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1 Segunda Prova de TCA Fisiopatologia da Cicatrização Fases da cicatrização: Inflamatória Proliferativa Remodelamento (maturação) Fases se sobrepõem, embora sejam distintas Fase inflamatória Inicia-se imediatamente após a injúria Dura em média dois a três dias Criação de tampão de plaquetas e matriz de fibrina Degranulação de plaquetas Ativação de cascatas de coagulação Previne perda de líquidos inclusive sangue Ativação do sistema imune e de reações inflamatórias, para prevenir infecção e remover tecidos desvitalizados Fatores quimiotácticos produzidos por plaquetas e degranulação de bactérias recrutam neutrófilos Recrutamento de monócitos que se diferenciam em macrófagos Fase inflamatória > Hemostasia Ferida entra em contato com O2 do ar atmosférico Contato com microrganismos Migração de leucócitos Malha de fibrina Formação do coágulo Hemostasia: Formação do coágulo Malha de fibrina Adesão de plaquetas Migração de macrófagos Células endoteliais secretam trombina Degranulação de plaquetas Liberação de cininas Ação de leucotrienos Produzidos por várias células inclusive mastócitos São mediadores inflamatórios lipídicos Derivados do ácido araquidônico Inflamação segundo Abbas Reação complexa à infecção, exposição a toxinas ou à lesão celular Envolve acúmulo extracelular de proteínas plasmáticas e leucócitos Inflamação aguda é resultado comum de respostas imunes inatas Respostas imunes adaptativas locais também promovem inflamação Tem função protetora no controle de infecções e reparo tecidual Pode causar dano tecidual e doença Cicatrização de feridas Injúria ou lesão Rompimento da pele (barreira protetora) Resposta neural: é a primeira resposta e se faz por neuromediadores (neuropeptídeos) Notar que a pele denervada, em animais de laboratório, tem cicatrização comprometida, por não conseguir fazer a resposta neural Ativação da cascata do complemento Ativação da cascata de substâncias vasoativas Cicatrização – fase inflamatória 2 Segunda Prova de TCA Coágulo Malha de fibrina Plaquetas Macrófagos Fatores de crescimento e transformação Recrutamento de fibroblastos Citocinas Proteínas produzidas por tipos celulares diferentes: macrófagos, linfócitos, células endoteliais, fibroblastos Medeiam reações inflamatórias e imunes São pleiotrópicas (podem atuar sobre muitos tipos celulares diferentes) São redundantes: (várias citocinas podem efetuar as mesmas ações) Importantes mediadores de comunicação entre as células Exemplos: interleucinas, interferons, fatores de transformação e crescimento, linfotoxina Atuam de forma autócrina, parácrina e endócrina Citocinas > Fatores de crescimento e transformação EGF – epidermal growth factor FGF – fibroblast growth fator IGF – insulin-like growth factor KGF – keratinocytes growth factor PDGF – platelet-derived growth fator PF 4 – platelet factor 4 TGF β – transforming growth factor β Cicatrização de feridas: epitelização HGF – HEPATOCYTE GROWTH FACTOR FGF 7 –FIBROBLAST GROWTH FACTOR 7 EGFR - EPIDERMAL GROWTH FACTOR RECEPTOR TGF – TRANSFORMING GROWTH FACTOR HB-EGF – HEPARIN-BINDING EPIDERMAL GROWTH FACTOR Mediadores da cicatrização – citocinas: fatores de crescimento EGF – epidermal growth factor FGF - fibroblast growth fator IGF - insulin-like growth factor (Fígado) KGF - keratinocytes growth factor PDGF - platelet-derived growth fator PF 4 - platelet factor 4 TGF β – transforming growth factor β Cicatrização de feridas 3 Segunda Prova de TCA Complemento Sistema de proteínas do soro e superfície celular Proteínas agem entre si e com outras moléculas do sistema imune Complemento gera efetores importantes nas respostas inata e adaptativa Substâncias vasoativas Alteram a permeabilidade capilar propiciando entrada de fagócitos no tecido lesado Surgem por degranulação de mastócitos, granulócitos e plaquetas Mastócitos degranulam liberando histamina Cininas – peptídeos vasoativos o Principal cinina bradicinina: Um dos descobridores foi o Professor Wilson Teixeira Beraldo, meu professor de Fisiologia Cicatrização - fase proliferativa Fibroplasia Migração de fibroblastos Deposição de matriz Síntese de colágeno Angiogênese – formação de novos vasos sanguíneos Tecido de granulação forma a base para migração dos queratinócitos Mediadores bioquímicos estimulam migração e reprodução de células endoteliais Brotamentos se deslocam para o centro da ferida Óxido nítrico é importante na liberação de fatores de crescimento relacionados à angiogênese Vasos neoformados aumentam aporte de células Tecido de granulação: eixos vasculares revestidos de tecido conjuntivo A partir de células progenitoras endoteliais (EPC) provenientes da medula óssea A partir de brotamentos capilares de vasos preexistentes Nos processos reparativos (cicatrização) forma-se o tecido de granulação Hemangioma de granulação Transtorno da angiogênese Granuloma piogênico = nome impróprio – (misnomer) Comum em umbigo de recém-nascido Cicatrização – Fase Proliferativa – Início da epitelização 4 Segunda Prova de TCA Após a fase inflamatória, o epitélio se reproduz e “mergulha” nas margens da ferida, nos lados do coágulo No caso, em ferida não submetida à síntese, completada a epitelização, a crosta (scab) se destaca (“casca de ferida”) Ferida não submetida à síntese Células epiteliais se multiplicam Eixos vasculares revestidos de conjuntivo formam o tecido de granulação Macrófagos digerem restos celulares Migração de fibroblastos Cicatrização de feridas – fibroplasia – produção de colágeno pelos fibroblastos Tropocolágeno = “molécula de colágeno” Cadeias de aminoácidos em hélice tripla O colágeno é a proteína animal mais abundante Formam se microfibrilas com intedigitações para as fibrilas vizinhas Fibrilas do colágeno não têm os mesmos arranjos e concentrações nos diversos tecidos, o que dá às mesmas propriedades diferentes 46 cadeias polipeptídicas distintas foram identificadas em vertebrados Fibroblastos produzem colágeno Ultraestrutura mostra tipos diferentes Fotomicrografia à direita Tipos de Colágeno Colágeno 29 tipos Mais de 90% dos colágenos são dos tipos 1 a 5 Colágeno 1 – mais comum: pele, tendões, vasos, ossos (principal componente do osso) Colágeno 2 – cartilagens (principal componente da cartilagem) Colágeno 3 – fibras reticulares – normalmente associado ao colágeno 1 Colágeno 4 – membranas basais das células Colágeno 5 – superfícies celulares, cabelos e placenta Maioria dos tipos aparecem em doenças Cicatrização – Transtornos fibroproliferativos Cicatrizes hipertróficas Não ultrapassam os limites da lesão original Tensas, pruriginosas, elevadas, avermelhadas, brilhantes Dor frequente Tendência a regressão 5 Segunda Prova de TCA Fibras colágenas se alinham paralelamente à superfície cutânea Queloides Ultrapassam os limites da lesão original Forma tumoral, às vezes pediculados Alta tendência à recidiva Não apresentam tendência à regressão Avermelhados, pardos, violáceos e brilhantes Dor e prurido Características étnicas: mais comuns em pretos, pardos e asiáticos Queloide – Gr. Khele (garra de caranguejo) + eidos (forma) Queloide pré-esternal Frequentemente relacionado com acne Regiões do corpo mais propensas a queloide: deltoide e pré- esternal Queloide - histopatologia Lesão dérmica constituída por fascículos ou nódulos de fibras de colágeno espessas e hialinizadas Relativamente poucos fibroblastos Raras figuras de mitose Queloide: evolução num mesmo indivíduo Caso de intensa propensão Qualquer cicatriz de acne ou pequeno trauma acarretaqueloide Queloides gigantes da face Geralmente decorrentes de acne ou de foliculite da barba Queloide: excisão intracicatricial Também chamada excisão nuclear (do núcleo do queloide) 6 Segunda Prova de TCA Aplicação intracicatricial de triancinolona Concentração de 20mg por mililitro Diluição em lidocaína A infiltração é feita sob a pele hipotrófica do queloide Infiltração na hipoderme provoca depressão no local Em média 3 aplicações com intervalos de 30 dias Cicatriz hipertrófica – vacinação antivariólica Infiltração de triancinolona transformou cicatriz em hipotrófica Curada da dor e prurido Infiltração com triancinolona Cicatriz hipertrófica de vacinação Aplicação de triancinolona alhures Hipotrofia da tela subcutânea Indicação atual de lipoenxertia Infiltração com triancinolona alhures – sequela Expansor de silicone foi colocado ao lado da cicatriz Correção com retalho expandido Perfuração de lóbulos para uso de brincos 7 Segunda Prova de TCA Excisão intracicatricial + radioterapia (A radioterapia pode interferir no crescimento da orelha) Resultado estético do lado direito (lesão maior, ficou melhor que à esquerda) Betaterapia Uso de radiação beta proveniente de estrôncio 90 Baixa penetração da radiação Placas dermatológicas ou oftalmológicas Cuidado: material radioativo Estrôncio 90 Betaterapia – Placa oftalmológica no pterígio Pterígio = Proliferação fibrovascular conjuntival que se estende em direção à córnea (Aurélio) (Gr.) = pequena asa Histórico Gravura de Debret Manifestação da maldade humana Açoitamento de escravo no Brasil Queloides em escravo norte-americano Cicatrização – transtornos da pigmentação Células de Langerhans: imaturas, transportam antígenos para órgãos linfoides, onde amadurecem Células de Merkel: ligadas ao tato e função neuroendócrina 8 Segunda Prova de TCA Melanócito Cicatrização – transtornos da pigmentação: melanócitos Melanócito: célula dendrítica, produtora