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Daniela Seixas Metabolismo de macro e micronutrientes Tema: Metabolismo de macro e micronutrientes 18/09/2021 2 METABOLISMO CARBOIDRATOS CARBOIDRATOS • Composição: C, H, O. • Fórmula geral: (C.H2O)n, (n entre 3 e 9) • Poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas. CARBOIDRATOS MONOSSACARÍDEOS (açúcares simples) DISSACARÍDEOS POLISSACARÍDEOS GLUCOSE FRUTOSE GALACTOSE MALTOSE SACAROSE LACTOSE AMIDO GLICOGÊNIO CELULOSE QUITINA DISSACARÍDEOS POLISSACARÍDEOS METABOLISMO DE CARBOIDRATOS VIA GLICOLÍTICA PIRUVATO PIRUVATO DESTINOS DO PIRUVATO GLICOSE X FRUTOSE OBJETIVOS: Estudar o efeito do consumo de frutose pela manhã no estímulo da lipogênese (medida pela infusão de 13C1-acetato e análise por GC-MS) imediatamente após o café da manhã e após o almoço. OBESIDADE (alterações na grelina e leptina) RESISTÊNCIA À INSULINA/DIABETES HIPERTRIACILGLICEMIA DISLIPIDEMIA HIPERTENSÃO ARTERIAL AUMENTO DO ÁCIDO ÚRICO ESTEATOSE HEPÁTICA Quanto é excesso se pensarmos em frutas? FRUTOSE: o açúcar das frutas? 800g 1,3kg 600mL 571g 954g 1,2L 2,2kg 1,3kg A frutose é passivamente transportada pela circulação portal até o fígado, onde é metabolizada A frutose em baixas doses é metabolizada pelo intestino → glicose e ácidos orgânicos A frutose em altas doses satura a capacidade do intestino e é metabolizada pelo fígado. ÍNDICE GLICÊMICO ➢ Índice Glicêmico (IG) é calculado a partir da glicemia até duas horas após a ingestão de 50g de carboidrato de um alimento e, ao final, comparado com um alimento de referência (pão branco ou glicose). É um índice qualitativo. Classificação IG(%) pão 100% IG(%) glicose 100% CG(g) Baixo ≤75 ≤55 ≤10 Médio 76-94 56-69 11-19 Alto ≥95 ≥70 ≥20 Valores para a class ificação dos alimentos de acordo com o índice glicêmico e a carga glicêmica *Para a obtenção de valores de IG (glicose=100%) multiplica-se por 0,7 o valor de IG (pão=100%) CARGA GLICÊMICA A carga glicêmica (CG) relaciona a qualidade do carboidrato do alimento e a quantidade consumida desse alimento. CG tem aplicação mais prática. Mede o impacto glicêmico que um determinado alimento, refeição ou dieta pode provocar. *Para a obtenção de valores de IG (glicose=100%) multiplica-se por 0,7 o valor de IG (pão=100%) Equação: CG= IG (glicose) x teor CHO disponível na porção 100 1un banana prata (70g) CHO = 19,6g CG = 5 IG= 27 BAIXO 5un banana prata (350g) CHO = 98g CG = 26 3un banana prata (210g) CHO = 58,8g CG = 16 BANANA IG= 65 MÉDIO 1 xícara de chá (150g) CHO = 35g CG = 23 ½ xícara de chá (75g) CHO = 17,5g CG = 11 2 colheres de sopa (60g) CHO = 14g CG = 9 1 fatia (120g) CHO = 6g CG = 4 IG= 72 ALTO 3 fatias (360g) CHO = 18g CG = 13 MELANCIA 5 fatias (600g) CHO = 30g CG = 22 AMIDO AMIDO DIGERÍVEL ➢ AMIDO DIGERÍVEL Inclui o amido disponível para hidrólise (completa) pelas enzimas digestíveis : • Amido rapidamente digerível → amido é hidrolisado em glicose em até 20min (in vitro) • Amido lentamente digerível → hidrólise até glicose ocorre entre 20 e 110min (in vitro) AMIDO RESISTENTE TIPOS DE AMIDO RESISTENTE ➢ Tipo 1: fisicamente inacessível no alimento intacto devido à estrutura da planta (ex: grãos e legumes) → influência do processamento e mastigação ➢ Tipo 2: devido à forma do grânulo, que influencia na digestão são resistentes à hidrólise enzimática → banana verde ➢ Tipo 3: amido retrogradado (cozimento em água e resfriamento) → batata, milho, arroz, feijão ➢ Tipo 4: não está presente naturalmente, produzido por processo industrial – ligações cruzadas ou esterificação AMIDO RESISTENTE TIPO 2 • BANANA VERDE é o alimento in natura com MAIOR teor de amido resistente (farinha de banana verde também é fonte significativa) • Teor de A.R. pode chegar até 57% do teor de amido • Porém o teor é altamente variável e depende do genótipo da banana AMIDO RESISTENTE →→→ SACAROSE AMIDO RETROGRADADO Alimentos foram cozidos tempo suficiente para ficarem macios (sem pressão) - Arroz integral: 28min - Milho: 45min - Polenta: 90min - Espaguete: 20min - Batata: 33min - Análise do teor de A.R. após cocção e após armazenamento em freezer (-20ºC) durante 30 dias • Efeitos benéficos à saúde • Propriedades para indústria de alimentos → textura PROPRIEDADES DO AMIDO RESISTENTE intestino delgado intestino grosso PROPRIEDADES DO AMIDO RESISTENTE - Efeito prebiótico: - Produção de AGCC: prevenção de doenças inflamatórias, manutenção da integridade do epitélio intestinal: - Butirato: fonte de energia para células epiteliais, maior proliferação das células da mucosa → pode prevenir doenças colônicas (colite ulcerativa e câncer de cólon); - Propionato: inibe a HMG-CoA redutase; - A.R. para o aumento do volume fecal, modificação da microbiota e aumento da excreção fecal de nitrogênio (possível ação protetora contra o câncer de cólon) - Aumento do volume fecal pode atuar como medida profilática para constipação e hemorroidas - Efeito na saciedade: ↑ da colecistoquinina → efeito anorexígeno no hipotálamo LIPÍDEOS ESTRUTURA DOS ÁCIDOS GRAXOS ESTRUTURA DOS ÁCIDOS GRAXOS CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO PELO TAMANHO DA CADEIA ➢ ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA CURTA: acetato (2C), propionato (3C) e butirato (4C) ➢ ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA MÉDIA: entre 6 e 12 átomos de C ➢ ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA LONGA: mais de 14 átomos de carbono NOMENCLATURA DESIGNAÇÃO DELTA X DESIGNAÇÃO n TRIACILGLICEROL COLESTEROL PRINCIPAIS ÁCIDOS GRAXOS DA DIETA ➢ Mirístico (14:0): leite e seus derivados ➢ Palmítico (16:0): gordura animal e o óleo de palma. MAIS ABUNDANTE NA ALIMENTAÇÃO HUMANA ➢ Esteárico (18:0): gordura do cacau ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS ➢ Monoinsaturado: ácido oleico (C18:1): azeite de oliva ➢ Poliinsaturados: ➢ ômega-3: linhaça, chia, peixes ➢ ômega-6: óleos vegetais (soja, canola, milho e girassol) principal: ácido linoleico (AL) (18:2, w-6) http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b1/ALAnumbering.png HIDRÓLISE DOS TAGs TRIACILGLICEROL GLICEROL ÁCIDOS GRAXOS VIA GLICOLÍTICA -OXIDAÇÃO EPINEFRINA GLUCAGON MOBILIZAÇÃO DOS TAGs OXIDAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS OXIDAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS BETA OXIDAÇÃO 4 3 2 1 OXIDAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS C.A.C Estágio 2 Estágio 3 COMPOSIÇÃO DE TCMs DO ÓLEO DE COCO TCM = ~70% CADEIA LONGA = ~30% ÓLEO DE COCO X TCM ÓLEO DE COCO TCM METABOLISMO DE TCMs METABOLISMO DE TCMs PROTEÍNAS AMINOÁCIDOS • Unidades fundamentais das proteínas • Apresentam pelo menos um grupo carboxílico e um grupo amino • Aminoácidos têm como fórmula geral: +H3N - C - H COO - R carbono AMINOÁCIDOS ➢ Aminoácidos essenciais: não podem ser sintetizados pelo nosso organismo. Apenas aminoácidos essenciais estimulam a síntese proteica (histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano, valina) ➢ Aminoácidos não essenciais: podem ser sintetizados pelo organismo, não é necessário ingerir via alimentação → estímulo à síntese proteica ➢ Condicionalmente essenciais: são aminoácidos não essenciais, que em algumas condições específicas, quando há ↑ da demanda, se tornam essenciais (ex: arginina em pacientes