Prévia do material em texto
1 Luana Mattos – Medicina XLII 27/09/21 – AULA 7 – PROF BIA – BiIACS@GMAIL.COM OSTEOPOROSE Tecido ósseo – conceitos Tecido ósseo é dinâmico: é reabsorvido e formado. o Nada acontece separado no osso, uma parte está sendo formada e outra reabsorvida ao mesmo tempo. Reabsorção: fase de desgaste do osso. A cél hematopoiética, precursora do tecido ósseo, e o osteoclasto ‘comem’ o osso. Na matriz hematopoiética temos osteoblasto, osteoclácitos e osteócitos (que são as céls que ficam parada na matriz). Osteócitos o Derivados dos osteoblastos. o Via de sinalização WNT: relacionada com o osteócito. O osso em repouso, o osteócito produz esclerostina que bloqueia a WNT, que por sua vez não ativa o osteoblasto. A via do WNT ativa o osteoclasto. o Esclerostina = impede osteoblastos. Osteoblasto o 5% do tecido ósseo, pouca parte em formação. o Toda vez que o osteócito sofre uma deformação, para de produzir esclerostina e ativa a via da WNT, que ativa osteoblastos. Machucado = deforma osteócito = WNT ativa osteoblastos = forma osso novo pra eu me recuperar. Osteoclastos o 1-2%: pq não vamos ficar ‘comendo’ osso pro resto da vida. o Funcionam por outra via. o Ao produzir osteoblastos, na sua superfície tem duas perninhas, o RANK ligante (RANKL) e a matriz. O osteoclasto ativado se liga com o RANKL. o Pro osteoclasto funcionar, quando eu quero que meu osso se renove, é preciso ligar RANK do osteoclasto ao RANKL do osteoblasto, ativando o osteoblasto. o Osteoprotegerina (OPG): protege o osso, não consegue ligar RANK-RANKL, onde era pra ocorrer a ligação a OPG ocupa o lugar. o O estrogênio inibe a via de ativação do osteoclasto, impedindo ligação RANK-RANKL. Menopausa: diminuição do estrogênio – via OPG perdida – maior chance de osteoporose, já que ‘posso ativar quantos osteoclastos que eu quiser’. Fases ósseas Orgânica o Formada por colágeno, da flexibilidade ao osso. o Permite que o osso deforme e volte ao lugar. o O osso não é só cálcio! É colágeno também! Inorgânica o Responsável pela dureza e resistência. o Compostas por cristais de hidroxiapatita de cálcio. Fisiologia óssea O osso é um tecido metabolicamente ativo. Sendo que o processo de remodelação óssea consiste em quatro fases: ativação, reabsorção, reversão e formação. As duas principais células envolvidas na reabsorção são os osteoclastos e os osteoblastos. Os osteoclastos tem função de digerir a matriz óssea e dissolver o osso, sendo os principais responsáveis pela reabsorção óssea. O efeito primário do estrógeno sobre o osso é inibir o recrutamento de osteoclastos. Já os osteoblastos tem função de produzir matriz óssea, ou seja, formam o osso. O principal estimulador da formação e produção de osteoclastos é uma proteína chamada RANKL, sendo que os osteoblastos produzem essa proteína que vai produzir o RANKL. Além disso, os osteoblastos também produzem OPG, isso pq os osteoblastos tem receptores para o hormônio paratireoidano (PTH) e quando o PTH se liga a esse receptor, induz os osteoblastos a secretarem a osteoprotegerina (OPG). Tipos ósseos Trabecular ou esponjoso o 20%. o Onde encontro esse tipo de osso? Epífise dos ossos longos, esqueleto axial e ossos planos. o Tipo de osso relacionado ao cálcio. o Relacionado a função metabólica, logo, mais relacionado ao estrogênio. Grande influencia do estrogênio. Exame na menopausa: locais com osso esponjoso estarão mais acometidos que os corticais. ◊ A mulher inicia sua perda de osso trabecular a partir dos 30 anos e perde até 50% do osso trabecular e 30% do cortical. o Encontrado na parte interna dos ossos. Fornece suprimento inicial nos estados de deficiência mineral e por ser metabolicamente mais ativo, é perdido de maneira mais intensa e mais rápida na menopausa e no hipogonadismo. o A perda óssea trabecular geralmente PRECEDE as fraturas de fêmur. 