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ÁLGEBRA LINEAR Núcleo e Imagem de uma Transformação Linear, Teorema da Dimensão, Isomorfismo Prof. Susie C. Keller Núcleo de uma Transformação Linear Definição: Chama-se núcleo de uma transformação linear T: VW ao conjunto de vetores v V que são transformados em 0 W. Indica-se esse conjunto por N(T) ou ker(T): N(T) = {v V/ T(v) = 0} Observemos que N(T) V e N(T) ≠ , pois 0 N(T), tendo em vista que T(0) = 0. Núcleo de uma Transformação Linear Núcleo de uma Transformação Linear Exemplos: Núcleo de uma Transformação Linear Núcleo de uma Transformação Linear 2. Núcleo de uma Transformação Linear Núcleo de uma Transformação Linear Esse conjunto representa uma reta do IR3 que passa pela origem e tal que todos os seus pontos tem por imagem a origem no IR2. Núcleo de uma Transformação Linear Propriedades: 1. O núcleo de uma transformação linear T:VW é um subespaço vetorial de V. De fato: Sejam v1 e v2 vetores pertencentes ao N(T) e IR. Então T(v1) = 0 e T(v2) = 0. Assim: I) T(v1 + v2) = T(v1) + T(v2) = 0 + 0 = 0 Isto é v1 + v2 N(T). II) T(v1) = T(v1) = 0 = 0 Isto é v1 N(T). Definições: 1. Dada uma aplicação (função) T:V→W, T é injetora se dados u V, v V com T(u)=T(v) tivermos u=v. Em outras palavras, T é injetora se as imagens de vetores distintos são distintas. Núcleo de uma Transformação Linear u v T(u) T(v) 2. A aplicação (função) T:V→W, T é sobrejetora se a imagem de T coincidir com W, ou seja T(V) = W (imagem = contra-domínio). Em outras palavras, T é sobrejetora se dado w W, existir v V tal que T(v) = w. Núcleo de uma Transformação Linear v w=T(v) Núcleo de uma Transformação Linear 2. Uma transformação linear T: VW é injetora se, e somente se, N(T) = {0}. Lembramos que uma aplicação T: VW é injetora se v1, v2 V: • T(v1) = T(v2) implica que v1 = v2 ou, • T(v1) ≠ T(v2) implica que v1 ≠ v2. A demonstração dessa propriedade tem duas partes: Propriedades (continuação): Núcleo de uma Transformação Linear a) Vamos mostrar que se T é injetora, então N(T)={0}. De fato: Seja v N(T), isto é, T(v) = 0. Por outro lado, sabe-se que T(0) = 0. Logo T(v) = T(0). Como T é injetora por hipótese, v = 0. Portanto, o vetor zero é o único elemento do núcleo, isto é, N(T) ={0}. Núcleo de uma Transformação Linear b) Vamos mostrar que se N(T)={0}, então T é injetora. De fato: Sejam v1, v2 V tais que T(v1) = T(v2). Então, T(v1) - T(v2) = 0 ou T(v1 - v2) = 0 e, portanto v1 - v2 N(T). Por hipótese, o único elemento do núcleo é o vetor 0, e, portanto, v1 - v2 = 0, isto é v1 = v2. Como T(v1) = T(v2) implica v1 = v2, T é injetora . Imagem de uma Transformação Linear Definição: Chama-se imagem de uma transformação linear T: VW ao conjunto dos vetores de w W que são imagens de pelo menos um vetor v V. Indica-se esse conjunto por Im (T) ou T(V): Im (T) = {w W/T(v) = w para algum v V} Observemos que Im(T) W e Im(T) ≠, pois 0 = T(0) Im(T). Se Im(T) = W, T diz sobrejetora, isto é, para todo w W existe pelo menos um v V tal que T(v) = w. Imagem de uma Transformação Linear Imagem de uma Transformação Linear Exemplos: Seja T:IR3 →IR3, T(x,y,z) = (x,y,0) a projeção ortogonal do IR3 sobre o plano xy. A imagem de T é o próprio plano xy. Observemos que o núcleo de T é o eixo dos z: N(T) = {(0,0,z) / z IR} Imagem de uma Transformação Linear A imagem da transformação linear identidade