de melanina, cujos grânulos (melanossomas) são distribuídos a queratinócitos vizinhos, formando uma unidade melânica Transtorno da pigmentação: Queimadura de 2o grau A cicatrização pode apresentar distúrbios da melanogênese com consequentes acromia e hiperpigmentação, despigmentação Fenômeno isomórfico de Koebner Ocorre em psoríase, vitiligo e líquen plano: doença se reproduz em local de traumatismo Fisiopatologia da cicatrização: alargamento de cicatriz de abdominoplastia A solução é remover a cicatriz, descolar as margens e fechar a ferida com pontos de fios de absorção lenta ou inabsorvíveis, de modo a se obter resistência à tensão adequada Transtorno da fibroplasia Resistência à tensão inadequada Cicatrização - fases Fase de remodelamento ou maturação Cicatrização: fase de remodelamento ou maturação Durante vários meses, há síntese e degradação do colágeno Há citocinas que estimulam produção ou a degradação do colágeno A colagenólise também ocorre pela ação de enzimas colagenolíticas Fibroblastos se dividem entre produção de colágeno e de substâncias colagenolíticas Progressivo aumento da resistência à tensão Diminuição da angiogênese com atenuação da vermelhidão Nota JCRRA: A expressão idiomática de língua inglesa “tensile strength” deve ser traduzida por “resistência a tensão” A expressão “força tênsil“ usada por tradutores brasileiros é inadequada Cicatrização – fases inicial e final 9 Segunda Prova de TCA Crosta formada Epiderme restaurada Fibras colágenas unem as margens da ferida Tecido cicatricial Vasos restaurados Malignização de cicatrizes Cicatrizes crônicas e instáveis de longa duração Perda da inibição por contato na epitelização Carcinoma de células escamosas é a neoplasia mais comum Odor extremamente fétido Chamadas úlceras de Marjolin Metástases em casos de cicatrizes de queimadura (18%), fístulas de osteomielites (31%) e feridas pela radiação (20%) Inibição por contato: célula se multiplica até entrar em contato com outra de mesma linhagem Malignização da cicatriz úlcera de Marjolin Malignização da cicatriz de queimadura Úlcera de Marjolin Carcinoma de células escamosas é a neoplasia mais comum Odor extremamente fétido Jean-Nicolas Marjolin (1780- 1850): Cirurgião francês que descreveu a lesão em 1828 Úlcera de Marjolin – excisão alargada e enxertia de pele Contratura Malignização Despigmentação Calcificação Ossificação Contração e contratura Toda ferida se contrai – ação dos miofibroblastos Contratura é a contração patológica Colágeno não se contrai Contratura em mão Contratura: sinéquia mentotorácica Grande dificuldade de intubação Hoje a intubação se faz por fibroscopia Contratura axilar: sequela de queimadura – zetaplastia múltipla 10 Segunda Prova de TCA Ressecção das áreas de fibrose Descolamento dos retalhos dos Zs Transposição de retalhos formará linha em ziguezague Malha tubular cheia de algodão ortopédico mantém compressão sobre a axila durante nove meses, aguardando maturação da cicatriz, para evitar nova contratura Maturação de cicatriz Paralisia facial – axonotmese Nenhum tratamento cirúrgico Intervalo entre as fotos = nove meses Resolução espontânea da axonotmese Biópsias Qualidades do cirurgião Três letras H: Hand, Head, Heart Três letras C (JCRRA) Compaixão Compromisso Competência Fazer o bem e não fazer o mal Má-formação vascular (linfo-hemangioma) Biópsia pré-operatória Ausência de exames de imagem modernos: TC, RNM, angiotomografia Reserva de sangue Decidiu-se operar o lado direito em primeiro lugar (lesão menor) Operação cuidadosa, com hemostasia rigorosa Lesão formada por novelos de vasos sanguíneos e linfáticos Notar cistos de linfa Linfo-hemangioma Fez-se estudo com TC e resseção de lesões residuais Encaminhado para tratamento da escoliose Biópsias Etimologia - bios (Gr.) = vida + opsis (Gr.) = visão 11 Segunda Prova de TCA Remoção de células ou tecidos de um ser vivo, especialmente para fins diagnósticos Biópsia ou biopsia – ambas formas são aceitas Identificar o frasco e o pedido • Preencher, com atenção, o pedido do exame anatomopatológico • Nome, cor, idade, estado civil, profissão, endereço • Origem do espécime: pele, cérebro, tíbia, etc • Resumo da história da moléstia atual • Passado de morbidades • Exames relacionados a hipóteses diagnósticas: hemograma, radiografias e exames de imagem, etc • Hipóteses diagnósticas Nome completo: importantíssimo: há casos de identificação errada do espécime Cor: há doenças que são mais frequentes em determinadas etnias Idade: há doenças próprias de crianças, jovens e adultos Estado civil: dá ideia do tipo de vida que o paciente leva Profissão: há inúmeras doenças ditas profissionais. Ex: pneumoconioses em mineiros, mesotelioma em pessoas que trabalham com asbestos (amianto) Endereço: exemplo – tumor abdominal, em morador nos Vales do Jequitinhonha ou Mucuri, pode ser forma pseudotumoral de esquistossomose Origem do espécime – ex: cortes histológicos de parótida são muito parecidos com os de pâncreas Resumo da história da moléstia atual: quanto mais informações o patologista tiver, melhor Passado de morbidades: orienta o patologista com relação a diversas doenças Exames relacionados a hipóteses diagnósticas: hemograma, radiografias e exames de imagem Hipóteses diagnósticas: somam a experiência do cirurgião e do patologista Biópsias Incisional – remoção de parte da lesão Nunca é curativa Excisional – remoção de toda a lesão Curativa nas lesões benignas Pode ser curativa nas lesões malignas se houver margens adequadas de ressecção Biópsias incisional e excisional A biópsia excisional do desenho só seria curativaem lesão benigna A margem profunda é exígua e não curaria uma neoplasia maligna de pele Biópsias Conceito errado Em melanoma cutâneo, a biópsia excisional deve compreender margens amplas Conceito correto Em melanoma cutâneo, faz-se biópsia incisional ou excisional com margens mínimas, para não prejudicar técnica de biópsia de linfonodo-sentinela Biópsia de pele Examinar toda a pele É frequente se encontrar uma segunda ou terceira lesões Boa iluminação 12 Segunda Prova de TCA Magnificação óptica O órgão acometido é o maior do corpo humano = Pele Biópsia de pele: foco frontal e lupa de pala Biópsias de pele com punch (trefina) Punch (Ing.) = trefina: instrumento de corte que obtém espécimes cilíndricos Cicatrização se faz por segunda intenção (ausência de sutura) Biópsia tangencial de pele: shaving To shave (Ing.) = barbear Indicada em lesões superficiais Após anestesia local, faz-se preensão da pele entre os dedos e aplica-se a lâmina tangencialmente Cicatrização se fará por segunda intenção, como numa esfoladura, a partir de elementos epiteliais contidos na derme profunda Shave biopsy =shaving Biópsia tangencial de pele: shave biopsy or shaving 13 Segunda Prova de TCA Cuidado! Shaving não serve para biópsia de lesão pigmentada Se o diagnóstico de melanoma se confirmar, ficará prejudicada a medida da espessura do tumor, segundo o método de Breslow, que é de fundamental importância no prognóstico Biópsia de pele Excisão fusiforme ou elíptica Largura aproximadamente um terço do comprimento Usar gancho de Gillies Pinça hemostática esmaga parte da peça Nas biópsias cutâneas, observar as linhas de tensão da pele, pela preensão do tegumento entre os dedos do cirurgião Numa ressecção com forma de fuso (fusiforme), também denominada elíptica, orientar o comprimento da área a ser ressecada, segundo as linhas de tensão Traço escuro mostra a direção do comprimento do fuso Usar gancho de Gillies para tracionar o espécime Pinça hemostática esmaga o fragmento de pele Biópsia de pele – síntese Pontos separados simples ou à Donati Biópsia aspirativa com agulha fina (BAAF) O material aspirado se presta para exame citológico Faz-se um esfregaço e coloca-se a lâmina em álcool absoluto Identifica-se o frasco faz-se o envio para o patologista Indicações principais: Tireoide Mama Linfonodos Glândulas salivares BAAF – tireoide – ultrassonografia pode ajudar 14 Segunda Prova de TCA Desenho à esquerda mostra uso da ultrassonografia A pressão negativa feita pelo êmbolo da seringa aspira grupos de células É biópsia citológica e não histológica Faz-se um esfregaço e coloca-se a lâmina em álcool absoluto Biópsia de agulha grossa em mama Biópsia de agulha grossa Core biopsy – Core (Ing.)