2 Luana Mattos – Medicina XLII Cortical ou compacto o Onde encontro esse tipo de osso? Diáfise dos ossos longos e superfície dos ossos planos. o Função mecânica e protetiva. Onde está cada tipo de osso na densitometria? - Densitometria: foto do osso naquele momento. o Coluna lombar: esponjoso. Menopausa: bastante acometimento da coluna lombar. E de Esponjoso e Estrogênio. o Colo do fêmur: esponjoso = cortical. o Fêmur total: cortical > esponjoso. o Antebraço: cortical. Osteoporose Definição: osso perde massa, diminui de tamanho e se desorganiza nas suas células e suas fases, logo, é um osso mais enfraquecido, frágil e não resistente. Pensei em osteoporose = pensei em risco de fratura. Resistência óssea o Microscópico: reabsorção, repouso e formação. Relacionado com mineralização, remodelamento ósseo, microfraturas, arquitetura. A osteoporose primaria é causada pela menopausa e envelhecimento. A osteoporose secundaria é causada pelo uso de medicações ou condições mórbidas que geram perda de massa óssea. a) Epidemiologia Alta prevalência: mulheres e idosos. Alto impacto econômico. Alta morbimortalidade: incapacidade, diminuição da sobrevida (fisioterapia, próteses, inernações). o Fratura de fêmur é grave, mas não é sinônimo de morte. b) Fisiopatologia Maior formação de osso/Pico de massa óssea: até 30 anos. o Importância de alimentação com cálcio até os 30 anos. o Cobrar ingesta de alimentos ricos em derivados do cálcio. Menopausa: aumento da ativação dos osteoclastos ⇢ aumento da reabsorção óssea. o Perda da proteção do OPG, que tem função de impedir a ligação do osteoblasto ao osteoclasto, por isso há aumento da atividade do osteoclasto. Perda óssea própria do envelhecimento: diminui formação óssea. Causas secundárias: ex – doença celíaca (absorve menos cálcio). c) Osteoporose pós-menopausa (primária) Ocorre após os 45 anos ou 10 anos após menopausa. Deficiência de estrogênio no osso trabecular/esponjoso. O osteoblasto, fica com seu RANKL mais exposto e com isso os osteoclastos conseguem se ligar mais e reabsorver mais. Outras coisas que acontecem: o Elevação relação RANKL/OPG: favorece a formação de osteoclastos (osteoclastogenese) e consequentemente aumenta a reabsorção óssea. o Reduz produção de 1,25-diihidroxivitamina D ou reduz receptores intestinais da vitamina D, resultando em menor absorção de cálcio causando perda óssea. d) Osteoporose senil (primária) Comum em mulheres e homens após os 70 anos. Não tem relação hormonal. Mecanismo: Pct absorve menos cálcio, produz menos vitamina D, rim que não ativa tão bem a vitamina D. Maior reabsorção e menor formação óssea. Dependemos da função do rim pra transformar vit D em ativa e dai ela consegue absorver o cálcio. Ocorre diminuição na capacidade do rim de produzir a 1,25(OH)2D3 (que é a forma mais ativa da vitamina D). A deficiência de vitamina D3 resulta em menor absorção intestinal de cálcio, levando ao aumento de PTH e, por consequência, aumento da REABSORÇÃO óssea. Hiperparatireoidismo secundário o No hiperpara secundário ocorre ⇢ Aumento de PTH ⇢aumento de reabsorção óssea. Quanto PTH é baixo (normal): trabalha em conjunto com osso, controlando-o. e) Causas secundárias Ocorre aumento da reabsorção e/ou diminuição da formação óssea. Causa mais comum: uso crônico de glicocorticoides (GC). Suspeitar: o Idade compatível; Se pct tem risco aumentado e fraturas, mas é compatível com a idade dele? 3 Luana Mattos – Medicina XLII o Evolução rápida (pct aparece com osteoporose em pouco tempo); o Quadros graves, de múltiplas fraturas; o Estigmas de outras patologias. o Z-score menor ou igual 1. Densitometria: compara com jovem. Na densitometria existe outro dado, que é o Z- score, que compara opct com alguém da mesma idade que ele. o Ocorre em 20% das mulheres e 40% dos homens. Osteoporose é incomum em homens, sempre procurar por causas secundárias. o Causas secundárias: Neoplasias: principalmente mieloma múltiplo. Doenças endócrinas: principalmente hipogonadismo, hiperparatireoidismo e tireotoxicose. Disabsorções: doença celíaca e cirurgia bariátrica (repor ferro, B12 e cálcio). Doenças crônicas: artrite reumatoide – uso intenso de corticoides (corticoide crônico). Drogas: ◊ Uso de T3 era usado para emagrecimento, mas emagrecem às custas de osso, ou seja, não perdeu gordura, mas sim osso. ◊ Anticonvulsivante, anticoagulante. f) Osteoporose idiopática Rara. Pcts com história familiar. Costuma afetar pcts jovens. o Idade média de 35 anos. Prevalência igual entre homens e mulheres. Afeta principalmente osso trabecular/esponjoso. Caracterizada por fraturas