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VPPB - Cupulolitíase UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE FONOAUDIOLOGIA Discipliina: Audiologia lV Professora: Dr.(a). Mabel Gonçalves Almeida Alunos: Felipe Vettoraci Passamani e Izaiane Pereira da Silva O que é VPPB? A vertigem postural paroxística benigna (VPPB) é uma desordem comum da orelha interna que resulta na estimulação anormal dos canais semicirculares, na maioria das vezes do canal posterior. A posição da cabeça e a direção do nistagmo indicam o canal acometido. O que é VPPB? Para que ocorra o nistagmo característico da VPPB é necessário que haja a migração de otólitos (otocônias) do utrículo para o canal semicircular enquanto a cabeça se encontra na posição do canal. VPPB é a causa mais comum de vertigem, principalmente em idosos. Aos 70 anos, 30% dos idosos já apresentaram pelo menos um episódio desta doença. O que é VPPB? A VPPB foi inicialmente descrita por Bárány em 1921 e em 1952 Dix e Hallpike evidenciaram o termo. Em 1969, Schuknecht propôs a teoria da cupulolitíase. O que é VPPB? Pesadas partículas ficariam aderidas à cúpula do canal semicircular (CSC), que deixaria de funcionar como transdutor de aceleração angular para funcionar como transdutor de aceleração linear Cupulolitíase Em estudos anátomopatológicos, Schuknecht, encontrou depósitos basofílicos aderidos à cúpula do CSC de indivíduos que apresentavam VPPB antes do óbito. Cupulolitíase O autor argumentou que estes depósitos basofílicos, compostos por partículas inorgânicas, se desprenderiam da mácula do utrículo e em virtude da ação da gravidade cairiam no CSC posterior, cuja abertura está situada inferiormente ao utrículo, e ficariam aderidas à cúpula. A teoria da canalolitíase também admite que pequenos fragmentos de carbonato de cálcio se soltam da mácula utricular e caem nos CSCs Cupulolitíase Cupulolitíase Segundo a teoria da cupulolitíase, a cúpula, com partículas aderidas à sua superfície, seria defletida inclusive em situações estáticas (imóvel) de acordo com a força da gravidade, funcionando como um transdutor de aceleração linear (teoria da flutuação). Este mecanismo explica, por exemplo, o nistagmo posicional presente na intoxicação alcóolica, que se relaciona à posição da cabeça, mas não explica os ataques de VPPB por diferentes razões. Cupulolitíase Idiopáticos, em 50% dos casos. Trauma, neurite vestibular, isquemia vértebro-basilar, pósoperatório, repouso prolongado, são as causas mais freqüentemente encontradas. Proporção de 2:1 entre mulheres e homens no grupo com VPPB idiopática, enquanto no grupo dos casos com etiologia definida a relação é de 1:1 Etiologia Episódios recorrentes de vertigem com duração de menos de um minuto Náuseas e tonturas também podem ocorrer. A duração média dos sintomas é de duas semanas podendo voltar meses depois. Sintomas Os episódios de tontura são provocadas por movimentos específicos da cabeça. O quando pode surgir subitamente, com vertigens que aparecem pela primeira vez logo que o paciente acorda e tenta se levantar. Sintomas Dix-Halpike: coloca-se o paciente sentado na maca e a cabeça deve ser girada no plano do canal, após, pede-se para o paciente deitar e observa- se o movimento. Epley: na presença de nistagmo, faz-se o mesmo movimento contra- lateral e após o paciente senta, olhando para frente (canalítica); Head –roll: com o paciente deitado na maca , com a cabeça no plano do canal lateral (aproximadamente 30 º em relação ao plano horizontal) virar a cabeça para o lado acometido e depois par ao contra-lateral ; Lempert/barbecue manuever: gira-se o paciente no eixo do corpo. Semont Diagnóstico - através de manobras Existem várias manobras com a cabeça que têm como objetivo movimentar os cristais de cálcio de forma a expulsá-los dos canais do labirinto. Essas técnicas são chamadas de manobras de reposicionamento otolítico e apresentam excelentes resultados. Tratamento Realizada no consultório, as manobras de reposicionamento otolítico são compostas por vários posicionamentos simples e lentos da cabeça. Cada posição é mantida por cerca de 30 segundos depois do desaparecimento da vertigem ou do nistagmo. Esta técnica é geralmente eficaz após uma ou duas sessões. Tratamento A vertigem posicional benigna é uma doença benígna, mas pode ser extremamente desagradável. Ela