= núcleo, semente Agulha Tru-Cut® Faz-se anestesia local na pele e trajeto da agulha O espécime obtido é colocado em frasco de formol a 10%, com etiqueta de identificação O espécime obtido se presta para exame histopatológico, pelo anatomopatologista Concurso da ultrassonografia Usos em: mama, fígado, rins, próstata, tireoide Concurso da ultrassonografia Introdução da agulha Tru-Cut® montada num disparador, até próximo à lesão A agulha tem bainha tubular externa e a lanceta tem uma fenda ou gaveta para obter o espécime Ao ser disparada, a lanceta faz movimento de ir e vir O espécime fica preso na gaveta Biópsia de agulha grossa em mama: core biopsy 15 Segunda Prova de TCA Agulha Tru-Cut® com disparador Gaveta na lanceta (imagem à direita) A agulha obtém espécimes hemicilíndricos À direita: bainha tubular externa e lanceta com a gaveta Biópsia hepática Avaliar se a biópsia pode ser substituída por exames não invasivos: US, TC, RNM, elastografia hepática ou exames de Patologia Clínica Avaliar a possibilidade de semeadura em lesões neoplásicas Eventual biópsia por cirurgia videoendoscópica encarece o procedimento e necessita anestesia geral ou bloqueio espinal Elastografia hepática é um método ultrassonografia com medida de elasticidade do tecido Biópsia hepática percutânea Agulha de Menghini – biópsia de sucção Agulha Vim-Silverman (cortante) A Tru-Cut® substituiu as precedentes e é acoplada a um disparador Anestesia local da pele e estruturas da parede abdominal Leve sedação Coagulograma completo: eventualmente transfundir previamente sangue ou concentrado de plaquetas Biópsia hepática – agulha Tru-Cut® Agulha tem bainha externa Lanceta apresenta uma gaveta Espécime tem formato de hemicilindro e se presta a exame histopatológico Biópsia percutânea do fígado Auxiliada por ultrassonografia ou TC Obesidade mórbida dificulta o procedimento Indicada para diagnóstico e seguimento de hepatites virais com fibrose Diagnóstico de hepatites autoimunes Avaliação de cirroses e colangites Diagnóstico de neoplasias Em neoplasias, introduz-se uma bainha mais calibrosa até as proximidades da lesão A agulha Tru-Cut, por dentro da bainha, é disparada três vezes obtendo três espécimes A manobra evita que a agulha faça vários trajetos, o que aumentaria o risco de semeadura Biópsia hepática pela jugular interna direita 16 Segunda Prova de TCA Observar o ducto torácico e o canal torácico direito Observar as veias braquiocefálicas esquerda e direita Observar que a veia jugular interna direita é lateral à artéria carótida comum A biópsia hepática transjugular é feita pela veia jugular interna direita, de trajeto retilíneo: a esquerda faz inflexões Equipe: hemodinamicista + radiologista intervencionista Biópsia hepática transjugular Acesso pela veia jugular interna direita Cateterização da veia hepática direita por hemodinamicista Utilização de kit de biópsia que é feita através da parede da veia Prótese com stent permite shunt portossistêmico Equipe formada por hemodinamicista e radiologista intervencionista Endoscopia usando fibra óptica O advento dos instrumentos flexíveis, de fibra óptica, proporcionou enorme melhora dos exames por endoscopia Cheguei a ter assistido a aulas com o Professor Rudolph Schindler, “Pai da Gastroscopia”, que conseguia realizar exames, com fotografias e biópsias, usando gastroscópio rígido de sua invenção Schindler fazia anestesia tópica e mudava posições do paciente, a medida em que o gastroscópio era introduzido, procedendo da mesma maneira que faz o engolidor de espadas, no circo Biópsias assistidas por vídeo: nasofaringoscopia 17 Segunda Prova de TCA Anestesia tópica Nasofaringoscópio introduzido pela narina Examinador observa pelo écran (pode gravar vídeo) Neoplasia nasofaríngea e grande pólipo Aparelho permite biópsia Histeroscopia com biópsia Posição ginecológica Espéculo vaginal Histeroscópio tem calibre fino e penetra o óstio do útero Indicações de histeroscopia segundo Johns Hopkins Hospital - Baltimore - USA Resultados anormais do teste de Papanicolaou Sangramento uterino anormal Sangramento após a menopausa Diagnosticar a causa da infertilidade ou abortos espontâneos repetidos Examinar e remover cicatrizes uterinas, pólipos ou miomas Remover dispositivo intrauterino deslocados (DIU) Colocar anticoncepcionais nas tubas uterinas Remover amostra de tecido (biópsia) Remoção do revestimento endometrial Esofagogastroscopia com biópsia Decúbito lateral esquerdo Leve sedação endovenosa Gastroscópio introduzido pela boca ou pela narina Notar na extremidade do aparelho os canais de luz, aspiração, vídeo e canal de trabalho: inclui eletrocirurgia Gastroscopia com biópsia Biópsias são muito importantes na detecção das lesões por Helicobacter pylori, causa principal das úlceras gastroduodenais 18 Segunda Prova de TCA Hoje, gastrectomias por úlcera são feitasnas estenoses e perfurações Úlceras hemorrágicas são tratadas por esclerose de vasos, pela endoscopia digestiva alta Complexas operações para tratamento de hipertensão portal passaram a ser evitadas pela esclerose de varizes esofágicas Colonoscopia com biópsias Endoscopia digestiva baixa À esquerda, colo com fezes, prejudicando ou impedindo a colonoscopia Preparo do colo bem feito, à direita Preparo dos colos Dieta sem resíduos ou corantes por 36 horas Laxantes o Manitol o Polietilenoglicol - PEG Excelente preparo de colo Neoplasia ulcerada Toda a população deve se submeter à colonoscopia a partir de 50 anos de idade Colonoscopia Sedação feita pelo anestesista é fundamental Insufla-se ar nos colos para propiciar a visão de seu interior Se não se fizer a insuflação, nada se vê, pois, as paredes do colo encostam na lente e obstruem a visão Distensão dos colos pelo ar é dolorosa; usa-se propofol endovenoso pelo anestesista Em geral, posição de Sims: decúbito lateral esquerdo, com perna esquerda estendida e direita semifletida No decorrer do procedimento, posição pode mudar, especialmente no acesso ao ceco Colonoscopia com biópsia Notar os canais do colonoscópio: vídeo, irrigação, iluminação e canal de trabalho O canal de trabalho é mais calibroso e permite entrada e saída de instrumentos cirúrgicos e de espécimes para exame 19 Segunda Prova de TCA O canal de trabalho permite entrada e saída de instrumento cirúrgicos Em ambas as figuras, alça do eletrocautério secciona pedículo de pólipo Colonoscopia com polipectomia Se o exame anatomopatológico revelar malignidade, sem invasão significativa, faz-se alargamento de margens em nova colonoscopia Sem a tatuagem com nanquim, o operador não encontra o sítio exato da biópsia Importante marcar a área do pólipo com tinta nanquim Broncoscopia com biópsia Procedimento realizado sob sedação e monitorização Magnífica visibilização da carina Pleuroscopia com biópsia Pleuroscopia simples = sedação consciente (sala de endoscopia) VATS (videoassisted thoracoscopic surgery) é feita sob anestesia geral em centro cirúrgico Procedimentos necessitam pneumotórax para visão clara Videoassisted thoracoscopic surgery (VATS) Mayo Clinic Biópsia para diagnosticar câncer de pulmão, mesotelioma e outros cânceres Cirurgia pulmonar (câncer de pulmão e redução do volume pulmonar = DPOC) Drenagem pleural de líquidos ou ar Cirurgia para aliviar a transpiração excessiva (hiperidrose) Cirurgia para tratar certos tipos de doenças esofágicas 20 Segunda Prova de TCA Cirurgia para remover parte ou todo o esôfago (esofagectomia) Cirurgia de remoção da glândula do timo (timectomia) Certos procedimentos envolvendo o coração, costelas, coluna e diafragma Anestesia geral Drenagem torácica até 48 horas Operação para sudorese das axilas e mãos (hiperidrose) Uso do pleuroscópio Acesso ao espaço retropleural Simpatectomia – interromper as fibras nervosas simpáticas Biópsia de próstata Via transretal Ultrassonografia Múltiplos fragmentos Biópsias por videolaparoscopia Não se faz biópsia incisional em tumor de ovário Há risco de semeadura e carcinomatose peritonial Notar pneumoperitônio – presença de ar na cavidade abdominal Cirurgia micrográfica de Mohs Íntima associação do cirurgião e do anatomopatologista Indicações: Carcinoma basocelular o Esclerodermiforme (morphea-like) = muito invasor o Recidivado o Margens indistintas Carcinoma anexial microcístico (raro tumor de glândulas sudoríparas écrinas, com baixo índice de metástases e alto índice de recidiva) Não recomendável em casos de carcinoma de células escamosas e dermatofibrossarcoma protuberante (literatura conflitante) 21 Segunda Prova de TCA A lesão cutânea é demarcada Faz-se a ressecção da mesma Espécime é enviado em soro fisiológico, ao anatomopatologista, para exame a fresco Estudo das margens dirá se a operação prossegue ou não Ressecções sucessivas até que se remova toda a lesão Só se faz a reconstrução quando o tumor tiver sido integralmente removido Remoção das camadas ou segmentos subsequentes, até a extirpação total do tumor Marcação com fios de cor diferente identifica as margens da lesão Biópsia de linfonodo sentinela Biópsia de linfonodo-sentinela (BLS) Usada principalmente em melanoma cutâneo e mama Cada território cutâneo drena linfa para pequeno número de linfonodos (denominados sentinelas) Permite estudar o estado de determinado território linfático (bacias linfáticas) Bacias principais cervical axilar ilioinguinal O linfonodo-sentinela recebe drenagem direta de linfa do sítio tumoral Biópsia de linfonodo-sentinela em melanoma cutâneo Injeção de corante vital ou/e radiofármaco no sítio do tumor = fitato de sódio marcado com tecnécio (99mTc) Linfocintigrafia (mapeamento linfático) mostrando o linfonodo- sentinela Uso de detector de raios gama (gamma probe) Biópsia do linfonodo-sentinela NOTA: A mencionada tese de doutoramento demonstra que a BLS pode dispensar o uso do corante vital (anafilaxia) Biópsia de linfonodo-sentinela e conduta terapêutica LS positivo no exame de hematoxilina-eosina indica bacia linfática acometida = indicação de linfadenectomia regional radical (LRR) LS negativo em HE demanda exame de imunoistoquímica Se a imunoistoquímica for negativa considera-se a bacia linfática preservada, livre de tumor = proservação Se a imunoistoquímica for positiva = existência de micrometástases = LRR Nota JCRRA – qualquer território do corpo apresenta linfonodos-sentinela: o método visa a investigar se os LSs se encontram acometidos ou não LS positivo indica bacia linfática acometida Indicação de linfadenectomia regional radical LS negativo indica bacia linfática preservada, livre de tumor Proservação Vias de Sappey 22 Segunda Prova de TCA Marie