múltiplas. Diagnosticado por especialista. g) Osteoporose juvenil idiopática Melhora após puberdade. Relacionada com fraturas vertebrais. Fratura de fragilidade Queda da própria altura ou acontece com traumas mínimos. o Espontânea ou resultado de um trauma mínimo, que seria insuficiente para fraturar um osso normal. Pct geralmente sente dor há muito tempo e não sabe quando fraturou. Onde estão as fraturas de fragilidade? Vértebra, fêmur proximal (quadril), antebraço distal e úmero proximal. Indicam alto risco. FRAX ®: indica a chance de fraturas em 10 anos, indicando se devemos pedir densitometria ou já começar o tratamento. Cálculo da probabilidade para pcts sem tratamento. Feita para decidir qual é o pct que vai ou não fazer densitometria e qual já tem indicação pra ser tratado mesmo sem densitometria. o Avalia risco de fratura comparado com pessoas da mesma idade e mesmo sexo. o Influenciado por: País; Idade: entre 40-90 anos; Sexo; Peso (IMC baixo aumenta risco de osteoporose pq tem menor massa óssea); Fratura de fragilidade previa (mesmo vertebral sem clínica); Fratura de quadril em parente de primeiro grau; Fumo atual; Uso de corticoide crônico; Artrite reumatoide; Menopausa precoce; Osteoporose secundaria; Etilismo; DMO do colo do fêmur (DMO é vista na densitometria) – critério opcional. o Brasil: baseado na estratégia NOGG. Dependendo da idade do pct é tolerada uma porcentagem diferente. A partir do médio risco/amarelo já é indicado pedir densitometria. Alto risco/vermelho: indicado tratar, mesmo sem densitometria. Pct com densitometria previa: dividio entre tratar e não tratar, some a faixa amarela. o Zona vermelha: alta probabilidade de fratura nos próximos 10 anos. o Zona verde: baixo risco de fratura. Terapeutica medicamentosa não indicada. o Uso do FRAX Bom: indicado pra pcts que ainda não fizeram tratamento; Ruim: ◊ Só leva em conta tabagismo atual. ◊ Não considera quantidade de glicocorticoide, se é alto ou baixo. ◊ Não considera fraturas anteriores. ◊ Não contempla quedas passadas e DM2; 4 Luana Mattos – Medicina XLII ◊ Não é indicado pra pré-menopausa (que ainda menstrua); TBS: vê a microarquitetura do osso. Score T-score: compara com jovens. o T-score – 0: media igual da população. o T-score a cada -1 DP: aumenta risco de fratura de 2 a 3x. Cada vez que caio UM PONTO, aumenta de 2 a 3x o risco de fratura. Comparando a minha densidade com adulto jovens, vai estar muito NEGATIVO e pior o meu prognóstico. Z-score: compara com a mesma idade/sexo. o Usado em pcts < 50 anos ou pré-menopausa. o Muito divergente: pensar em causas secundárias, já que eu me comparo com alguém da mesma idade. T-score em homens e mulheres maior igual 50 anos ou mulheres pós-menopausa. o 2,5 +: fratura de fragilidade Diferença entre uma vertebra e outra deve ser no máximo de 1 ponto! L1-L4 é a soma de todas as vértebras. Formações ósseas novas são adicionadas ao valor. Não pode avaliar uma vertebra só isolada. Absorciometria de dupla emissão de RX (DXA) Cruzamento de duas energias que forma uma imagem, permite ver a diferença de densidade entre os ossos. Baixa radiação: pode pedir sempre que precisar. Sítios vistos na densitometria óssea: o Normalmente vem coluna e fêmur. o Rádio: principalmente cortical, por isso não é muito pedido. o Lombar: pega de L1-L4. o Quadril: pega fêmur total proximal e colo do fêmur. Posicionamento do quadril o Eixo alinhado. o Pct deve encostar os pés pelos dedões, ‘abrindo o quadril’. o Pequeno trocânter escondido pela rotação interna. o Ângulo entre fêmur e ísquio permitindo encaixe do ROI. Posicionamento da coluna lombar o Bem centralizada, com todos os processos espinhosos retificados. o Ver topo da crista ilíaca, 1/3 de T1 e última costela. a) Critérios diagnósticos da DXA Densitometria de pct jovem: analisar o Z-score. Densitometria é recomendada só a partir dos 30 anos. Classificações SLIDE o No jovem – não existe osteoporose/osteopenia. < -2: baixa massa óssea. > 2: normal. b) Cuidados na interpretação da DXA Densito serve pra acompanhamento da osteoporose. O indicado é fazer densitometria: o Tempo mínimo de 1 ano entre os exames; o Mesmo aparelho; o Mesmo membro. Superestimam a perda (dão falsa impressão de