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Universidade Federal do Maranhão – UFMA Centro de Ciências Sociais Saúde e Tecnologia – CCSST Curso: Engenharia de Alimentos Disciplina: Tecnologia de Fermentações e Enzimologia Professor (a): Adriana Crispim Alunos (as): Ana Beatriz Nunes; Déborah Lopes; Jacivan Viana; Jayson Cabral; Taís Morais. Experimento 2 - Fermentação de Vegetais - Picles IMPERATRIZ - MA 2021 1 - INTRODUÇÃO Desde épocas remotas sabe-se que o homem tenta prolongar o período de conservação dos alimentos para seu consumo. Atualmente, os principais meios de conservação de alimentos empregados nas indústrias são: conservação pelo calor, por radiações, pelo frio, por secagem, por adição de aditivos, por fermentação, por osmose, por embalagens entre outros (EVANGELISTA, 2003). Os picles são preparados com vegetais in natura ou submetidos à fermentação lática, o líquido de cobertura pode ser a salmoura que é normalmente utilizada para vegetais fermentados, soluções diluídas de vinagre, ácido acético ou ácido cítrico, podendo conter especiarias. Devido aos custos de produção a maioria das indústrias especializadas na fabricação de picles utiliza o processo em que praticamente nenhum tipo de fermentação se desenvolve (SILVEIRA et al., 2007). No caso de conservas, a acidificação é uma medida importante que contribui para a segurança da saúde do consumidor. A acidificação pode ser feita pela adição direta de ácido e possui vantagens como: permitir a esterilização simples (a temperatura de ebulição da água), reduzir ou evitar descolorações, preservar a textura do produto, além de melhorar o sabor (OETTERER; REGITANO D’ARCE; SPOTO, 2006). A elaboração de produtos, como minimamente processados, conservas ou molho a base de vegetais orgânicos, tem contribuído para agregar valor ao produto, aumentar a competitividade e promover a geração de renda de pequenos produtores (MELO et al., 2012). 2 - OBJETIVOS Desenvolvimento de Picles em conserva a partir de beterraba. 3- MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Materiais 3.1.1 Ingredientes ❖ 3 beterrabas médias; ❖ Vinagre; ❖ Orégano; ❖ Folha de louro; ❖ Pimenta do reino; ❖ Sal; ❖ Açúcar; ❖ Alho; ❖ Água fria, fervida. 3.1.2 Utensílios ❖ Pote de vidro com tampa; ❖ Faca; ❖ Tábua de cortar legumes; ❖ Escorredor de macarrão; ❖ Vasilha de vidro; ❖ Copo medidor; ❖ Panelas; ❖ Descascador de legumes. 3.2 Métodos O pote, tampa e utensílios foram lavados com detergente e enxaguados bem, o pote e a tampa foram levados à fervura em uma panela com água, o pote por 30 minutos e a tampa por 10 minutos. Os utensílios plásticos foram colocados de molho em uma solução clorada a 200 ppm por 20 minutos. As beterrabas foram lavadas em água corrente com bucha e detergente, colocadas de molho em solução clorada a 50 ppm por 10 minutos e enxaguadas, posteriormente elas foram descascadas e cortadas em tiras. Com as beterrabas cortadas foi feito o branqueamento, que consistiu no pré-cozimento em água das beterrabas por 3 minutos e posterior resfriamento rápido em água gelada por também 3 minutos, em seguida elas foram colocadas para escorrer em um escorredor de macarrão. Foi feito o preparo da calda utilizando 2 xícaras de água, 2 xícaras de vinagre branco, 1 colher de sal, 3 colheres de açúcar e orégano, pimenta do reino, folha de louro e alho a gosto. Foi colocado em uma panela a água, sal e açúcar e levou-se ao fogo, os outros ingredientes foram adicionados e ferveu-se a calda por 3 minutos. Foi feita o acondicionamento no pote, primeiro foi colocado um pouco da calda no fundo e adicionou-se as beterrabas branqueadas de forma organizada, posteriormente foi completado o volume do pote com a calda ainda quente, tendo o cuidado da calda ficar 1cm acima da hortaliça e 1 cm abaixo da borda do pote, foi feito o fechamento deste com a tampa metálica e por fim, foi feito o tratamento térmico, que consiste na fervura do pote fechado em água por 15 minutos e houve posterior resfriamento em água morna, mistura de água fria e água quente, até este estiver com temperatura próxima a 40°C. O pote foi armazenado em local seco e ventilado a temperatura ambiente por 2 dias e depois levado ao resfriamento. 4- RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Imagem 01 é possível observar o processo de higienização e pasteurização dos utensílios utilizados. O processo tem como objetivo impedir a contaminação por microorganismo para assim se obter um produto de qualidade e microbiologicamente seguro. Imagem 01: Higienização e pasteurização dos vidros, tampas e utensílios. Pote de vidro utilizado (a); Pote durante processo de fervura (b); Utensílios submersos em solução clorada Fonte: Autoria própria, 2021. Já na Imagem 02 é exposto a preparação da matéria-prima, iniciado pela imersão em solução clorada por 10 minutos (Imagem 02-a), a posteriori foi feito o enxágue em água corrente e imersão em água pura por mais 10 minutos. Na Imagem 02-b já são apresentados os vegetais cortados em palitos. É importante mencionar que para elaboração de picles, é possível utilizar diferentes tipos de vegetais, entretanto, nesse caso o vegetal escolhido foi a beterraba, por ser a mais acessível no momento Imagem 02: Higienização e preparo da matéria-prima. Beterrabas submersas em solução clorada (a); Beterrabas cortadas (b). Fonte: Autoria própria, 2021. Já o processo de branqueamento é bastante utilizado em vegetais com a finalidade de amaciar, fixar e realçar a cor, eliminar o ar contido dentro e inativar as enzimas que poderiam acelerar a deterioração do produto. Desse modo, na Imagem 03 é mostrada a realização do branqueamento nas beterrabas usadas na elaboração do picles. E na Imagem 04 as beterrabas escorrendo após o fim do processo. Imagem 03: Beterrabas sob fervura (a); (b) Beterrabas imersas em água fria. Fonte: Autoria própria, 2021. Imagem 04: Beterrabas após o processo de branqueamento. Fonte: Autoria própria, 2021. Abaixo é apresentado como se sucedeu a etapa de elaboração da calda usada no picles (Imagem 05). Um dos ingredientes mais importante é o vinagre que age como conservante e permite uma melhor aparência do produto final. Além dele foram acrescentados os demais ingredientes necessários (açúcar, sal e água) e levados à fervura por 3 minutos (Imagem 05-b). Nesse caso, foram adicionados também condimentos, que servem para melhorar o sabor e aroma do produtos, nesse caso os escolhidos foram pimenta, alho, folhas de louro e orégano, além de ser os de agrado dos elaboradores, era o mais acessível no momento, eles foram adicionados junto aos demais ingredientes para ferver ((Imagem 05-c). Imagem 05: Processo de elaboração da calda. Vinagre e copo medidor (a); Vinagre, água, sal e açúcar sob fervura (b); Calda após adição dos condimentos (c). Fonte: Autoria própria, 2021. Já na Imagem 06, é possível visualizar o picles já envasado no pote e pronto para posterior etapa de tratamento térmico, conforme mostrado na Imagem 07. A etapa de envase é bastante importante para obtenção de um produto com a aparência agradável ao consumidor, como é mostrado nas imagens abaixo é possível observar que a aparência se mostrou bastante satisfatória. As bolhas de ar existentes entre os vegetais ou na própria calda favorecem o crescimento dos microrganismos existentes no interior do vidro. Desse modo, foi necessário atenção nessa etapa, e as poucas bolhas que surgiram foram retiradas do o auxílio de uma faca. Imagem 06: Picles acondicionado em pote de vidro. Fonte: Autoria própria, 2021. Imagem 07: Etapa de tratamento térmico do pote com picles. Fonte: Autoria própria, 2021. Por fim, na Imagem 08 pode-se analisar a aparência final do produto. O mesmo foi armazenado em ambiente seco eventilado, para evitar alterações. Como a temperatura ambiente é um pouco elevada, o produto foi mantido à temperatura ambiente por 2 dias e levado à geladeira por mais 1 semana antes do consumo. O resultado foi um produto com aspecto firme, sem sedimento, com líquido rosado (devido a cor da beterraba) e o sabor ácido característico do produto. Não foi observado pontos ou camadas esbranquiçadas. Imagem 08: Picles armazenado após processo de resfriamento. Fonte: Autoria própria, 2021. 5 - CONCLUSÃO Os resultados obtidos foram considerados satisfatórios, uma vez que, todo o processo de produção seguiu as orientações e recomendações existentes na legislação e no roteiro indicado para realização da prática. O produto final atendeu, em relação às características aos produtos comercializados e também aspectos sensoriais, ao que é exigido para picles, evidenciando a possibilidade de realizar em escala industrial a produção de picles à base de beterraba. REFERÊNCIAS EVANGELISTA, J. Tecnologia de Alimentos. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2003. RAUPP, D.S.; GARDINGO, J.R.; MORENO, L.R.; HOFFMAN, P.M.; MATIELLO, R. R.; SILVEIRA, A.J.; RODRIGUES, M.X.; LEAL, E.S.; JÚNIOR, G.S. Avaliação de acidez, pH e teor de NaCl em picles de pepinos artesanais. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa- PR, v.2, n.1, 2007. OETTERER, M.; REGITANO D’ARCE, M. A. B.; SPOTO, M. H. F. Fundamentos de Ciência e Tecnologia de Alimentos. Barueri-SP: Manole, 2006. MELO, J. M. M. C.; GUILHOME, P. D.; NASCIMENTO; K. O.; BARBOSA JR, J. L.; BARBOSA, M. I. M. J. Aspectos microbiológicos e informação nutricional de molho de tomate orgânico oriundo da agricultura familiar. Brazilian Journal of Food Technology, Campinas, v.15, n. spe, 2012
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