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Brasília-DF. Liderança, TrabaLho em equipe e em ambienTe muLTicuLTuraL Elaboração Arquiléia Itair Peixoto Gonçalves Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7 UNIDADE I LIDERANÇA ........................................................................................................................................... 9 CAPÍTULO 1 TIPOS DE LÍDER E INSTRUMENTOS DE LIDERANÇA .................................................................... 10 CAPÍTULO 2 GESTÃO DE CONFLITOS ......................................................................................................... 18 CAPÍTULO 3 PORQUE E COMO LIDERAR .................................................................................................... 28 UNIDADE II TRABALHO EM EQUIPE ......................................................................................................................... 32 CAPÍTULO 1 QUANDO E PORQUE TRABALHAR EM EQUIPES ......................................................................... 33 CAPÍTULO 2 FORMAÇÃO DE EQUIPES DE ALTA PERFORMANCE ................................................................ 36 CAPÍTULO 3 LIDERANDO EQUIPES ATRAVÉS DA INOVAÇÃO ........................................................................ 39 CAPÍTULO 4 EQUIPES VIRTUAIS DE ALTA PERFORMANCE ........................................................................... 42 UNIDADE III AMBIENTE MULTICULTURAL .................................................................................................................... 47 CAPÍTULO 1 CULTURA: DIFERENÇAS E DESAFIOS ........................................................................................ 48 CAPÍTULO 2 O GESTOR NO AMBIENTE MULTICULTURAL: MANEJO DE CONFLITOS E MELHORIA DE RESULTADOS .................................................................................................. 50 CAPÍTULO 3 COMUNICAÇÃO E TOMADA DE DECISÕES EM AMBIENTE MULTICULTURAL ............................... 55 CAPÍTULO 4 TRABALHANDO EM MULTINACIONAIS E EM OUTROS PAÍSES ...................................................... 60 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 62 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Praticando Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer o processo de aprendizagem do aluno. 7 Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Exercício de fixação Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/ conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não há registro de menção). Avaliação Final Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber se pode ou não receber a certificação. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 8 Introdução Na longa história da espécie humana (e do gênero animal, também) prevaleceram os indivíduos que aprenderam a colaborar e a improvisar com mais eficácia. Charles Darwin Prezado (a) aluno (a): A disciplina Liderança, Trabalho em Equipe e em Ambiente Multicultural tem como objetivo analisar os diferentes elementos que compõem a liderança, compreender o trabalho em equipe e suas consequências num ambiente multicultural. Para tanto, o tema será apresentando a partir de um dos principais desafios nas organizações – Liderança. Na unidade I estarão contemplados temas como tipos de líder e formas de gestão de conflitos. Em seguida, na segunda unidade, você vai estudar sobre Trabalho em Equipe. A unidade II prevê os temas causas e consequências para trabalho em equipe, formação de equipes de alta performance, inovação, equipes virtuais e desafios nos trabalhos em equipe. Na Unidade III o tema será Ambiente Multicultural, onde serão discutidos temas como cultura, comunicação e trabalho em ambientes multiculturais. Objetivos » Compreender os aspectos que envolvem a liderança e suas particularidades. » Descrever os tipos de liderança. » Compreender os aspectos que envolvem gestão de conflitos. » Conhecer e identificar conceitos de Trabalho em Equipe. » Identificar características, vantagens e desvantagens do Trabalho em Equipe. » Analisar os fatores que influenciam na cultura organizacional. » Entender a dinâmica da cultura organizacional num ambiente multicultural. 9 UNIDADE ILIDERANÇA Eu certamente não sou um daqueles que precisam ser estimulados. Na realidade, eu sou o estímulo. (Sir Winston Churchill) No cotidiano das empresas, a pressão pela competição desenfreada é grande. Ao mesmo tempo,um chamado a colaboração é colocado como desafio de líderes e equipes. Como trabalhar a individualidade em prol do coletivo, deixando de lado o individualismo? Essa e muitas outras são questões que inquietam estudiosos e grandes líderes (mundiais e empresariais). A proposta desta unidade é refletirmos a respeito da importância da liderança e o impacto que esta pode ter na formação e manutenção das equipes. Figura 1. Fonte: <https://forumdelideresup.wordpress.com/page/4/>. Acesso em: 11 nov. 2014 Tirar o trema 10 CAPÍTULO 1 Tipos de líder e instrumentos de liderança Tipos de líder Existem inúmeras definições para líder e liderança. Em todas elas pode-se observar o poder da influência e suas manifestações na forma de como os autores definem o construto. Pode-se dizer que liderança é um processo de influência. Os conceitos vêm evoluindo e cada autor, ao longo do tempo, acrescenta um “ingrediente” novo e contribui com novas ideias e condições que alicerçam as diversas teorias. Motta (1995) defende que a visão da legitimidade da liderança, baseada na aceitação do líder pelo grupo, implica dizer que grande parte do poder do líder encontra-se no próprio grupo. Essa visão alimenta a maioria das teorias contemporâneas sobre a liderança. Sobre liderança, Bennis (1996) compara gerenciamento com liderança ao afirmar que “um bom gestor faz as coisas bem, enquanto um bom líder faz as coisas certas”. O autor atribui à liderança a condição básica para que haja eficácia em qualquer organização ou empresa. Acrescenta, ainda, que os líderes também sabem o que querem, por que querem e como comunicar isso aos demais, a fim de obter a cooperação e o apoio deles. Para Senge (1998) liderança é a tensão criada pelo fosso entre a situação presente e o sonho. Como toda tensão procura resolução, ela é fonte de energia que leva à criação de algo que não existe. E é isso que fazem os líderes. Useen (1999) dá entendimento mais amplo ao conceito e considera que liderar não significa apenas ter seguidores, mas saber quantos líderes se conseguiu criar entre esses seguidores. Já o Dicionário Aurélio define liderança como sendo um tipo de influenciação entre pessoas. Exercida conscientemente numa dada situação, dirigida por meio de processo de comunicação humana para o alcance de benefícios que atendam às necessidades de grupos sociais. É a capacidade de influenciar os outros que emerge fora da estrutura formal da organização. É geralmente tão importante quanto à influência formal, ou até mais (ROBBINS, 2002). 11 LIDERANÇA│ UNIDADE I Capacidade que algumas pessoas possuem de conseguir que outras, de modo espontâneo, ultrapassem o estabelecido formalmente. (FIORELLI, 2003). Para Max De Pree (1989), liderar significa libertar as pessoas para fazerem o que se exige delas de maneira mais eficiente e humana possível. Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente é a definição dada por Hunter (2004). Além de a influência ter destaque nas diversas definições de liderança, outra condição constante nas diversas definições é a mudança. São os líderes que estabelecem o planejamento e a direção da empresa, que comunicam essas metas para as pessoas e que as motivam para que consigam as metas determinadas. Outra questão que se deve considerar sobre liderança é sua identificação se: » Formal – conferida pelo cargo. » Informal – nascida espontaneamente dentro dos grupos. Assim, a liderança pode ser conseguida por intermédio do poder instituído – formal – ou da autoridade reconhecida espontaneamente – informal. Souza e Ferreira (2004) destacam a importância da diferenciação entre chefes e líderes e confirmam a possibilidade das lideranças serem “formais” ou “informais”: Para os autores, chefes são aqueles que ocupam qualquer cargo gerencial; por outro lado, líderes são pessoas capazes de influenciar outras pessoas a se esforçarem para o alcance de determinados objetivos, independente do cargo ocupado. Assim, a liderança não depende apenas do cargo ocupado pelo líder. A capacidade de influenciar as outras pessoas pode ser exercida sem que o líder esteja ocupando uma posição formal de chefia. As teorias sobre liderança abordam também os diversos tipos ou estilos de liderança encontrados nos ambientes organizacionais. Para Chiavenato (2000) existem três estilos mais comuns no meio empresarial. São eles: » Liderança autocrática – que também pode ser chamada de liderança autoritária ou diretiva. Na liderança autocrática o foco do líder se concentra nas tarefas e suas decisões são individuais. O líder autocrático não considera a opinião dos membros da sua equipe. Esse tipo de liderança consiste na centralização da autoridade e das decisões. Os membros da equipe não têm liberdade de escolha. O líder autocrático caracteriza-se pela personalidade dominadora, dá ordens e exige obediência dos subordinados. O líder autocrático é temido pela equipe, e a equipe só trabalha na sua presença. Os grupos 12 UNIDADE I │LIDERANÇA liderados da forma autocrática