osteoporose pq dá resultado MAIS negativo): o Lesões líticas, geralmente por metástase. DXA Boa acurácia, boa precisão. Padrão ouro. VFA: fazer RX da coluna quando o pct já for deitar pra fazer outro RX. Identifica lesões ocultas. Ruim: o Foto bidimensional,não ve microarquitetura, diferente do TBS. o Não distingue osso cortical e trabecular, quem faz isso somos nós. o É quantitativa. Qualitativa ve microarquitetura. o Depende de 1 ano para reavaliação. Exceto: uso de glicocorticoides. o Depende do operador e do pct. Indicações de densitometria: o Pelo FRAX. o Mulheres > 65 anos e homens > 70 anos. o Fatores de risco: baixo peso, fratura previa, uso de mediação de alto risco, doença ou condição associada à perda óssea. o Monitoramento. Fratura vertebral Perdeu altura ou dor na coluna: FAZER IMAGEM DA COLUNA. Indica o risco de fraturas futuras. Tipo mais comum de fratura por osteoporose, principalmente entre região torácica baixa e lombar alta. Solicita-se VFA para áreas mais afetadas. RX é padrão ouro! Exames laboratoriais Hemograma, VHS, PCR o VHS/PCR: artrite reumatoide. 5 Luana Mattos – Medicina XLII Função renal: se está ativando bem a vitamina D e se consegue absorver bem o cálcio. Creatinina, ureia, AST, ALT, GGT. Fosforo, magnésio, PTH, vitamina D (25 OH vit D). Dosagem de cálcio sérico: é o último a alterar. O cálcio do sangue é quem equilibra as células, e o cálcio do osso é retirado e mandado pro sangue justamente pra manter o equilíbrio nas células. Vitamina D: deve ser maior ou igual a 30 em pcts com osteoporose. FAL (fosfatase alcalina): marcador de atividade óssea. o Tumor: aumenta FAL. o Cuidado: composta por duas porções, hepática e óssea. Se vier alta, deve ser identificada qual fração está aumentada. Se suspeita de fração hepática aumentada, pode ser pedido ALT, AST, corroborando com alterações hepáticas. A fração óssea corresponde a 30%. Urina simples Calciúria/24h: valor adequado 2-4 mg/kg. o Guarda xixi num potinho por 24h e depois é medido o cálcio. o Feita em pcts com cirurgia bariátrica, ingesta alta de sódio e/ou tem pouca ingesta de cálcio. o Calciuria aumentada: come muito cálcio ou joga muito cálcio fora: Fazer relação cálcio/creatinina ⇢ jejum de 8h ⇢ se normalizar indica que esse excesso de cálcio vem da dieta. Se não melhorar com jejum, avaliar junto com sódio. Creatinúria/24h: recomendado fazer junto com calciúria. Glicemia e glicada. TSH. Testosterona total e SHBG em homens. Marcadores de turnover ósseo CTX: marcador de reabsorção óssea. o Uso de medicamentos que trava o osteoclasto, ele não consegue fazer reabsorção óssea, logo o CTX vem diminuído. PNP1: marcador de formação óssea. o Uso de medicamentos anabólicos aumentam PNP1. Tratamento não farmacológico Primeiro afastar fatores de risco como tabagismo, etilismo, falta de atividade física. o Começar com MEV, ingesta de cálcio e atividade física. Atividade física para pct com osteoporose: de resistência e de equilíbrio, como pilates, já que precisa ter um ponto de compressão sobre o osso para deformar e reativar a cascata óssea. Exercícios de muito impacto podem gerar fraturas. o Evitar excesso de sal e otimizar proteínas. Prevenção de quedas o > 1 queda em 6 meses é considerada fator de risco (muito comum). o Adequar casa: iluminação adequada, altura dos assentos entre 45 e 50 cm, braço nas cadeiras, barras de apoio, corrimões na escada, cuidado com tapetes, ponta dos moveis arredondadas, pisos de madeira ou manta vinílica (menor impacto – absorvem maior impacto da queda), uso de sandália + meia. Tratamentos farmacológicos (Não esquentar cabeça com remédios e doses) Objetivo: diminuir risco de FRATURA, não de queda. o Fratura não vertebral: cálcio + vit D. o Fratura de quadril: cálcio + vit D. o Fratura vertebral: intensificar cálcio + vit D. Na dieta deve ter pelo menos 1200mg/dia de cálcio. o Alimentos ricos em cálcio: buscar na tabela ABRASSO. o Estratégias para aumentar cálcio: enriquecer leites, iogurtes e queijos com cálcio. o Pcts que não atingem meta de cálcio com dieta: suplemento de cálcio. Coloca algo que falta na dieta, não adianta dar suplemento se já come 1200 mg/dia de cálcio. Suplemento costuma dar constipação intestinal, além de ser mais um medicamento pra tomar. a) Suplementação de cálcio - Opções carbonato ou citrato Carbonato: o Tomado próximo às refeições pq requer acidez gástrica. o Ideal iniciar no jantar ⇢ não no café da manhã, já costuma ser o período com maior ingesta de derivados do cálcio. o PTH liberado com maior intensidade à noite. PTH é o hormônio ‘maestro do cálcio’. o Máximo 1g/refeição (limiar de absorção). Citrato: o Qualquer horário, independente da acidez gástrica. o Preferência de tomar no início de noite. o Quantidade de cálcio menor no citrato que no carbonato. 