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Endometriose: Causas, Sintomas e Tratamentos

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1 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 
Endometriose 
Introdução: 
 
Toda vez que menstruamos, esse sangue a maioria sai 
pela vagina, mas tem parte do sangue que pode ser 
retrogrado, fazendo o sentido inverso. E pode acabar 
criando focos na nossa pelve. 
É uma doença dependente de estradiol, bloqueando a 
oferta e produção de estradiol consegue bloquear a 
doença também. 
Tem sítios e receptores de estradiol fora do útero na 
cavidade pélvica, abdominal, entre outros e onde tiver 
esses sítios pode ter endometriose. 
CA-125 é sensível, mas não especifico para 
endometriose, pode estar presente em patologias 
benignas e malignas. 
Endometriose é a presença de tecido endometrial em 
localização extrauterina, os sítios ectópicos localizam-
se usualmente na pelve, mas podem ser encontrados 
em qualquer localização do corpo. Os locais mais 
frequentes de implantação são as vísceras pélvicas e o 
peritônio. Essa doença é encontrada, 
predominantemente, em mulheres em idade 
reprodutiva. 
→ A prevalência desta condição é estimada em 
10%. 
→ Precisa-se de fonte de estrogênio para ativar 
sítios endometriais ectópicos (fora do útero). 
Onde os sítios se instalarem vão causar região 
inflamatória e com isso uma região de fibrose, gerando 
aderência das estruturas e consequentemente muita 
dor. (EX: endometriose na parte das fimbrias, gera a 
perda de movimentação. EX: foco no fundo de sacro, 
gera dispareunia profunda, cada vez que o penis 
encosta gera muita dor). 
→ Sintomas mais comuns: dor, rigidez, perda da 
mobilidade. 
Cada vez que menstrua gera ainda mais inflamação, 
mais sintomas e mais piora do quadro. 
 
 
 
Etiologia: 
 
→ A etiologia não é totalmente conhecida; 
→ Teoria da implantação ou da menstruação 
retrograda: precisa de uma pré excitação de 
reação inflamatória, porque a maioria das 
mulheres possui um pouco de menstruação 
retrograda. 
→ Teoria imunológica. 
→ Teoria da metaplasia celômica: células 
totipotenciais que sofrem sucessivas 
diferenciações e se diferenciam de forma 
errônea, se diferenciando em tecido 
endometrial na localização errada. 
→ Teoria iatrogênica: quando nós causamos foco 
de endometriose na paciente. EX: 
videolaparoscopia que pode mudar os focos de 
endométrio de um local para o outro. 
→ Teoria da disseminação linfática: através das 
linfas correriam as células endometriais 
ectópicas, isso explica ter implante em lugares 
tão longes do útero como o pulmão. 
Patologia: 
 
→ História familiar; 
→ Deficiência na imunidade celular que resulta 
em uma inabilidade de reconhecer a presença 
de tecido endometrial em localizações atípicas. 
→ A atividade das células natural killer (capazes 
de limpar e eliminar as deficiências do corpo) 
podem estar reduzidas, não ocorrendo 
destruição do tecido ectópico endometrial 
antes da sua implantação. 
O fluido peritoneal das pacientes acometidas contém 
um grande número de macrófagos e leucócitos. 
Entretanto, ao invés de agirem eficientemente na 
remoção das células endometriais da cavidade 
peritoneal, as células estimulam a doença pela 
secreção de uma grande quantidade de citocinas e de 
fatores de crescimento, estimulando a adesão e 
proliferação do endométrio ectópico e a angiogênese 
fecal. 
 
2 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 
O desenvolvimento e o crescimento da endometriose 
são estrogênio dependentes. A produção e o 
metabolismo do estrogênio estão alterados, atuando 
na promoção da doença. 
Fatores de risco: 
 
→ História familiar; 
→ Primiparidade tardia/nuliparidade; 
→ Menarca precoce/ciclos menstruais curtos; 
→ Malformações mullerianas (útero 
bicorno/didelfo) (mais quantidade de tecido 
endometrial para causar endometriose) / 
hímen imperfurado/agenesia do colo; 
→ Estenose iatrogênica de colo uterino (NIC III, 
paciente foi fazer cone e sangrou e foi 
costurado, paciente não sangrou mais e fica 
refluindo). 
→ Consumo exagerado de álcool e café. 
Formas clinicas: 
 
 Implantes peritoneais superficiais e profundos. 
 Aderências: onde formou o sitio as estruturas 
se aderem, gruda uma estrutura na outro de maneira 
que não deveria. 
 Cistos ovarianos. 
Os sítios mais comuns de endometriose, em ordem 
decrescente, são: ovários, ligamentos uterossacros, 
fundo de saco, folheto posterior do ligamento largo, 
fundo de saco anterior. Pode ocorrer em vagina, 
cérvice, septo retrovaginal, figado, vesícula biliar, rins, 
uretra, diafragma e pulmão. 
O local mais comum de endometriose extrapélvica é o 
intestino, principalmente cólon e reto. 
No ovário a lesão característica é o endometrioma 
(cisto), que se apresenta como um cisto com conteúdo 
espesso, achocolatado, com área de fibrose. São mais 
comuns do lado esquerdo devido ao sigmoide, que 
dificulta o trânsito do sangue menstrual. A 
endometriose profunda penetra mais de 5mm da 
superfície peritoneal. 
A endometriose do trato gastrointestinal ocorre, em 
maior frequência, no retossigmóide, apêndice cecal e 
delgado. 
O acometimento do trato urinário é menor frequente, 
pode causar disúria cíclica, hematúria e obstrução com 
retenção urinária. A endometriose pulmonar é 
incomum, pode se manifestar como pneumotórax, 
hemotórax, hemoptise, nódulos pulmonares. 
Os sintomas mais comuns são a dor torácica e dispneia, 
que surgem até 24h após o início da menstruação. 
Diagnóstico: 
 
→ Anamnese: dismenorreia intensa, muita dor 
quando menstrua, dor que é progressiva, cada 
vez que menstrua fica pior, muita cólica, 
desconforto que pioram cada vez mais. 
 