apresentam, de modo geral, maior produtividade, mas com sinais de insatisfação, grande tensão, frustração e agressividade. A liderança autocrática valoriza somente o líder. As ações do líder autocrático são baseadas em ameaças e punições. Apesar das desvantagens que a liderança autocrática emana, algumas vantagens desse estilo podem ser percebidas, como, por exemplo, a rapidez nas decisões, a segurança e base estruturais oferecidas para os empregados. A principal desvantagem é o medo e a frustração que os subordinados desenvolvem, especialmente se o estilo for usado de maneira extrema. » Liderança Democrática – pode ser, também, chamada de liderança participativa ou consultiva. Neste tipo de liderança, as ações são voltadas para as pessoas e o processo decisório considera a opinião dos membros da equipe. Os líderes autocráticos ou participativos promovem a descentralização da autoridade, ficando as decisões a cargo do grupo. A liderança democrática, diferentemente do estilo autocrata, decide a partir de consultas feitas aos subordinados. Os empregados recebem informações sobre as condições que afetam seu trabalho e são estimulados a expressar suas ideias e dar sugestões. O líder e sua equipe atuam como uma unidade social. A tendência geral nos ambiente organizacional é a ampliação do uso das práticas participativas; estas práticas revelam-se consistentes e funcionam como elementos motivadores da equipe. O líder democrático é comunicativo, estimula e encoraja a participação dos membros de sua equipe. Outra característica desse estilo de liderança é a preocupação do líder de maneira equânime com o trabalho e com o grupo. O estilo autocrático faz com que o líder atue como facilitador, orientando e ajudando o grupo na identificação dos problemas e na busca de soluções. Como vantagens, os grupos submetidos à liderança democrática apresentam boa quantidade de trabalho e qualidade melhor, se comparados aos submetidos à liderança autocrática. Além disso, cria-se um clima de satisfação, integração do grupo, responsabilidade e comprometimento das pessoas. No estilo liderança democrática, o líder trabalha e decide em conjunto com a equipe, ouvindo, orientando e estimulando os membros. Nesses grupos os indivíduos têm convivência amigável, as atitudes são amistosas e ligadas às tarefas, as relações com o chefe/subordinado são mais espontâneas e livres. O trabalho progride mesmo quando o chefe está ausente. 13 LIDERANÇA│ UNIDADE I » Liderança Laissez faire – também chamada de liderança liberal. Neste tipo de liderança o grupo já atingiu pleno desempenho e não necessita mais do controle do seu líder. Os membros da equipe têm capacidade e autonomia para por seus projetos em prática. Laissez-faire é uma expressão da língua francesa que significa “deixai fazer”. Os líderes liberais, do estilo Laissez faire, evitam o poder e a responsabilidade. Eles sãomuito mais dependentes do grupo do que deles mesmos. Com relação ao estabelecimento dos objetivos e resolução dos problemas, compartilham com a equipe e distribuem as responsabilidades. Os próprios membros se autodesenvolvem, assim como promovem suas próprias forças motivacionais. O papel do líder, nesta situação, é secundário e suas contribuições muitas vezes são ignoradas, ao contrário da liderança autocrática, em que o líder ignora o grupo. Esse estilo de liderança favorece o surgimento de diferentes unidades da organização com objetivos cruzados. Nem sempre é usada como um estilo predominante. Porém, mostra-se útil nas situações em que o líder pode deixar as escolhas inteiramente por conta do grupo; ou seja, em grupos que atingiu o pleno desempenho. Faz parte, ainda, desse estilo de liderança pregação da total liberdade para a tomada de decisões individuais ou grupais; o líder participa delas apenas quando é solicitado pelo grupo. O comportamento do líder laissez faire é evasivo e sem firmeza. Os grupos submetidos à liderança liberal não se saem bem nem com relação à quantidade nem quanto à qualidade do trabalho. Apresentam fortes sinais de individualismo, desagregação do grupo, insatisfação, agressividade e pouco respeito ao líder. A liderança liberal enfatiza somente o grupo. O líder é ignorado pelo grupo, ele se omite e deixa a situação fluir à vontade, sem intervir ou mudar o rumo dos acontecimentos. De um modo geral, um líder utiliza os três tipos de estilos, mas um deles tende a ser dominante. As diferenças ficam por conta da atmosfera do trabalho, no comportamento dos elementos do grupo e no desempenho do grupo. Muitos fatores externos e circunstanciais podem influenciar o líder na utilização de um ou outro estilo. Uma grande tragédia, por exemplo, pode necessitar de atitudes de um líder autocrático. Uma campanha que necessite de voluntários pode exigir líderes com maior apelo democrático. Uma atividade festiva pode permitir um líder mais liberal. Os estilos autocrático, democrático e laissez faire são os tradicionais estilos de liderança. Mas podem-se categorizar outras formas de liderança e tipos de líder. A liderança na teoria dos traços é definida com base nas características de personalidade do indivíduo; pode ser entendida como o conjunto de características que define os comportamentos e os estilos das pessoas. O ideal seria o desenvolvimento de todas 14 UNIDADE I │LIDERANÇA elas numa mesma pessoa. Essa abordagem vê a liderança como resultado de uma combinação de traços, enfatizando especialmente as qualidades pessoais do líder que seriam facilitadoras no desempenho da liderança. Nesta teoria são enfatizadas qualidades intrínsecas da pessoa. Segundo esta teoria, existem os seguintes tipos de líder: “líder carismático/inspirador”, o “líder executivo”, o “líder coercitivo”, o “líder distributivo”, o “líder educativo”. » O líder carismático / inspirador – essa liderança é exercida com base no carisma do indivíduo; trata-se de um estilo de liderança envolvente, que tem como principais características a autoconfiança, o entusiasmo, o humor, a iniciativa, a autenticidade, a energia, a determinação e a comunicação. Figura 2. Fonte: <http://pantokrator.org.br/po/wp-content/uploads/2012/02/madre-teresa.jpg>. Acesso em: 11 nov. 2014 O líder carismático é aquele que raramente precisa dar ordens aos membros da sua equipe; eles se sentem atraídos pela figura do líder e estão dispostos a fazer o que é necessário. A liderança carismática é indicada, principalmente, quando a tarefa da equipe tem um componente ideológico forte ou então num ambiente incerto ou de tensão. Como exemplo, pode-se ter o surgimento do líder carismático na politica, na religião ou em tempos de guerra. É comum, também, surgir o líder carismático nas crises vivenciadas pelas empresas. Pode-se citar como exemplos deste tipo de liderança pessoas como Jesus Cristo, Madre Teresa de Calcutá e Martin Luther King. » O líder executivo – esse estilo de liderança tem foco no processo organizacional, na busca do aperfeiçoamento técnico, na coleta de dados, no diagnóstico, na ação e na intervenção. 15 LIDERANÇA│ UNIDADE I Esse estilo surgiu a partir da necessidade das organizações de obter melhores resultados. Caracteriza-se pela promoção da ordem. Reflete o resultado do esforço humano na tentativa de se organizar. Neste estilo a ordem é a normalidade humana. O líder executivo usa sua experiência ou qualidades técnicas para dirigir a sua equipe ao resultado definido pela organização. É ótimo para dar instrução objetivas e claras. O líder executivo possui habilidades técnicas. Nesse estilo de liderança, a exigência da eficiência em alto grau impede e/ou dificulta a criação de um ambiente mais amistoso e afetivo. Pode, inclusive, provocar nos funcionários a sensação de carência e insegurança. Como ponto positivo pode considerar a ênfase na organização e nos elementos para uma boa administração. » O líder coercitivo – caracteriza-se por uma liderança exercida com base na intimidação, pressão, ameaça ou força. Neste tipo de liderança, a autoridade é exercida de forma desproporcional e a relação entre líder e liderado é muito instável. Figura 3. Fonte: <http://blogs.scansource.com.br/2013/07/10/lideranca-agregadora/>. Acesso em: 11 nov. 2014 O líder do tipo coercitivo possui autocontrole, iniciativa e foco nos resultados; seu lema é “Faça o que eu mando”. Essa forma de liderança impede a apresentação de novas ideias. Goleman (2010) afirma que nesses casos os colaboradores se tornam “incapazes de agir por sua própria iniciativa, eles perdem o senso de domínio e sentem pouca responsabilidade pelo seu desempenho”. A instabilidade nessas relações promove, geralmente, um ambiente improdutivo e ineficaz. Este modelo de liderança traz a desmotivação da equipe, afeta a qualidade dos serviços e favorece o isolamento do líder. Apesar de ser considerado um estilo muito rejeitado em pesquisas de clima organizacional, Gaudencio (2010) defende que há aplicações para a liderança coercitiva, em especial, nos casos de crise, caos, funcionários problemáticos, virada de mesa são situações que a atuação da coerção se faz necessária. 