6 Luana Mattos – Medicina XLII o Menor risco de litíase renal. Existe a opção citrato + carbonato + vit D: não significa que precisa tomar todos juntos. É só pra facilitar. OBS: relação com nefrolitiase e pedras nos rins. o Citrato tem menor relação, mas precisa ainda de cuidado. b) Vitamina D 10-15 min de exposição solar/dia é suficiente, sem protetor solar e sem barreiras. Suplementação pode ser diária ou semanal. o Manutenção: de 7.000 a 14.000 UI. Doses altas/de ataque (ex: 50.000 UI/semana): casos que a vit D está muito baixa. O uso de vitamina D em altas doses pode fazer hipercalcemia. Vitamina D baixa ⇢ ↓ Cálcio ⇢ ↑ PTH ⇢ se der ataque para esse pct pode causar hipercalcemia. c) Bisfosfonatos Classe: antirreabsortivo. Características: o Alta afinidade pelo osso esponjoso, já que é bem vascularizado. o Permanece muito tempo dentro do osso. o Exemplos: alendronato (rede pública, VO) e injetáveis (ácido zoledrônico). Indicação dos injetáveis: pós-menopausa, homens e glicocorticoides (GC). Alendronato: é capturado pelo osteoclasto e quando o Alendronato cai dentro do osteoclasto ele explode, com isso ele cai novamente no tecido ósseo e outro osteoclasto capta o Alendronato, explode e libera novamente. Por isso dizemos que ‘fica anos’, já que fica toda hora se recuperando e liberando. o Previne fratura não vertebral, vertebral e de quadril. o Dose: 1 comprimido VO/semana. Como usar? o Em jejum, de 30 min à 1h antes do café da manha, com um copo de água cheio e o pct deve se manter em pé ou sentado durante 30 min. Contraindicação: o Doença renal crônica grave; o Hipocalcemia: os bisfosfonatos atuam ‘comendo’ e matando osteoclastos e consomem o cálcio que está sobrando. Em um pct que já tem níveis baixos de cálcio, abaixa mais ainda a quantidade de cálcio. Investigar se tem hipoparatireoidismo associado à hipocalcemia. o Aumento de PTH o Questões gastrintestinais (refluxo intenso): pode levar até esofagite, já que volta o medicamento pela garganta queimando. Efeitos colaterais o Hipocalcemia; o Dores musculares; o Fenômenos oculares; o Osteonecrose de mandíbula: ferida na mandíbula ou maxila que não cicatriza por mais de 8 semanas. Poe ser espontânea ou aparecer após procedimentos dentários. Implante dentário: não pode usar bifosfonato. Mas assim, mesmo se suspender o bisfosfonato para fazer o implante, ele permanece no osso por vários anos. Logo, faz mais sentido ir ao dentista antes de iniciar o bisfosfonato. Muito raro. Mais comum na oncologia pelas altas doses para tto de câncer. o Fratura atípica de fêmur Relacionada ao uso prolongado de bisfosfonatos. Pródromos: dor intensa seguida de fratura. ‘Fratura que avisa que vai acontecer’. RM: espessamento medular. RX: fratura transversal completa, chega à lateral e forma espícula e calo ósseo. Fratura inicia na lateral. o Injetáveis tem maior efeito colateral e causam falsa gripe (flu-like), mas que é autolimitada. d) Prolia®/Desnosumabe Vantagens: o Subcutâneo, o próprio pct pode aplicar. o Aplicação semestral. o Seguro pra disfunção renal. o Previne todos os tipos de fratura. Mecanismo: se liga ao RANKL do osteoblasto, então o osteoclasto não consegue se ligar e atua como o OPG e faz proteção. 