com câncer) AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS EM DIFERENTES FONTES PROTEICAS COMTEÚDO DE LISINA E METIONINA LISINA METIONINA LEUCINA EM DIFERENTES FONTES PROTEICAS LEUCINA E SÍNTESE PROTEICA MICRONUTRIENTES ➢ Se baseiam em 4 níveis de referência: EAR: Estimated Average Requirement (Necessidade média estimada) RDA: Recommended Dietary Allowance (Ingestão dietética recomendada) AI: Adequate Intake (Consumo adequado) UL: Tolerabel Upper Intake Level (Limite superior tolerável de ingestão) ADEQUAÇÃO NUTRICIONAL: DRIs ADEQUAÇÃO NUTRICIONAL ➢ EAR = Estimated Average Requirement (Necessidade Média Estimada): ➢ quantidade suficiente para satisfazer as necessidades nutricionaisde 50% dos indivíduos de um determinado grupo. ➢ RDA = Recommended Dietary Allowance (Ingestão Dietética Recomendada): ➢ consumo diário médio necessário para satisfazer os requerimentos nutricionais de praticamente todos os indivíduos (97 a 98%) em um determinado estágio da vida e gênero. Cálculo é feito a partir da EAR: ➢ Nem todos os nutrientes possuem RDA. ➢ RDA = EAR + 2DP CONSUMO ADEQUADO: AI ➢ AI = Adequate Intake (Consumo adequado) - Quando não há dados suficientes na literatura para estabelecer o EAR e portanto a RDA. Nutrientes que possuem AI ainda precisam ser muito melhor estudados para determinar a necessidade real para uma determinada população. Os valores de AI visam satisfazer ou exceder as necessidades nutricionais para um determinado grupo. - “A AI representa uma ingestão (não uma recomendação), que provavelmente excede a atual (mas não conhecida) necessidade de quase todos os indivíduos saudáveis em um mesmo estágio de vida e sexo. Frequentemente é maior do que a RDA seria. Se a ingestão habitual de um indivíduo excede a AI provavelmente está adequada, se estiver abaixo não se pode estimar quantitativamente essa inadequação”*. UL: LIMITE SUPERIOR ➢ UL = Tolerable Upper Intake Level (Limite Superior Tolerável) - Valor mais alto de ingestão diária continuada de um nutriente, que aparentemente não oferece risco de efeito adverso à saúde para a maioria dos indivíduos em um determinado estágio de vida ou gênero - A UL ainda não está estabelecida para todos os nutrientes Cap 2: Recomendação de nutrientes 25 vitaminas e minerais Suplementos comercialmente disponíveis É possível colocar todas as vitaminas e minerais em uma forma biodisponível em um único comprimido? Navarro M, et al. Am Coll Nutr, 22(2): 124-132, 2003. ➢ Objetivos: estimar a biodisponibilidade de micronutrientes de um suplemento comercial ➢ Avaliação da absorção de 7 micronutrientes: B2, B9, vit C, B12, Fe, Zn e Cu nada – placebo 4 doses 4 doses maceradas 15 indivíduos saudáveis, experimental cruzado, 3 refeições: 4x RESULTADOS ➢ Vit C ➢ B9 ➢ B2 ➢ Ferro ➢ B12 ➢ Zinco ➢ Cobre ➢ Vit C ➢ B9 ➢ B2 ➢ B12 ➢ Ferro ➢ Zinco ➢ Cobre dose 4x > que a indicada Não é possível absorver todos os micronutrientes presentes em uma fórmula! OU SEJA... As informações do rótulo atestam apenas a presença do nutriente o que não é garantia de biodisponibilidade! ➢ Vitamina hidrossolúvel com forte ação como agente redutor ➢ Função antioxidante: prevenção da oxidação de proteínas, DNA e lipídeos ➢ Cofator na síntese de colágeno, carnitina e catecolaminas ➢ Ação na conversão do colesterol em ácidos biliares ➢ No estômago, o ácido ascórbico pode prevenir a formação de nitrosaminas por meio de reações com diversos compostos nitrosos VIT C: FUNÇÕES ➢ Em altas concentrações pode ter ação pró-oxidante AÇÃO ANTIOXIDANTE VIT C E IMUNIDADE ➢ Estimula a produção e função de leucócitos: neutrófilos, linfócitos e fagócitos ➢ Em resposta a microrganismos invasores, os leucócitos fagocíticos produzem radicais superóxido e peroxinitrito ➢ A vit C protege os leucócitos para que eles mesmo não sejam agredidos por esses radicais livres FONTES ALIMENTARES DE VIT C Descrição dos alimentos (100g) Vit C (mg) Acerola, crua 941,4 Acerola, polpa, congelada 623,2 Caju, cru 219,3 Pimentão, amarelo, cru 201,4 Pimentão, vermelho, cru 158,2 Caju, suco concentrado, envasado 138,7 Kiwi 140,0 Caju, polpa, congelada 119,7 Mexerica 112,0 Pimentão, verde, cru 100,2 Goiaba, branca, com casca, crua 99,2 Couve, manteiga, crua 96,7 Suco de laranja 94,5 Mamão papaia 82,2 VITAMINA C NOS ALIMENTOS ➢ A vit C é rapidamente perdida na cocção dos alimentos, em virtude principalmente da sua solubilidade em água. ➢ Maior biodisponibilidade nos alimentos crus ➢ Estocagem por um longo período também pode ↓, de forma significativa o teor de vit C dos alimentos ➢ Nos sucos cítricos, a estabilidade da vit C é ↑ devido ao baixo pH e à ação antioxidante dos flavonoides presentes no suco Consumo insuficiente: - Vitamina E: ~83% dos indivíduos - Vitamina A: 83% a 95% dos indivíduos - Vitamina C: ~72% dos indivíduos ➢ Ingestão de 10mg/dia já é suficiente para prevenção do escorbuto VIT C: DEFICIÊNCIA VIT C: DEFICIÊNCIA E INSUFICIÊNCIA ➢ ↑ da necessidade em períodos de gestação e lactação ➢ Doenças inflamatórias crônicas e agudas ➢ Diarreia, hipocloridria ➢ Resfriados comuns ↑ a excreção urinária da vit C VIT C: INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTONS: ➢ ↑ do pH do estômago em diversas unidades (ou seja, ↓ da concentração de H+) ➢ pH modifica micronutrientes essenciais quando passam pelo estômago ➢ Possível interferência com o estado nutricional de vit C, Fe e B12 ➢ A vit C é secretada pela mucosa gástrica no estômago saudável e suas concentrações no suco gástrico são superiores à plasmática. ➢ A maior parte da vit C no suco gástrico está na forma ativa (ácido ascórbico) e uma pequena proporção está na forma oxidada (ácido dehidroascórbico). ➢ A principal fonte de nitrito é a saliva: quando engolida, no pH ácido do estômago o nitrito é convertido em uma variedade de compostos nitrosados, alguns potencialmente carcinogênicos. ➢ O ácido ascórbico compete como esses compostos convertendo-os para ON ➢ Portanto, o ácido ascórbico do suco gástrico tem um efeito protetor contra o câncer gástrico e em indivíduos saudáveis há muito pouco nitrito no suco gástrico. MUDANÇAS DO pH DO ESTÔMAGO Vit C pH < 3,5 compostos N-nitrosos potencialmente carcinogênico pH > 4,0 bactérias que convertem NO3 - → NO2 - Henry EB, et al. Aliment Pharmacol Ther, 22: 539-545, 2005. VITAMINAS DO COMPLEXO B ➢ Forma ativa da tiamina = tiamina pirofosfato (TPP)→ formada no fígado por ação da tiamina fosfoquinase ➢ Coenzima para reações de glicólise e ciclo de Krebs ➢ Metabolismo de aminoácidos de cadeia ramificada Mg O-2 H2O2 Cu/Zn Mn SeFAD Fe Mg e B1 Via das pentoses - P ➢ Atualmente está sendo mais estudada a ação antioxidante da B1, principalmente em doenças crônicas-degenerativas: ➢ ↓ do estresse oxidativo SOD B1: BIODISPONIBILIDADE ➢ Termolábil →maior sensibilidade do complexo B ➢ Instável em pH alcalino – fermento (ocorre destruição da B1 em chocolates e produtos de panificação) ➢ Tiaminases (presentes em peixe cru) degradam a tiamina no trato GI ➢ Chás também podem prejudicar sua absorção B1: DRI RDA UL Idade Homens (mg/dia) Mulheres (mg/dia) 0 - 6 meses* 0,2* 0,2* ND 7 - 12meses* 0,3* 0,3* ND 1 - 3 anos 0,5 0,5 ND 4 - 8 anos 0,6 0,6 ND 9 - 13 anos 0,9 0,9 ND 14 - 18 anos 1,2 1,0 ND 19 ou mais 1,2 1,1 ND Gravidez 1,4 ND Lactação 1,4 ND FONTES