16 UNIDADE I │LIDERANÇA » O líder distributivo – este estilo de liderança é baseado na delegação de tarefas e responsabilidades aos membros da equipe; a função do líder é a de controlar, supervisionar e cobrar que cada um exerça o seu papel e que cumpra sua responsabilidade. Este processo de liderança assemelha-se à liderança executiva por ocupar-se mais na execução de tarefas do que na forma como ela será executada. No ambiente organizacional pode gerar a desmotivação e a sensação de que tudo se resume na “realização de tarefas” e na obtenção do “reconhecimento”. Pode-se comparar a um processo de adestramento: se a equipe acertar, será recompensada e, se a equipe errar, não será. O líder distributivo limita-se a distribuir tarefas, não vai além do que já existe. Como principal aspecto positivo, permite ao líder a distribuição de responsabilidades e definição dos papéis com maior facilidade. » O líder educativo – exemplo é o principal ingrediente deste tipo de liderança. O líder, neste caso, assume convicções e atitudes coerentes, é altruísta e visionário. Este líder provoca na equipe um espírito de comprometimento e de responsabilidade com a organização. Como principais pontos positivos, nesse estilo a facilidade da integração e do intercâmbio e compartilhamento de conhecimentos técnicos e humanos. Geralmente é o primeiro a chegar e o último a sair. Muito prestativo e solícito, faz questão de, sempre que pode, ajudar a equipe. Com isso, cria um ambiente de gentileza reciproca. A teoria dos traços se baseia no pressuposto de que a liderança é uma característica nata do líder. Alguns autores criticam esta teoria por não considerar os aspectos referentes às diversas situações enfrentadas pelo líder e suaequipe, quando os variados tipos de liderança podem se manifestar (o líder coercitivo, sempre será coercitivo e nunca será um líder educativo). É certo que o ideal seja que gestor desenvolva e agregue as características dos diversos tipos de liderança e tenha sabedoria para aplicá-las de acordo a situação existente. O líder deve ser versátil e oferecer condições adequadas às diversas situações a que será exposto durante sua gestão. Entenda-se sempre que esta categorização é meramente didática e que a classificação dos estilos visa, simplesmente, a destacar, na liderança, alguns traços existentes no indivíduo. Grün (2006) afirma que o estilo de liderança não é algo estático e se constrói na própria inter-relação como grupo: “Nós somos responsáveis pela maneira como nos deixamos liderar. Não depende apenas do líder, mas sempre também do liderado, que espécie de liderança aceitará.” 17 LIDERANÇA│ UNIDADE I Rowe (2002) categoriza a liderança a partir de três tipos de líderes organizacionais: os gerenciais, os visionários e os estratégicos, e define as principais características de cada um: » Líderes gerenciais – são os que possuem postura mais conservadora, preferem se concentrar nos trabalhos rotineiros e têm foco no curto prazo. Para esses líderes, as metas surgem da necessidade e não estão ligadas, portanto, a desejos e sonhos, sendo baseadas no passado. » Líderes visionários – seu foco é futuro; estão mais propensos a correrem riscos, principalmente quando as recompensas são altas. Esses líderes são mais proativos e se preocupam com soluções novas para problemas antigos. Suas decisões são baseadas em valores e acreditam na adoção de estratégias. » Líderes estratégicos – este estilo apresenta características dos estilos gerenciais e visionários. Suas decisões são baseadas em valor, supervisionam atividades operacionais (rotineiras) e estratégicas (longo prazo). Esses líderes se preocupam com a viabilidade futura e a estabilidade presente assim, tomam decisões que potencializam o investimento gerando valor para a organização. A liderança é importante para sobrevivência da organização no mercado. Os líderes devem estar bem capacitados e inseridos nas mudanças do ambiente externo para que possam ser capazes de gerar valor para a organização e para seus liderados. 18 CAPÍTULO 2 Gestão de conflitos Cada qual é inocente aos seus próprios olhos e a outra parte é culpada. Autor desconhecido. Figura 4. Fonte: <http://www.esoterikha.com/coaching-pnl/dinamicas-para-administracao-de-conflitos-juri-simulado.php> Acesso em: 11 nov. 2014. Algumas perguntas para começarmos a pensar no assunto: Todo conflito e negativo? Pode-se extrair algo positivo de um conflito? Como administrar conflitos positivamente? http://www.esoterikha.com/coaching-pnl/dinamicas-para-administracao-de-conflitos-juri-simulado.php 19 LIDERANÇA│ UNIDADE I É importante pensar na diferença entre duas expressões que muitas vezes utilizamos como sinônimos no dia a dia: CONFLITO x CONFRONTO. A palavra “Conflito” se origina do latim conflictu, que significa dizer que ocorre quando duas (ou mais) pessoas divergem de opinião e querem que uma delas prevaleça sobre a outra. Já a palavra “Confronto”, que é derivada do verbo confrontar, e que tem origem do francês front (parte frontal da cabeça, face), ocorre quando duas (ou mais) pessoas partem para a tentativa de anulação ou eliminação do outro. Existe nesses conceitos uma sutil diferença que é a possibilidade de administração de um e a impossibilidade de administração do outro. O conflito pode estar associado a algo negativo como confusão, tumulto, desordem, mas também pode ser uma oportunidade de desenvolvimento e aprendizagem. Para essa quebra de paradigma poder acontecer é preciso buscar resposta para a pergunta: “Como surgiu o conflito?” É senso comum entender o conflito como manifestação natural dos seres humanos que se dá nos momentos de divergência de opiniões e podem envolver os mais diferentes aspectos como: definição de papéis, tempo, dinheiro, relacionamentos, disputas de poder, religiões, estilos de vida etc. Também é senso comum entender que o conflito ocorre em qualquer campo de atuação dos seres humanos: trabalho, escola, família. Porém, não faz parte do senso comum entender que é viável aprender com essas situações, desde que sejam resolvidas de forma eficaz, buscando soluções conjuntas. Talvez uma das maneiras mais claras de se visualizar o lado positivo do conflito seja a frase de Nelson Rodrigues “Toda unanimidade é burra.” Se todos pensam da mesma maneira, certamente não haverá conflitos, porém, também não haverá mudanças e nem desenvolvimento. Sentimentos como raiva e medo, são vivenciados por pessoas que se envolvem em conflitos. Maria Tereza Maldonado, em seu livro O Bom Conflito coloca que sentir raiva é inevitável, mas existem meios aceitáveis de expressá-la. A psicóloga diz que existe a “boa raiva” que ajuda a lutar pelos objetivos, a encarar os desafios e a administrar o sentimento, assim, entende-se que é preciso que o indivíduo aprenda a tomar conta do seu sentimento de raiva antes que ela tome conta dele. Nas palavras da autora: “Individualmente, a energia da raiva nos ajuda a batalhar pelo que queremos, a ser ousados e destemidos para correr riscos. A energia da raiva é um dos componentes da perseverança”. Podemos então sugerir que o controle consciente da raiva é um facilitador na administração dos conflitos. 20 UNIDADE I │LIDERANÇA Além desse equilíbrio pessoal das emoções e sentimentos, é preciso também cuidar do diálogo, da comunicação. Segundo Bendler e Grinder (1982) “O significado da sua comunicação é a resposta que você obtém. Se você não está obtendo a resposta que deseja, mude o que estiver falando, ou fazendo.” SERÁ QUE ATENTAMOS PARA O ENTENDIMENTO DO OUTRO ???? Para entender o outro, é preciso saber ouvir atentamente e também saber fazer perguntas estimuladoras do diálogo. O diálogo só existe se as duas pessoas o alimentarem; se apenas uma pessoa falar deixa de ser diálogo e passa a ser monólogo. Algumas formas de treinarmos a escuta ativa que facilita a comunicação e a solução adequada dos conflitos: » seja aberto e receptivo com sua expressão corporal (pesquisas mostram que 55% do processo comunicativo está relacionado aos gestos e expressões); » ouça tudo aquilo que o outro tem a dizer antes de responder. » não interrompa ou termine as frases do outro; » interprete a mensagem da outra pessoa prestando atenção tanto nos sentimentos dela como nos fatos relatados; » atue com base no que o outro disse; » se não entendeu alguma coisa, faça perguntas objetivas; » ao perguntar “você entendeu”, complete a pergunta com “você entendeu o que”, para que você saiba se sua mensagem foi compreendida corretamente. Outras ações, porém, são necessárias na busca da solução de conflitos: » buscar um enfoque na solução do problema; » formular questões reflexivas; » manter a mente aberta ; » não misturar o problema a ser solucionado com simpatias e antipatias com pessoas envolvidas. 