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THE STABILITY OF A UNIPOLAR WORLD William C. Wohlforth • Nesse artigo, o autor defende três preposições em defesa da idéia de que a unipolaridade é de fato estável: (1) o sistema internacional é, sem sombra de dúvidas, unipolar, tendo os EUA hegemon; (2) a atual unipolaridade não é conflituosa, mas sim, tende à paz, uma vez que não há nenhum outro estado no sistema que tenha condições de desafiar os EUA e; (3) a atual unipolaridade é, não só pacífica e estável, mas também durável, provando que a mesma já dura mais de uma década. • O autor defende que a unipolaridade é, então, mais barata e segura do que a bipolaridade ou a multipolaridade, pagando para investir em sua própria prolongação, e provendo ordem para o sistema. • Segundo o autor, para os neorealistas, a unipolaridade é a menos estável e mais perigosa ordem do sistema internacional, pois a grande concentração de poder em um estado acaba por ameaçar os outros estados, e gera uma reação por parte destes para rebalancear o sistema. Com isso, garantem que a preponderância dos EUA no sistema é frágil e pode a qualquer momento se desfazer. Lonely at The Top: The System is Unipolar • A ordem unipolar é aquela em que o poder está concentrado nas mãos de um só estado, mas não em proporções suficientes para que este tenha o poder de transformar a ordem num “império global”. • O colapso da URSS produziu a uma das maiores mudanças no sistema internacional desde a 2ª Guerra Mundial, mudando-o de bipolar a unipolar, emergindo então os EUA como superpotência mundial. Com isso, o Pentágono iniciou a criação de uma estratégia que viesse a preservar a unipolaridade do país através da prevenção da emergência de novas superpotências. Vemos então que o autor assume que o sistema internacional é de fato unipolar. • Para se medir o “poder” do pólo dominante (hegemon), deve-se levar em consideração todos os componentes do poder: tamanho da população, tamanho do território, os recursos, as capacidades econômicas, poder militar e a “competência”. Tendo por base essas premissas estabelecidas por cientistas políticos, os EUA detém todos os indicadores necessários para ser considerado dominante no sistema EUA tem uma combinação de vantagens qualitativas e quantitativas que o torna superior mundialmente. • Além disso, a lacuna de poder (‘power gap’)entre os EUA e qualquer outro estado do sistema é grande demais para ser ignorada. O país domina todos os elementos de poder do sistema (econômicos, militares, geográficos...). Unipolarity is Peaceful • Para o autor, a unipolaridade desfavorece a ocorrência de guerras entre o hegemon e os outros estados, uma vez que o ‘gap’ de poder entre eles é muito grande. A unipolaridade reduz os problemas relacionados à competição por poder que ocorrer muito comumente na ordem de equilíbrio de poder. Isso se baseia em duas famosas teorias realistas: a teoria da estabilidade hegemônica e a teoria do equilíbrio de poder, e, segundo o autor, essas duas teorias de contradizem, e por fim, afirmam que a unipolaridade é pacífica. • A Teoria da Estabilidade Hegemônica afirma que o hegemon do sistema promove a ordem do mesmo, produzindo uma ordem estável até que outros estados insatisfeitos com a distribuição de poder tenham a capacidade de desafiar tal hegemon. Logo, quanto maior e mais clara a dominância desse hegemon no sistema, mais pacífico ele será. O conflito, então, é mais provável de acontecer quando o ‘gap’ de poder entre o hegemon e o “2º lugar” é menor. A grande concentração de poder dos EUA hoje em dia não tem precedentes históricos, o que faz com que o país, a princípio, não tenha nenhum rival histórico. • Então, o autor afirma que ambas as teorias explicitam momentos em que grandes concentrações de poder suportam uma estrutura pacífica. A teoria da ‘balança-de- poder’ acredita que, quando há um pólo dominante, as outras potências tenderão a competir menos por poder. Já a teoria da ‘estabilidade hegemônica’ afirma que a clara preponderância de um estado eliminaria a concorrência por parte dos outros estados. Em suma, a unipolaridade gera poucos incentivos para a competição por segurança/ prestígio. • Porém, a unipolaridade não significa o fim dos conflitos no sistema, mas sim, a ausência de dois grandes problemas que permeavam a política internacional em épocas passadas: (1) a rivalidade hegemônica e; (2) a política de equilíbrio de poder entre as grandes potências. Para analisar o quão efetivo é o sistema unipolar em evitar tais premissas, o autor utiliza-se de dois exemplos históricos: a Pax Britannica e a Guerra Fria. Unipolarity is Durable • A unipolaridade baseia-se em dois pilares: (1) o enorme ‘gap’ de poder entre o hegemon e as outras potências do sistema e; (2) condições geográficas. Quanto ao primeiro, vimos que esse ‘gap’ é tão grande que qualquer reação por parte das outras potências não terá influências no sistema, e quanto ao segundo ponto, o autor afirma que a localidade em que o estado está inserido, analisando nesse caso os EUA, é muito importante, levando-se em consideração principalmente os aliados regionais dos estados. • Segundo o autor, a causa de muitos autores acharem que a unipolaridade irá ceder espaço à multipolaridade rapidamente é exatamente porque estes não analisam esses dois aspectos, principalmente o geográfico. • Dentro do sistema unipolar, as alianças são importantes, mesmo sendo menos efetivas do que os estados em si na propagação de poder no sistema, então, não podem ser excluídas, como muitos autores o fazem (ex: Waltz). Segundo o autor, as alianças agregam poder aos estados, reforçando-os dentro do sistema. • A mudança de um sistema unipolar para um multipolar dependeria do surgimento de um novo hegemon regional, com capacidades econômicas e militares para competir com o atual hegemon. Nesse caso, a idéia defendida por muitos autores, tais como Layne, de que num cenário unipolar as potências tendem a balancear-se com o hegemon não é mais válida. Nesse contexto, se os estados prezam por sua segurança e independência, eles irão preferir um sistema multipolar composto por diversos hegemons regionais. • Como conclusão, o autor afirma que as alianças entre os estados não podem de fato mudar o sistema, e apenas um crescimento desigual de poder poderá trazer um fim ao sistema unipolar. Conclusão • A distribuição de capacidades ao final do século XX foi surpreendente, porém, foi a concentração de poder sem precedentes dos EUA após esse período que mais se destacou. O sistema, então, tornou-se unipolar, encabeçado pelos EUA. • Em suma, a unipolaridade instituída é sim robusta, durável e estável, ao contrário do que muitos outros autores diriam. A atual distribuição de poder gera incentivos à cooperação, uma vez que há a ausência de rivalidade hegemônica (por causa do ‘gap’ de poder) e de competição por segurança. Resumo feito por Érica Araripe RIiscool/11
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