desaparece mesmo sem tratamento na maioria das vezes em dias e semanas, mas em alguns pacientes pode durar mais, de meses até anos. Por esse motivo e devido ao sofrimento do paciente, uma terapia deve ser em todos casos oferecida, não devendo ser aguardada a remissão espontânea. Prognóstico CASO CLÍNICO Foi realizado um estudo longitudinal da paciente I.C.F.com 76 anos de idade, sexo feminino, que apresenta VPPB e outras doenças que podem associar-se a tontura. Apresentava queixa de plenitude auricular, tontura, sensação de flutuação, sensação de cabeça oca ou pesada, escurecimento de visão, fadiga, falta de concentração ou memória, vertigem postural, medo de andar sem o apoio das muletas. Motivo de encaminhamento: encaminhada em 2006 pelo médico otorrinolaringologista para reabilitação vestibular; com confirmação de diagnóstico de síndrome vertiginosa. Antecedentes pessoais com história de: dores cervicais decorrentes de espondilose, com pinçamento dos espaços inter-vertebrais entre C4-C5-C6-C7; Hipertensão arterial; Hipertireoidismo; Diabetes mellitus; Colesterol; Osteoporose; Artrose e atrite; Cardiopatia, já tendo realizado cateterismo; Usuária de prótese no joelho; Usuária dos seguintes medicamentos: metformina, furosemida, metildopa; maleato de enalapril; dicloridrato de flunarizina e Hidroclorotiazida. Com o objetivo de descrever o caso foram realizadas: Anamnese audiológica, audiometria e Imitanciometria, além de serem coletados dados do exame de vecto-eletronistagmografia e da radiografia da coluna cervical. CASO Resultados da vecto-eletronistagmografia: presença de nistagmo rotatório, acompanhado de vertigem com cabeça pendente à esquerda, sugestivo de ductolitíase do canal semicircular. As provas calóricas indicaram normorreflexia labiríntica bilateral; sem preponderância direcional e sem predomínio labiríntico; como também outros achados significantes. Resultados da audiometria e imitanciometria: Os limiares auditivos apresentaram perda auditiva neurossensorial leve em 4000 Hz e 6000 Hz à esquerda e na freqüência de 4000 Hz à direita. Curva Timpanométrica do tipo "A" bilateralmente com presença de reflexos estapedianos em ambas as orelhas e presença de recrutamento na freqüência de 4000 Hz bilateralmente. CASO O tratamento fonoaudiológico realizado com a paciente a partir de maio de 2006 foi baseado em protocolos com exercícios de Cawthorne 6, Cooksey 7 e Herdman 8, levando em consideração a grande dificuldade de mobilidade cervical da paciente no planejamento do tratamento. Na 5ª sessão de terapia fonoaudiológica, a paciente referiu melhora no quadro vertiginoso passando inclusive a andar sem o apoio das muletas, apresentando diminuição na intensidade e na freqüência das crises vertiginosas no segundo mês de tratamento. Durante a reavaliação fonoaudiológica, seis meses após o inicio do tratamento, a paciente referiu a necessidade de dar continuidade à terapia fonoaudiológica para a manutenção de seu bem estar, uma vez que apresentou piora do quadro vertiginoso, após crise hipertensiva, ocorrida uma semana antes da citada reavaliação. No mesmo período em que a paciente foi submetida ao tratamento fonoaudiológico, teve acompanhamento de profissionais dos cursos de Fisioterapia, Nutrição e Farmácia e dos médicos Otorrinolaringologista e Neurologista que fazem parte do projeto de reabilitação vestibular do curso de Fonoaudiologia da UNOPAR, além do acompanhamento do Cardiologista devido ao comprometimento cardiovascular. CASO PEREIRA, Cristiana Borges; SCAFF, Milberto. Vertigem de posicionamento paroxística benigna. Arq. Neuro-Psiquiatr., São Paulo , v. 59,n. 2B, p. 466-470, June 2001 . Baloh, R. et al. Benign Positional Vertigo. Clinical Neurophisiology of the Vestibular System. 4th Edition. Oxford. BITTAR, Roseli Saraiva Moreira et al . Estudo epidemiológico populacional da prevalência de tontura na cidade de São Paulo. Braz. j. otorhinolaryngol., São Paulo , v. 79, n. 6, p. 688-698, Dec. 2013 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1808-86942013000600688&lng=en&nrm=iso American Academy Of Otolaryngology-Head & Neck Surgery’s Bppv Clinical Practice Guidelines. Google imagens. Referências http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-86942013000600688&lng=en&nrm=iso
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