I:V→V definida por I(v) = v, v V, é todo espaço V. O núcleo é N(I) = {0}. A imagem da transformação nula T:V→W definida por T(v) = 0, v V, é o conjunto Im(T) = {0}. O núcleo é todo o espaço V. Imagem de uma Transformação Linear Propriedade: “A imagem de uma transformação T:VW é um subespaço de W.” De fato: Sejam os vetores w1, w2 Im(T) e IR. Devemos mostrar que w1+w2 Im(T) e w1 Im(T), isto é, devemos mostrar que existem vetores v e u pertencentes a V tais que T(v) = w1+w2 e T(u) = w1. Como w1, w2 Im(T), existem vetores v1, v2 V tais que T(v1) = w1 e T(v2) = w2. Imagem de uma Transformação Linear Fazendo v = v1 + v2 e u = v1 tem-se: T(v) = T(v1 + v2) = T(v1) + T(v2) = w1 + w2 e T(u) = T(v1 ) = T(v1) = w1 Portanto Im(T) é um subespaço vetorial de W. Teorema da Dimensão Teorema da Dimensão: “Seja V um espaço de dimensão finita e T: VW uma transformação linear. Então: dim N(T) + dim Im(T) = dim V.” Observação: “Se T: VW é linear e {v1, v2, ..., vn} gera V, então {T(v1), ..., T(vn)} gera Im(T)}.” De fato: Seja w Im (T). Então, T(v) = w para algum v V. Como {v1, v2, ..., vn} gera V, existem escalares a1, a2, ..., an tais que: v = a1v1 + a2v2 + ... + anvn Teorema da Dimensão w = T(v) = T(a1v1 + a2v2 + ... + anvn) = a1T(v1) + a2T(v2) + ... + anT(vn) Portanto: Im(T) = [T(v1), T(v2), ..., T(vn)] Teorema da Dimensão Corolários: Seja T:VW uma transformação linear. 1. Se dim V = dim W, então T é injetora se, e somente se, é sobrejetora. De fato: T é injetora N(T) = {0} 0 + dim Im(T) = dim V dim Im(T) = dim W Im(T) = W T é sobrejetora. Teorema da Dimensão De fato: T é sobrejetora Im(T) = W dim Im(T) = dim W dim Im(T) = dim V dim N(T) = 0 N(T) = {0} T é injetora. Numa transformação linear na qual dimV=dimW, se T é injetora (ou sobrejetora), então T é também bijetora (injetora e sobrejetora). Teorema da Dimensão 2. Se dim V = dim W e T é injetora, então T transforma base em base, isto é, se B={v1, ...,vn} é base de V, então T(B) ={T(v1), ...,T(vn)} é base de W. De fato: Como dim V = dim W = n, basta mostrar que T(B) é LI. Para tanto, consideremos a igualdade: a1T(v1) + a2T(v2) + ... + anT(vn) = 0 ou T(a1v1 + a2v2 + ... + anvn) = 0 Teorema da Dimensão Como T é injetora a1v1 + a2v2 + ... + anvn = 0 Sendo B uma base, B é LI e, portanto a1 = a2 = ... = an = 0 Logo, T(B) é uma base de W. Teorema da Dimensão Chama-se isomorfismo do espaço vetorial V no espaço vetorial W a uma transformação T:VW, que é bijetora. Nesse caso, os espaços vetoriais V e W são ditos isomorfos. Dois espaços vetoriais de dimensão finita são isomorfos se tiverem a mesma dimensão. A todo isomorfismo T:VW corresponde um isomorfismo inverso T-1:WV, que também é linear. Isomorfismo Isomorfismo Exemplos: 1. O operador linear T:IR2→IR2, T(x,y) = (2x+y, 3x+2y) é um isomorfismo no IR2. Como dim V = dim W, basta mostrar que T é injetora. De fato: N(T) = {(0,0)} o que implica T ser injetora. 2. A transformação linear T:P2→IR3, T(at2 + bt + c) = (a, a + b, b - c) é também isomorfismo. Isomorfismo 3. O espaço vetorial IR2 é isomorfo ao subespaço W = {(x, y, z) IR3 / z = 0} do IR3 (W é o plano xy do IR3). De fato: A aplicação linear T:IR2→W, tal que T(x,y) = (x,y,0), é bijetora: a cada vetor (x, y) do IR2 corresponde um só vetor (x, y, 0) de W e, reciprocamente. Logo, IR2 e W são isomorfos.
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