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FERNANDA SOUZA CONCEITO • É uma síndrome caracterizada por diminuição da função das glândulas salivares e lacrimais levando o olho e boca seca, quadro denominado de síndrome sicca. • A Síndrome de Sjögren (SS) pode afetar outros órgãos e sistemas, como articulações, pulmões, rins, coração fetal (lúpus neonatal), trato gastrintestinal, fígado, vasos e sistema nervoso. EPIDEMIOLOGIA • Cerca de 1% da população adulta é acometida pela SS segundo os Critérios de Classificação Internacionais Revisados para SS em 2002 • A SS pode ocorrer em qualquer idade, mas afeta principalmente mulheres com uma proporção de 9 mulheres para cada homem acometido. Incide entre a 4ª e 5ª décadas de vida CLASSIFICAÇÃO • SS primária: quando aparece isoladamente. • SS secundária: quando está associada a doenças reumatológicas auto-imunes, o que corresponde a 60% dos casos da doença. Não é algo único, tem a primaria (só tem SS como doenças autoimune) e secundária (quanto tem alguma outra doença autoimune relacionada, podem ser com qualquer auto imune, mas comum são as reumatológicas). QUADRO CLÍNICO Os principais sintomas são olho seco (xeroftalmia) e boca seca (xerostamia). Sintomas glandulares Xeroftalmia 95% Xerostomia 90% Parotidite 50% Dispareunia 30% Sintomas extra glandulares Artralgia e artrite 70% Fenômeno de Raynaud 50% Fadiga, febre 40% Linfadenopatia 30% Doença pulmonar de pequenos vias aéreas 20% Doença intersticial pulmonar 5% Nefrite intersticial, nefrocalcinose 10% Púrpura palpável 8% Glomerulonefrite 2% Esplenomegalia 5% Neuropatia periférica 2% Linfoma 5 a 10% Quadro hematológico 1% ***Pode ter a apresentação de linfoma É uma clínica muito pleomorfica, os sintomas mais graves são menos frequentes. DIAGNÓSTICO • O diagnóstico de SS é baseado na anamnese, exame físico e exames complementares e auxiliado pelos critérios de classificação. Estabelece o diagnostico começando o raciocínio pelo que o paciente me conta, depois o médico relata se aquilo que o paciente relatou é real. Paciente conta que tem sintoma ocular, sintoma oral. Critério 3 (também tem verde lisanina) e 4 é para avaliar se essas coisas relatas pelo paciente são só sensação ou se são efetivas. I – Sintoma ocular (presença de pelo menos um desses sintomas) 1.. Olho seco, 2. Sensação de corpo estranho, 3 – Necessidade de uso de lágrima artificial. II – Sintoma oral (presença de pelo menos um desses sintomas) 1.. Boca seca, 2. Aumento de glândulas salivares, 3. Necessidade de ingestão de líquido para ingerir alimentos. III. – Exames objetivos oculares (pelo menos um desses testes) Teste de Schirmer positivo, Rosa Bengala positivo IV – Acometimento de glândulas salivares (pelo menos um desses testes) 1. Fluxo salivar não-estimulado ( 1,5 ml em 15 min) 2. Sialografia parótida mostrando a presença de sialectasias difusas (padrão destrutivo, cavitário ou puntato), sem evidência de obstrução nos ductos principais. 3. Cintilografia de glândula salivar mostrando atraso na captação, redução da concentração e/ou atraso na excreção do traçador. V - Histopatologia FERNANDA SOUZA Sialoadenite linfocitica focal em glândula salivar menor, com escore focal 1 (Foco: aglomerado de pelo menos 50 linfócitos; por 4 mm2 de tecido glandular) VI – Auto-anticorpos Anticorpos séricos contra os antígenos Ro/SS-A ou La/SS-B, ou ambos Fluxo salivar não estimulado - paciente vão cuspir em um copo melimetrado durante 15 minutos, que vai ser medido após 15 min, se custpre menos que 1, 5 ml, não está produzindo saliva adequadamente. Sialografia - mostra se o sistema glandular está sendo atacado os ductos vão ter deformidades, teste mais especifico, precisa de maior tecnologia, vai observar estreitações, deformidades que aconteceram nesses ductos. Cintilografia - mostra se ta captando e excretando adquadamnee. Um deles já é o suficiente. Após isso precisa ver se o problema é realmente auto-imune. O padrão ouro de SS é o histopalogico, a biópsia de glândula salivar menor. • SS Primária: Presença de 4 dos 6 itens é indicativo de SS Primária, sendo obrigatório o item V ou VI • SS Secundária: a presença do item I ou II + 2 dos itens III, IV e V pode ser considerado como indicativo de SS Secundária em pacientes com outra doença do tecido conectivo definida. CRITÉRIO VI NÃO ENTRA, JÁ QUE O PACIENTE JÁ TEM UMA DOENÇA AUTOIMUNE, ENTÃO PODE SER QUE TENHA RESULTADO CRUZADO. ANTIDEPRESSIVOS - nesses casos não tem biópicia compativel e nem os auto imunes * Afastar algumas condições como: tratamento com irradiação da cabeça e pescoço, HCV, SIDA, linfoma, sarcoidose, doença do enxerto versus hospedeiro, uso de drogas anticolinérgicas, antidepressivos, antihipertensivos, parassimpaticolíticos e neurolépticos. TESTES CITADOS NOS CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO • Teste de Schirmer: Avalia quantitativamente a produção de lágrima, colocando-se uma fita de papel-filme no saco conjuntival inferior. Considera-se o teste positivo quando menos de 5mm na fita de papel é umidificada após 5 minutos. O normal é maior de 10 mm. Se a umidificação for menor ou igal a 5 mm, baixa produção