 
Processo educativo 
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/menino-estudante-apoiando-se-escrivaninha-e 
m-sala-aula_2740599.htm 
 
 
36 
 
Pensar na aplicabilidade da Psicopedagogia é também refletir sobre a 
formação humana, sobretudo, é valorizar o ser humano em sua essência, 
olhando-o nos olhos e conduzindo-o para um caminho que lhe traga uma 
formação integral, conjecturando assim possibilidades para uma formação 
humana, a qual é prescrita na contemporaneidade por tantos teóricos, dos quais 
destaca-se a autora Alarcão (2001), quando trata que as pessoas são a pedra 
angular de todo o processo de ensino e aprendizagem e precisam ser ouvidas 
em suas singularidades, a fim de que realmente o processo educativo seja 
eficaz. 
Curiosidade 
A Classificação Brasileira de Ocupações – CBO é o 
documento normalizador do reconhecimento, da nomeação 
e da codificação dos títulos e conteúdo das ocupações do 
mercado de trabalho brasileiro. É ao mesmo tempo uma 
classificação enumerativa e uma classificaçãodescritiva. 
Classificação enumerativa: codifica empregos e outras 
situações de trabalho para fins estatísticos de registros 
administrativos, censos populacionais e outras pesquisas 
domiciliares. Inclui códigos e títulos ocupacionais e a 
descrição sumária. Ela também é conhecida pelos nomes de 
nomenclatura ocupacional e estrutura ocupacional. 
A CBO de Psicopedagogo foi instituída pela Portaria 
Ministerial 391/2002 com a finalidade de identificar nossa 
ocupação no mercado de trabalho. Perante a CBO, a 
Psicopedagogia está inserida no quadro de técnicos da 
educação. 
Disponível em: https://www.abpp.com.br/documentos_referencias 
_cbo_classificacao_brasileira_de_ocupacoes.html 
 
O crescimento do respeito pela profissionalização do psicopedagogo 
perpassa pelo entendimento de suas funções, objetivando sempre o progresso 
no processo de aprendizagem nos sujeitos que estão no ínterim de suas práticas, 
de maneira que todos sejam respeitados diante dos seus ritmos de 
aprendizagens, acreditando sempre que cada sujeito pode aprender e/ou tem 
condições para desenvolver aprendizagem, de acordo com suas 
especificidades. O psicopedagogo, por sua vez, precisa ter esta sensibilidade de 
 
 
37 
 
compreender as reais necessidades dos sujeitos, para que tais indivíduos 
possam desenvolver-se com protagonismo. 
FUNÇÕES DO PSICOPEDAGOGO: 
Detectar no indivíduo o que está gerando dificuldades no seu processo de 
aprendizagem. 
Criar situações de relação com a comunidade educativa para favorecer uma 
troca e uma maior integração. 
Promover orientações metodológicas específicas tanto em grupo quanto no 
individual. 
Realizar orientação individual ou em grupo de caráter educacional, vocacional 
e ocupacional. 
Fonte: produzido por (BOSSA, 2011), eleborado pelo autor (2019), adaptado pelo DI 
(2019). 
Importante 
A formação em Psicopedagogia deve propiciar o 
desenvolvimento de habilidades e competências compatíveis 
com as demandas sociais, contemporâneas e/ou potenciais. A 
atuação profissional requer uma formação específica que 
garanta ao psicopedagogo a aquisição qualificada de 
conhecimentos específicos da área, permitindo a construção de 
habilidades e competências, sendo elas: 
a) planejar, intervir e avaliar o processo de aprendizagem, nos 
variados contextos, mediante a utilização de instrumentos e 
técnicas próprios da Psicopedagogia; 
b) utilizar métodos, técnicas e instrumentos que tenham por 
finalidade a pesquisa e a produção de conhecimento na área; 
c) participar na formulação e na implantação de políticas 
públicas e privadas em educação e saúde relacionadas à 
aprendizagem e à inclusão social; 
d) articular a ação psicopedagógica com profissionais de áreas 
afins, para atuar em diferentes ambientes de aprendizagem; 
e) realizar consultoria e assessoria psicopedagógicas; 
f) exercer orientação, coordenação, docência e supervisão em 
cursos de Psicopedagogia; 
g) atuar na coordenação e gestão de serviços de 
Psicopedagogia em estabelecimentos públicos e privados. 
Disponível em: https://www.abpp.com.br/documentos_referencias_ 
diretrizes_formacao.html 
https://www.abpp.com.br/documentos_referencias_diretrizes_formacao.html
https://www.abpp.com.br/documentos_referencias_diretrizes_formacao.html
 