ALIMENTARES Descrição dos alimentos (100g) B1(mg) semente de gergelim 0,95 bisteca de porco grelhada 0,77 pernil de porco assado 0,77 aveia em flocos 0,55 linguiça de porco grelhada 0,4 castanha-do-brasil 0,3 castanha de caju torrada 0,3 chocolate meio amargo 0,2 gema de ovo de galinha cozida 0,18 amendoim cru 0,1 suco de laranja 0,1 frango cozido 0,1 ➢ A tiamina está amplamente distribuída nos alimentos em pequenas concentrações DEFICIÊNCIA DE TIAMINA (B1) ➢ Reservas de tiamina duram de 2 a 3 meses → ingestão deficiente → deficiência ➢ A meia vida da tiamina é de 9 a 18 dias ➢ Resulta em 3 síndromes distintas ➢ Neurite crônica periférica associada ou não à insuficiência cardíaca e edema ➢ Beriberi úmido: predomínio de insuficiência cardíaca e anormalidades metabólicas ➢ Beriberi seco: relacionado com uma deficiência mais prolongada e menos grave ➢ ↑ ingestão de carboidratos + atividade física predispõe ao beribéri úmido ➢ Dietas ricas em carboidratos refinados (ex: arroz branco) ➢ Cirurgia bariátrica e síndromes de má absorção ➢ Alcoolismo: prejuízo da absorção e metabolismo da tiamina (álcool inibe o transportador de membrana THTR-1) ➢ ↑ prevalência de deficiência de tiamina em indivíduos obesos antes da cirurgia bariatrica (de 15%até 50% dos pacientes, dependendo do estudo) ➢ Causa provável: ↑ consumo de carboidratos refinados → além de não conter tiamina utilizam tiamina no seu metabolismo aumentando a depleção ➢ Um estudo mostrou que um ↑ do consumo de chs de 55% para 75% durante 8 dias ↓ as concentrações plasmáticas de tiamina ➢ Além disso, outros fatores nutricionais como um ↑ consumo de chá e café (polifenóis podem destruir/inativar a tiamina), hipomagnesemia e processamento térmico dos alimentos podem ↓ a biodisponibilidade da tiamina DIABETES MELITUS ➢ Pacientes com diabetes possuem ↓ concentrações plasmáticas e ↑ do clearance renal de tiamina (em comparação a indivíduos saudáveis) ➢ A hiperglicemia pode afetar tanto a absorção intestinal quanto a reabsorção renal de tiamina (↓ a expressão dos transportadores THTR-1 e THTR-2, localizados nos enterócitos e rins) ➢ A hiperglicemia crônica contribui para o dano vascular que pode afetar o coração (cardiomiopatias), rins (nefropatias), retina (retinopatias) e sistema nervoso periférico (neuropatias) RIBOFLAVINA (B2) ➢ Precursora da FAD (flavina adenina dinucleotídeo) – reações de óxido-redução na cadeia respiratória – fundamental no metabolismo energético B2: FUNÇÕES ➢Cofator para diversas reações catalisadas pela família do citocromo P450 ➢Auxilia no metabolismo e absorção da vitamina B6 (conversão da piridoxina em piridoxal-5-fosfato) ➢Necessária para a ativação do ácido fólico e vitamina A ➢ Papel vital no metabolismo de carboidratos e lipídios, promovendo as reações: ➢ Oxidação do succinato à fumarato ➢ Oxidação do Acetil-CoA AÇÃO ANTIOXIDANTE B2 RECOMENDAÇÕES DE CONSUMO RDA Idade Homens (mg/dia) Mulheres (mg/dia) UL 0 - 6 meses* 0,3* 0,3* ND 7 - 12 meses* 0,4* 0,4* ND 1 - 3 anos 0,5 0,5 ND 4 - 8 anos 0,6 0,6 ND 9 - 13 anos 0,9 0,9 ND 14 - 18 anos 1,3 1,0 ND 19 ou mais 1,3 1,1 ND Gravidez 1,4 ND Lactação 1,6 ND FONTES ALIMENTARES Descrição dos alimentos (100g) B2(mg) Fígado de boi cozido 4,1 Levedo de cerveja 4,4 Pistache 0,2 Farinha de aveia 0,2 Fígado de vitela cozido 3,4 Fígado de galinha cozido 1,8 Farelo de aveia 1,2 Amêndoa 1,0 Queijo cottage 0,7 Ovo cozido 0,5 Leite 0,2 DEFICIÊNCIA ➢ Relativamente comum, mas a deficiência isolada de B2 é rara, geralmente está acompanhada com deficiência de outras vitaminas do complexo B ➢ Síndromes de má absorção ➢ Ingestão excessiva de álcool ➢ Idosos ➢ Gestantes (principalmente 3º trimestre) ➢ Pacientes com anemia e doenças cardiovasculares ➢ Algumas vezes a deficiência de B2 pode estar associada com anemia hipocrômica microcítica ➢ Exercício físico intenso ➢ Álcool (inibe a absorção) DEFICIÊNCIA ➢ DEFICIÊNCIA DE B2: ➢ B6: ↓ conversão da piridoxina → piridoxal-fosfato (forma ativa) ➢ B9: ↓ conversão do ácido fólico → 5-metil-tetrahidrofolato (forma ativa) ➢ B3: ↓ síntese de niacina a partir do triptofano ➢ Ação antioxidante: ↓ atividade da glutationa redutase, com ↓ da GSH (↑GSSG) B2: INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ➢ ↑s doses de anticoncepcional podem ↓ o estado nutricional de riboflavina ➢ Antipsicóticos (clorpromazina) e antidepressivos tricíclicos podem inibir a incorporação da B2 no FAD e FMN ➢ Anticonvulsivantes como o fenobarbital podem ↑ a destruição da riboflavina por enzimas hepáticas, ↑ o risco de deficiência B2 E FERRO ➢ Estado nutricional de B2 afeta o metabolismo do ferro: ➢ Via absorção ➢ Mobilização do ferro da ferritina (Fe2+ → Fe3+) é uma reação catalisada por uma enzima dependente de flavina, na falta de B2 o Fe fica retido na ferritina e é eliminado pelas fezes (em vez de ser transportado para os tecidos via transferrina) B2: INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ➢ ↑s doses de anticoncepcional podem ↓ o estado nutricional de riboflavina ➢ Antipsicóticos (clorpromazina) e antidepressivos tricíclicos podem inibir a incorporação da B2 no FAD e FMN ➢ Anticonvulsivantes como o fenobarbital podem ↑ a destruição da riboflavina por enzimas hepáticas, ↑ o risco de deficiência B3: NIACINA ➢ FUNÇÕES ➢ Precursora da NAD e NADP – reações de óxido-redução na cadeia respiratória – fundamental no metabolismo energético ➢ Essencial para o metabolismo de gorduras, carboidratos, proteínas e produção de ATP ➢ É produzida a partir do triptofano: em condições de ingestão adequada de triptofano e proteínas, a síntese endógena é capa de suprir as necessidades desta vitamina FAD E NAD METABOLISMO DA NIACINA 60mg de triptofano = 1mg de niacina* 100g de frango cozido fornece 100% da recomendação diária de niacina B3: RECOMENDAÇÕES RDA Idade Homens (mg/dia) Mulheres (mg/dia) UL 0 - 6 meses* 2* 2* NA 7 - 12 meses* 4* 4* NA 1 - 3 anos 6 6 10 4 - 8 anos 8 8 15 9 - 13 anos 12 12 20 14 - 18 anos 16 14 30 19 ou mais 16 14 35 Gravidez 18 35 Lactação 17 35 Recomendação em NE = equivalentes de niacina NE = 1mg de niacina = 60mg de triptofano FONTES ALIMENTARES Descrição dos alimentos (100g) B3(mg) NE* Levedo de cerveja 38,1 38,1 Fígado de vitela cozido 16,9 16,9 Amendoim 14,6 18,8 Frango cozido 13,4 19,8 Gérmen de trigo 5,7 12,1 Semente de girassol 5 5 Amêndoa 3,5 8,8 Abacate 1,9 2,3 Ovo cozido - 2,7 Tofu - 2,1 *NE = niacina + triptofano/60 Niacina pré formada + triptofano/60 = equivalente em niacina DEFICIÊNCIA DE NIACINA ➢ Dermatite, diarreia, depressão, apatia, cefaleia e fadiga ➢ Associada ao alcoolismo ou má absorção ➢ Síndromes de má absorção ➢ Anorexia ➢ Na diálise ocorre perda de niacina (que deve ser suplementada juntamente com outras vitaminas do complexo B) ➢ DIURÉTICOS: aumentam a eliminação de niacina na urina VIT B5: ÁCIDO PANTOTÊNICO ➢ Constituinte da Coenzima A: essencial para várias etapas do metabolismo celular ➢ Envolvida no metabolismo dos carboidratos e ácidos graxos principalmente ➢ Necessária para a síntese de colesterol, fosfolipídeos, hormônios esteróides e porfirina para a Hb Ocorre síntese bacteriana de B5, mas a contribuição desta para o estado nutricional não é conhecida RECOMENDAÇÕES AI Idade Homens (mg/dia) Mulheres (mg/dia) UL 0 - 6 meses* 1,7 1,7 ND 7 - 12 