Philibert Constant Sappey: 18101896 – anatomista francês (frequentemente citado como do sexo feminino) Casado com Antoinette Clotilde Dumas, ilustradora científica que ilustrou alguns livros do marido O trajeto das vias de Sappey, descrevendo linfáticos superficiais, foram desacreditadas após o advento do mapeamento linfático por radioisótopo, nos últimos 30 anos Valorizar o trabalho de Sappey: aguardava o início da putrefação e formação de gás nos linfáticos; injetava mercúrio nos mesmos e identificava seus trajetos Plexo linfático subareolar (Sappey) Sappey foi notável anatomista Aguardava início da decomposição do cadáver, com aparecimento de gás nos linfáticos e injetava mercúrio para contrastá-los Biópsia de linfonodo-sentinela Sonda de detecção de radiação gama (gamma probe) O aparelho emite um sinal sonoro, que varia conforme a sonda se encontre perto ou longe do linfonodo Um ecran mede o nível de radiação Três linfonodos captantes Gamma probe na mão do operador Linfocintigrafias: Mapeamento linfático: imagens digitais Esquerda: melanoma do polegar com dois linfonodos-sentinela em trânsito no braço e dois na axila: curado Direita: melanoma na região escapular e um linfonodo-sentinela na axila: curado O sítio de injeção do radiofármaco aparece intensamente contrastado Esquerda: melanoma do hipocôndrio esquerdo com três linfonodos-sentinela paramamários > óbito por melanoma Direita: melanoma da região lombar direita: linfonodos-sentinela inguinal direito e axilar esquerdo: curada Notar fígado contrastado em ambos os pacientes Esquerda: melanoma do antebraço com linfonodo-sentinela cubital (epitroclear) em trânsito LS axilar LS epitroclear positivo e axilar negativo 23 Segunda Prova de TCA Esvaziamento (LRR) cubital Curada Direita: melanoma do polegar com intensa contrastação de vasos linfáticos do antebraço Dois LSs axilaresnegativos Curado Melanoma da região vertebral (interescapular) LSs em ambas axilas Curada Notar contrastação de fígado e baço Bezoar Sobre um caso de bezoar operado alhures AURÉLIO - BEZOAR {Do persa pãdzähr, ‘antídoto’, pelo ár. bãdzahr, bãzahr.} Substantivo masculino. 1. Patol. Concreção que pode ser encontrada no estômago ou nos intestinos do homem ou de outros animais. Pode constituir-se de cabelo (tricobezoar), vegetais (fitobezoar), cabelo e vegetais (tricofitobezoar), ou fragmentos de goma-laca. AURÉLIO - Tricotilomania (tì) {De tric(o)- + gr. tíllein, ‘depenar’, ‘arrancar’, + - o- + -mania.} Substantivo feminino. 1. Psiq. Hábito mórbido de arrancar recorrentemente fios de cabelo ou pelos de uma determinada região corporal. A tricofagia é uma condição que pode ser um desdobramento da tricotilomania, uma doença que se resume a impulsos que fazem com que a pessoa sinta a necessidade de arrancar o próprio cabelo ou pelos, que podem estar no couro cabeludo, sobrancelhas ou qualquer outra parte do corpo (13 de julho de 2017) AURÉLIO - Pica {Do lat. pica, ‘pega’ (ê).} Substantivo feminino. 1. Transtorno caracterizado por hábito de ingerir substâncias não alimentares. ~ V. picas. Alopecia por tricotilomania Professor Alfredo Alberto Pereira Monteiro (1891-1961) Catedrático de Anatomia e Medicina Operatória na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro 24 Segunda Prova de TCA Pioneiro da Neurocirurgia no Brasil Integrante de missões militares, como cirurgião, na Primeira e na Segunda Guerras Mundiais Excepcional tratadista em Cirurgia Professor de Cirurgia de meu pai, João Baptista de Resende Alves Escreveu “No altar da Cirurgia” Professor Paulo de Castro Correia (USP) Um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (1948) Fundador do Hospital dos Defeitos da Face (1966) Meu mestre em Cirurgia Plástica Escreveu “A elegante arte de operar” AURÉLIO - LITURGIA: Do gr. leitourgía, ‘função pública’, pelo lat. ecles. med. liturgia, ‘culto divino’. Substantivo feminino. Rel. 1. O culto público e oficial instituído por uma igreja; ritual Propaganda de Brim Coringa na década de 1960 Briga de dois cachorros pelo pedaço de pano de brim Brincadeira com o Dr. Wilson Luiz Abrantes, meu paraninfo na Academia Mineira de Medicina Alguns “cirurgiões” poderiam encenar a propaganda de Brim Coringa Laparotomia para exposição do fígado, que será submetido a um hepatectomia direita Notar proteção do tegumento seccionado com campos que devem estar com a margem úmida mas o restante seco Compressas ou campos são suturados ao tegumento ou são presos pelos afastadores Em operações que apresentam uma fase séptica, o órgão operado deve estar protegido pelas compressas, a fim de não haver contaminação Pinças para segurar tecidos: À esquerda pinça de Duval À direita pinça de Allis Pinças de Allis expõem o tricobezoar: 25 Segunda Prova de TCA Terminada a fase séptica, as compressas e os campos são trocados, paramentos da equipe cirúrgica são trocados e novo material cirúrgico esterilizado passa a ser usado Drenagem Torácica Exortação à Humildade ”Todo cirurgião carrega em si um pequeno cemitério, no qual, de tempos em tempos, ele vai para rezar; um cemitério de amargura e arrependimento, no qual ele busca a razão dos seus fracassos” René Leriche (1879 -1955) Síndrome de Leriche (obstrução da aorta distal) Glória da Cirurgia Vascular Francesa Operação na Santa Casa de BH - 1938 Drenagem torácica Objetivos: Manutenção ou restabelecimento da pressão negativa do espaço pleural Remoção de ar, líquidos e sólidos (fibrina) do espaço pleural ou mediastino, resultantes de trauma acidental ou cirúrgico, processos infecciosos ou neoplásicos Toracocentese Kentēsis (Gr.) = ação de aguilhoar Aspiração de derrame pleural Precede a abordagem invasiva da cavidade pleural Determina a natureza do derrame Estabelece o local preciso da drenagem a ser feita Procedimento de emergência no pneumotórax hipertensivo Drenagem Torácica: Indicações Pneumotórax Espontâneo ou provocado Hipertensivo ou não Traumático Iatrogênico Hemotórax Traumático Espontâneo Residual Derrame pleural Exsudato (alta celularidade – alto teor proteico) Transudato Empiema (coleção de pus) Quilotórax (lesão do ducto torácico) 26 Segunda Prova de TCA Derrames pleurais: exsudatos e transudatos Os derrames transudativos (transudatos) são provocados pela combinação de aumento da pressão hidrostática e diminuição da pressão oncótica, na circulação pulmonar ou sistêmica. A insuficiência cardíaca é a causa mais comum, seguida pela cirrose com ascite por hipoalbuminemia Os derrames exsudativos (esxudatos) são provocados por processos locais, causando aumento da permeabilidade capilar e resultando em exsudação de líquido, proteína, células e outros constituintes séricos. As causas mais comuns são pneumonia, doença maligna, embolia pulmonar, infecções virais e tuberculose JCRRA: Esxudato= processo produtivo Transudato= mecanismo de membrana Drenagem pleural profilática: Na Cirurgia de Tórax, o simples manuseio das pleuras provoca um derrame seroso Ao término da operação, há que se fazer uma drenagem profilática, para drenar o derrame que irá se formar Pneumotórax hipertensivo: Lesão da pleura visceral Ferida na pleura visceral forma um mecanismo de válvula que permite entrada, mas não permite saída de ar na cavidade pleural Há desvio do mediastino Angulação da junção das cavas com o átrio direito Diminuição do retorno venoso Emergência cirúrgica Pneumotórax hipertensivo = diagnóstico clínico Não se justificam, a não ser em casos excepcionais, exames de imagem para estabelecimento do diagnóstico Quadro clínico dramático: hipotensão, dispneia, ingurgitamento jugular, cianose Hipertimpanismo, ausência de murmúrio vesicular e expansibilidade torácica ausente no hemitórax acometido Ferida da pleura visceral tem mecanismo de válvula A cada movimento respiratório, o ar inspirado entra na cavidade pleural e não consegue sair Forma-se progressivamente o pneumotórax hipertensivo Tratamento: toracocentese de emergência com agulha calibrosa e drenagem pleural posterior Ingurgitamento das veias jugulares Desvio do mediastino Angulação da junção das cavas com o átrio direito Diminuição do retorno venoso Pneumotórax hipertensivo Criança de cinco anos, com má-formação cística pulmonar rota Desvio acentuado do mediastino Esta radiografia nunca deveria ter sido feita Pneumotórax hipertensivo é diagnóstico clínico e não radiológico 27 Segunda Prova de TCA Exame radiológico leva à perda de tempo precioso, no tratamento de emergência do pneumotórax Pneumotórax hipertensivo em CTI Complicação de acesso venoso subclávio Gigantesco desvio do mediastino Esta radiografia nunca deveria ter sido feita Ingurgitamento das jugulares O ingurgitamento das jugulares sugere aumento da pressão venosa Pode ser causado por pneumotórax hipertensivo, insuficiência cardíaca direita, sobrecarga do volume circulatório, obstrução da veia cava superior, regurgitação da tricúspide ou tamponamento cardíaco Pneumotórax aberto Não há ferida de pleura visceral com mecanismo de válvula Há lesão da pleura parietal É muito mais bem tolerado pelo paciente que o pneumotórax hipertensivo (que é uma emergência cirúrgica) Deve ser tratado por drenagem torácica com selo d’água A tomografia computadorizada localiza com precisão pequenos pneumotórax que podem passar despercebidos em radiografias simples Ferida penetrante Não apresenta quadro clínico dramático do pneumotórax hipertensivo No caso, ferida penetrante com lesão da pleura parietal, feita por chuço, estilete ou