lacrimal, serve para pontuar para diagnóstico de Sjogren. • Coloração de Rosa-Bengala: aplicação do corante Rosa-Bengala que quando visualizado com lâmpada de fenda é capaz de detectar a ceratoconjuntivite seca puntata. Tem a função de mostrar as consequencias de alguem que está sem lágrima, vai observar se o corante teve aderencia ao ser aplicado no olho. Sem lágrima, faz com que tenham micro erosões na esclera, o corante adere nessas eroções. Precisa ter um ou o outro, não precisa ter os dois. • Sialometria: Mede durante 15 minutos o fluxo salivar não- estimulado em um tubo calibrado. O fluxo normal é maior que 1,5ml. • Sialografia: método radiográfico para acessar as mudanças anatômicas do sistema ductal das glândulas salivares. Na SS, a sialografia mostra distorção dos ductos (sialectasias) com importante retenção do contraste. • Cintilografia de glândulas salivares (Tecnécio99m): É uma avaliação funcional de todas as glândulas salivares. O resultado compatível com SS revela atraso na captação, redução da concentração e/ou atraso na excreção do traçador. • Biopsia de glândula salivar menor: Considerada tradicionalmente como exame “padrão-ouro” para o diagnóstico. É realizada na mucosa oral onde há glândula salivar menor, sendo nessa localização, menos incômodo para o paciente. CONDIÇÕES GRAVES ASSOCIADAS À SS Clínicos Laboratoriais Linfadenopatia Anticorpos anti-Ro e anti-La Febre Crioglobulinas Púrpura palpável, úlceras cutâneas de membros inferiores Hiérgamaglobuina e pico monoclonal Parotidite Complemento baixo Neuropatia Desaparecimento do fator reumatóide FERNANDA SOUZA LINFOMA - tem algumas questões laboratoriais e clínicas para ficar atendo com o paciente. Linfonodomegalia única, fixo, não regride, fique atendo para linfoma. Apresenta os episódios febris que não explica muito bem, aparece a cada duas semanas Aumenta da parótida que não regride Precisa de uma avaliação precoce do médico assistente dele, e ficar atento em alguns exames laboratoriais. Anti-Ro e anti-LA em altos títulos tem maior chance de ter linfoma. Crioglobulinas - são globulinas, proteínas séricas, que estão associadas com vasculite, se está apresentando lesões cutâneas, neurológicas, pulmonares, nesse cenário com crioglobulinas tem mais chance de desenvolver linfoma. Desaparecimento do fator reumatoide não está mais presente. Principal complicação que tem medo é linfoma. • Bloqueio cardíaco congênito: o rara, o bloqueio cardíaco congênito do 3° grau o irreversível, o detectado intra-uterino, a partir de 21 semanas de gestação. o Podeacompanhar: dermatite cutânea (reversível que aparece com a exposição à luz). Mulheres podem evoluir com lúpus neonatal, tem tratamento e pode ser evitado isso na criança. TRATAMENTO • Medidas fundamentais - aplicadas a todos os pacientes: o Evitar drogas anticolinérgicas (atropina, ipratrópio) o Evitar irritantes como fumaça de cigarro e poeira. o Recomenda-se manter o ambiente úmido e ingestão de líquidos frequentemente. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO - Tentar melhorar o ambiente desse paciente MEDIDAS LOCAIS XEROFTALMIA • Colírios de lágrima artificial • Colírios de ciclosporina a 0,05%, contribuindo com a manutenção da integridade do epitélio conjuntival e corneano, * Os corticóides tópicos devem ser usados com critérios, pois podem induzir lesões corneanas, infecções e catarata XEROSTOMIA • Cuidados dentários preventivos e uso de flúor são essenciais. • A saliva artificial pode melhorar a lubrificação e hidratação da mucosa oral. • Uma substância artificial (saliva artificial), o preço não é favorável DISPAREUNIA Lubrificantes vaginais e para a xerose cutânea, o uso de emolientes TRATAMENTO SISTÊMICOS • Secretagogos – estimulam as glândulas, atuando como agonistas colinérgicos, estimulando receptores muscarínicos (M1 e M3) encontrados nas glândulas salivares, lacrimais e outros órgãos. • Os principais agentes utilizados na SS são: pilocarpina e cevimelina. • A pilocarpina são comprimidos de 5mg, utilizada 2 a 4x/ dia. Os principais efeitos adversos são sudorese excessiva, náusea, rinite e diarréia. • Cevimelina (30mg), são utilizados na dose de 30 mg 3x/d. Os efeitos colaterais são os mesmos descritos para a pilocarpina, mas em menor frequência. Os efeitos adversos são sistêmicos e importantes, precisa ver qual a melhor dose para o paciente. Cevi não tem no Brasil. TRATAMENTO DAS MANIFESTAÇÕES EXTRA- GLANDULARES FADIGA MÚSCULO-ESQUELÉTICA: Hidroxicloroquina FENÔMENO DE RAYNAUD: • Evitar fumo • Evitar ambiente frios, uso de luvas e meias. • Tratamento medicamentoso: bloqueadores do canal de cálcio. • Anlodipino 5mg/ noite (bloq do canal de cálcio - já que causa hipotensão em paciente que não tem hipertensão). SINTOMAS EXTRA-GLANDULARES: DEPENDE DA GRAVIDADE EX.: imunossupressores como ciclofosfamida, metotrexate, azatioprina, ciclosporina, e rituximabe (especialmente no MALT). Ex.: doença pulmonar intersticial, vasculites, artrites. *São fatores de risco para pensar em degeneração para linfoma, então precisa buscar linfoma antes de imunossuprimir este paciente.
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