OBS: fora do período da menstruação tem uma 
amenização parcial (devido a reação inflamatória tão 
grande não fica bem) ou total da dor e desconforto. 
 
→ Exame físico: exame especular, palpação 
abdominal e toque bimanual. Realizar 
preferencialmente esses exames no período 
menstrual (quando o foco está mais ativado, 
vai ter mais sensibilidade, mais dor). 
Infertilidade: 
 
 20 a 40% das pacientes inférteis, apresentam a 
doença; 
 Alteração de fluido peritoneal; 
 Distorção da anatomia anexial, interferência 
no desenvolvimento oocitário, redução da 
receptividade endometrial. 
Exames laboriatoriais: 
 
CA-125 encontra-se elevado nos casos de 
endometriose moderada ou grave; pode estar alterado 
em outras situações; não é indicado para diagnóstico 
da doença, mas como indicativo de sua progressão 
após tratamento; a dosagem sérica de CA 125 possui 
alta sensibilidade e baixa especificidade para os 
quadros graves de endometriose, seus níveis 
quantificam o grau da doença e a resposta ao 
tratamento. 
 
 
 
3 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 
Exames de imagem: 
 
Ecografia: visualiza endometrioma acima de 5 mm. Para 
diferenciar com cisto hemorrágico ou corpo lúteo, deve 
ser realizada na primeira fase do ciclo menstrual. 
Ressonância magnética de abdome e pelve: é o método de 
imagem mais promissor. Não substitui a VLP porque 
não detecta pequenos implantes peritoneais. 
Videolaparoscopia: é o método diagnostico de escolha e 
definitivo, pois permite a visualização direta dos 
implantes e a biópsia de lesões suspeitas. Uma 
videolaparoscopia branca (não tem aderência, não se 
vê sitio) é altamente confiável para exclusão da 
doença. É indicado VLP nas pacientes com quadro 
álgico típico, nas que não responderam ao tratamento 
conservador (tratamento hormonal) ou nas portadoras 
de infertilidade. Vai removendo as aderências durante 
a VLP se achar. 
 
OBS: endometrioma, capsula com liquido 
achocolatado. 
 
 
Tratamento: 
 
O tratamento é necessário pelo fato de a endometriose 
progredir em 66% das pacientes após um ano de 
diagnostico. 
Tratamento hormonal: não cura a doença, ao término 
do tratamento pode ter recidiva. 
Vantagens e desvantagens do tratamento hormonal: 
 Vantagens: evita o risco de lesão iatrogênica 
de órgãos pélvicos, evita o risco de aderências pélvicas 
pós-operatórias, trata os implantesnão identificados 
durante a cirurgia. 
 Desvantagens: são os efeitos colaterais do 
hormônio, ausência de efeitos nas aderências pélvicas, 
ausência de efeito nos endometriomas, infertilidade 
durante o período de uso. 
ACO: uso continuo. É uma boa escolha para pacientes 
com doença mínima ou leve, por terem poucos efeitos 
colaterais e fornecerem anticoncepção adequada. 
Danazol: é um derivado sintético da 19-nortestosterona 
com propriedade androgênica e progestogênica. Além 
de inibir a secreção de GnRH e esteroides, age direto 
no tecido endométrico. Inibe o gene FSH, não produz 
estradiol, provoca uma menopausa na paciente. 
Pacientes não toleram muito tempo. 
 
OBS: Apresenta muitos efeitos colaterais como ganho 
de peso, retenção hídrica, acne, pele oleosa, 
hirsutismo, fogachos, vaginite atrófica, redução do 
tamanho mamário, redução da libido, elevação do LDL 
e redução de HDL. Efetivo em reduzir o tamanho dos 
implantes nos casos de dor leve a moderada. Cistos 
endometrióticos grandes e aderências respondem mal 
à terapia. Dose de 400 mg/800 mg, via oral, por 6 
meses. 
 
Agonistas do GnRH: competem com o GnRH, ligando-se 
a seus receptores, causando menopausa 
medicamentosa. Só podem ser administrados por via 
nasal, subcutânea e intramuscular. 
 
OBS: fazer densitometria óssea se tratamento durar 
mais de 6 meses. 
 
Inibidores da aromatase: regula a formação local de 
estrogênio nos tecidos endometrióticos e inibe a 
produção ovariana e periférica de estrogênio. 
Abordagem cirúrgica: é indicada quando os sintomas 
são graves, incapacitantes ou agudos; quando os 
sintomas não melhoram ou pioram com o tratamento 
conservador ou quando a doença é avançada. 
 
 
4 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 
Abordagem terapêutica: 
 
O tratamento clínico é efetivo em 80% das mulheres 
com dor pélvica e endometriose leve a moderada. 
Levar em consideração os efeitos colaterais. Não há 
efeito sobre endometrioma, infertilidade e aderências. 
Na paciente infértil o tratamento clínico não se aplica; 
na endometriose leve a moderada a abordagem 
cirúrgica por VLP é indicada; na grave a FIV está 
indicada. Para tratamento dos endometriomas, a 
abordagem cirúrgica é indicada. Na endometriose 
profunda e assintomática, pode ser feito manejo 
expectante. O tratamento clínico da doença 
sintomática é pouco efetivo. A cirurgia é a melhor 
opção para alívio da dor pélvica e dispareunia.

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