meses* 1,8 1,8 ND 1 - 3 anos 2 2 ND 4 - 8 anos 3 3 ND 9 - 13 anos 4 4 ND 14 - 18 anos 5 5 ND 19 ou mais 5 5 ND Gravidez - 6 ND Lactação - 7 ND ALIMENTOS FONTE Descrição dos alimentos (100g) B5(mg) Bife de fígado 6,5 Semente de girassol 6,6 Ovo 2,8 Peixe (truta) 2,3 Iogurte 0,8 Brócolis 0,9 Amendoim 1,6 Laranja 0,9 B5: DEFICIÊNCIA ➢ DEFICIÊNCIA ➢ Ácido pantotênico está amplamente distribuído nos alimentos, recebeu esse nome porque pantothen significa “de todo lugar” ➢ Muito rara, apenas em casos de desnutrição severa ➢ Estudos que induziram deficiência observaram → dores de cabeça, distúrbios GIs, formigamento de mãos e pés B6: PIRIDOXINA ➢ Glicogenólise: B6 é essencial para atividade da glicogênio fosforilase ➢Metabolismo dos eritrócitos: formação da hemoglobina ➢ Coenzima para enzimas envolvidas no metabolismo de aminoácidos ➢ Necessária para formação de diversos neurotransmissores: serotonina, dopamina, norepinefrina, taurina, histamina e GABA ➢ É cofator de mais de 100 enzimas diferentes METABOLISMO DA HOMOCISTEÍNA SÍNTESE DE NEUROTRANSMISSORES pH ácido triptofano hidroxilase Dopa descarboxilase RDA Idade Homens (mg/dia) Mulheres (mg/dia) UL 0 - 6 meses* 0,1* 0,1* NA 7 - 12 meses* 0,3* 0,3* NA 1 - 3 anos 0,5 0,5 100 4 - 8 anos 0,6 0,6 100 9 - 13 anos 1,0 1,0 100 14 - 18 anos 1,3 1,2 100 19 - 50 anos 1,3 1,3 100 51 ou mais 1,7 1,5 100 Gravidez 1,9 100 Lactação 2,0 100 B6: FONTES ALIMENTARES Descrição dos alimentos (100g) B6(mg) Bife de fígado 1,43 Banana 0,70 Salmão cozido 0,65 Frango cozido 0,63 Castanhas 0,50 Batata assada com casca 0,42 Camarão cozido 0,40 Carne de boi 0,40 Abacate 0,28 Avelã 0,21 Suco de ameixa 0,21 Manga 0,14 B6:DEFICIÊNCIA ➢ Sintomas clássicos de deficiência: ➢ Dermatite seborreica ➢ Anemia microcítica ➢ Convulsões (provavelmente devido aos ↑s níveis de metabólitos do triptofano que se acumulam nocérebro de animais deficientes em B6) ➢ Depressão e confusão ➢ ↑ homocisteína ➢ Estudos pré-clínicos com animais depletados em B6: ↓ dopamina, serotonina e ɣ- aminobutirato B6:DEFICIÊNCIA ➢ Contraceptivos orais ↓ as concentrações plasmáticas de piridoxal fosfato ➢ Alcoólatras também apresentam ↓s concentrações de piridoxal fosfato ➢ Mulheres grávidas com pré-eclampsia ou eclampsia também tem ↓s concentrações de piridoxal fosfato DOENÇAS GENÉTICAS E POLIMORFISMOS ➢ Terapia com ↑s doses de B6 (doses farmacológicas) pode ter efeito em ~50 doenças genéticas Cap 17: Vitamina B6 Págs. 475 - 480 B9: FOLATO ➢ Termo genérico para compostos com atividade similar ao ácido pteroilglutâmico: ➢ ácido fólico ➢ 5-metil-tetrahidrofolato (5-MTHF) ➢ 5-formiltetrahidrofolato (5-FTHF ou folínico) ➢ 10-formil-THF ➢ 5,10-metileno-THF ➢ Tetrahidrofolato (THF) B9: FUNÇÕES ➢Cofator na síntese de RNA e DNA ➢Necessária para formação de hemoglobina ➢Atua em conjunto com as vitaminas B2 e B12 ➢Protege fetos de defeitos na formação do tubo neural ➢Diminui a susceptibilidade a infecções ➢Participa da via dos neurotransmissores: serotonina, dopamina, GABA FONTES ALIMENTARES RDA** Idade Homens (mcg/dia) Mulheres (mcg/dia) UL 0 - 6 meses* 65* 65* ND 7 - 12 meses* 80* 80* ND 1 - 3 anos 150 150 300 4 - 8 anos 200 200 400 9 - 13 anos 30 300 600 14 - 18 anos 400 400 800 19 ou mais 400 400 1000 Gravidez 600 1000 Lactação 500 1000 FONTES ALIMENTARES Descrição dos alimentos (100g) B9(mcg) Levedo de cerveja 3912 Fígado de galinha 770 Lentilha 179 Feijão preto 148 Espinafre 100 Abacate 62 Brócolis cozido 61 Aspargos 140 Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. 5ª ed. Manole, 2016 FORTIFICAÇÃO DE ALIMENTOS ➢ 2017 – RDC 150 Fortificação de ferro (4 – 9 mg/100g) + Ácido fólico (140 – 220 mcg/100g) B9: DIGESTÃO E ABSORÇÃO ➢ALIMENTOS: folato → formil-tetrahidropteroilglutamato (poliglutamato) ➢ SUPLEMENTOS E ALIMENTOS FORTIFICADOS: folato → ácido pteroilmonoglutâmico (monoglutamato) poliglutamato monoglutamato dihidrofolato redutase (DHFR) ↓ DHFR ÁCIDO FÓLICO NÃO METABOLIZADO ➢Amostra de 144 brasileiros ➢Avaliação de UMFA (Unmetabolized Folic Acid) no sangue ➢ Presente em todos os participantes em pequenas concentrações ➢Apesar que ainda não se sabe até que ponto esse excesso é potencialmente prejudicial, o estudo sugere que o ↑ consumo de alimentos fortificados com ácido fólico é o principal responsável (e não o folato alimentar) → cuidado com suplementação adicional de mais ácido fólico sintético Pachetti CZ, et al. J Am Coll Nutr, 36(7): 572-578, 2017. Consumo > 200mcg de ácido fólico sintético/refeição → excede a capacidade da DHFR (dihidrofolato redutase) → formação do UMFA ➢ Associação inversa entre folato não metabolizado (UMFA) e atividade de células NK ➢ Avaliação do consumo de folato x citotoxicidade de NK em mulheres pós menopausa Dieta ↓ folato (< 233 mcg/dia) Dieta ↑ folato Suplementos com folato →↑ atividade de NK Suplementos com > 400mcg →↓ da atividade de NK Excesso de folato (↑UMFA) é potencialmente prejudicial B9: DEFICIÊNCIA ➢ Anemia megaloblástica – macrocítica ➢ Acúmulo de substratos e intermediários metabólicos (ex: homocisteína) ➢ Gravidez – malformação congênita do SN de bebês quando há deficiência de folato nos primeiros 3 meses de gestação (suplementação) ➢ Sintomas psicológicos: depressão, sonolência, insônia, irritabilidade ➢ Vários fármacos: diuréticos, anti-depressivos, contraceptivos orais, TRH, corticoesteróides, alguns antibióticos, aspirina e antiinflamatórios de modo geral - Cigarro - Exercício físico excessivo - Deficiência de zinco (interfere na absorção do folato dos alimentos) B12: COBALAMINA B12: FUNÇÕES ➢ Co-fator na síntese de RNA e DNA ➢ Necessária para formação de hemoglobina ➢ Participa do metabolismo do ácido fólico ➢ Controla os níveis de homocisteína (juntamente com a B6 e B9) ➢ Necessária para o funcionamento do sistema nervoso Metilação de proteínas e ácidos nucleicos Padrões aberrantes de metilação causam alteração da cromatina e alteram a expressão gênica L-metilmalonil-CoA mutase B12: FUNÇÕES SÍNTESE DE HEMOGLOBINA B12: ABSORÇÃO 1. Liberação da B12 dos alimentos : pepsina e ácido gástrico; 2. Ligação às proteínas R, secretadas pelas glândulas salivares; 3. Hidrólise das proteínas R no duodeno (meio alcalino e proteases pancreáticas); 4. Ligação ao fator intrínseco secretados pelas células gástricas parietais ➢ Absorção ativa: mediada pelo fator intrínseco ➢ Absorção passiva: ~1% da cobalamina ingerida é absorvida por difusão passiva RDA (mcg/dia) Idade Homens Mulheres UL 0 - 6 meses* 0,4 0,4 ND 7 - 12 meses* 0,5 0,5 ND 1 - 3 anos 0,9 0,9 ND 4 - 8 anos 1,2 1,2 ND 9 - 13 anos 1,8 1,8 ND 14 - 18 anos 2,4 2,4 ND 19 – 50 anos 2,4 2,4 ND 51 ou mais 2,4* 2,4* ND Gravidez 2,6 ND Lactação 2,8 ND *AI * o consumo deve ser de suplementos ou alimentos fortificados devido a ↓ da absorção da B12 de alimentos com o envelhecimento FONTES ALIMENTARES Descrição dos alimentos (100g) B12 (mcg) Salmão cozido 2,8 Carne bovina cozida 2,5 Queijo cottage 2,8 Carneiro cozido 2,4 Atum cozido 1,8 Camarão cozido 1,5 Ovo cozido 1,0 Iogurte desnatado 0,6 Leite desnatado 0,4 Leite integral 0,3 Frango cozido 0,3 Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. 