21 LIDERANÇA│ UNIDADE I Essas ações vão favorecer o encontro de uma solução consensual e a definição de novos caminhos. O conflito positivo O conflito pode agir como fonte de novas ideias, trazendo benefícios para o grupo e, principalmente, para as pessoas envolvidas diretamente. Esse é o principal aspecto positivo do conflito, pois permite a expressão e exploração de diferentes pontos de vista, interesses e valores – se bem aproveitado, serve como aprendizado. A administração de conflitos consiste exatamente na escolha e implementação das estratégias mais adequadas para se lidar com cada tipo de situação (NASCIMENTO ; El SAYED, 2002). Além desses aspectos positivos na ocorrência de conflitos, pode-se alguns também considerar a necessidade do conflito para evitar o processo de estagnação do grupo. Assim, os conflitos não são necessariamentenegativos. O que pode ser negativo é a maneira como lidamos com ele, pois pode gerar algumas reações entre os envolvidos. A administração de conflitos vai permitir, exatamente, a escolha da melhor estratégia para lidar com a situação que se apresenta. O conflito nasce a partir de um evento onde uma das partes envolvidas percebe que a outra parte frustrou ou irá frustrar os seus interesses. Isto significa dizer que vivemos conflito a todo o momento, de diferentes maneiras: estamos a todo o momento vivenciando situações de frustração. Quantas vezes nos deparamos com pessoas que atravessam nosso caminho, dificultando ou mesmo impedindo o atingimento de nossos objetivos? O conflito não pode ser interpretado apenas como forma de impulsionar atitudes agressivas. Pode e deve ser visto como uma oportunidade de crescimento pessoal. Negar ou evitar uma situação de conflito pode torna-se uma atitude perigosa e destrutiva. Não enfrentá-lo pode impedir o crescimento do grupo e minar confiança entre seus membros. Os relacionamentos interpessoais saudáveis devem experimentar acordos e concessões. Os conflitos surgidos em uma equipe devem ser administrados adequadamente para que a mesma não se desintegre e, ao mesmo tempo, se desenvolva. Para melhor administrar as situações de conflito é importante que sejam conhecidas causas que levaram ao seu surgimento. Dentre as possíveis causas do conflito, podem estar: experiência de frustração vivenciada por uma ou pelas duas partes; diferenças de 22 UNIDADE I │LIDERANÇA personalidade; objetivos e motivações diferentes; diferenças em termos de informações e percepções; problemas de comunicação. Nascimento e El Sayed (2002) afirmam que os conflitos podem ser reconhecidos e definidos por níveis. Esses níveis podem ser alterados de acordo com a evolução do conflito: Níveis Estágios Características 1 Discussäo É o estágio inicial do conflito: caracteriza- se normalmente por ser racional, aberta e objetiva: 2 Debate Neste estágio, as pessoas fazem generalizações e buscam demonstrar alguns padrões de comportamento. O grau de objetividade existente no nível 1 começa a diminuir: 3 Façanhas As partes envolvidas no conflito começam a mostrar grande falta de confiança no caminho ou alternativa escolhidos pela outra parte envolvida: 4 Imagens fixas São estabelecidas imagens preconcebidas com relação á outra parte, fruto de experiências anteriores ou de preconceitos que trazemos, fazendo com que as pessoas assumam posições fixas e rígidas: 5 Loss of face (ficar com acara no chäo) Trata-se da postura de continuo neste conflito custe o que custar e lutarei até o fim. o que acaba por gerar dificuldades para que uma das partes envolvidas se retire: 6 Estratégias Neste nível começam a surgir ameaças e as punições ficam mais evidentes. O processo de comunicação, uma das peças fundamentais para a solução de conflitos, fica cada vez mais restrito: 7 Falta de humanidade No nível anterior evidenciam-se as ameaças e punições. Neste, aparecem com muita freqüência os primeiros comportamentos destrutivos e as pessoas passam a se sentir cada vez mais desprovidas de sentimentos: 8 Ataque de nervos Nesta fase, a necessidade de se autopreservar e se proteger passa a ser a única preocupação A principal motivação é a preparação para atacar e ser atacado: 9 Ataques generalizados Neste nível chega-se às vias de fato e não há outra alternativa a não ser a retirada de um dos dois lados envolvidos ou a derrota de um deles Fonte: Nascimento e El Sayed (2002). 23 LIDERANÇA│ UNIDADE I Tipos de conflito Em qualquer ambiente e, também, no ambiente organizacional os conflitos podem ocorrer por vários motivos: diferença de sexo ou idade, valores e crenças, falta de recursos materiais e/ou financeiros, entre outros. Os motivos de geração de conflitos podem ser categorizados de diversas maneiras. Uma forma de classificar os conflitos é a partir das relações interpessoais. Nesta forma de classificar conflitos temos: » Hierárquicos – onde o que pesa são as relações com a autoridade constituída. Este tipo de conflito ocorre quando uma pessoa é responsável por um grupo, e não encontra apoio na sua equipe. Pode acontecer também, de a equipe não encontrar apoio no seu líder. Neste caso, a maior parte das pessoas envolvidas se sente desamparadas quanto à decisão a ser tomada. » Pessoais – têm relação com o indivíduo, com a sua maneira de ser, de agir, de falar e de tomar decisões. As “rixas” pessoais sempre prevalecem e fazem com que os membros do grupo não se falem e não se entendam. Conflitos deste tipo nascem a partir de pequenas coisas ou situações nunca abordadas entre os interessados. É um confronto tácito que atrapalha muito a eficiência das relações. Outra forma de categorizar os tipos de conflito é dividi-lo por áreas. Desta forma os conflitos podem ser: » Conflito social – surge em decorrência do grau de complexidade e implicação social. Apesar de a nossa sociedade ser evoluída no ponto de vista social e tecnológico é muito precária em termos de habilidade para negociações. Isso favorece a utilização da violência como instrumento para sanar conflitos. » Conflitos tradicionais – estes têm apelo histórico e reúnem indivíduos com mesmos interesses, o que fortalece a solidariedade existente entre essas pessoas. Os conflitos surgem por três razões principais que seriam: competição por recursos disponíveis e escassos; divergência de alvos entre as partes; tentativas de autonomia ou libertação de uma pessoa em relação à outra. Bráulio (2010) afirma que em razão dos altos custos físico, emocional e financeiro que resultam de uma situação conflituosa, as pessoas têm buscado maneiras de resolver 24 UNIDADE I │LIDERANÇA suas discordâncias e diferenças de pontos de vista. Sempre que se busca administrar e resolver as diferenças tem-se procurado estabelecer procedimentos que atendam aos interesses das partes envolvidas, minimizando o desgaste e os gastos desnecessários. Ainda, como categorização de tipos de conflito, pode-se adotar como critério a forma como eles se manifestam. Assim, os conflitos podem ser: » Conflito latente – ocorre de forma velada, ou seja, não é declarado e não há uma clara consciência de sua existência. De um modo geral, não são trabalhados. » Conflito percebido – diferentemente do tipo latente, os indivíduos envolvidos no conflito percebem, racionalmente, sua existência, mas não se manifestam claramente sobre as divergências. » Conflito sentido – é claramente percebido pelas partes; envolve emoção de forma consciente. » Conflito manifesto – trata-se do tipo de conflito que já atingiu as duas partes, já é percebido por terceiros e pode interferir na dinâmica da organização. Os conflitos podem se apresentar de forma hierárquica, ou seja, inicia-se como “latente” pode evoluir até o tipo “manifesto”. Eles podem também ocorrer de forma isolada e não atingir outros níveis. O lado negativo do conflito Apesar de os benefícios que a ocorrência de um conflito pode gerar, existem aspectos negativos que devem ser levados em consideração, principalmente porque eles são recorrentes no ambiente organizacional. As consequências negativas do conflito mais percebidas podem ser identificadas nas seguintes situações: » Desvio do foco no objetivo geral – nesse caso o conflito favorece a mobilização dos esforços e da energia do grupo para a solução do conflito. » Perdedores habituais – os indivíduos com alta carga negativa interferem na sua percepção e na socialização daqueles que entram na organização. 25 LIDERANÇA│ UNIDADE I » Percepção estereotipada – indivíduos que adotam a “generalização” como padrão de comportamento. São elementos que conferem estereótipos genéricos referentes às categorias profissionais, ou outro tipo de categorização. Faz parte, também, desse grupo elementos que interferem muito na cultura organizacional com acriação de heróis, mitos, tipos ideais, começam a surgir seus perdedores, ganhadores, culpados e inimigos. Independente da forma como são vistos os conflitos, positivos ou negativos, eles podem sempre ser considerados úteis pelo grande destaque que têm na vida das pessoas. Um comportamento mais diplomático e político em todos os campos de relacionamento, mas principalmente nas organizações, pode auxiliar muito no convívio harmonioso dos indivíduos e impedir situações conflitantes. Lidar com situações de conflito significa trabalhar em grupo tentando romper com alguns pensamentos cristalizados e estereótipos vigentes no ambiente organizacional. É importante observar que o conflito sempre estará presente em todos os relacionamentos humanos e em todas as esferas da sociedade. Divergências de pontos de vista ocorrem entre pessoas de uma mesma família, de vizinhos, de grupos religiosos e de esportistas, de organizações e de governo, de cidadãos. Como administrar o conflito Como já foi visto a ocorrência de conflitos é praticamente inevitável. Visto foi, também, que os conflitos podem ter seu lado positivo e os envolvidos tirarem proveito da situação. A administração de conflitos deve criar condições para que o conflito se torne positivo, bem como, evitar o conflito evoluir para o confronto. Para o aproveitamento da situação de conflito e a aplicação de uma solução eficaz alguns passos devem ser seguidos: » criação de uma atmosfera afetiva, utilizando o senso de humor positivo e construtivo; » esclarecimento das percepções, cuidando da comunicação e fornecendo as informações que as pessoas precisam para fazer seus trabalhos; » foco nas necessidades individuais e da equipe; » construção de uma relação de poder positiva e compartilhada; » criação de cultura “aprender