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DIREITO DE FAMÍLIA 1 – Acerca da entidade familiar homoafetiva, marque a alternativa correta: a) Não são consideradas famílias de acordo com a CF/88, que é bem clara ao estabelecer que família se constitui apenas entre homem e mulher; b) A Resolução 175 do CNJ estabeleceu que fica a critério do juiz ou serventuário do cartório decidir se celebra ou não casamentos homoafetivos; c) Só é permitida a união estável entre casais homoafetivos, sendo vedado o casamento; d) Se um juiz se negar a reconhecer uma união homoafetiva não poderá ser punido, pois será amparado pelo princípio da liberdade de expressão; e) A resolução 175 do CNJ foi marco importante para o direito das famílias em razão da proteção às famílias homoafetivas. 2 – Sobre o casamento, é correto AFIRMAR: a) O processo de habilitação não é solene, visto que não tem maiores exigências formais. b) No Brasil é permitido atualmente o casamento entre menores de 16 anos, desde que com autorização de ambos os pais. c) A regra é que o regime de bens escolhido para o casamento pode ser modificado a qualquer tempo e extrajudicialmente. d) O regime da comunhão parcial de bens é também chamado de legal ou supletivo. e) Se um dos cônjuges precisar morar fora em razão do trabalho, durante um período de 1 ano, estará quebrando o dever da vida em comum no domicílio conjugal. 3 – Sobre os princípios que regem o direito das famílias. I – O princípio da liberdade quanto ao planejamento familiar não é absoluto, visto que as mulheres DEVEM TER AUTORIZAÇÃO dos maridos para utilização de métodos contraceptivos. II – Quanto à isonomia entre os filhos, NÃO CONTEMPLA os filhos havidos fora do casamento, visto que terão tratamento diferenciado regulado por legislação específica. III – Quanto ao princípio da solidariedade familiar, os filhos maiores de 18 anos não terão direito a alimentos EM NENHUMA HIPÓTESE, visto que já tem condições de trabalhar e se sustentar. a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas I e III estão corretas. c) Apenas III e II estão corretas. d) I, II e III estão corretas. e) Nenhuma das alternativas. 2345 4 – Em relação à socioafetividade e aos assuntos correlatos, analise as alternativas a seguir e assinale a INCORRETA. a) Hoje é possível ter dois pais, um biológico e um socioafetivo. b) Em 2016 o STF reconheceu a preponderância da paternidade biológica sobre a socioafetiva. (NÃO existe essa preponderância) c) É possível haver investigação de paternidade post mortem. d) A tese de repercussão geral 622 do STF foi marco importante para o direito das famílias. e) A multiparentalidade é uma realidade admitida na jurisprudência dos tribunais pátrios. 5 – João e Roberto convivem maritalmente há cerca de 6 anos. Agora buscam o reconhecimento dessa união estável e a conversão em casamento. Ao se dirigirem ao cartório, se deparam com a seguinte situação: os funcionários se negam a promover o reconhecimento e efetuar a conversão. Os funcionários alegam estar amparados pelo princípio da legalidade, ou seja, ninguém é obrigado a fazer nada que não esteja descrito literalmente pela Lei. Eles afirmam ainda que a jurisprudência não vincula a atuação deles. Ato contínuo, o casal homoafetivo te procura para saber que medidas podem ser tomadas a respeito. Analise a questão e explique que medidas jurídicas podem ser tomadas de acordo com os assuntos abordados em sala de aula, de preferência citando as normas e dispositivos legais que embasam seu raciocínio. Além disso, explique se existe Lei específica sobre o tema e se a eventual ausência de legislação causa algum prejuízo às famílias homoafetivas. R.: O STF, em maio de 2011, mudou o entendimento do Código Civil a respeito da composição familiar ser formada por um homem e uma mulher (Art. 1723 CC), por meio da ADI 4277, junto com a ADPF 132, a partir disso, a UNIÃO ESTÁVEL formal, entre pessoas do mesmo sexo passou a ser permitida. Nesse julgamento, o STF disse que tal união estável deveria seguir as mesmas regras e ter as mesmas consequências que os casais héteros estão sujeitos. Com essa brecha, os casais homoafetivos passaram a pedir a conversão da união estável em casamento, conforme previsto no Artigo 1.726 do CC. Contudo, houve muita resistência por parte dos cartórios em fazer essa mudança. Daí, em 2013, o CNJ editou a Resolução 