5ª ed. Manole, 2016 ➢ Presente apenas em alimentos de origem animal B12 dos ovos é ↓ absorvida → ~9% (nas carnes a absorção é de 40 a 66%) B12: DEFICIÊNCIA ➢ Pode demorar de 5 a 10 anos entre o início da deficiência e aparecimento dos sintomas (estoque hepático > 1,5mg) ➢ Anemia macrocítica (megaloblástica) ➢ Glossite ➢ Cansaço, perda de apetite, obstipação ➢ Neuropatia periférica ➢ Sintomas neurológicos: adormecimento de mãos e pés, dificuldade para andar, perda de memória, desorientação e demência (com ou sem alterações do humor) ➢ Níveis séricos elevados de cobalamina (que não pode ser explicado por suplementação de ↑s doses) podem ser um sinal de doença grave. ➢ Desordens hematológicas como leucemia, policitemia vera e síndrome eosinofílica podem resultar em níveis ↑s de cobalamina ➢ Na hepatite aguda, cirrose e carcinoma hepatocelular o ↑ nas concentrações de cobalamina são reflexo de uma maior liberação hepática (lise celular) e/ou menor clearance da cobalamina circulante pelo fígado afetado ➢ Se o paciente tiver ↑s níveis de cobalamina é necessário investigar qual a doença de base → encaminhamento médico sem uso de suplemento MEDICAMENTOS X B12 ➢ pH ácido facilita a proteólise que libera a vit B12 dos alimentos ➢ Tratamento com omeprazol (20 ou 40mg/dia) durante 2 semanas: ➢ ↓ da absorção de 3,2 → 0,9% (20mg) ➢ ↓ da absorção de 3,4 → 0,4% (40mg) ➢ Estudos de longo prazo mostram resultados contraditórios → a maioria dos estudos avalia se os níveis estão dentro da normalidade, sem avaliar se houve ↓ em relação ao basal ➢ Antangonistas do receptor H2 da histamina (ex: ranitidina, cimetidina) também ↓ a absorção de B12 ➢ Maior risco de deficiência de B12 em pacientes com diabetes tipo II ➢ Uso de metformina é o principal fator de risco ➢ ↓s níveis de B12 após 4º mês de uso de metformina ➢ alterações na motilidade intestinal ➢ inibição competitiva da absorção ➢ interação com o receptor intestinal ➢ alterações no fator intrínseco VITAMINA A ➢ 1ª vitamina a ser descrita ➢ Principal órgão de armazenamento: fígado ➢ Três funções metabólicas conhecidas: ➢ Visão: a forma 11-cis-retinal é um componente dos pigmentos visuais ➢ Síntese de glicoproteínas: (ex: mucina, proteína responsável pela produção de muco) ➢ Proliferação e diferenciação celular: espermatogênese, desenvolvimento fetal, resposta imunológica, paladar, audição, apetite e crescimento RDA (RAE) Idade Homens (mcg/dia) Mulheres (mcg/dia) UL (mcg) UL (UI) 0 - 6 meses* 400* 400* 600 2000 7 - 12 meses* 500* 500* 600 2000 1 - 3 anos 300 300 600 2000 4 - 8 anos 400 400 9003000 9 - 13 anos 600 600 1700 5.667 14 - 18 anos 900 700 2800 9.333 19 ou mais 900 700 3.000 10.000 Gravidez ≤ 18 anos 750 3.000 10.000≥ 19 anos 770 Lactação ≤ 18 anos 1.200 3.000 10.000≥ 19 anos 1.300 1 UI = 0,3 mcg RAE EQUIVALETNES DE RETINOL ➢ A vitamina A pré-formada está presente apenas em alimentos de origem animal ➢ Os alimentos de origem vegetal contém carotenoides com atividade pró-vitamina A (o principal é o β-caroteno) ➢ ER: total de vitamina A pré-formada ou precursores 1mcg retinol = 12 mcg β-caroteno = 24 mcg outros carotenóides FONTES ALIMENTARES Descrição dos alimentos Vitamina A (ER) Fígado cozido (100g) 10.700 Óleo de fígado de bacalhau (13,6g) 4.900 Cenoura crua (72g) 2.025 – 3.800 Batata doce assada (60g) 1.310 Beterraba cozida (72g) 367 Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. 5ª ed. Manole, 2016 FONTES ALIMENTARES Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. 5ª ed. Manole, 2016 ➢ β-caroteno ➢ 12 µg de β-caroteno dietético = 1 µg de retinol ➢ 2 µg de β-caroteno como suplemento = 1 µg de retinol DEFICIÊNCIA ➢ Problema de saúde pública: afeta ~190 milhões de indivíduos no mundo inteiro Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. 5ª ed. Manole, 2016 ➢ Deficiência severa: ➢ Dificuldade de adaptação ao escuro ➢ Xerose da conjuntiva (perde o brilho e transparência) ➢ Manchas de Bitot ➢ ↓ na produção de muco → queratinização das células epiteliais → ressecamento e espessamento da córnea (xeroftalmia) ➢ Progresso da deficiência → queratinização da córnea (reversível) → ulceração da córnea e cegueira (irreversível) ➢ Deficiência moderada: ➢ Cabelo sem brilho ➢ Descamação de unhas ➢ ↑ da susceptibilidade a infecções ➢ ↓ do paladar e olfato VITAMINA D VIT D E Mg VIT D: FUNÇÕES Funções no metabolismo do cálcio: ➢ Crescimento e desenvolvimento ➢ ↑ absorção de Ca e P Imunidade: ➢ 1,25(OH)2D é um potente modulador do sistema imune. Células do sistema imune expressam o receptor da vitamina D (VDR). ➢ Diversos estudos mostram que a 1,25(OH)2D aumenta a imunidade inata e inibe o desenvolvimento da autoimunidade. ABSORÇÃO DE CÁLCIO Ca++ Ca ++ Ca ++ T R P V 6 CaCa Ca Ca 1,25(OH)2D3 Enterócito Membrana apical Membrana basolateral COM VITAMINA D: 30 a 80% do Ca dietético é absorvido SEM VITAMINA D: 10 a 15% do Ca dietético é absorvido Ca++ Ca ++ Ca ++ Ca++ Ca ++ Ca ++ Transcrição de genes envolvidos IMUNIDADE DIFERENCIAÇÃO CELULAR SECREÇÃO DE INSULINA REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL TÍTULO RDA Idade Homens (UI/dia) Mulheres (UI/dia) UL 0 - 6 meses* 400 400 1000 7 - 12 meses* 400 400 1500 1 - 3 anos 600 600 2500 4 - 8 anos 600 600 3000 9 - 13 anos 600 600 4000 14 - 18 anos 600 600 4000 19 - 70 anos 600 600 4000 71 ou mais 800 800 4000 Gravidez 600 4000 Lactação 600 4000 1mcg = 40UI VIT D EM ALIMENTOS Descrição dos alimentos Vit D (mcg) Óleo de fígado de bacalhau (13,5g)* 1360 Óleo de salmão (13,5g) 544 Ostras cruas (100g) 320 Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. 5ª ed. Manole, 2016 ➢ Os alimentos enriquecidos com vitD geralmente são com a forma ergocalciferol, que tem < biodisponibilidade *não é seguro usar o óleo de fígado de bacalhau como fonte de vitD devido às ↑ concentrações de vitamina A, que tem efeitos tóxicos ➢ Vit D está presente naturalmente (em qtd significativa) em pouquíssimas fontes alimentares VIT D EM ALIMENTOS ➢ 16 gemas de ovo = 1 RDA de vit D (600UI) ➢ 1 RDA geralmente é pouco para manter estado nutricional adequado ➢ Fontes mais significativas são o óleo de fígado de bacalhau, óleo de salmão e ostras... ➢ Óleo de fígado de bacalhau tem ↑↑ vit. A, que pode causar toxicidade Descrição dos alimentos Vit D (mcg) Vit D (UI) Óleo de fígado de bacalhau (13,5g) 1360 54.400 Óleo de salmão (13,5g) 544 21.760 Ostras cruas (100g) 320 12.800 DEFICIÊNCIA DE VIT D 29,9 ng/mL: 27,0 24 23,6 23,5 Concentração média de vit D (nmol/L) VIT D E OBESIDADE Risco de ter níveis séricos insuficientes de vitD x IMC VIT D E OBESIDADE Causa ou consequência ➢ A produção de vit D não é o único efeito benéfico decorrente da exposição à luz solar. A exposição aos raios UVR, tem efeitos adicionais: ➢ Regulação da secreção de TNF-α, IL-10 e células T regulatórias → possível proteção contra doenças auto-imunes ➢ Regulação da síntese de melatonina e modulação do ritmo circadiano ➢ Proliferação de linfócitos e síntese de ON dentre outros VITAMINA E ➢ Família de antioxidantes lipossolúveis: - Tocoferóis - α, β, γ, δ - α – tocoferol é a forma com maior potencial antioxidante in vitro - Tocotrienóis - α, β, γ, δ VITAMINA E: FUNÇÕES ➢ Antioxidante lipossolúvel ➢ Papel na proteção do sistema imunológico contra os radicais livres AÇÃO ANTIOXIDANTE RECOMENDAÇÕES RDA Idade Homens (mg/dia) Mulheres (mg/dia) UL 0 - 6 meses* 4 4 NA 7 - 12 meses* 5 5 NA 1 - 3 anos 6 6 200 4 - 8 anos 7 7,5 300 9 - 13 anos 11 11 600 14 - 18 anos 15 15 800 19 ou mais 15 15 1000 Gravidez 15 1000 Lactação 19 1000 1 mg vit E = 1,5 UI ➢ A UL da vit E está bem acima dos níveis considerados seguros →mais detalhes na parte de suplementação FONTES ALIMENTARES Descrição dos alimentos Vit E (mg) Óleo de gérmen de trigo (13,6g) 26 Semente de girassol (33g) 17 Avelã (68g) 16 Óleo de girassol (13,6g) 7,0 Amendoim (72g) 5,0 Castanha do Brasil (70g) 5,0 Amêndoas (78g) 4,3 Pistache (64g) 3,3 FONTES ALIMENTARES Alfa-tocoferol Tocoferol, beta Tocoferol, gama Tocoferol, delta VIT E: DEFICIÊNCIA ➢ A deficiência severa é muito rara → problemas genéticos que afetam o transporte do tocoferol, síndromes de má absorção de gorduras e desnutrição ➢ Sintomas neurológicos ➢ Neuropatia periférica ➢ Fraqueza muscular ➢ Consumo insuficiente de vit E (e antioxidantes em geral) pode ↑ o estresse oxidativo e o risco de: ➢ Doenças cardiovasculares ➢ Diabetes mellitus ➢ Prejuízo da função imune ➢ Alterações do sistema nervoso central Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. 