com o passado” e aplicação do que aprendeu no presente e no futuro; 26 UNIDADE I │LIDERANÇA » desenvolvimento do espírito de equipe, a partir de atitudes adaptadas ao time, à unidade de trabalho e à organização como um todo; » adoção de formas de trabalho organizadas, com gerenciamento de tempo e definição de prioridades; » desenvolvimento de habilidades interpessoais, especialmente aperfeiçoando a arte de saber ouvir e falar. As situações de conflitos são mais facilmente solucionadas se os envolvidos tiverem desenvolvidas as seguintes capacidades: Saber questionar Figura 5. Fonte: <http://pt.dreamstime.com/fotos-de-stock-royalty-free-figura-com-ponto-de-interroga%C3%A7%C3%A3o- image9068618> Acesso em: 11 nov. 2014. Saber perguntar é uma importante ferramenta neste processo, principalmente por que é a pessoa que pergunta a responsável pela condução do diálogo. Recomenda-se, neste caso, a adoção de um estilo que conduza à solução do conflito da forma mais pacífica possível, com perguntas claras, sem ironia e sem possibilidade de dupla resposta. A definição do estilo de administrar conflitos está sempre diretamente ligada a duas importantes características de comportamento: assertividade, que pode ser entendida como sendo postura comportamental diante das pessoas e de situações cotidianas, relacionada à nossa maneira de expor e defender as posições e; cooperação, que pode ser entendida como sendo a relação baseada na colaboração entre indivíduos, no sentido de alcançar objetivos comuns, utilizando métodos mais ou menos consensuais. http://pt.dreamstime.com/fotos-de-stock-royalty-free-figura-com-ponto-de-interroga%C3%A7%C3%A3o-image9068618 http://pt.dreamstime.com/fotos-de-stock-royalty-free-figura-com-ponto-de-interroga%C3%A7%C3%A3o-image9068618 http://pt.wikipedia.org/wiki/Colabora%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Consenso 27 LIDERANÇA│ UNIDADE I Saber ouvir Figura 6. Fonte:<http://3.bp.blogspot.com/_e1P8mhqmkx0/TCIpf9TTBvI/AAAAAAAAAUk/BhJNSlHCTLo/s1600/fofoqueiros.bmp>. Acesso em: 11 nov. 2014. Ouvir atentamente, pois metas e intenções não compreendidas favorecem a soluções pouco eficazes e sem sucesso; demonstrar interesse genuíno pela pessoa que fala e pelo assunto, “respondendo” com linguagem não verbal – gestos e expressões faciais; evitar criticar ou tentar dirigir a conversa; adotar uma posição afirmativa, mostrando respeito pela outra pessoa; evitar interromper a pessoa durante sua fala; sempre que necessário repetir o que ouviu para confirmar se seu entendimento está correto. Saber se comunicar Figura 7. Fonte: <http://blogpsicologando.files.wordpress.com/2013/06/comunica2.jpg> 11 nov. 2014. Significa, principalmente, valorizar o diálogo – sem diálogo não há comunicação; sem comunicação não há solução possível para os problemas. A maioria dos erros, omissões, irritações, atrasos e conflitos tem origem numa falha de comunicação. http://3.bp.blogspot.com/_e1P8mhqmkx0/TCIpf9TTBvI/AAAAAAAAAUk/BhJNSlHCTLo/s1600/fofoqueiros.bmp http://blogpsicologando.files.wordpress.com/2013/06/comunica2.jpg 28 CAPÍTULO 3 Porque e como liderar A capacidade de liderar faz com que os profissionais exerçam poder e influência sobre seus liderados; essa capacidade faz a diferença no ambiente organizacional. Se bem feita, é uma atividade que promove a saúde das relações entre os indivíduos. Para melhor entender liderança, é preciso entender o poder e suas dimensões. O poder do líder reside, principalmente, na capacidade de influenciar o comportamento das outras pessoas ou de outros grupos de maneira que os conduzam a desejar fazer alguma coisa que sem nenhum estímulo não fariam. O poder pode estar relacionado ao fato de uma pessoa possuir algo que outros não possuem. Assim, é correto afirmar que quando possuímos um recurso que outros desejam ou necessitam, temos poder. A dependência fica maior se o recurso é importante, escasso ou insubstituível. As fontes de poder podem ser divididas em duas principais categorias genéricas: formal e pessoal. Cada uma dessas categorias pode ser ainda, subdividida em grupos específicos. A categoria de poder “formal” baseia-se na posição que o indivíduo ocupa dentro da organização e é instituída a partir da capacidade de que o indivíduo possui para: a) coagir; b) recompensar; c) ter autoridade formal; ou, d) controlar as informações. Assim, temos: » Poder coercitivo – baseia-se no medo e na aplicação ou na ameaça de aplicação de sanções. » Poder de recompensa – neste caso, a pessoa se submete voluntariamente às ordens de outra porque isso lhe trará algum beneficio. Essa forma de poder é obtida por meio da capacidade de distribuição de recompensas. » Poder de autoridade – é o resultado de sua posição na hierárquica na organização. Está diretamente relacionado ao cargo ocupado. » Poder da informação – é obtido por meio do acesso e do controle às informações. As pessoas que dominam conhecimentos podem fazer com que outros se tornem dependentes delas. Já a categoria poder “pessoal” nasce das características do indivíduo e pode se manifestar a partir de três bases: a) talento; b) referência (respeito e admiração dos outros); e, c) carisma. São eles: 29 LIDERANÇA│ UNIDADE I » Poder de talento – é obtido a partir da Influência exercida como resultado da perícia, da habilidade específica ou do conhecimento. » Poder de referência – baseado na identificação com uma pessoa de traços pessoais ou recursos desejáveis. Pode-se citar como exemplo, as celebridades. » Poder carismático – tem relação com o poder de referência e pode, muitas vezes ser confundido com ele. É baseado na personalidade e do estilo da pessoa. Pode-se afirmar que o poder não depende somente da autoridade formal. Como visto, pode emanar de outras fontes e apresentar-se como forma de liderança forte. É importante observar, também, que entre as diversas formas relacionadas, o poder no estilo carismático é o que possui características mais consistentes e duradouras. Nesse caso, o poder é mantido porque não se rompe um sentimento de admiração coletiva com muita facilidade. Em comparação ao poder carismático, as outrascategorias são mais vulneráveis; isto por que possuem uma relação de dependência que pode ser rompida mais facilmente. Neste caso, a situação de ruptura pode ocorrer a partir de uma promoção, transferência, treinamento etc. No caso do indivíduo que tem poder carismático, é natural a formação de uma rede de pessoas que o admiram e o protegem nas circunstâncias adversas. Um gestor de equipe precisa ter consciência de que não é o único com poder. E, sendo assim, os gerentes precisam estar atentos e descobrir quem detém poder nos grupos de trabalho. Essas pessoas devem utilizar seu poder de modo a ajudar o grupo a alcançar suas metas. Um membro da equipe que disponha de habilidades específicas para seu grupo de trabalho, tem a capacidade de deter poder sobre o gerente. Os gerentes podem ampliar seu poder aumentando suas alternativas, obtendo controle sobre recursos escassos ou combinando um pouco de ambas as coisas. A liderança tem uma característica que, no mínimo, pode ser considerada um paradoxo: o líder não pode rechaçá-la diretamente, mas também não pode obtê-la sozinho; depende das outras pessoas para confirmá-la/homologá-la/legitimá-la. A liderança só é obtida a partir do reconhecimento das outras pessoas. A liderança deve ter destaque em três principais áreas ou dimensões: autodesenvolvimento, habilidades de comunicação e influência e visão sistêmica. O líder deve estar preparado nas três dimensões. Com relação ao autodesenvolvimento, significa que o líder deve criar condições e para desenvolver-se a si mesmo. Além das ações para o seu desenvolvimento estarem 30 UNIDADE I │LIDERANÇA diretamente ligadas à melhoria de sua performance, é importante ressaltar, o líder atua como exemplo para seus liderados. O líder também atua fortemente como fonte de inspiração para seus liderados. Sendo assim, o líder deve estar atento à sua capacidade de se comunicar e de influenciar as pessoas. Em relação à visão sistêmica, o líder deve ver o contexto da jornada inteira. Significa, pois, que ele precisa compreender o sistema do qual faz parte e saber que sua atuação vai implicar no processo ou na organização como um todo. É necessário ver além do óbvio, perceber como os eventos se integram aos outros padrões mais profundos; não basta conhecer os eventos de forma isolada. A liderança é, então, uma combinação bem articulada das capacidades do líder e a sua compreensão da situação ou do contexto. Embora todos os elementos sejam universais, o líder juntará as peças de uma maneira personalizada e única. A liderança deve sempre se basear no propósito, na visão e nos valores da organização. O “propósito” vai estabelecer o destino da organização, a “visão” permite enxergar a direção e os “valores” servem para guiá-lo na direção traçada. O papel do líder seria, principalmente, guiar a organização e desenvolver outros líderes. LIDERANÇA CRIATIVA Rogerio Martins A “Liderança Criativa” surgiu da pesquisa de Tudor Rickards e Susan Moger, pesquisadores e professores de graduação e pós-graduação da Escola de Negócios da Universidade de Manchester, Inglaterra, desenvolvida diretamente com equipes de trabalho em diversas organizações (pequenas, médias e grandes empresas, instituições governamentais e não governamentais) da Europa, África e Ásia, e que lidavam com tarefas e objetivos não rotineiros, frequentemente associados à pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. Segundo Rickards e Moger, a Liderança Criativa é fundamentalmente um processo que muda o comportamento criativo da equipe de inaceitável para aceitável, e de aceitável para superior, através da introdução de estruturas “benignas”, enfatizando a cooperação (e não a coerção) e a mutualidade (situações que beneficiam o grupo e o líder ao mesmo tempo). Além do importante papel do líder nas equipes de trabalho, Rickards e Moger também consideram importantes as estruturas “benignas” da equipe de trabalho que devem ampliar as atividades individuais e grupais, sob as diversas contingências da organização. Estas estruturas “benignas” são representadas 31 LIDERANÇA│ UNIDADE I pelos sete fatores abaixo relacionados, que para Rickards e Moger distinguem equipes com elevado potencial para criatividade: 1. Plataforma de Entendimento – membros da equipe entendem e respeitam o ponto de vista de cada um. A equipe compartilha o conhecimento, as crenças e os pressupostos. Constitui a base de onde novas ideias surgirão. 