 
38 
 
 
O psicopedagogo escolar deve conhecer, reconhecer e problematizar 
o sistema do qual faz parte e, com estes elementos, oferecer subsídios 
para discussão e reflexão das práticas. Envolvendo a equipe diretiva e 
pedagógica – supervisor, orientador educacional, psicólogo escolar, 
professores, alunos, pais e funcionários – ampliar o espectro de 
compreensão dos fenômenos que podem obstaculizar a dinâmica de 
funcionamento da escola, tendo, assim um papel importante neste 
constante pensar e repensar o sistema escolar e sua práxis (BERLIM, 
PORTELLA, 2007, p. 86). 
 
A obtenção de uma postura profissional pelo psicopedagogo, juntamente 
com seu reconhecimento na sociedade atual e vindoura, está entrelaçada na 
feitura de sua tarefa com primazia e amorosidade, deixando a sua marca no 
contexto social e histórico, por intermédio da mudança na vida das pessoas, 
fazendo com que estas sintam-se capazes de aprender com autonomia, a fim de 
conquistar uma vida mais digna e feliz, colaborando assim com a configuração 
de uma sociedade menos desigual. 
 
A Psicopedagogia se ocupa de aprendizagem humana, que adveio de 
uma demanda – problema de aprendizagem, colocado em um território 
pouco explorado, situado além dos limites da Psicologia e a própria 
Pedagogia – e evoluiu devido à existência de recursos, ainda que 
embrionários, para atender a essa demanda, constituindo-se, assim, 
em uma prática (BOSSA, 2011, p. 32, 33). 
 
Assim, o trabalho do psicopedagogo é virtuoso, o qual entende o sujeito na 
sua complexidade perante o processo de ensino e aprendizagem, ou seja, 
considera todas as realidades internas e externas que compreendem tal 
processo, compreendendo o sujeito em seus aspectos cognitivos, afetivos e 
sociais, a fim de interferir neste processo com maestria. 
Ainda a respeito da Psicopedagogia e seus campos de atuação 
profissional, são feitos os seguintes destaques: 
 
 Psicopedagogia familiar, ampliando a percepção sobre os vários 
processos de aprendizagem de seus filhos, resgatando o papel da 
dinâmica familiar na educação, respeitando as diferenças. 
 Psicopedagogia empresarial, ampliando formas de treinamento, 
resgatando a visão do todo, as múltiplas inteligências, trabalhando a 
criatividade e os diferentes caminhos para solucionar problemas, 
desenvolvendo o imaginário, a função humanística e dos sentimentos 
na empresa, ao construir projetos e dialogar sobre eles. 
 Psicopedagogia hospitalar, possibilitando a aprendizagem, o 
lúdico e as oficinas psicopedagógicas com os internos. 
 Psicopedagogia escolar, priorizando diferentes projetos: 
 Diagnóstico da escola. 
 
 
39 
 
 Definições de papeis na dinâmica relacional em busca de 
funções e identidades, diante do aprender. 
 Instrumentalização de professores, coordenadores, orientadores 
e diretores sobre práticas e reflexões diante de novas formas de 
aprender. 
 Reprogramação curricular, implantação de programa e sistemas 
avaliativos. 
 Oficinas para vivências de novas formas de aprender. 
 Análise de conteúdo e reconstrução conceitual. 
 Releitura, ressignificando sistemas de recuperação e 
reintegração do aluno no processo. 
 O papel da escola no diálogo com a família. 
(FOGALI, 1998 apud BOSSA, 2011, p. 140) 
 
3.2 Ênfase nos aspectos legais da profissionalização do psicopedagogo 
 
A regulamentação do exercício da atividade do psicopedagogo no Brasil é 
um processo que está em vigor desde a década de 1970, por meio das ações de 
muitas pessoas engajadas nesta causa, que organizaram os cursos ofertados 
em níveis superiores desde essa época. A própria ABPp com sua organização 
tem muito contribuído para que a atividade do psicopedagogo ganhe respeito 
e/ou espaço no mundo acadêmico e profissional brasileiro. 
A formação do psicopedagogo vem acontecendo de maneira regular nas 
instituições universitárias desde a década de 1970, sendo regulamentada pelo 
Ministério da Educação (MEC) em cursos de pós-graduação e especialização 
com mínimo de 360 horas, porém a maioria dos cursos de psicopedagogia é 
ofertada com 600 horas, obedecendo às Diretrizes Básicas de Formação de 
Psicopedagogos no Brasil. 
É relevante destacar que no século XXI iniciaram os cursos de graduação 
em psicopedagogia no Brasil. 
Ainda não existe uma lei nacional que regulamente a profissão do 
psicopedagogo, e sim Projetos de lei (PL) que estão em transição há mais de 20 
anos: 
 
 PL 3.124/97 – Deputado Barbosa Neto; 
 PL 3512/08 – Deputada Prof.ª Raquel Teixeira; 
 PLC 031/10 – Senador Cyro Miranda; 
 PL 011/05 – Vereador Antônio Goulart (São Paulo). 
 