5ª ed. Manole, 2016 VITAMINA K ➢ A vit K existe naturalmente em 2 formas: ➢ Filoquinona (K1) → alimentos de origem vegetal ➢ Menaquinona (K2) → alimentos de origem animal: possuem ~14 isoformas com cadeias laterais de comprimento variável (4 a 13 resíduos de isopreno: MK-4 a MK-13) – com exceção da MK-4, as demais menaquinonas podem ser sintetizadas pelas bactérias intestinais ➢ As mais abundantes na dieta humana são MK-4 e MK-7 VITAMINA K ➢ Coagulação sanguínea: a vit K é necessária para a biossíntese dos fatores de coagulação ➢ Metabolismo ósseo: necessária para a formação normal do osso → osteocalcina é uma proteína produzida pelos osteoblastos (proteína Gla do osso) é dependente de vit K ➢ Apesar da vitK ser lipossolúvel o organismo armazena quantidades muito pequenas, portanto é necessário um consumo regular desta vitamina ➢ O ciclo da vitK permite que uma pequena quantidade de vitK seja reutilizada diversas vezes para a carboxilação proteica VIT K E PROTEÍNA GLA DE MATRIZ Proteína Gla de matriz forma não carboxilada Proteína Gla de matriz forma carboxilada FONTES ALIMENTARES Cozzolino SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. 5ª ed. Manole, 2016 Descrição dos alimentos Vit K (mcg) Couve-de-Bruxelas cozida (78g) 460 Brócolis cozido (85g) 248 Couve-flor crua (50g) 150 Acelga cozida (88g) 123 Espinafre cru (30g) 120 Cenoura crua (72g) 104 Aspargos (60g) 34 Leite integral (244) 9,8 Leite desnatado (245) 8,6 Vegetais → filoquinona Animais → menaquinona * A biodisponibilidade da filoquinona do espinafre é de apenas 4% → a ingestão com manteiga ↑ a biodisponibilidade em 3x AI (mcg/dia) Idade Homens Mulheres UL INTERN. 0 - 6 meses 2 2 ND 7 - 12 meses 2,5 2,5 ND 1 - 3 anos 30 30 ND 4 - 8 anos 55 55 ND 9 - 13 anos 60 60 ND 14 - 18 anos 75 75 ND 19 ou mais 120 90 ND Gravidez 90 ND Lactação 90 ND Apesar da UL internacional não ser estabelecida, é necessário muito cuidado com pacientes que fazem uso de anticoagulantesorais DEFICIÊNCIA DE VITK ➢ Doenças hepáticas, problemas gastrintestinais, câncer, alcoolismo, medicamentos, alterações na absorção intestinal, megadoses de vitaminas A e E e inadequação alimentar também podem levar à deficiência ➢ Uso de antiobióticos por tempo prolongado também pode causar deficiência de vitK (acredita-se que ~ metade das necessidades pode ser derivada da síntese bacteriana) ➢ A deficiência resulta no prolongamento do tempo de pró trombina e, eventualmente, na doença hemorrágica como resultado da ↓ da síntese de proteínas de coagulação sanguínea dependentes da vit K ➢ Sangramento do nariz, gengiva, sangue na urina e nas fezes ou sangramento menstrual excessivo ➢ Em crianças a deficiência pode levar à hemorragia intracraniana com risco de morte ➢ Na deficiência de vitK a ɣ-carboxilação não ocorre e a calcificação do osso pode ficar prejudicada MINERAIS CÁLCIO (Ca) CÁLCIO ➢ Mineral mais abundante no corpo humano → responsável por 1 a 2% do peso corporal ➢ Desse total, 99% está nos ossos e dentes → restante está no sangue, fluidos extracelulares, músculo e outros tecidos ➢ Cálcio participa como sinalizador da vasoconstrição e vasodilatação, transmissão de impulsos nervosos, contração muscular e secreção de hormônios como a insulina ➢ Cálcio também tem função reguladora para estabilizar proteínas dependentes de vitamina K que participam do processo de coagulação sanguínea ➢ Absorção de 10 a 15% do Ca dietético ➢ Absorção de 30 a 80% do Ca dietético ➢ Absorção de 30 a 80% do Ca dietético RDA RDA Idade Homens (mg/dia) Mulheres (mg/dia) UL 0 - 6 meses* 200* 200* 1000 7 - 12 meses* 260* 260* 1500 1 - 3 anos 700 700 2500 4 - 8 anos 1000 1000 2500 9 - 18 anos 1300 1300 3000 19 - 50 anos 1000 1000 2500 > 51 anos 1200 1200 2000 Gravidez 1000 2500 Lactação 1000 2500 ALIMENTOS FONTE Descrição dos alimentos Ca (mg) Iogurte desnatado (245g) 488 Leite desnatado (245g) 300 Leite integral (244g) 290 Amêndoas (78g) 183 Espinafre cozido (95g)* 140 Avelãs (68g) 127 Melado (41g) 84 *baixa disponibilidade CÁLCIO X ADIPOSIDADE Zemel MB, et al. Regulation of adiposity by dietary calcium. FASEB J 2000;14:1132–8. CÁLCIO X ADIPOSIDADE Ca X ADIPOSIDADE Ca2+ SUPLEMENTAÇÃO DE Ca x DCVs Suplementos de Ca ↑ níveis séricos de Ca ↑ espessura da carótida ↑ calcificação aórtica ↑ mortalidade CV FERRO (Fe) FERRO ➢Transporte e armazenamento do oxigênio: ➢ Hemoglobina é a principal proteína encontrada nos eritrócitos e representa 2/3 dos estoques corporais de ferro ➢Mioglobina: transporte e armazenamento (curto prazo) de oxigênio nos músculos ➢Transporte de elétrons e metabolismo energético: ➢ Citocromos são enzimas que contém heme e tem importante papel no transporte mitocondrial de elétrons para a síntese de ATP ➢ Citocromo P450: metabolismo de diversas moléculas e detoxificação de drogas e xenobióticos ➢Ação antioxidante: ➢ Cofator da catalase (converte o H2O2→ H2O) FERRO Cu vitC B2 RDA Idade Homens (mg/dia) Mulheres (mg/dia) UL** 0 - 6 meses* 0,27* 0,27* 39,73 7 - 12 meses 11 11 29 1 - 3 anos 7 7 33 4 - 8 anos 10 10 30 9 - 13 anos 8 8 29 14 - 18 anos 11 15 29 19 - 50 anos 8 18 34,31 51 ou mais 8 8 34,31 Gravidez 27 34,71 Lactação 10 34,96 FONTES ALIMENTARES Descrição dos alimentos (100g) Fe (mg) Mariscos no vapor 22 Semente de abóbora 17 Ostra cozida 8,5 Fígado de galinha cozido 8,5 Fígado de peru cozido 7,8 Fígado de boi cozido 6,3 Pistache 6,8 Melado 8,7 Semente de girassol 5,2 DEFICIÊNCIA DE FERRO DEPLEÇÃO DE FERRO 1º estágio ➢ afeta os depósitos de Fe DEFICIÊNCIA DE FERRO 2º estágio ➢ eritropoiese Fe-deficiente ➢ alterações bioquímicas que refletem a insuficiência de Fe para a produção normal de Hb (mesmo que a concentração de Hb ainda não esteja ↓) ANEMIA FERROPRIVA 3º estágio ➢ ↓ dos níveis de Hb com prejuízos funcionais ao organismo Fe: ANTIOXIDANTE Fe: PRÓ-OXIDANTE ➢ Nas crianças obesas há mais deficiência de ferro que nas eutróficas (mesmo com ingestão similar de ferro) Em pacientes obesos, o ↑ da hepcidina pode ser o link que falta entre obesidade e deficiência de Fe ANEMIA FERROPRIVA - baixa ingestão de Fe - deficiência na absorção do Fe (ex: uso de antiácidos) - aumento das necessidades (crescimento, gravidez, lactação) - perdas crônicas de sangue - parasitoses - hemorróidas - distúrbios menstruais - úlceras - Doença celíaca CAUSAS ↓ VCM ↓ HCM ANEMIA FERROPRIVA: SINTOMAS Dependem dos níveis de hemoglobina (deficiência mais leve ou mais severa): ➢ fadiga ➢ indisposição ➢ cansaço fácil ➢ falta de ar/ desmaios ➢ dificuldade de concentração, memória fraca ➢ palidez cutâneo-mucosa, queda de cabelo, unhas fracas e quebradiças, pele seca ➢ palpitações e taquicardia ➢ distúrbio do comportamento alimentar (vontade de comer terra, gelo, tijolo...) ➢ Supressão da secreção ácida→menor absorção do ferro não heme ➢ ESTUDO DE CASO: Homem de 49 anos, dieta normal, iniciou omeprazol (40mg /d) para tratamento de sintomas de refluxo. Após 3 anos, iniciou queixas de fadiga e foi diagnosticado anemia ferropriva. ➢ 2 meses após interrupção do medicamento →melhora da anemia e normalização após 4 meses. Paciente manteve dieta similar durante todo o período e não fez uso de suplementos contendo ferro. Ca: INTERAÇÃO COM NUTRIENTES ➢ O cálcio inibe a absorção do ferro na forma heme e não heme ➢ Suplementos de cálcio (CaCO3, CaCl2, lactato de Ca, fosfato de Ca) ↓ a absorção do Fe (quando administrados simultaneamente) ➢ Por precaução é interessante concentrar os alimentos fonte de Ca no café da manhã e lanches e os alimentos fonte de Fe no almoço e jantar ➢ MAS o efeito inibitório é dose-dependente: doses de Ca entre 300 e 500mg (na forma de suplemento ou leite) inibem de forma significativa a absorção do ferro (-50 a 60% de absorção do Fe não heme) ➢ Doses menores (127mg de Ca) junto com refeição com ↑ disponibilidade de Fe não tem efeito significativo MAGNÉSIO (Mg) MAGNÉSIO ➢ FUNÇÕES ➢ Co-fator de mais de 300 enzimas ➢ Papel essencial no metabolismo energético ➢ Condução do impulso nervoso ➢ Importante para o metabolismo ósseo ➢ Relaxante muscular ➢ Antagonista fisiológico do Ca (contração muscular) ➢ Sinalização celular Mg E METABOLISMO ÓSSEO Mg E INFLAMAÇÃO O primeiro artigo com o potencial ansiolítico do Mg foi publicado em 1921! Mg E RECEPTORES NMDA Alterações da neurotransmissão glutamatérgica: dores crônicas, enxaqueca, Parkinson, Alzheimer, ansiedade e depressão. ➢ Excesso de neurotransmissão glutamatérgica: ➢ Excitotoxicidade ➢ Estresse oxidativo ➢ Morte neuronal RDA Idade Homens (mg/dia) Mulheres (mg/dia) UL** 0 - 6 meses* 30 30 NA 7 - 12 meses* 75 75 NA 1 - 3 anos 80 80 65 4 - 8 anos 130 130 110 9 – 13 anos 240 240 14 - 18 anos 410 360 350 19 - 30 anos 400 310 350 > 31 anos 420 320 350 Gravidez 350 350 Lactação 310 350 FONTE ALIMENTARES Descrição dos alimentos Mg (mg) Cacau em pó (100g) 499 Semente de abóbora 262 Grão de bico 146 ½ xícara de castanha do Brasil 225 ½ xícara de aveia 96 1 xícara de arroz integral 86 Couve (100g) 47 Rúcula crua (100g) 47 FONTES ALIMENTARES DE Mg 25g = 150mg 30g = 120mg 419mg de Mg 160mg da dieta (média do brasileiro) 579mg Mg/dia CONSUMO DE Mg NO BRASIL ➢ Estudos que avaliaram o consumo de Mg pela população brasileira (desde a década de 1990 até o ano de 2009) demonstraram risco de inadequação ➢ Grande variação de consumo, porém a população brasileira consome em média 161,0mg/dia Recomendação para adultos: - 400mg/dia para homens - 310mg/dia para mulheres Bleil RAT. Disponibilidade de energia e nutrientes nos domicílios de famílias das regiões metropolitanas de Curitiba e Porto Alegre. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Piracicaba, 2004. Faganello CRF. Disponibilidade de energia e nutrientes para a população das regiões metropolitanas de Recife e São Paulo. Dissertação(Mestrado) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. Piracicaba, 2002. DEFICIÊNCIA DE Mg Deficiência: ➢ Maior risco de deficiência em pacientes com diarreia crônica, síndromes de má absorção, doença celíaca, diabetes, uso de diuréticos, e idosos ➢ Uso crônico de inibidores da bomba de H+ ➢ Com o envelhecimento ocorre ↓ absorção e ↑ excreção urinária de Mg ➢ Ingestão insuficiente (pelo baixo consumo de alimentos fonte) é comum ➢ Diabetes: ↑ excreção urinária de Mg: de 25% a 39% dos pacientes com diabetes tem deficiência de Mg ➢ Consumo de álcool (mesmo em doses moderadas) ↑ a excreção renal de Mg e também excreção pelas fezes DEFICIÊNCIA DE Mg Deficiência: ➢ Maior risco de deficiência em pacientes com diarreia crônica, síndromes de má absorção, doença celíaca, diabetes, uso de diuréticos, e idosos ➢ Uso crônico de inibidores da bomba de H+ ➢ Com o envelhecimento ocorre ↓ absorção e ↑ excreção urinária de Mg ➢ Ingestão insuficiente (pelo baixo consumo de alimentos fonte) é comum ➢ Diabetes: ↑ excreção urinária de Mg: de 25% a 39% dos pacientes com diabetes tem deficiência de Mg ➢ Consumo de álcool (mesmo em doses moderadas) ↑ a excreção renal de Mg e também excreção pelas fezes DEFICIÊNCIA DE Mg Sinais e sintomas: ➢ Humor: ansiedade/irritabilidade, nervosismo/hiperatividade, insônia, depressão ➢ Neuromuscular: câimbras/mialgia, fraqueza/parestesias, espasmos ➢ Intestino: dificuldade para evacuar ➢ Cardiovascular: disritmias ZINCO (Zn) Zn: FUNÇÕES ➢ O Zn possui papel catalítico, estrutural e regulatório ➢ Catalítico: existem mais de 200 enzimas dependentes de Zn ➢ Estrutural: estrutura de proteínas e membranas celulares: superóxido dismutase Cu/Zn ➢ Regulatório: proteínas que contém Zn atuam como fatores de transcrição, possuem papel na regulação da expressão gênica e influenciam a secreção de hormônios ➢ Zinco é essencial para a síntese da proteína ligadora de retinol (RBP), responsável pela mobilização e transporte da vitamina A do fígado para a circulação β-caroteno Vitamina A Retinol redutase (Zn) RDA Idade Homens (mg/dia) Mulheres (mg/dia) UL(mg)** 0 - 6 meses* 2 2 2 7 - 12 meses* 3 3 2 1 - 3 anos 3 5 4 4 - 8 anos 5 8 7 9 - 18 anos 8 9 12,77 19 - 70 anos 11 8 29,59 > 70 anos 11 12 29,59 Gravidez 11 23,50 Lactação 12 24,45 FONTES ALIMENTARES Descrição dos alimentos Zinco (mg) Ostras (6 unidades médias) 27 – 50 Bife (~100g) 3,7 – 5,8 Perú 3 Feijão (1/2 xícara) 0,9-2,9 Iogurte 1,8 Castanha de caju (28g) 1,6 Amêndoas (28g) 1,6 DEFICIÊNCIA: SINAIS E SINTOMAS ➢ Em 1963, no Egito foi reportado o nanismo nutricional (por deficiência de Zn) ➢ Síndrome comum no Oriente médio devido ao alto consumo de carboidratos com ↑ teor de fitato e ↓ biodisponibilidade de Zn ➢ Estudo avaliou 15 indivíduos (com ~19 anos) do Irão com déficit de estatura. Os indivíduos receberam dieta rica em Zn ou dieta rica em Zn + suplemento (27mg de Zn elementar) ➢ Indivíduos que receberam dieta + suplemento tiveram um ↑ significativo do crescimento e função sexual quando comparados ao grupo dieta apenas (p < 0,001) ZINCO E DEPRESSÃO ➢ Pacientes com depressão possuem níveis séricos de Zn ↓s que os controles ➢ Estudos de ressonância com pacientes deprimidos mostram que a depressão ↓ a neurogênese no hipocampo ➢ Existe uma associação entre deficiência de Zn e ↓ da neurogênese no hipocampo ➢ O Zn pode ↑ a expressão do BDNF, que está ↓ na depressão ➢ A suplementação de Zn (isolada ou em combinação com antidepressivos) pode ter efeito benéfico – 7 a 25mg/dia SELÊNIO (Se) Se: PRINCIPAIS FUNÇÕES ➢ Função antioxidante: cofator da glutationa peroxidase (enzima antioxidante) ➢ Metabolismo tireoideano: cofator deiododinase tipo I, responsável pela conversão do T4 em T3 ➢ Proteção contra a ação nociva de metais