2. Visão Compartilhada – membros da equipe compartilham um senso de propósito e responsabilidade que motiva e mantém o progresso da equipe. Os membros da equipe também podem carregar consigo suas significantes e poderosas visões. 3. Clima – membros da equipe confiam uns nos outros e dividem uma abordagem positiva e acolhedora que estimula a criatividade em situações de trabalho. 4. Resiliência – membros da equipe são flexíveis quando atingem empecilhos e frustrações. 5. Ideias Próprias – as ideias que recebem maior atenção são aquelas percebidas como as que receberão mais apoio pelos membros da equipe. 6. Ativação em Rede – membros da equipe são bons em manter relacionamentos com indivíduos importantes fora dos sistemas organizacionais formais, trocando ideias e oferecendo apoio mútuo. 7. Aprendizado vindo da Experiência – membros da equipe possuem a atitude de aprender a partir de suas experiências e continuadamente crescem, mudam, adaptam e aprendem com o processo de criatividade de solução de problemas. Como age o líder criativo: » baseia-se na confiança; » inova; » alinha pessoas com uma direção; » corre riscos; » toma iniciativa para liderar; tem coragem; » desenvolve a si mesmo e aos outros; » inspira pessoas a mudar; » enfatiza a filosofia, valores essenciais e metas compartilhadas; » focaliza pessoas. 32 UNIDADE IITRABALHO EM EQUIPE Eu sou parte de uma equipe. Então, quando venço, não sou eu apenas quem vence. De certa forma, termino o trabalho de um grupo enorme de pessoas. Ayrton Senna EM TEMPOS DE ALTA COMPETIVIDADE, COMO TRABALHAR O ESPÍRITO DE EQUIPE? O QUE MOTIVARIA OS INDIVIDUOS A ADOTAREM PRÂTICAS COLABORATIVAS? COMO TRABALHAR O GRUPO DA GLOBHALIZAÇÃO E DA DIVERSIDADE? A DIVERSIDADE ATRAI OU AFASTA? Essas questões assombram líderes que entendem a importância de uma equipe estruturada para um trabalho de destaque, como condição para um verdadeiro diferencial competitivo. Contraditório? Confrontos, conflitos... complementariedade, interdependência... O convite é para refletirmos a respeito dessa difícil, mas possível, convivência entre o individual e o coletivo, entre o indivíduo e a equipe. 33 CAPÍTULO 1 Quando e porque trabalhar em equipes Grupo ou equipe? Para Spector (2002) um grupo de trabalho é a união de duas ou mais pessoas que interagem umas com as outras e dividem algumas tarefas, visando objetivos inter- relacionados. Dessa forma, considera-se grupo pessoas reunidas num ponto de ônibus, pessoas assistindo um show, pessoas na fila para votar. Já equipe, como sugere Fiorelli (2000, p.143), procura integrar o funcionamento com o vínculo emocional, em que para se tornar uma equipe o conjunto de pessoas deve possuir: senso de identidade, manifesto em comportamentos desenvolvidos e mantidos para o bem comum e; buscar resultados de interesse comum a todos os seus integrantes, decorrentes da necessidade mútua de atingir objetivos e metas específicas. Segundo o autor, não existindo mais o vínculo emocional ou a interdependência. A equipe transforma-se em grupo; no caso de um grupo, pode se tornar uma equipe com o surgimento desses dois aspectos. Wagner III e Hollenbeck apud Fiorelli (2000, p.41) também propõem diferenças entre grupos e equipes. Afirmam que grupo é um conjunto de duas ou mais pessoas que interagem entre si de tal forma que cada uma influencia e é influenciada pela outra. Para os autores, equipe é um tipo especial de grupo em que, entre outros atributos,evidencia-se elevada interdependência na execução das atividades. Vergara apud Fiorelli (2000, p.142) considera que a transformação de conjunto de pessoas em uma equipe necessita que haja um elemento de identidade, elemento de natureza simbólica, que una as pessoas, estando elas fisicamente próximas ou não. Assim, um conjunto de pessoas trabalhando juntas pode ser considerado apenas como um conjunto de pessoas. Para que esse conjunto de pessoas evolua para se tornar uma equipe, é necessário que exista algum elemento de identidade que faça um “elo” de forma que as una, fisicamente próximas ou não. Os elementos que formam a identidade do grupo podem ser de natureza simbólica; os elementos de identidade do grupo podem ser revelados nas estratégias, nos processos, nas competências e mesmo numa situação momentânea. A formação de uma equipe não tem objetivo de “anular” o indivíduo ou de homogeneizar as pessoas. A formação de uma equipe tem como propósito integrar, articular e potencializar as diferenças individuais. 34 UNIDADE II │TRABALHO EM EQUIPE As equipes, em geral, têm um líder. Considerando o grande número de equipes que coabitam no ambiente organizacional pode-se afirmar que uma empresa não possui um único líder são vários líderes nos mais diversos níveis hierárquicos. Vergara (1999) afirma que há dois tipos de grupo: o primitivo e o refinado. O grupo primitivo se forma a partir de um evento qualquer, como, por exemplo, os torcedores de um time de futebol. Esses elementos formam um grupo de torcedores, têm objetivo comum, mas, mesmo assim, não constituem uma equipe. Já o grupo refinado, aceita e valoriza a experiência e o aprendizado. Um exemplo de grupo refinado é uma torcida organizada de um time de futebol. Nos dois exemplos observam-se grupos e equipes com objetivos semelhantes. Um pode ser considerado como sendo grupo primitivo e pode ser chamado apenas de “grupo”. Já o outro, é um grupo refinado e pode ser chamado, também, de “equipe”. Para a autora, equipe possui algo que une as pessoas. Na mesma linha, outros autores compactuam com a mesma ideia e acreditam que um elemento necessário é importante para que uma pessoa busque um grupo são as necessidades pessoais. As pessoas, por sua natureza, buscam a aprovação social. Pertencimento a um grupo garante e a percepção de ser aceito, aprovado e integrado (ADLER; RODMAN, 2003). Vantagens do trabalho em equipe A equipe combina os talentos dos indivíduos para gerar algo mais do que é possível com cada indivíduo tomado em separado. (CLEGG; BIRCH, 1999). São, pelo menos, quatro as vantagens de trabalhar em equipe: no processo de comunicação, agilidade na captação e no uso das informações; no campo das ideias, enriquecimento e compartilhamento; comprometimento dos membros; maior possibilidade de assunção de riscos. Melhora no processo de comunicação – considerando que as mudanças no mundo organizacional estão cada vez mais velozes, é muito mais difícil, do que era nas décadas passadas, que as decisões da alta direção da organização sejam assimiladas e decodificadas pelos outros níveis hierárquicos para serem implementadas pelo pessoal das bases. Assim, a primeira vantagem do trabalho em equipe é a otimização das informações por meio da agilidade na captação e em seu uso. O trabalho em equipe vai permitir maior facilidade neste processo. No campo das ideias – existem correntes que defendem que as equipes produzem/criam menos e/ou mais lentamente do que pessoas trabalhando individualmente; porém, as ideias produzidas por uma equipe são, de um modo geral, mais bem elaboradas e 35 TRABALHO EM EQUIPE│UNIDADE II mais ricas, principalmente porque são criadas a partir de visões pessoais diferentes. A percepção das pessoas para um mesmo objeto ou evento pode ser muito diferente. Por essa possibilidade, pode-se atestar a riqueza do trabalho em equipes multidisciplinares; ou seja, aquela equipe composta por pessoas de formações de diferentes áreas de conhecimento. Comprometimento e compartilhamento – o poder é compartilhado, como no caso do trabalho em equipe, faz com que todos os membros sintam-se responsáveis pelos resultados obtidos. O trabalho em equipe pode permitir aflorar qualidades e competências que estão interiorizadas; isto favorece a equipe obter melhores resultados. Assunção de riscos – o trabalho em equipe proporciona, ainda, como vantagem, uma maior possibilidade da assunção de riscos. Sozinha, nem sempre, uma pessoa teria coragem de assumir determinados riscos ou responsabilidades. Isso ocorre porque a responsabilidade pelos resultados fica compartilhada, tanto para os positivos como para os negativos. As vantagens do trabalho em equipe podem ser também compreendidas a partir da comparação entre alguns quesitos, considerando a ênfase dada ao individual e ao coletivo: As diferenças entre as mentalidades* Fatores Ênfase em “você” Ênfase em “nós” Estrutura Trabalho