punhal estreito Buffalochest syndrome Não consegui explicar o óbito de uma paciente que se feriu no hemitórax esquerdo, com vaso sanitário que se partiu, em vista da pequena quantidade de sangue perdida Aluno aventou a possibilidade de comunicação pleuropleural Congênita ou adquirida Adquirida: traumatismos acidentais e cirúrgicos, neoplasias, infecções O pneumotórax de um lado se manifesta em ambas cavidades: os bisões americanos têm as cavidades pleurais intercomunicantes Uma só flechada de índio matava o bisão por pneumotórax bilateral A. Chest CT scan showing simultaneous bilateral pneumothorax and a small air space, suggesting the presence of a pleuro- pleural window B. Thoracoscopic image showing a 2-cm-long pleural window posterior to the inferior pulmonary ligament — between the descending aorta (left) and esophagus (right), at approximately 2-3 cm above the diaphragm (upper) — through which the contralateral lung can be seen. 28 Segunda Prova de TCA Drenagem torácica Drenagem tubular fechada Preferência pela linha axilar média Anestesia local com xilocaína infiltrando partes moles e periósteo das costelas contíguas Feixe vasculonervoso cursa na margem inferior da costela: acesso rente à margem superior Toracocentese localiza ar ou derrame Sem toracocentese, dreno pode ser inserido abaixo do diafragma com lesão esplênica ou hepática Selo d’água Nota JCRRA: a preferência pela linha axilar média se justifica porque na posterior o paciente poderia se deitar sobre o dreno e na anterior a drenagem de líquidos seria dificultada Diâmetro do dreno Pneumotórax: 5 a 9 mm (16 a 28 F) Hemotórax ou exsudato: 9 a 12 mm (36 a 40 F) Incisão 2 cm, paralela à costela, tracionando-se a pele no sentido cranial (voltando à posição original, a pele dirigirá o dreno para o ápice da cavidade torácica) Ou feita por trocarte Nota JCRRA: A notação F do calibre dos drenos se refere a French gauge = calibre francês, estabelecido por convenção Drenagem pleural com trocarte Trocarte (Aurélio): instrumento pontiagudo que dispõe de cânula, usado para punções em cavidade e retirada de material nela contido. O trocarte penetra a cavidade torácica A parte perfurante, é removida Um dreno é introduzido dentro da parte tubular que é então removida Procede-se à fixação do dreno Partes pontiaguda e tubular Embora simples e eficaz, o trocarte aumenta o risco de complicações por lesões viscerais Propicia ganho de tempo ao se fazer drenagem profilática, no término de uma operação em que houve manuseio das vísceras, com o tórax aberto No caso fez-se pequena incisão (que não é obrigatória) Poupa tempo no caso de drenagem pleural profilática com tórax aberto Drenagem torácica Anestesia local com xilocaína Infiltrar todos os planos da parede torácica e o periósteo das costelas contíguas Toracocentese – punção com agulha fina do espaço pleural para coleta de fluidos 29 Segunda Prova de TCA Incisão de cerca de 2cm na margem superior de determinada costela, na linha axilar média, interessando todos os planos da parede torácica Exploração com o dedo em busca de aderências: dedo não provoca lesões e ainda apresenta estereognosia (capacidade de reconhecer – tátil) Inserção do dreno torácico multiperfurado, com material radiopaco em sua parede, para facilitar avaliação radiológica posterior Cuidado para não se deixar pertuitos do dreno fora da cavidade torácica Introdução do dreno Através de trocarte Com ajuda de pinça hemostática curva com concavidade voltada inicialmente para a parede torácica Passada a pleura parietal, orientar a extremidade da pinça no sentido contrário, de modo em que o dreno se dirija para a parte superior da cavidade torácica Em caso de aderências, usar manobra digital e não pinça hemostática que pode lacerar parênquima pulmonar Modos diferentes de se prender o dreno na pinça hemostática curva, para sua introdução na cavidade torácica Esquerda: procedimento correto O procedimento da figura à direita pode lesar parênquima pulmonar Introdução do dreno em drenagem torácica Após a incisão cutânea, prosseguir a diérese por divulsão, com tesoura ou pinça hemostática O dreno está sendo introduzido com a preensão correta da pinça Drenos de vários calibres São multiperfurados, de silicone (eram de látex) Notar material radiopaco para controle radiológico Dreno de silicone Escala em centímetros Ao ser introduzido, todos os pertuitos deverão ficar dentro da cavidade torácica Fixação do dreno à parede torácica Ponto em U fechando a incisão, circundando o dreno, com amarrilho à bailarina, que termina em laço incompleto Ponto de segurança: segundo ponto em U que é dado na parede torácica e atado transversalmente sobre o amarrilho à bailarina, perto da abertura do tórax Na remoção do dreno, o ponto de segurança é removido O amarrilho à bailarina é desatado e o fio usado é amarrado, fechando a pele Curativo simples 30 Segunda Prova de TCA Drenagem torácica em selo d’água: (Kenyon (1916) Esse método consiste em mergulhar a extensão da extremidade distal do dreno em uma coluna líquida, contida em um frasco, com uma tampa com dois orifícios: um para passagem do dreno e outro para ventilação (respiro) Denominado sistema de drenagem pleural com válvula hídrica em selo d'água (é o mais usado) JCRRA: A coluna de 2 a 3 cm de água refaz a pressão negativa da cavidade pleural Há outros tipos de válvulas modernas O sistema de três frascos é indicado quando há bomba de aspiração O frasco central é o selo d’água Setas indicam trajeto do ar desde o paciente até a bomba de aspiração Notar respiro no frasco mais próximo à bomba de aspiração que permite entrada de ar Oscilação do líquido, de acordo com os movimentos respiratórios, na coluna d’água ligada ao dreno, mostra a efetividade do sistema Se houver ferida na pleura visceral, há fuga aérea que provoca borbulhas que cessam com a cicatrização da ferida O nível de água, usualmente de 2cm, proporciona o selo Na expiração, o ar vem do paciente, faz borbulhas e escapa para o meio ambiente Na inspiração, aumenta a pressão negativa e a coluna líquida sobe, impedindo sucção do ar do meio ambiente Sistemas modernos, com frascos plásticos descartáveis, permitem deambulação – andar, caminhar Retirada do dreno Drenagem menor que 2 ml/kg peso/dia 24 h após cessada a fuga aérea (ferida da pleura visceral cicatrizada) Resolução da intercorrência pleural (principalmente infecção) Expansão pulmonar completa Tempo máximo de drenagem: 10 dias (após dez dias formam-se aderências entre as pleuras e a drenagem passa a não ter mais efeito) Remoção do dreno de tórax Anestesia local Remover o ponto de segurança Desatar o ponto incompleto do amarrilho á bailarina Manobra de Valsalva – inspiração profunda seguida de apneia 31 Segunda Prova de TCA Remoção do dreno Com o laço incompleto do amarrilho à bailarina já desatado, aproveitar o fio para apertar o ponto em U, fechando a ferida Transporte de pacientes drenados Fixar adequadamente o frasco com selo d’água para evitar tombamento e pneumotórax aberto Não clampar dreno para transporte: caso haja fuga aérea (ferida de pleura visceral), o ar não tem como sair e pode-se formar rapidamente pneumotórax hipertensivo, com consequências graves Drenagem torácica: Complicações devidas a erros técnicos Introdução de drenos no abdome com lesões de fígado, estômago e baço Lesões inadvertidas de coração, grandes vasos e pulmões Lesão pulmonar aumenta com uso de trocarte Lesão pulmonar aumenta com aderências pleurais Toracocentese prévia diminui número de lesões pulmonares Paralisia frênica (Nota JCRRA: muito difícil de ocorrer, pois os frênicos são anatomicamente bem protegidos) Lesão de vasos e nervosintercostais: a incisão é feita na margem superior da costela pois na inferior cursa o feixe vasculonervoso Complicações da drenagem torácica Enfisema subcutâneo Infecções Pneumotórax hipertensivo pela clampagem do dreno durante o transporte: ocorre quando há fuga aérea (ferida da pleura visceral) e a clampagem oblitera a saída do ar Tombamento de frascos coletores – lembrar que pneumotórax aberto é mais bem tolerado que o hipertensivo Drenagem torácica Em caso de tiro no tórax (projétil de arma de fogo), a drenagem torácica resolve em 80% dos casos Em 20% dos casos, há necessidade de toracotomia exploradora principalmente para controle de hemorragia A necessidade de remoção da bala é um mito Qualidades do cirurgião Três letras H Head Hand Heart Três letras C (JCRRA) Compaixão Compromisso Competência Toracotomias Toracotomias Definição – Incisão na parede torácica – (Gr.) = Thōraks + tomē + ia Minitoracotomia Drenagem pleural Acesso para cirurgia videoendoscópica Mediastinotomia (esternotomia mediana) Conquistas que permitiram seu desenvolvimento Drenagem pleural fechada com selo d’água Intubação endotraqueal e ventilação com pressão positiva Linhas anatômicas do tórax Mediana anterior Esternal Paraesternal Medioclavicular Axilar anterior, axilar média e axilar posterior Paravertebral Mediana posterior Ângulo do esterno (de Louis): marca a junção do manúbrio com o corpo do esterno Corresponde à inserção da segunda costela Situa-se na altura da quinta vértebra torácica (T5) 32 Segunda Prova de TCA Referência da segunda costela e quinta vértebra torácica Toracotomias: planejamento Ângulo do esterno (Louis) – referência da segunda costela e quinta vértebra torácica (plano esternal) O planejamento da toracotomia começa pela determinação do ângulo do