7 Luana Mattos – Medicina XLII Desvantagens: o Efeito rebote: RANKL podem ficar todos ocupados, osteoclastos ‘de férias’ e são ativados. Se atrasar o Denosumabe os osteoclastos vão se ligar desesperadamente aos RANKL e passam a comer o osso. o O pct NÃO pode atrasar a aplicação. Mesmos efeitos colaterais dos bisfosfonatos. e) Análogo recombinante do PTH 1-34 – Teriparatide (Forteo®) Classe: anabólico. Imita o paratormônio (PTH), que tem a função de fazer o osso crescer e é anabólico, começando a formar osso novo. Mecanismo de ação: atua no receptor do PTH, que está presente nos osteoblastos e osteócitos. Os osteoCLASTOS não tem receptor de PTH, por isso não está relacionado a aumentar a reabsorção Prescrito em osteoporoses graves ou quando uso de reabsortivos não deu certo ou não esta indicado. o Quando T-score < -3,5. Estudos: o Não tem benefício para colo de fêmur. Significa que é ruim para colo de fêmur? NÃO. Significa que não tem efeito nenhum, nem pra melhor nem pra pior. o Prevenção para fraturas vertebrais e não vertebrais. Posologia: 20 mcg/dia por via subcutânea por 18- 24 meses. Contraindicações o Risco de osteossarcoma: por ser anabólico vai aumentar a produção de osso. o Renais crônicos. o Pcts sem fechamento de epífise, principalmente em jovens. Sem efeito residual, diferente dos bisfosfonatos. Efeitos colaterais o Hipercalcemia: pq forma muito osso. o Hipercalciúria. Desvantagens: muito caro. Dou bisfosfonato antes do anabólico/análogo? Até posso dar, mas os osteoclastos ficarão bloqueados e para formar osso novo eu preciso que esses osteoclastos estejam funcionando. f) Moduladores seletivos do receptor de estrógeno Mecanismo de ação: ocupa os receptores de estrógeno do osso trabecular (coluna) e inibe a remodelação pelos osteoclastos. Metabolização hepática. Nunca é a primeira opção enem vai ser. Estrogênio está relacionado à OPG. Desvantagens: o Piora sintomas da menopausa. o Aumenta risco cardiovascular. o Usado em desespero. g) Tibolona e terapias de reposição hormonal (TRH) Não devem ser indicadas para tratamento de osteoporose. São usadas por ganhos secundários, ou seja, são usados primeiramente pra tratar outra condição, mas que acaba beneficiando a osteoporose do pct. h) Testosterona Indicação: o Hipogonadismo secundário: homem com testosterona baixa; o Risco intermediário de fraturas. Falência do tratamento Fratura durante o tratamento. Variação entre densitometrias com intervalo de um ano maior que 7%. Pct perde osso e não estou vendo. Osteoporose induzida por glicocorticoides (GC) > 10% dos pcts que usam GC evoluem com fraturas. Risco de fratura proporcional ao tempo e dose usada de glicocorticoides. Corticoide aumenta ação do osteoclasto e diminui ação do osteoblasto, favorecendo intensamente a osteoporose. Estratificação do risco. Todo pct com uso de corticoide deve avaliar o risco de fratura! 8 Luana Mattos – Medicina XLII Perspectivas futuras Abaloparatida: análogo do PTH. Romosozumabe: o Pct inibe o gene da esclerostina, o osteócito não consegue produzir esclerostina para bloquear a WNT de ativar o osteoblasto, logo, o osteoblasto esta sempre ativado FORMANDO osso. AULA 7 PARTE 2 HIPERPARATIREOIDISMO Ações do PTH Age nos ossos: estimula osteoclastos a retirar cálcio do osso e mandar para o sangue Rim: transforma a vitamina D em vitamina ativa, que é o calcitriol. Provoca reabsorção de cálcio e excreção de fosfato pela urina. o Essa vitamina D3 age no intestino absorvendo cálcio. Em resumo: o PTH mantem e aumenta os níveis de cálcio no sangue e elimina o fosfato do sangue pela urina. O hiperparatireoidismo nada mais é que o aumento do PTH no nosso sangue. Tudo que vier em seguida será por efeito do aumento do PTH. É chamado de primário quando a doença começa NA GLANDULA paratireoide, aumentando os efeitos do PTH. O aumento de PTH costuma causar hipercalcemia pq muito cálcio é retirado do osso e jogado no sangue, aumento de vitamina D e redução nos níveis de fosfato, já que o PTH tira fosfato do sangue e manda pela urina, gerando fosfatúria. Já hiperparatireoidismo secundário é causado por alguma outra doença, como doenças renais, fazendo que o rim não produza mais vitamina D, aumentando o PTH em excesso (lembrando que uma das funções do PTH é estimular a produção e ativação da vitamina D nos rins, e por isso aumenta o PTH, na tentativa de compensar essa falta de vitamina D que está sendo causada por uma doença renal). Diferença do primário para o secundário: no 2ario, o rim começa a excretar muito cálcio na urina, gerando primeiro calciúria e depois HIPOCALCEMIA, diferente do 1ário, que tem hipercalcemia. No entanto, em alguns casos de hiperpara 