 
 
40 
 
Faz-se o destaque para a Lei Municipal de São Paulo em vigor desde o 
anode 2013 (15.719), a qual autoriza o exercício da função do Assistente 
Psicopedagógico nas escolas municipais para atender educandos da Educação 
Infantil e Ensino Fundamental. 
A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) classifica a profissão do 
psicopedagogo como “técnico da educação” (391/2002), com a finalidade de 
identificar a atividade do psicopedagogo no mercado de trabalho. 
Portanto, a caminhada em prol da legalização da psicopedagogia no país 
tem sido longa, mas constante, por intermédio de forças que se unem ao 
acreditar no atendimento singular de pessoas humanas, as quais merecem total 
respeito. 
Pesquise 
Leia na íntegra os projetos de lei que estão em tramitação a 
respeito da Profissão do Psicopedagogo no Brasil, como 
também o exemplo do município de São Paulo, que tem a lei 
15.719/2013, que regulamenta a função do Assistente 
Psicopedagógico nas escolas municipais. 
 
Acesse em: https://www.abpp.com.br/documentos_referencias_l 
egislacao.html 
 
A profissionalização do psicopedagogo no Brasil se legitima mediante os 
conhecimentos psicopedagógicos disseminados no ínterim das relações que 
permeiam o processo de ensino e aprendizagem, promovendo assim resultados 
promissores no processo do desenvolvimento dos sujeitos, os quais precisam de 
um atendimento acolhedor, mais humanístico e/ou singular, sendo que tais 
anseios são contemplados por um trabalho que se preocupa com veemência em 
favorecer o processo de aprendizagem do educando. 
 
Conclusão da aula 3 
 
A psicopedagogia se incorpora à ambiência nacional a partir de seus 
conceitos eminentes de atender o indivíduo em sua especificidade de condições 
para aprender, estimulando este a desenvolver-se com autonomia de acordo 
https://www.abpp.com.br/documentos_referencias_legislacao.html
https://www.abpp.com.br/documentos_referencias_legislacao.html
 
 
41 
 
com suas singulares características. O trabalho virtuoso que os conhecimentos 
psicopedagógicos produzem legitima toda a luta em prol da profissionalização 
do psicopedagogo. Ainda não se tem uma legislação que regulamente a 
profissão do Psicopedagogo no Brasil, muito embora exista uma grande 
organização por parte da sociedade civil, exemplificada pelos teóricos da área, 
bem como pela ABPp, a qual tem feito o seu papel com maestria. 
Atividade de Aprendizagem 
De acordo com as inferências que foram realizadas acerca da 
profissionalização do psicopedagogo no Brasil, elabore um 
texto que pontue as principais ideias apresentadas em nossa 
aula, destacando sua opinião sobre o assunto. 
Argumente em até 15 linhas. 
 
 
 
Aula 4 – Um pouco de ética e psicopedagogia 
 
Apresentação da aula 4 
 
Nesta nossa última aula serão destacados aspectos acerca das 
compreensões sobre a ética na sociedade vigente, como também a implicação 
desta no desenvolvimento do trabalho do psicopedagogo. O Código de Ética do 
psicopedagogo no Brasil será abordado de maneira reflexiva, fazendo os 
devidos apontamentos para corroborar as discussões propostas acerca da 
compreensão da psicopedagogia. Por fim, serão feitas considerações reflexivas 
sobre a psicopedagogia na contemporaneidade. 
 
4.1 Compreensões acerca da Ética 
 
Refletir sobre a ética implica analisar os aspectos morais da sociedade, 
elencando os pontos que são imorais e morais, os quais são postos por 
intermédio da historicidade. Assim, a ética é a capacidade de analisar tais 
 
 
42 
 
aspectos complexos da convivência humana contemporânea e organizar um 
comportamento digno diante de si mesmo e dos seus semelhantes, 
comportamento este que seja propagador do bem comum, que não cause danos 
para ninguém. 
Vocabula rio 
Ética: proveniente do grego ethos, que significa, literalmente, 
morada, habitat, refúgio; filosoficamente significa modos de 
ser, caráter, índole, natureza. 
 