individual centralizado nos departamentos. Trabalho por processos realizado por times semiautônomos. Hierarquia Rígida, com muitos níveis. Poucos níveis para facilitar a comunicação e agilizar a tomada de decisões. Carreira Baseada em cargos e em tempo de serviço. O funcionário ganha projeção à medida que adquire mais habilidades. Execução de projetos Uma área ou pessoa é eleita para levar adiante um projeto. As equipes multidisciplinares, formadas por pessoas de diversos setores, assumem o projeto. Tomada de decisão Todas as decisões operacionais são de responsabilidade do supervisor. As decisões sobre detalhes do dia a dia do funcionário são tomadas por ele mesmo. A autonomia acelera os processos e aumenta a produtividade. Remuneração fixa Baseada em cargos, tempo de serviço e formação. Baseada nas habilidades que agregam valor aos produtos da empresa. Remuneração variável Não há participação nos resultados. Participação nos resultados proporcional às metas alcançada variável pelo time ou ao cumprimento de projetos individuais. Comunicação A comunicação é truncada, pois há dificuldade de transmissão das informações entre os departamentos. Crença de que a competição interna gera lucros para a empresa Estímulo à comunicação aberta entre todos os níveis. A Internet tem sido o veículo mais utilizado e as reuniões viraram hábito diário. Competição Crença de que a competição interna gera lucros para a empresa. Diminuição da competitividade. As promoções são baseadas nas habilidades adquiridas e, muitas vezes, só acontecem com o consentimento do grupo. Extraído da reportagem intitulada “Nós S.A.”, veiculada pela Revista Amanhã , parceira de conteúdo do empregos.com.br. Fonte: <http://carreiras.empregos.com.br/carreira/administracao/ge/sucesso/equipe/050704-trabalho_equipe.shtm>. Acesso em: 11 nov. 2014. http://www.amanha.com.br/ http://carreiras.empregos.com.br/carreira/administracao/ge/sucesso/equipe/050704-trabalho_equipe.shtm 36 CAPÍTULO 2 Formação de equipes de alta performance Juntar-se é um início; manter-se unidos é progresso, trabalhar juntos é sucesso. Henry Ford Como se forma uma equipe? Para entendermos a formação de uma equipe é preciso lembrar que, assim como existem as necessidades do indivíduo, existem também as necessidades da equipe. Segundo Schutz apud Bergamini (1982) os indivíduos têm três necessidades interpessoais, que são: Inclusão, onde cada membro procura seu lugar, através de tentativas para encontrar e estabelecer os limites de sua participação no grupo; Controle (ou confronto), onde cada membro passa a interessar-se pelos procedimentos que levam às decisões, ou seja, pela distribuição do poder no grupo e controle das atividades e; Afeição, onde cada pessoa irá passar por diferentes formas de atendimento de suas necessidades e buscar a integração emocional. Certamente essa divisão é apenas didática, pois, segundo Schutz, a ordem pode se alterar e a fases podem se repetir. Quando bem trabalhadas em sua formação,as equipes podem vir a ter alto desempenho, como veremos a seguir. Equipes de alto desempenho Quando o ganso líder se cansa, ele muda de posição dentro da formação e outro ganso líder assume a liderança. Vale a pena nos revezarmos em tarefas difíceis e isto serve tanto para as pessoas quanto para os gansos que voam rumo ao Sul. Autor desconhecido 37 TRABALHO EM EQUIPE│UNIDADE II Pode-se entender uma equipe eficiente, percorrendo o caminho inverso e entendendo como seria uma equipe ineficiente, como explica o quadro a seguir: Figura 7. Fonte: Lanespe (Laboratório de Neurociência do Esporte e Exercício) O que podemos entender desse quadro? A ineficiência de uma equipe é gerada por problemas no planejamento, na interação e no processo de trabalho da equipe. Um exemplo bastante conhecido de todos os brasileiros foi a derrota do Brasil na Copa do Mundo contra a França em 2006. Ninguém questionava as grandes estrelas individuais do time e nem a competência técnica do treinador, contudo, não houve equipe. Nesse exemplo esportivo, os problemas listados no quadro acima podem ser facilmente visualizados na prática. Nas empresas não é diferente. Por outro lado, uma equipe de alto desempenho será o resultado de vários fatores bem ajustados – a importância de alguns fatores são creditadas, principalmente a fatores motivacionais do grupo e a estilos de liderança. Além desses, outros fatores como valores, práticas, decisões, comportamentos, atitudes, comunicação etc., fazem com que uma equipe possa se tornar de alto desempenho. Segundo Pfister (2010), as equipes de alto desempenho possuem sete características básicas, que são: 1. servir com excelência aos clientes; 2. compartilhar valores, metas, planos, lideranças e recursos; 38 UNIDADE II │TRABALHO EM EQUIPE 3. conhecer e aprender a usar as capacidades de cada membro; 4. comunicar, entender, agir e resolver problemas; 5. cooperar para competir; 6. aprimorar as capacidades individuais; 7. manter constância de propósitos e de desempenho. Pode-se identificar claramente a forte relação existente entre cada uma dessas características. Além disso, pode-se, também, aferir que as habilidades exigidas para este resultado podem ser aprendidas. Ou seja, a dinâmica de uma equipe de alto desempenho é constituída por consenso (clientes, metas, valores), de diferenças (capacidades individuais) e de indivíduos que reconhecem seu valor dentro da equipe e que reconhecem o valor da equipe para cada um. A equipe passa então a ser conjunto, uma gestalt própria, que se completa de forma equilibrada. Pode-se continuar utilizando o futebol também como exemplo positivo. O time de futebol pentacampeão da copa do mundo de 2002 serve como parâmetro comparativo. Os craques eram motivados, tinham uma liderança apoiadora e união de equipe. As sete características listadas acima referentes a uma equipe de alto desempenho podem ser facilmente identificadas. Levando para o lado empresarial, as equipes muitas vezes são as mesmas, mas em momentos diferentes, podem ser ineficazes ou de sucesso. Dessa forma, nota-se a importância para as fases de formação da equipe. Devem ser observadas características individuais, lideranças e um especial cuidado no que se refere ao seu desenvolvimento. Assim, os conflitos surgidos, poderão ser administrados mais facilmente. 39 CAPÍTULO 3 Liderando equipes através da inovação Nos capítulos anteriores falou-se muito em liderança, seus conceitos, suas definições e aplicações. Este capítulo tratará ainda do tema liderança, mas com aspectos relacionados à inovação. Pode-se dizer que o grande desafio do líder consiste na habilidade em conduzir as atividades de forma tal que fluam naturalmente, além de estabelecer um clima favorável à participação de cada membro da equipe. Caberá ao líder, portanto, diagnosticar as variáveis ambientais e orientar as ações e o futuro da equipe. Figura 8. Fonte: <http://ynovacao.com.br/a-funcao-gerencial-no-mundo-contemporaneo/>. Acesso em: 11 nov. 2014. O que as organizações buscam dos seus colaboradores é uma participação efetiva com autonomia permanente e independência dos gestores. A inovação exigida pelas organizações não depende apenas da capacidade técnica e intelectual dos líderes. As competências relacionadas especialmente às habilidades facilitadoras no desenvolvimento das pessoas de sua equipe de trabalho se tornaram as principais necessidades dos Gestores. São as equipes bem estruturadas que terão condições de acompanhar as inovações do mundo atual. As ações consideradas inovadoras são resultados alcançados por equipes criativas e energizadas. Um ambiente nessas condições favorece a criação de novos produtos, melhora os produtos existentes, auxilia na simplificação de processos e sistemas, reduz custos, identifica novas oportunidades de melhoria. Por fim, pode dizer que as melhorias implantadas se apresentam com formas de agregar valor, produzindo mais com menos. http://ynovacao.com.br/a-funcao-gerencial-no-mundo-contemporaneo/ 40 UNIDADE II │TRABALHO EM EQUIPE Reis e Armond (2012) apontam a questão: É possível ensinar alguém ser inovador como ponto de partida para entendermos inovação. Na sua reflexão, os autores afirmam o difícil mesmo é ensinar uma máquina ser inovadora e quem conseguir isso certamente será considerado inovador. Como exemplo de inovação, pode-se apresentar o americano Thomas Edison, considerado um dos maiores inventores de todos os tempos. Este inventor levou muitos anos e mais de mil tentativas para alcançar sua maior conquista que exemplo de inovação em todos os tempos – a lâmpada. Thomas Edison é tido como exemplo a ser seguido pelas organizações. Seus feitos foram resultados de muitos erros e acertos. Coragem para fazer associada a não ter medo de errar são atitudes essenciais para desenvolver a cultura da inovação numa organização. A aplicação de ideias novas está diretamente relacionada com o risco de errar. As dez companhias mais inovadoras do Brasil, segundo lista da Fast Company Nesta reportagem, a revista Época apresenta as empresas brasileiras consideradas mais inovadoras e por que ganharam esse título. <http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI294695-16364,00- AS+DEZ+COMPANHIAS+MAIS+INOVADORAS+DO+BRASIL+SEGUNDO+LISTA+ DA+FAST+COMPANY.html> Qualquer empresa pode desenvolver uma cultura de inovação no ambiente de trabalho. Dicas de especialistas para desenvolver uma cultura de inovação na sua empresa, segundo o site