2ario, o aumento de cálcio pode permanecer em níveis normais e não terá calciúria. Entretanto, o hiperparatireoidismo terciário acontece como uma COMPLICAÇÃO DO 2ário, que vaia aumentando os níveis de PTH, tirando o pct de uma normocalcemia e colocando em hipercalcemia. Isso pq: Esqueleto: reservatório de cálcio, fosforo e magnésio. Níveis normais de cálcio no sangue: de 8,8 a 10,4 mg/dL. (Aula começa aqui) METABOLISMO DO CÁLCIO Cálcio 1000g de cálcio no organismo: o 1% circulante: intra e extracelular (só 1% ta fora do nosso osso). Meio intracelular: mecanismo que impede que o cálcio se acumule dentro da célula por transporte ativo, evitando calcificação da Aumentou e normalizou = normocalcemia Deficiência de cálcio = hipocalcemia Continuou aumentando = hipercalcemia Oq eu preciso saber sobre essa aula? - Cobrar cálcio - Cobrar vitamina D - Sem densitometria ⇢ fazer FRAX 9 Luana Mattos – Medicina XLII célula e morte. Quantidade muito menor que no meio extracelular. Meio extracelular: sangue. o 99% compõe o osso, na forma de hidroxiapatita. Cálcio sérico total (CaT) o Mistura de vários cálcios. Fração ionizada (livre e ativa, relacionada à contração celular). Cálcio em maior quantidade. Ligado à albumina. ◊ Situações de hiperproteinemia: excesso de albumina, vai lá e pega o cálcio iônico e se liga à albumina, diminuindo cálcio iônico. ◊ Mecanismo de feedback: o cálcio iônico determina o feedback, se tem muita albumina puxando o cálcio, o iônico manda aumentar a produção de cálcio, por isso aumenta a produção de CaT. ◊ Por isso que NÃO SE DOSA CÁLCIO SEM DOSAR ALBUMINA! Ligado a outros complexos. o Exame de CaT total: buscar qual dos 3 cálcios está alterado. O que mais altera cálcio? o ‘Alcalow’: alcalose diminui cálcio iônico. Em alcalose, o sangue está favorecendo a ligação de cálcio com albumina. Em situação de acidose, ocorre ao contrário, então aumenta o cálcio iônico e diminui o ligado a albumina. o Formação de muitos complexos: o cálcio pode estar ligado a outros minerais, formando complexos. Ex: rabdomiólise libera fosfato, que se liga ao Ca. Interferentes de coleta o Garroteamento prolongado: altera dosagem de cálcio. o Desidratação: aumenta Ca. o Valores de referência diferentes dos usais. o Período inadequado de jejum. o Exame de cálcio alterado = sempre repetir. Homeostase do cálcio Da quantidade ingerida, 30% são absorvidos pelo duodeno e jejuno, o resto sai nas fezes. Do que é absorvido se distribui no meio extracelular, pode ir pro rim ou ir para o osso. A proporção de ingestão e eliminação de cálcio deve ser proporcional. O PTH é produzido pelas paratireoides e pode ser dosado. É uma proteína composta por 84 AAs, que só tem a porção ativa no começo dos AAs, do 1 a 34, chamado de PTH biodisponível. O pct renal tem dificuldade de jogar proteína fora, então fica acumulando um PTH que não funciona pq não tem aquele começo, dando alteração nos exames. O cálcio chega ao rim e se liga ao sensor receptor de cálcio. O receptor tem relação com proteína G inibitória. Muito cálcio ativando sensor receptor de cálcio, que por sua vez, inativa a produção de PTH. Isso pq o PTH puxa cálcio, então se já ta chegando cálcio pq eu vou ativar o PTH pra puxar mais cálcio ainda? Quando chega pouco cálcio, o sensor fica inativo/desocupado e o PTH é liberado o tempo inteiro. a) PTH e vitamina D Quando há pouca vit D, absorve pouco cálcio no intestino e por isso tem muito PTH sobrando. Se tiver com o PTH muito elevado e administrar vitamina D pro pct, ele começa a absorver o cálcio e fica com muito cálcio e muito PTH ativos, causando hipercalcemia. Toda vez que tenho pouca vitamina D, minha absorção de cálcio está muito baixa e por isso o PTH está aumentado. b) PTH e magnésio Hipomagnesemia ⇢ hipocalcemia, entenda: Quando o magnésio está baixo (hipomagnesemia), inibe o PTH. O magnésio atua fingindo que é o cálcio e ocupa o sensor receptor de cálcio no rim e diminui PTH, isso pq quando ele ocupa o receptor de cálcio, gera uma mensagem pro PTH de OQ DOSAR? Cálcio total e iônico Albumina pH do pct 10 Luana Mattos – Medicina XLII que não precisa mais de cálcio e por isso o PTH também diminui. (quem?) Ativa o osteoblasto. Em baixas concentrações, libera