esterno, que corresponde à inserção da segunda costela Caudalmente à segunda costela acha-se, por palpação, o segundo espaço intercostal Continuando a palpação, encontra-se o espaço escolhido, compatível com a operação proposta No caso, toracotomia lateral horizontal, no sexto espaço intercostal Toracotomias Classificação (topográfica) Posterolateral Laterais o Horizontal e vertical o Axilar Esternotomia Toracotomias posterolaterais: planejamento Localizar o ângulo do esterno (de Louis) pela palpação: corresponde à inserção da segunda costela Caudalmente à segunda costela, há o segundo espaço intercostal Contam-se os espaços intercostais até determinar o escolhido A incisão é feita na margem superior da costela para evitar o feixe vasculonervoso, que passa junto à margem inferior 33 Segunda Prova de TCA Lesão do feixe vasculonervoso pode provocar hemotórax e distúrbios da sensibilidade; alteração da motricidade, num só espaço intercostal, não é importante Sensibilidade de aréola e papila: nervos intercostais T3, T4 e T5 (principalmente T4) Posição de decúbito lateral usada em toracotomia Notar a almofada entre os membros inferiores O membro inferior próximo à mesa fica semifletido e o outro em extensão Uma faixa de fixação (geralmente de esparadrapo), presa à mesa, passa sobre a espinha ilíaca anterossuperior As toracotomias posterolaterais, realizadas no 5° e 6° espaços intercostais, são as mais utilizadas em Cirurgia Torácica em geral e na ressuscitação cardiopulmonar Decúbito lateral usado em toracotomias posterolaterais Observar almofada sob a axila e suportes dos membros superiores Os suportes devem ser alcochoados ou os membros devem ser enfaixados com material macio para prevenir úlceras de pressão Posição de decúbito lateral em toracotomia Pequena flexão da mesa alarga os espaços intercostais Notar os travesseiros sob a cabeça para se evitar que ela fique pendente Perna mais próxima à mesa fica semifletida e a outra estendida Uma faixa de fixação (geralmente de esparadrapo), presa à mesa, passa sobre a espinha ilíaca anterossuperior Toracotomia posterolateral Mais usada em Cirurgia Torácica em geral Proporciona acesso amplo a: Cavidade pleural Pulmão e hilo pulmonar Esôfago – aorta torácica – diafragma Acesso mais restrito ao coração e vasos da base: no caso, o acesso preferido é a esternotomia (mediastinotomia) Toracotomia posterolateral: técnica operatória Localização do ângulo esternal (de Louis): corresponde à inserção da 2a costela. Caudalmente à ela, há o segundo espaço intercostal Escolha do espaço intercostal a ser acessado (contagem de costelas) Espaços intercostais preferidos = 5º ou 6º Incisão da pele e tela subcutânea (bisturi) Incisão de fáscias e músculos com eletrocautério (considerar afastamento e divulsão). Músculos dependendo da extensão: trapézio latíssimo do dorso serrátil anterior serrátil posterior (inferior e superior) 34 Segunda Prova de TCA romboides maior e menor Toracotomias: técnica operatória Quando possível, afastar músculos sem seccioná-los Os quinto e sexto espaços intercostais são os mais comumente acessados Abrir a cavidade torácica na margem superior da costela para evitar lesar feixe vasculonervoso Abrir músculos intercostais, fáscia endotorácica e pleura parietal em um só plano Toracotomia posterolateral À esquerda, exposição dos músculos serrátil anterior e latíssimo do dorso Á direita, nervos toracodorsal e torácico longo que devem ser poupados Nervo torácico longo inerva o serrátil anterior Nervo toracodorsal inerva o músculo latíssimo do dorso Se possível, músculos devem ser afastados ou abertos pela divulsão e não seccionados Toracotomia: abertura do tórax na margem superior da costela escolhida O plano constituído pelos músculos intercostais (externo, interno e íntimo), fáscia endotorácica e pleura parietal não sofre separação dos componentes Deve ser incisado no conjunto Toracotomias: exposição Exposição após a incisão: Afastadores autoestáticos de Finochietto ou similares o Enrique Finochietto (1881-1948) – Argentina Secção ou ressecção de costelas em casos específicos Especialmente em casos de grandes tumores que não sejam passiveis de remoção, pelo afastamento de costelas Realização da operação principal Afastador de Finochietto 35 Segunda Prova de TCA Usa sistema de pinhão e cremalheira (barra denteada) Toracotomias: exposição Clampeamento da aorta Uso do afastador autoestático de Finochietto Toracotomia: exposição em decorticação pulmonar Forma-se carapaça em torno da pleura visceral, pela organização de hemotórax ou empiema Notar pinça de Duval prendendo parte da carapaça a ser removida Notar afastador de Finochietto Notar tubo de aspirador Síntese da toracotomia O manuseio do conteúdo da cavidade torácica provoca derrame seroso Fazer drenagem torácica profilática Dreno de tórax em selo d’água permanece de 48 a 72 horas As costelas são aproximadas com poucos pontos de fio absorvível calibroso Não se faz a síntese, em separado, dos músculos intercostais externo, interno e íntimo, da fáscia endotorácica e da pleura parietal Esse plano é simplesmente aproximado, ao se fazer aproximação das costelas e cicatriza muito bem À direita, maneira de se fazer a passagem dos fios sob as costelas, com auxílio de pinças hemostáticas curvas Toracotomias: síntese Drenagem pleural profilática Aproximação das costelas com fio absorvível calibroso Não suturar plano dos músculos intercostais, fáscia endotorácica e pleura parietal (plano se rasga com passagem da agulha e fios) Aproximação dos planos musculares com poucos pontos de fio absorvível: a sutura rasga o tecido muscular com facilidade Sutura cuidadosa das fáscias com fio inabsorvível Sutura de tela subcutânea e pele Mediastinotomia Esternotomia mediana 36 Segunda Prova de TCA Milton – 1897 Holmann e Willet – 1949 Shumaker e Blalock – 1953 Julian e colaboradores – 1957 (mais conhecida como incisão de Julian que foi seu grande propagador) Passou a ser usada rotineiramente em Cirurgia Cardiovascular Mediastinotomia - Esternotomia mediana Trajeto da esternotomia mediana Anteriormente feita com escopro e martelo Serra para esternotomia movida a nitrogênio ou eletricidade Esternotomia para Cirurgia Cardiovascular Campo cirúrgico descartável de plástico aderente Afastador de Finochietto Tubos de aspiração Sangue aspirado é reinfundido na veia Esternotomia – Síntese Fios de aço são passados em torno do esterno, torcidos e seccionados Aproximação das duas metades do esterno com fios de aço que são torcidos e seccionados Complicações das toracotomias Infecções Abscessos Derrames pleurais infectados 37 Segunda Prova de TCA Mediastinites Hemorragias Hemotórax com encarceramento exigirá decorticação Deiscências Complicações das toracotomias: mediastinite Mediastinite com deiscência de suturas Desbridamento e retalho de omento maior O retalho de omento transplantado para o tórax se amolda às saliências e reentrâncias do mediastino, eliminando espaços vazios Notável angiogênese permite chegada de antibióticos Toracectomias – ressecções da parede torácica Plasmocitoma de costela Tomografia computadorizada Ressecção da costela Antracose Pericárdio bovino e tela de Prolene® Toracectomia – Sarcoma de células claras Área receptora preparada Enxertia cutânea Drenagem de aspiração superficial Drenagem pleural profilática bilateral Fibromatose agressiva de parede torácica – (tumor desmoide) Notar limitação da abdução do braço TC mostrando extensa destruição da parede torácica Ressecção parcial de cinco costelas 38 Segunda Prova de TCA Prótese de metilmetacrilato (PMMA) envolta em duas telas de Prolene® Notar retalho do músculo latíssimo do dorso e tegumentar Retalho do músculo latíssimo do dorso cobriu a prótese de PMMA Retalho cutâneo apresentou sofrimento e foi parcialmente ressecado Enxertia de pele: abdução do braço recuperada Laparotomias Laparotomia lapárē (Gr.) = ventre – abdome tomḗ (Gr.) = corte – incisão Celiotomia koilía (Gr.) = cavidade – abdome tomḗ (Gr.) = corte – incisão DICIONÁRIO AURÉLIO Laparotomia e celiotomia: Dicionário Aurélio Laparotomia Qualquer incisão destinada a abrir a cavidade abdominal Incisão no flanco Celiotomia: abertura da cavidade abdominal Ramiz Galvão: (edição de 1909) – Não consigna celiotomia Laparotomia o Outrora, incisão no flanco para operar hérnia lombar o Hoje, qualquer incisão em um ponto da parede abdominal anterior, para tratar de uma lesão em víscera do abdome o lapárē (Gr.) = flanco Regiões abdominais: SBA x Nomenclatura Cirúrgica SBA: Epigástrio Hipocôndrios E e D Hipogástrio Umbilical Laterais E e D Inguinais E e D Divisão em quatro quadrantes: superiores E e D; inferiores E e D Divisão em nove regiões: um epigástrio, uma umbilical e uma suprapúbica; duas lombares, duas inguinais e dois hipocôndrios (nessa divisão, lombar seria lateral da SBA) 39 Segunda Prova de TCA Segundo a SBA, a região lombar é uma das dorsais (mais adequado) Flanco (lateral na SBA) e fossa ilíaca (que pela SBA se refere ao osso ilíaco e não ao abdome) são usados em Nomenclatura Cirúrgica Etimologia de alguns termos relacionados ao abdome Hipocôndrio (Gr.): hypo = abaixo; chondros = cartilagem Hipogástrio ( Gr.) hypo = abaixo; gaster = estômago, ventre Epigástrio (Gr.) epi = sobre, encima + gaster = estômago, ventre Mesogástrio (Gr.) meso = meio + gaster = estômago, ventre (Ramiz Galvão: região média do abdome, entre a epi e a hipogástrica) Flanco: (Fr.) flanc = Aurélio: Cada uma de duas regiões abdominais laterais, direita e esquerda, que se situam, em altura, sob cada hipocôndrio; ilharga, ilhal Inguinal (Lat.) ingueus = virilha Laparotomias – anatomia Músculos anteriores: reto do abdome e piramidal Músculos laterais: músculos oblíquo externo do abdome, oblíquo interno do abdome e transverso do abdome Laparotomias: bainha do músculo reto do abdome Caudalmente à linha arqueada, não existe a lâmina posterior da bainha do músculo reto do abdome Laparotomias - anatomia Linha arqueada Artéria epigástrica inferior Músculo piramidal 40 Segunda Prova de TCA Linha semilunar (de Spiegel) acompanha a margem lateral do músculo reto do abdome Inserções dos músculos oblíquos externo e interno e músculo transverso do abdome Estende-se da nona cartilagem costal ao tubérculo púbico Incisão de Jalaguier Hérnia de Spiegel Parede abdominal - vascularização Irrigação superficial Artéria musculofrênica (ramo da artéria torácica interna): supre a parte superior superficial da parede abdominal anterolateral Artéria epigástrica superficial e artéria circunflexa ilíaca superficial (ramos da artéria femoral): irrigam a parte inferior da parede Irrigação profunda: Artéria epigástrica superior (ramo terminal da artéria torácica interna): corre posteriormente na bainha do reto, penetra o músculo e supre a parte superior da parede A artéria epigástrica inferior e artéria circunflexa ilíaca profunda (ramos da artéria ilíaca externa) suprem a parte inferior da parede A décima e a décima primeira artérias intercostais posteriores e a artéria subcostal (ramos da aorta) suprem a parte lateral da parede abdominal Artéria epigástrica superior: ramo terminal da artéria torácica interna Artéria epigástrica inferior: primeiro ramo da artéria ilíaca externa Intercomunicam-se no interior do músculo reto do abdome Detalhes importantes em Cirurgia Reconstrutora Parede abdominal - inervação Cinco nervos intercostais mais caudais (T7 – T11) Nervo subcostal (T12) Também inervam peritônio parietal (extrema importância na fisiopatologia do abdome agudo) Lesão de nervos leva a abaulamentos, hérnias e enfraquecimento da parede abdominal Importância dos cinco nervos intercostais mais caudais e nervo subcostal (T7-T12) Dor somática na fisiopatologia do abdome agudo Nervos ilioinguinal e ilio-hipogástrico (L1) 41 Segunda Prova de TCA Qualidades desejáveis nas laparotomias Proximidade do objetivo Tamanho proporcional à magnitude do ato Respeito a linhas de tensão da pele Preservação de planos anatômicos, nervos e músculos Possibilidade de prolongamentos Prevenção de hérnias incisionais Preservação da estética Laparotomias: uso de campos esterilizados e compressas Se o campo esterilizado ficar molhado, perde sua função protetora e deverá ser substituído Forma-se corrente líquida unindo as áreas esterilizada e a contaminada, propiciando trânsito de microrganismos Para manuseio de vísceras, as compressas devem ser umidificadas com soro fisiológico, pois o atrito do tecido seco leva à formação de aderências Compressas secas são suturadas às margens da ferida operatória para sua proteção Se uma compressa for inserida parcialmente na cavidade abdominal, somente será úmida a parte inserida Compressas cirúrgicas obrigatoriamente possuirão fios radiopacos Dependendo de condições econômicas, campos e paramentos podem ser descartáveis Laparotomias Classificação quanto a intenção Eletiva De urgência ou emergência Exploradora Classificação quanto ao umbigo Supraumbilical Infraumbilical Xifopúbica Laparotomia xifopúbica – Jair Bolsonaro Bolsa de colostomia Pequena incisão transversa = facada Laparotomias Classificação quanto à direção Longitudinais: o Mediana o Paramediana: Pararretal medial Pararretal lateral Transretal Transversais Oblíquas Combinadas Algumas Laparotomias 1 – Subcostal(Kocher) 2 – Mediana 3 – McBurney 5 – Elliott- Babcock 6 – Paramediana 42 Segunda Prova de TCA 7 – Transversa 9 – Pfannenstiel Laparotomias longitudinais Paramedianas: Pararretais mediais Lennander – sueco (1857-1908) Pararretais laterais Jalaguier – francês (1853-1924) Transretais Jaboulay – francês (1860-1913) Têm sido substituídas com vantagens pelas incisões medianas Laparotomias As incisões medianas suplantaram as incisões pararretais mediais e laterais Fazer incisão longitudinal na linha alba Acreditava-se que as incisões pararretais evitavam hérnias Medicina = verdade transitória Laparotomias: Incisão de Lennander Incisão paramediana até a lâmina anterior da bainha Descolamento do reto da lâmina posterior, liberando suas inserções na linha alba Incisão da lâmina posterior e peritônio Fechamento em jaquetão No exemplo, técnica de Mayo para reparo de hérnia umbilical Há trabalhos mostrando que a técnica em jaquetão não aumenta a resistência da síntese Laparotomias transversas Laparotomias transversas que lesam músculos devem ser vistas com reservas Ex: incisão subcostal de Kocher (a musculatura deve ser afastada por divulsão) São indispensáveis na cirurgia extensa, no abdome superior (ex: hepatectomias, transplante de fígado) Laparotomias: Incisões para apendicectomia Transversal (5) = Elliot-Babcock: permite prolongamento e combinação Oblíqua (3) = McBurney: não permite prolongamento ou combinação Laparotomias: incisões combinadas 43 Segunda Prova de TCA A – Rio Branco: combina incisões longitudinal e transversal B – Em baioneta (Kehr) C – Mayo-Robson D – Alfredo Monteiro E – Lomboabdominal Exceto as de Rio Branco e a lomboabdominal, as outras só têm valor histórico Toracofrenolaparotomia Acesso combinado ao tórax A toracotomia se estende ao diafragma e se continua na laparotomia Domínio da toracofrenolaparotomia é indispensável aos cirurgiões de trauma, oncológicos e cardiovasculares Distribuição do nervo frênico no diafragma Se possível, evitar lesar o nervo frênico durante a toracofrenolaparotomia À direita, incisões radial e circunferencial do diafragma Exposição do aneurisma da aorta toracoabdominal por meio da toracofrenolaparotomia À esquerda = abdome À direita = tórax Caso de ruptura diafragmática por trauma À esquerda = tórax; à direita = abdome Observar antracose (deposição de carvão no pulmão), lesão do diafragma e conteúdo abdominal Incisão de Pfannenstiel 44 Segunda Prova de TCA Hoje, faz-se descolamento do tegumento no nível da fáscia e abre-se o abdome por incisão mediana Incisão de Pfannenstiel para cesariana Na cesariana, a histerotomia deve ser transversal e realizada no segmento uterino, estrutura cilíndrica que se forma a partir do 3° mês de gravidez Não se faz a histerotomia no fundo do útero: predispõe à ruptura do útero em gravidez subsequente Segmento no útero grávido Incisão de Pfannenstiel Atualmente, o retalho descolado é tegumentar e não fasciocutâneo A abertura do abdome se faz na linha mediana Laparotomia exploradora Conservadora: observação e palpação (diagnóstica) Invasiva: compreende manobras cirúrgicas o Manobras Liberação do fígado Liberação omental Mobilização esplênica Manobra de Kocher (liberação do duodeno e pâncreas) Manobra de Mattox Manobra de Cattel-Braasch Laparotomia exploradora conservadora: observação e palpação Fundamentalmente propedêutica (confirma ou afasta uma suspeita) Métodos modernos de diagnóstico diminuíram sua frequência (US e CT) Cada cirurgião deve estabelecer uma rotina no procedimento, para que não se omita algum passo importante Laparotomia exploradora conservadora: doença diverticular do colo Ruptura de divertículo do colo provoca quadro de abdome agudo 45 Segunda Prova de TCA Manobras invasivas Indispensáveis na Cirurgias Oncológica, do Trauma e nas abordagens complexas dos grandes vasos O espaço retroperitoneal é um plano cirúrgico excepcional Fáscia (linha branca) de Toldt Fáscia de Toldt é um plano de dissecção embrionário natural, para a condução precisa da excisão mesocólica completa, para câncer de colo Camada de tecido areolar frouxo, praticamente avascular, que se estende posteriormente aos mesocolos ascendente descendente e sigmoide Nota JCRRA: Possibilita dissecção correta nas manobras de Cattell- Braasch e Mattox Notar que mesocolos ascendente e descendente são termos impróprios pois só há mesocolos transverso e sigmoide Fáscia de Toldt Trabalhos recentes enfatizam que o plano de disseção nos descolamento dos colos é a fáscia de Toldt Manobra de Kocher - Liberação do duodeno Incisão do peritônio próximo à margem direita do duodeno Acesso ao retroperitônio e descolamento do duodeno, com rotação medial do mesmo Essencial nas gastrectomias, na cirurgia do colédoco e na exposição da cabeça do pâncreas Manobra de Kocher = Liberação do duodeno e rotação medial do mesmo Exposição da cabeça do pâncreas, veia cava inferior, aorta, vasos renais e rim Exposição do colédoco e acesso aos ductos pancreáticos Manobra de Kocher Liberação do duodeno e rotação medial do mesmo, descolando-o do retroperitônio 46 Segunda Prova de TCA No desenho, dissecção digital do duodeno com exposição do colédoco, veia cava inferior e vasos renais Manobra de Cattell-Braasch Mobilização da flexura direita do colo e rotação medial do colo ascendente Pode se associar à manobra de Kocher A linha pontilhada marca o plano de mobilização A seta mostra o eixo de rotação Plano de dissecção na fáscia de Toldt Início da mobilização do ceco e colo ascendente Manobra de Cattell-Braasch realizada Mobilização da flexura direita do colo e rotação medial do colo ascendente Ampla