pesados e xenobióticos ➢ Redução do risco de diversas doenças crônicas não transmissíveis ➢ Função neurológica → proteção contra estresse oxidativo nos neurônios ➢ Fertilidade e reprodução ➢ Melhora do sistema imunológico O-2 H2O2 Cu/Zn Mn SeFAD Fe Mg e B1 Via das pentoses - P SOD FONTES ALIMENTARES Descrição dos alimentos (100g) Selênio (mcg) Castanha do Brasil ? Sardinha enlatada 80,9 Atum enlatado 52,5 Fígado de boi 44 Coxa de galinha 12 Gema de ovo 34 Farinha de trigo integral 13,6 Feijão preto 11,9 Mesmo com ↓ quantidade, a biodisponibilidade é ↑ → 85 a 100% Os peixes são muito ricos em Se, mas a biodisponibilidade é de 20 a 50% (provavelmente devido à interação com mercúrio nesses alimentos) RDA Homens: 55mcg/dia Mulheres: 55mcg/dia 187mcg 126mcg 5mcg 3,6mcg Castanha do Amazonas: ➢ 1/3 de castanha = 100% da RDA (55mcg) ➢ 2,1 castanhas = UL (400mcg) ➢ 4,3 castanhas (crônico) → selenose Castanha do Mato Grosso: ➢ 15 castanhas = 100% da RDA (55mcg) ➢ 111 castanhas = UL (400mcg) ➢ 222 castanhas (crônico) → selenose A recomendação de que apenas 1 castanha ao dia atende às recomendações nutricionais é muito genérica e não pode ser feita! COBRE (Cu) COBRE ➢ Participa do metabolismo do ferro: ➢ Participa do metabolismo do ferro e da eritropoiese: atua na transferência do ferro para os locais de síntese da hemoglobina ➢ A atividade de ferroxidase da ceruloplasmina permite a oxidação do Fe e sua ligação à transferrina ➢ Ceruloplasmina também tem ação antioxidante: ao ligar-se aos íons de Fe e Cu previne que eles tenham ação pró-oxidante ➢ Utilização do Fe pela medula óssea é dependente de Cu: na deficiência de Cu a produção de Hb é deficiente, mesmo com suficiência de Fe no organismo → anemia que não responde à suplementação isolada de ferro COBRE ➢ Em ↑s doses o cobre também é pró-oxidante ➢ Tanto a deficiência quanto o excesso de Cu estão implicados na aterogênese ➢ O Cu ↑ age como promotor na modificação oxidativa das LDLs ➢ Na deficiência de Cu a homocisteína pode ↑, pois ↓ a atividade da metionina sintase que converte homocisteína →metionina ➢ ↑s concentrações de Cu e ceruloplasmina →↑ o risco de mortalidade por todas as causas COBRE: DEFICIÊNCIA ➢ Uma das principais manifestações clínicas da deficiência de Cu é a anemia não responsiva à suplementação com ferro ➢ Neutropenia (↓ do número de neutrófilos) e ↑ da susceptibilidade a infecções ➢ Osteoporose e outros problemas ósseos ➢ Sintomas neurológicos e prejuízo do crescimento ➢ Perda da pigmentação da pele FONTES ALIMENTARES DE COBRE Descrição dos alimentos Cobre (mcg) Bife de fígado (28g) 4128 Ostras (6 unidades médias) 2397 Castanhas de caju (28g) 622 Sementes de girassol (28g) 519 Avelã (28g) 496 Lentilha (1 xícara) 497 Amêndoas (28g) 292 Melado (41g) 840 Nozes (60g) 800 Semente de abóbora (57g) 780 RDA Idade Homens (mcg/dia) Mulheres (mcg/dia) UL** 0 - 6 meses* 200 200 NA 7 - 12 meses* 220 220 NA 1 - 3 anos 340 340 660 4 - 8 anos 440 440 2560 9 – 13 anos 700 700 3960 14 - 18 anos 890 890 3960 > 19 anos 900 900 8975 Gravidez - 1000 6935 Lactação - 1300 7036 CROMO CROMO: FUNÇÕES ➢ O cromo existe em diversas formas sendo que as principais são a trivalente e hexavalente ➢ A forma hexavalente é tóxica devido ao seu alto potencial pró-oxidante e capacidade de inibir a glutationa redutase (presente em reações de contaminação industrial) ➢ Forma trivalente (presente em alimentos e suplementos) é a mais estável e com menor risco de toxicidade → inibe o estresse oxidativo e a secreção de citocinas inflamatórias: nos alimentos, a maior parte do cromo está presente nesta forma ➢ Essencial para o metabolismo de carboidratos e lipídeos ➢ Metabolismo de carboidratos: estimula a captação de carboidratos pelas células de tecidos alvo, via o fator de tolerância à glicose (GTF), que é formado por Cr3+, ácido nicotínico, glicina, cisteína e ácido glutâmico, este funciona como um carreador de Cr para proteínas deficientes em Cr ➢ Amplifica a sinalização da insulina →↑ a sensibilidade dos receptores deinsulina localizados na membrana CROMO E METABOLISMO DA INSULINA ➢ Substância ligadora de Cr de baixo peso molecular (LMWCr): econtra-se nas formas apocromodulina (sem cromo) e cromodulina (ligada a 4 íons de Cu3+) FONTES ALIMENTARES Descrição dos alimentos Cromo (mcg) Brócolis (1/2 xícara) 11 Suco de uva (235mL) 7,5 Suco de laranja (235mL) 2,2 Bife (100g) 2,0 Maçã (1 unidade) 1,4 Banana (1 unidade) 1,0 CROMO: ADEQUAÇÃO NUTRICIONAL AI Idade Homens (mcg/dia) Mulheres (mcg/dia) UL** 0 - 6 meses* 0,2 0,2 0,3 7 - 12 meses* 5,5 5,5 8,25 1 - 3 anos 11 11 16,5 4 - 8 anos 15 15 22,5 9 – 13 anos 25 21 52,5 14 - 18 anos 35 24 52,5 > 19 anos 35 25 250 Gravidez 30 45 Lactação 45 67,5 CROMO: BIODISPONIBILIDADE ➢ Dietas ricas em açúcares simples ↑ a excreção urinária de cromo ➢ O ↑ das concentrações de glicose ↑ a secreção de insulina que provoca maior liberação do cromo → Cr em excesso não pode ser reabsorvido pelos rins e é eliminado pela urina ➢ Além disso, dietas ricas em açúcares são pobres em cromo CROMO: RESISTÊNCIA À INSULINA ➢ Diversos estudos pré-clínicos e clínicos mostram que a suplementação de cromo pode ter efeito benéfico na ↓ da resistência à insulina, principalmente em pacientes com sobrepeso ➢ A forma picolinato é a forma mais estudada e com maior biodisponibilidade ➢ Na presença do cromo, são requeridos <s níveis de insulina ➢ A suplementação com cromo (doses entre 400 e 600mcg) pode ter efeito benéfico, principalmente em pacientes com baixo consumo de cromo (dietas ricas em carboidratos refinados) POTÁSSIO FONTES ALIMENTARES ➢ Principal cátion dentro das células →manutenção do potencial de membrana (gradiente eletroquímico). Esse gradiente é mantido pela atividade da bomba de Na/K ATPase→ a manutenção desse potencial de membrana é crítico para transmissão do impulso nervoso, contração muscular e função cardíaca ➢ Cofator da piruvato quinase ➢ Um ↑ no consumo de K pode ↓ o risco de doenças cardiovasculares e infarto e proteger contra a perda de massa óssea (pelo potencial alcalinizante) ➢ O ↑ do consumo de K tem efeito benéfico na ↓ da pressão arterial, principalmente quando a dieta é hiperssódica ➢ ↑ o consumo de K e ↓ moderada do consumo de Na tem efeito mais benéfico na pressão arterial do que a ↓ drástica de Na apenas ➢ A absorção do K de alimentos (ex: batata) é comparável ao de suplementos →↑ o consumo de alimentos fonte de K pode ter diversos efeitos benéficos à saúde FONTES ALIMENTARES Descrição dos alimentos Potássio (mg) Batata assada (1 unidade) 926 Ameixa seca (1/2 xícara) 637 Uvas passas (1/2 xícara) 598 Banana (1 unidade) 422 Sementes de girassol (28g) 241 Amêndoas (28g) 200 Melado (1 colher de sopa) 293 Tomate (1 unidade) 292 Laranja (1 unidade) 237 FONTES ALIMENTARES DE POTÁSSIO 100g K (mg) Banana d'água 333 Banana maçã 124 Banana ouro 143 Banana prata 370 AI Idade Homens (mg/dia) Mulheres (mg/dia) UL* 0 - 6 meses 400 400 - 7 - 12 meses 700 700 - 1 - 3 anos 3000 3000 - 4 - 8 anos 3800 3800 - 9 – 13 anos 4500 4500 - 14 - 18 anos 4700 4700 - > 19 anos 4700 4700 - Gravidez 4700 - Lactação 5100 - MUITO OBRIGADA!! 256 @dfseixas contato@danielaseixas.com.br www.danielaseixas.com.br mailto:contato@danielaseixas.com.br
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