 
Nas palavras de Cortella (2014), não é de uma ética qualquer que 
estamos tratando, mas de uma ética como um conjunto de valores e princípios 
que usamos para guiar nossa conduta (CORTELLA, 2014, p. 24). Então, a ética 
que direciona os atos do profissional da educação, o qual acredita nos princípios 
psicopedagógicos de atendimento singular aos seus semelhantes, tem a 
primazia de estimular o melhor comportamento possível em favor do 
desenvolvimento pleno do sujeito em seu processo de ensino e aprendizagem. 
Continuando com a inspiração de Cortella (2014), para tratarmos dos 
conceitos que permeiam a aplicabilidade da ética nos dias contemporâneos, 
sublinha-se o escrito do autor: “Não é de qualquer ética que estamos falando 
quando desejamos uma ética que pressuponha a saudabilidade, isto é, uma ética 
que não seja provedora de uma alegria restrita, mas de uma alegria coletiva.” 
(CORTELLA, 2014, p. 24) [Grifos do autor]. A busca pelo bem comum nas 
ambiências das relações educacionais deve estar intrínseca a todos os objetivos 
dos processos de ensino e aprendizagem, levando em consideração a 
especificidade dos sujeitos, ao mesmo tempo que a valorização da diversidade, 
e/ou a boniteza da complexidade e das diferenças entre os sujeitos sejam 
enaltecidas, a fim de que os indivíduos aprendam e exerçam a ética propícia aos 
convívios sociais contemporâneos, visando assim uma partilha da alegria, como 
bem nos inspira Mario Sergio Cortella, acreditando, com veemência que a ética 
deve reger o comportamento do humano em sua sociedade à medida que este 
seja educado a respeitar as normas morais postas em seu meio social e político, 
 
 
43 
 
e assim julgue a sua conduta de acordo com o bem-estar de suas relações, dos 
seus ambientes e dos seus semelhantes. 
Discutir ética na formação do docente e/ou do profissional da educação é 
fundamental para a aquisição de saberes críticos e modificadores de realidades, 
pois é necessário pensar no comportamento humano, nas relações que são 
estabelecidas em todo o discorrer dos processos de aprendizagem, afinal a 
educação não acontece sem relações humanas. Sendo assim, a ética está 
intrínseca a todos os âmbitos de construção do conhecimento. 
Sabiamente, Cortella (2014) enfatiza que: A ética é a inteligência 
compartilhada a serviço da convivência com todas as condições materiais que 
são as nossas (CORTELLA, 2014, p. 35). O autor corrobora a discussão de que 
a ética é totalmente necessária aos ambientes de convivência educacionais ou 
nos espaços que se almeja construir relações de aprendizagem, e em uma visão 
mais holística de mundo a ética é fundamental em todo e qualquer momento que 
haja convivência entre pessoas humanas. Sobretudo, agir com ética é exercer a 
inteligência, pois assim o indivíduo estará evitando problemas, por exemplo, se 
eu não escrevo no whatsapp do celular enquanto dirijo no trânsito, logo estou 
tendo ética em zelar pela minha vida e pela vida dos outros, pois se faço a ação 
contrária estou aumentando, consideravelmente, as chances de provocar 
acidentes de consequências para mim e para os meus semelhantes, agindo 
assim com falta de ética. Portanto, mais uma vez salienta-se que exercer a ética 
nos ambientes de convivência humana é zelar pela propagação do bem comum. 
O filósofo Cortella (2014) diz que: se formos esperar uma sociedade ideal 
para que a ética possa existir, é possível que ela não venha a existir nunca 
(CORTELLA, 2014, p.35). Entende-se a ética como um saber concreto, ou, em 
outras palavras, aquilo que escolhemos fazer em nosso cotidiano, por exemplo: 
jogar ou não o papel de bala pela janela do carro na via pública. Exercer a ética 
é uma escolha de conduta, de comportamento, que faz o sujeito assumir o seu 
papel concreto diante da sua sociedade, do seu ambiente de convivência. E 
nessa perspectiva de escolher ou assumir o seu papel em sua sociedade é que 
não se pode esperar a concretização de uma sociedade ideal, pois a sociedade 
“somos nós”, você e eu fazemos parte da atual sociedade. 
No entanto, a sociedade ideal

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