exposição dos grandes vasos retroperitoniais Linha pontilhada mostra onde se fazer a manobra de Kocher a ser associada Mobilização da flexura direita do colo e rotação medial do colo ascendente, associada à manobra de Kocher Extensa exposição de estruturas retroperitoniais Manobra de Mattox Mobilização e rotação medial dos colos descendente e sigmoide, baço, pâncreas e rim Plano de dissecção na fáscia de Toldt Ampla exposição dos grandes vasos retroperitoniais 47 Segunda Prova de TCA Ilustração do livro “Trauma” de Mattox e colaboradores Notar que o hemiabdome esquerdo fica vazio após a manobra Laparotomia exploradora Vólvulo = torção Síndrome de Peutz-Jeghers (autossômica dominante) Pólipos que se malignizam nos intestinos delgado e grosso Máculas especialmente na mucosa oral Vólvulo do colo sigmoide Aurélio desabona a forma “volvo” usada por muitos autores Gigantesco vólvulo do colo sigmoide com extensa dilatação Indicação de punção intestinal para esvaziamento do conteúdo Indicação de fixação (enteropexia) em posição anatômica Laparotomia exploradora: úlcera gástrica perfurada Quadro clínico “explosivo’ pela irritação do suco gástrico Contratura de parede (abdome em tábua) Pneumoperitônio – ar na cavidade abdominal 48 Segunda Prova de TCA Pneumoperitônio Elevação das cúpulas frênicas Ruptura de víscera oca Indicação de laparotomia Síndrome HELLP H - Hemolysis EL - Elevated liver ensymes LP - Low platelet count Mortalidade - Cerca de 30% Complicação tardia da gravidez associada a pré- eclâmpsia Laparostomia – Bolsa de Bogotá A bolsa contém um zíper que facilita sua abertura para curativo Laparotomia exploradora: má-formação vascular hepática rota Ultrassonografia e tomografia computadorizada fizeram diagnóstico Hepatectomia esquerda bem-sucedida Síntese nas laparotomias Depende do cirurgião e da escola cirúrgica Relaxamento da parede ajudamuito Suturas contínuas e em pontos separados Fios absorvíveis nas infecções? Fios inabsorvíveis nas fáscias Fios absorvíveis na tela subcutânea Poucos pontos na derme profunda Pele = sutura intradérmica? Laparotomias: síntese Principais fios Inabsorvíveis: Seda Náilon – poliamida Prolene ® – polipropileno Absorvíveis: Categute (simples e cromado) Dexon ® – ácido poliglicólico Vicryl ® – poliglactina Monocryl® – poliglecaprone Síntese nas Laparotomias Espessura do fio varia conforme as dimensões da parede, a idade do paciente e o tecido a ser suturado Sutura contínua do peritônio: mais frequente Atualmente, com melhoria dos fios, sutura contínua das fáscias com fio inabsorvível passou a ser frequente 49 Segunda Prova de TCA Músculos se rasgam facilmente, com a passagem das agulhas e fios: se necessário, dar poucos pontos de fio absorvível calibroso Em crianças, considerar fios absorvíveis na pele, para evitar retirada de pontos Complicações das laparotomias Hematomas Seromas Hérnias Evisceração Infecção Corpo estranho Aderências “It is cleaner to be gentle than do be asseptic” Síndrome de Zollinger-Ellison: tumor geralmente do pâncreas (gastrinoma), produtor de gastrina com formação de úlceras pépticas Laparotomias - Infecções Fasciite necrosante após laparotomia (Pfannenstiel) Choque séptico, intubação, ventilação mecânica Desbridamentos, ferida deixada aberta Cicatrização por segunda intenção Evitou-se nova anestesia, pelas condições precárias da paciente Substância brancacenta = sulfadiazina de prata usada em queimados Fechamento com transposição do umbigo, como numa abdominoplastia Cicatriz poderia ser muito melhorada com expansores Infecção e expulsão de transplante renal 50 Segunda Prova de TCA Ferida desbridada Retalho de omento maior cobrirá a ferida Tela de Prolene® sobre o omento Complicações das laparotomias Seroma = acúmulo de soro ou linfa sob os tecidos superficiais Inicialmente a coleção é serossanguínea Sinais Tumefação Vascolejo Sinal do piparote positivo Tratamento = aspirações sucessivas Corpos estranhos em laparotomias Duas compressas deixadas em laparotomia Gossipiboma (lat.) gossypium=algodão + (gr.) oma =tumor) Refere-se à matriz que contém material têxtil e à reação tecidual formada ao redor do corpo estranho 51 Segunda Prova de TCA Gossipiboma (compressa) deixada na laparotomia, fazendo volume no lado direito do abdome Corpo estranho intra-abdominal Posição da garrafa impede a extração por colonoscopia Indicação de laparotomia Complicações das laparotomias: hérnias incisionais Hérnia incisional é a saída de víscera da cavidade abdominal, enfraquecida por operação cirúrgica Hérnia incisional recidivada e necrose tegumentar após abdominoplastia realizada alhures Reparação contraindicada pela obesidade: só concordaria com a operação após emagrecimento Afirmava que sua dieta era baseada em taioba!!! Perda de direito a domicílio Tentativa de redução da hérnia provocaria síndrome de compartimento Pneumoperitônio progressivo Laparotomia de Jalaguier para apendicectomia Grande saco herniário cheio de ar Ao ser aberto, o ar escapa e a parede estará flácida e a hernioplastia se dará sem tensão Paciente foi preparado durante cerca de 3 semanas Sessões de pneumoperitônio duas vezes por semana Inicialmente, introduzidos 500mL de ar Paciente tolera doses progressivamente maiores Complicações das laparotomias: evisceração Provável fasciite necrosante após apendicectomia Feita enxertia de pele Evisceração tardia do ceco 52 Segunda Prova de TCA Laparotomias por videoendoscopia Escolha dos locais para introdução dos trocartes (portais) Prévia insuflação de gás carbônico, através de agulha de Veress Língua Inglesa Portal = port Trocarte = trocar Laparotomias videoendoscópicas - pneumoperitônio Prévia insuflação de gás carbônico através de agulha de Veress Agulha especial impede perfuração de víscera oca Laparotomias por videoendoscopia Trocarte :Aurélio {Do fr. trocart.} Substantivo masculino. Cir. Instrumento pontiagudo e que dispõe de cânula, us. para punções em cavidade e retirada de material nela contido. Em determinado portal, faz-se pequena incisão para facilitar a introdução do trocarte Remove-se a parte cortante permanecendo a cânula Laparotomias videoendoscópicas O primeiro trocarte, usualmente no umbigo ou em suas proximidades, é introduzido às cegas Há trocartes de tamanhos diversos, com comprimentos e diâmetros diferentes, para uso em adultos e crianças Dimensões dos trocartes e localização dos portais variam com a operação proposta Válvulas nos trocartes impedem a saída do CO2 JCRRA: Choque séptico, graves condições cardiopulmonares, abdome agudo com severa dilatação de vísceras ocas, abdome com extensas aderências são contraindicações de pneumoperitônio (portanto de videoendoscopia) Os locais de acesso para introdução dos trocartes são chamados portais Prévia insuflação de gás carbônico através de agulha de Veress A cânula do trocarte tem um mecanismo valvulado que impede a saída do CO2 (pneumoperitônio) Através das cânulas dos trocartes, são introduzidos os instrumentos: câmera com iluminação, aspirador, eletrocautério, instrumentos de dissecção, clipes, fios, envelopes de plástico para extração de peças, etc. Portais em Videoendoscopia 53 Segunda Prova de TCA Locais de portais padrão para operação de divertículos epifrênicos esofágicos Laparotomias videoendoscópicas Colecistectomia videoendoscópica: gancho no fundo e ponto no infundíbulo da vesícula biliar Laparotomia robótica O robô tem três braços Usam-se cinco portais Três são usados para os braços Um é usado para iluminação. Um é portal de serviços para levar e trazer estruturas da cavidade: fios, peças operatórias, etc Pneumoperitônio prévio com gás carbônico e agulha de Veress As imagens têm três dimensões Programa especial permite técnica de linfonodo sentinela, através de injeção de corante na lesão tumoral Cada portal dista de 8 a 10cm do outro Se forem muito juntos, os braços se atrapalham Um supervisor (proctor) orienta o treinamento Excepcional avanço da Cirurgia Moderna Incisões suturadas nos portais Pós-operatório de tratamento de endometriose Intestino Delgado Cirurgia do intestino delgado Vai-se abordar principalmente a Cirurgia do Jejunoíleo (VOLP) Considerações gerais O comprimento do intestino (grosso e delgado) é de 50cm na metade da gestação, cerca de 100cm nas semanas que antecedem o nascimento e 200cm nas primeiras semanas de vida O intestino delgado inicia-se no piloro e termina no óstio ileal (antiga válvula ileocecal), onde desemboca no intestino grosso 54 Segunda Prova de TCA A digestão e absorção ocorrem principalmente no intestino delgado; ele é um órgão indispensável à vida É possível a ressecção de longos segmentos de intestino delgado Ressecções que reduzem drasticamente a superfície de absorção do intestino delgado são incompatíveis com a vida Três partes compõem o intestino delgado: o duodeno, mais curto e retroperitoneal, portanto imóvel em sua maior parte; o jejuno e o íleo As duas últimas partes são longas, convolutas e peritonizadas, estando presas à parede posterior do abdome por uma prega peritoneal, o mesentério. No adulto, o comprimento do intestino delgado varia de 5 a 8 metros, com média de 6 metros Jejuno = dois quintos do comprimento Íleo = três quintos do comprimento Anatomia do intestino delgado: termos segundo a SBA Porções Duodeno Jejuno Íleo Estrutura Túnica serosa Tela subserosa Túnica muscular: o Camada helicoidal de passo longo (antiga longitudinal)
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