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Visita Escolar - um recurso do Psicodiagnóstico Interventivo na abordagem fenomenológico-existencial

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NOME: Ísis Mangilli Ayello do Nascimento
RA: N233EA-1
Psicologia - Matutino
Psicodiagnóstico
RESUMO: MAICHIN, V. Visita Escolar: um recurso do Psicodiagnóstico Interventivo na abordagem fenomenológico-existencial. Dissertação de Mestrado. PUC-SP, 2006. (cap. Escola e a Visita Escolar, Escola. Que lugar é este?).
Podemos compreender a escola de diversas formas e ela também possuí vários significados em âmbitos pedagógicos, políticos, culturais e sociais, mesmo sendo desses vários âmbitos ela não deixa de ser o local onde acontece a entrada da criança em seu mundo social e onde ela terá os conhecimentos necessários para conviver em sociedade. Na antiguidade as experiências que eram partilhadas pelos mais velhos eram a ‘’escola’’ das crianças que aprendiam durante seu dia-a-dia poucos conhecimentos necessários à sobrevivência e comuns à sociedade. A escola surge em um cenário em que há a necessidade de compartilhar conhecimentos mais específicos. Na Idade Média o ensino era moral e religioso e a função da escola era pautada em interesses sociais, não havia enfoque científico. 
A família é o primeiro contato que a criança tem com a vida social e ao entrar na escola, a experiência dessa vida social é renovada. Hoje em dia, em nosso mundo contemporâneo as crianças passam a maior parte do seu tempo na escola e por consequência esse ambiente se torna muito significativo em sua vida e é um grande instrumento de compreensão para o psicodiagnóstico infantil. A escola tem um papel muito importante na formação e transformação de individualidades, e ao compreender o aluno, compreendemos a sua individualidade.
Na realização de uma visita escolar o psicólogo estará se atentando às relações humanas que acontecem lá dentro, observando como a instituição lida com o aluno e suas vivências.
	O professor então, é uma referência na vida da criança e isso pode ser positivo ou negativo, a forma como o professor se relaciona com o aluno é capaz de influenciar o repertório de significados dos mesmos e também cada detalhe que faz parte do ambiente escolar e as relações existentes nesse ambiente. Tudo influenciará na formação do adulto que essa criança terá.
	A função do professor vai além de somente compartilhar conhecimentos científicos e a postura que é adotada em sala de aula influencia tanta referência para a criança quanto seus pais. A função do educador sofre influências de todo contexto, do ambiente e modelo de escola que está inserido, como por exemplo em escolas tradicionais onde o conhecimento é transmitido como verdade e de forma hierarquizada, bem como nas escolas progressivas que constroem o conhecimento junto ao aluno. Esse aspecto influencia no aluno que desenvolverá uma atitude de passividade e no aluno que desenvolverá uma atitude crítica e reflexiva. Entretanto, também há os profissionais que são dotados de valores e impulsionam os alunos engessados por uma escola antiga a seguirem seus próprios sonhos. 
	Ao entendermos a abordagem principal, poderemos entender como ela se reflete na criança. Posteriormente à visita escolar pode ser que seja necessário explicar para os pais qual a função social do professor na vida de seu filho, pois muitos não compreendem as diferenças entre as abordagens e a postura do professor diante delas. Existem muitos casos de pais libertários que procuram por uma escola que imponha limites ao seus filhos e pais conservadores que buscam por uma educação libertária para não serem criados com a mesma rigidez que foram.
A compreensão da criança em sua vida escolar é tão importante quanto nos outros contextos de sua vida, e é necessário que se compreenda de forma completa, analisando sua relação com os professores, colegas, a relação dos professores com o ensino, dos pais com a escola e os significados que cada um dá para essas relações.
A relação que a criança tem com os colegas abre seu leque de referências, ela começa a fazer comparações entre si e os outros e é através dessa relação que ela exerce ou não o respeito, a sociabilidade e a cooperação. Ao compreendermos essa relação, entendemos de que forma a criança entra em contato com o outro.
Os pais, que também exercem grande influência no processo escolar da criança devem entender que também e são forma de uma cooperação, participação e incentivo. Muitas vezes os pais colocam sobre os filhos seus desejos próprios, como no caso relatado, em que a queixa era que o garoto não obtinha mais o mesmo bom desempenho na escola e isso assustava os pais. 
O processo de aprendizado é um ponto muito importante que deve ser compreendido, o professor utiliza de vários métodos para transmitir o conhecimento para a criança e entendê-los é entender como a criança está estruturando o conhecimento dentro de si. A história é marcada por diversos profissionais da educação que formaram diversos movimentos diferentes, criando práticas educativas, a primeira delas foi a pedagogia tradicional, que nasce com o surgimento da escola, refletida em uma sociedade conservadora e rígida. Essa prática educativa perdura até hoje, o aluno apenas recebe o conhecimento, de forma autoritária, não participando ativamente em sua produção.
Com a luta de profissionais mais libertários, focados em um ensino onde a criança reflita e tenha uma postura crítica sobre o que está aprendendo, surge a nova escola, que traz consigo grandes críticas quanto à visão tradicional e repressora de elementos afetivos e emocionais na aprendizagem e propõe um processo ativo de aprendizado, considerando a criança como o centro e contemplando todos os aspectos da mesma. O construtivismo também veio em oposição ao modelo tradicional de ensino e a qualquer outro tipo de método, defendendo que não existe fórmula pronta para o processo de ensino, o indivíduo constrói seu próprio conhecimento. 
A forma de pedagogia humanista tem um foco na relação interpessoal, onde os sentimentos e a subjetividade são significativos no processo de aprendizagem e o aluno é livre e capaz de escolher como e o quê deseja aprender. A pedagogia sociocultural também é conhecida por enfatizar as relações interpessoais e do homem com o mundo, de forma a refletir sobre a relação do homem com este, visando-o libertar do poder dominante.
A questão é se na prática o professor que se denomina sendo de uma abordagem ou outra, ele de fato age conforme o proposto na abordagem e cabe ao psicólogo observar cada caso isolado em sua visita escolar. Em muito dos casos, a postura adotada pelos profissionais que atuam na escola nem sempre é condizente com a abordagem que a escola adota e o psicólogo deve estar muito atento para não somente entender a abordagem, mas sim entender como ela é utilizada em vários contextos. 
Os significados que o espaço físico da escola tem para os profissionais e alunos que nela convivem e como ele é usado, são aspectos a se compreender na visita escolar, de modo a entender de que forma as práticas educacionais se desenvolvem. A sala deve ser um espaço amplo onde caiba a maior gama de necessidades e significações do mundo ao seu redor, assim como os outros espaços da escola, os professores ali presentes devem oferecer um espaço de interlocução, que forneça reconhecimento ao aluno, para que este possa se sentir pertencente, acolhido e respeitado em sua subjetividade em relação à um grupo e à comunidade, estabelecendo relações afetivas. 
Os casos citados no texto mostram que diversos aspectos só podem ser averiguados através da visita escolar, ampliando a visão e a compreensão do psicólogo em relação à criança e seus pais. A visita escolar propicia observar peculiaridades específicas, mas sempre há algo em comum, pois há um mundo comum a todos, possível através da intersubjetividade dos seres humanos, que coexistem uns com os outros no mesmo mundo.

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