Prime Work (acesso em: 1 out. 2014). » Não confunda inovação e novidade – implantar uma coisa nova na empresa não significa que ela seja inovadora. “Inovação é diferente de novidade. Inovação é fruto de processos e nessas empresas eles nem sempre estão bem definidos”. Para não confundir, lembre-se que inovação parte do princípio de que existe um objetivo a ser alcançado. Para isso, existe um cronograma e pontos de checagem, que definem a direção e a velocidade certas para chegar ao resultado esperado. » Espalhe a inovação – além de estar no DNA do empreendedor, a inovação precisa estar em todo canto da empresa. “Basicamente, o líder precisa ser inovador e passar esse exemplo”. Até o site da empresa precisa transbordar inovação. “Se não houver sinais de produtos e serviços http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI294695-16364,00-AS+DEZ+COMPANHIAS+MAIS+INOVADORAS+DO+BRASIL+SEGUNDO+LISTA+DA+FAST+COMPANY.html http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI294695-16364,00-AS+DEZ+COMPANHIAS+MAIS+INOVADORAS+DO+BRASIL+SEGUNDO+LISTA+DA+FAST+COMPANY.html http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI294695-16364,00-AS+DEZ+COMPANHIAS+MAIS+INOVADORAS+DO+BRASIL+SEGUNDO+LISTA+DA+FAST+COMPANY.html 41 TRABALHO EM EQUIPE│UNIDADE II inovadores, a empresa ainda não está 100% preparada para inovar”, explica. » Tenha um “diretor de fracasso” – saber tolerar e lidar com erros é fundamental. Como Thomas Edison já comprovou,a inovação não é resultado de uma tentativa única. “O erro faz parte do processo de inovação. Tolere-o porque testar algo novo não pode ser penalizado”. É claro que nem todos os erros podem servir de aprendizado. » Estimule a coletividade – um ambiente de trabalho informal, claro e alegre é ponto positivo para que as pessoas se sintam estimuladas a inovar. “Você percebe no ambiente físico quando a empresa é inovadora. As pessoas trocam ideias e não têm medo de arriscar. A rotina precisa ter inovação”. “Dê incentivos para as pessoas trabalharem coletivamente. Instigue novas formas de inovação, como mexer em processos e na forma como as coisas são realizadas”. » Saiba escutar – quando o dono da empresa é também quem controla as decisões do negócio, pode ser difícil conseguir inovar. Por isso, mesmo com uma rotina cheia de compromissos, o empreendedor precisa dar espaço para a colaboração externa. “Trocar ideias é essencial. A inovação não acontece de forma individual, precisa de um terreno fértil para brotar e as pessoas precisam estar envolvidas nisso”. “Tenha humildade de escutar. Uma grande empresa cria mecanismos para dar voz, e a pequena, não”. » Tenha métricas de inovação – Mais do que seguir todas essas dicas, é preciso saber medir como isso afeta, de fato, o seu negócio. “Olhe os resultados da empresa em termos de inovação. É importante medir o que sua empresa consegue por causa da inovação. Saiba qual a porcentagem das vendas vem de produtos lançados nos últimos três ou cinco anos e envolva a empresa inteira nisso”. 42 CAPÍTULO 4 Equipes virtuais de alta performance Os avanços tecnológicos, notadamente da comunicação eletrônica, possibilitaram a criação de novas formas de interação também no trabalho e, com isso, novas equipes estão se desenvolvendo – as equipes virtuais. Essas equipes são formadas por grupos de pessoas com um objetivo comum e que desenvolvem trabalho interdependente basicamente por meios eletrônicos. Figura 9. Fonte: <http://www.marketingdigital.com.br/estrategias-marketing-digital/artigo/10-vantagens-de-manter-equipes-virtuais-de- trabalho-ou-como-o-teletrabalho-pode-ajudar-seu-negocio.html> Acesso em: 11 nov. 2014. Vamos iniciar o tema compreendendo o que seria uma equipe virtual e as condições para que ela exista. Popularmente todos nós sabemos ou acreditamos saber o que é uma equipe. Porém, Drucker (2001) afirma que a expressão “formação de equipes” foi banalizada tornando-se um clichê comum nas empresas. Isso não significa, entretanto, que não se tenha uma clara visão do que seja formar uma equipe, ou mesmo do que seja uma equipe. Moscovici (1998), na mesma linha, afirma que, embora o emprego do termo “equipe” seja bastante comum, a ocorrência de verdadeiras equipes é rara. O avanço tecnológico ocorrido nos últimos anos, obrigou a maior parte dos grupos de trabalho incorporar na sua rotina atividades que envolvem o uso de recursos com interação virtual. A comunicação não presencial, intermediada por recursos como e-mail, telefone e videoconferência, é usada indistintamente aumentando o número de equipes compostas por pessoas que se comunicam quase que exclusivamente por meios eletrônicos – são as equipes virtuais. Além da oportunidade de expansão dos negócios, outra vantagem na formação das equipes virtuais, esta forma de trabalho permite que membros de equipes de regiões http://www.marketingdigital.com.br/estrategias-marketing-digital/artigo/10-vantagens-de-manter-equipes-virtuais-de-trabalho-ou-como-o-teletrabalho-pode-ajudar-seu-negocio.html http://www.marketingdigital.com.br/estrategias-marketing-digital/artigo/10-vantagens-de-manter-equipes-virtuais-de-trabalho-ou-como-o-teletrabalho-pode-ajudar-seu-negocio.html 43 TRABALHO EM EQUIPE│UNIDADE II geográficas distantes possam ter uma empresa funcionando 24 horas por dia. Polzer (2004) confirma esta afirmativa quando diz que um membro de uma equipe virtual na Alemanha envia o seu trabalho do dia para um colega na costa oeste dos Estados Unidos. A diferença de fuso horário permite que o colega americano comece o dia com o trabalho que o europeu desenvolveu, eventualmente enviando o resultado do seu trabalho diário a outro colega na Austrália. Com essa dinâmica, o tempo de desenvolvimento de um produto na empresa citada pode ser reduzido a 1/3 do tempo que seria normal se o processo acontecesse num único local. As condições para existência de uma equipe virtual são, principalmente, a interação entre membros que estão separados fisicamente (por espaço e/ou tempo) primariamente por meios eletrônicos, através de redes de computadores e telefones (POLZER, 2004). Um exemplo de equipe virtual é a chamada “teletrabalho”, que é definida pela Organização Internacional do Trabalho – OIT, como “uma forma de trabalho efetuada em lugar distante do escritório central e/ou centro de produção que permite a separação física e implica uso de tecnologia facilitadora da comunicação” (BASILE, 2002). Exemplos encontrados a todo o momento são as equipes formadas por pessoas que trabalham em diferentes regiões geográficas, ou até mesmo em países distintos, como é o caso da equipe das empresas multinacionais. A equipe virtual, de um modo geral, possui todos os “ingredientes” de uma equipe presencial. A diferença básica está na forma de interação entre os seus membros se vinculam, se relacionam, se articulam. A estruturação das equipes virtuais se dá basicamente da mesma forma que se dá em outras modalidades de equipes: inicia-se de forma pouco organizada, num tom “caótico” até a formação de um grupo onde os membros têm atitudes mais colaborativas e a interdependência entre eles é mais percebida. Quando a equipe virtual atinge a maturidade, compreende claramente suas metas e prazos, tem visão do conjunto com percepção da contribuição de cada membro, a comunicação ocorre de forma fluida e permanente, os conflitos são administrados de maneira direta e aberta e os membros sentem-se motivados pelo grupo (HARVEY; DROLET, 1994). Mesmo assim, deve-se considerar que os membros de equipes virtuais podem ter pouco, ou às vezes nenhum contato pessoal; isso pode afetar a dinâmica da equipe, principalmente no referente à comunicação e à colaboração entre os membros. Tecnologias mais utilizadas pelas equipes virtuais » Videoconferência – é um recurso tecnológico que permite o contato visual e sonoro entre pessoas que estão em lugares diferentes, por meio de 44 UNIDADE II │TRABALHO EM EQUIPE comunicação síncrona entre um grupo de pessoas ou pessoa a pessoa. O ambiente comum de videoconferência é composto de uma sala equipada com câmera especial e alguns recursos tecnológicos para a apresentação de documentos. Existe, também, uma modalidade mais moderna chamada “conferência desktop”, onde não é necessário salas especiais e equipamentos específicos: a interação é feita por uma webcam e um microfone simples, recursos que atualmente todos os computadores têm. Figura 9. Fonte: <http://www.digitalavmagazine.com.br/2014-03-ricoh-videoconferencia-transmite-a-20-pontos-ao-mesmo- tempo-12755>. Acesso em: 11 nov. 2014. » Internet – o recurso Internet oferece diversas ferramentas que podem ser utilizadas individualmente ou combinadas com outras tecnologias. Esse recurso pode ser também utilizado de forma síncrona ou assíncrona. A utilização da Internet facilita a interação entre os membros das equipes virtuais de diversas formas, que podem ser: » Correio eletrônico – comunicação feita por e-mail que é o recurso mais popular e o mais comum. Mesmo considerando que a tecnologia básica envolve o envio de mensagens entre duas pessoas, até as ferramentas mais simples de correio eletrônico facilitam a troca de mensagens, incluindo possibilidades como, por exemplo, reenviar mensagens, arquivar, criar grupos de e-mail e anexar arquivos às mensagens. Um recurso muito utilizado pelas equipes virtuais é a criação de um endereço de grupo – listserv – para distribuição
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