175, que permite aos cartórios registrarem casamento de pessoas do mesmo sexo e os proíbem de se recusarem a fazê-lo. Mas isso não quer dizer que tal casamento é permitido por lei, visto nenhuma lei ainda ter sido aprovada nesse sentido. O que está garantindo esse tipo de casamento e união estável é a Jurisprudência. No caso de João e Roberto, essa recusa por parte do cartório, foi a princípio equivocada, leram de forma obtusa as decisões do STF e principalmente a Resolução do CNJ, que não deixou dubiez quanto o seu entendimento e determinação. A negação na realização do casamento, por parte do cartório, vai de encontro a Resolução 175 do CNJ, que expressamente diz “tabeliães e juízes são terminantemente proibidos de se recusar a registrar qualquer união desse tipo”. Diante disso, não vejo que a interpretação do cartório foi dúbia, mas sim, que houve obtusidade na atitude do seu representante, pois a Resolução 175 CNJ foi determinativa. Na Época, o Ministro Joaquim Barbosa que era presidente do STF e do CNJ qualificou como contrassenso ter de esperar que o Congresso Nacional estabeleça a norma e afirmou que os cartórios estavam descumprindo a decisão do STF, e disse ainda mais, "o conselho está removendo obstáculos administrativos à efetivação de decisão tomada pelo Supremo, que é vinculante”. Já o ministro Ayres Britto, relator da decisão de 2011 no STF, apontou que o silêncio da Constituição sobre o assunto é intencional. "Tudo que não está juridicamente proibido, está juridicamente permitido. A ausência de lei não é ausência de direito, até porque o direito é maior do que a lei", disse ele no julgamento. Dito isso, como advogado, prevendo garantir o direito dos meus clientes, e conforme determina a Resolução, devo de imediato fazer a comunicação ao respectivo juiz corregedor para providências cabíveis, e aguardar tal decisão para posteriormente ingressar com novo pedido, junto ao cartório competente, de reconhecimento da união estável já vivida por eles e transformá-la em casamento civil. 6 – Juquinha, atualmente com 18 anos, em conversa com sua mãe, recebeu a informação de que seu pai é apenas socioafetivo, não tendo vínculo biológico. A mãe informou que o pai biológico de Juquinha é na verdade um antigo namorado que já faleceu. Juquinha te procura afim de ter aconselhamento jurídico a respeito da questão. Ele pergunta se pode buscar o reconhecimento da sua paternidade biológica informada recentemente pela sua mãe, sem excluir o seu pai socioafetivo que tanto ama. Além disso, Juquinha está preocupado, já que foi informado que seu suposto pai biológico já faleceu. Pergunta-se, é possível Juquinha ter dois pais ao mesmo tempo? Em virtude do falecimento do suposto pai biológico, qual melhor caminho para Juquinha buscar o reconhecimento de paternidade pós mortem, tendo em vista que o de cujus tinha e deixou mais dois filhos? Justifique seu raciocínio de acordo com os argumentos e dispositivos legais trabalhados em sala de aula. R.: Sim, o mesmo pode buscar o reconhecimento da sua paternidade biológica informada recentemente pela sua mãe, sem excluir o seu pai socioafetivo, dando a ele, no acento de registro de nascimento, o nome de dois pais! E em relação ao reconhecimento de paternidade, Juquinha pode buscar, pelas vias judiciais, o reconhecimento post mortem. O primeiro passo para se conseguir um reconhecimento de paternidade post mortemé entrar com processo chamado de Ação de Investigação de Paternidade, previsto no Art. 1609, parágrafo único do CC. Lembrando que esta ação tem natureza declaratória e imprescritível, ou seja, não prescreve. Os efeitos da sentença desse tipo de ação são os mesmos do reconhecimento voluntário e também ex tunc. Explicaria para Juquinha que, após aberta a ação de reconhecimento de paternidade, haverá uma fase instrumental de apresentação probatória, com a realização do exame de DNA, nesse caso, como o suposto pai de Juquinha já é falecido, deverá ser usado o método que possa ser mais eficaz e menos oneroso para a satisfação da demanda. Como Juquinha tem mais dois, possíveis, irmão por parte de seu pai biológico, poderá ser usado o método pelo Teste de Irmandade, que se dá quando o investigado deixou outro filho além do investigante. No pólo ativo da ação estará Juquinha, já no pólo passivo, seus dois irmão.
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