um pouquinho de PTH e abaixa, diminuindo a atividade do RKL, e por isso protege o osso. Em situações em que há aumento da quantidade de PTH: (1) Anabólico: libera um pouquinho e abaixa, contribui para formação óssea. (2) Catabólico: reabsorção óssea. Induz expressão de RANKL ativando osteoclasto. Hipercalcemia Na hipercalcemia, o normal é que o PTH esteja diminuído, já que chega muito cálcio nos sensores receptores,inativando a produção de PTH. Como eu já tenho MUITO cálcio, preciso inibir outras formas que me fazem ganhar cálcio, como: diminuir a ativação de vitamina D, diminuir a absorção de cálcio no intestino e tirar cálcio do osso e mandar para o sangue, para que assim o cálcio consiga ser eliminado pela urina e pelas fezes. Hipercalcemia ⇢ ↓ PTH Hipocalcemia Em situações de pouco cálcio, chega pouco cálcio nos sensores receptores de cálcio, aumentando a produção de PTH e com isso, o PTH começa a puxar cálcio do osso para jogar no sangue, diminui excreta, aumenta a ativação de vitamina D, já que por consequência vai absorver mais cálcio no intestino. Hipocalcemia ⇢ ↑ PTH Em geral, é preciso entender que os mesmos mecanismos são usados pra sair da hipercalcemia e hipocalcemia. Fatores que aumentam a absorção de cálcio: a) Absorção intestinal de cálcio b) Ativação da vitamina D c) Tirar cálcio do osso e mandar pro sangue Tira cálcio do osso pq ativa osteoclasto, que come o osso e cai cálcio na corrente sanguínea. “Dentro do clasto tem cálcio” O que muda na hiper e hipocalcemia é a REGULAÇÃO de cada um desses mecanismos. - Hipercalcemia: a) ↓ Absorção intestinal de cálcio b) ↓ Ativação da vitamina D c) Tirar cálcio do osso e mandar pro sangue ⇢ aumentar excretas ⇢ cálcio consegue sair do corpo diminuindo a hipercalcemia. - Hipocalcemia: a) ↑ Absorção intestinal de cálcio b) ↑ Ativação da vitamina D c) Tirar cálcio do osso e mandar pro sangue: hipocalcemia é a falta de cálcio NO SANGUE, então vou tirando do osso pra regular a ausência de cálcio que tem no sangue. Efeitos renais do PTH Exposição à luz solar penetra na nossa pele e sintetiza vitamina D, que por sua vez passa pelo fígado e é metabolizada (primeira metabolização é no fígado). Quando passa pelo rim, a vitamina D é ATIVADA por causa da enzima 1-alfa-hidroxilase renal, que é dependente do PTH renal, e torna-se vitamina D ativa, que é a que age no intestino absorvendo cálcio. O pct com problema renal, a enzima 1-alfa- hidroxilase renal não funciona e não consegue absorver vitamina D e por isso o pct recebe vitamina D ativa (calcitriol). Exame de vitamina D mede a vit D de estoque, que já passou pelo fígado. 11 Luana Mattos – Medicina XLII Vitamina D via oral: D3 Dosada: 25 vitamina D Ativa: 1,25 OH vitamina D ⇢ calcitriol (rim) - No rim: Proximal: local de maior reabsorção de cálcio e não tem muita relação com PTH. o Hiperpara: PTH mt aumentado ⇢ sem cálcio aumentado na urina ⇢ mecanismo de acumular cálcio é pelo PTH ⇢ porção distal é pouca absorção, o resto independe do PTH. o Cotransportador: puxa cálcio e sódio. Dieta rica em sódio: calciúria aumentada ⇢ muito cálcio pra jogar pra fora. Coletor: não reabsorve tanto, deixa o cálcio ir pra fora. Efeitos intestinais do PTH PTH age no rim, ativa vitamina D, que é responsável por absorver cálcio no intestino. Absorção passiva: altas quantidades de vitamina D, mesmo que não converta em ativa (em doenças renais), a metabolização local ainda ajuda um pouco na absorção de cálcio. HIPERPARATIREOIDISMO Hiperparatireoidismo primário Definição: secreção aumentada de PTH por uma ou mais paratireoide. Principal causa de aumento de cálcio. O que ocorre? Nosso corpo resolve por conta própria produzir mais PTH, temos o hiperparatireoidismo primário. O PTH é um hormônio que é desesperado para aumentar o cálcio no sangue. A vitamina D passa pelo fígado e vira 25- hidroxivitamina D (fração de estoque que é dosada no sangue). Essa vitamina D de estoque vai para o rim e é convertida em vitamina D ativa, que é a 1,25- dihidroxicolecalciferol ou calcitriol, já que sofre ação da 1-alfa-hidroxilase. A vitamina D ativa aumenta a absorção de cálcio no intestino e aumenta a reabsorção tubular de cálcio nos rins, além disso, aumenta PTH para tirar o cálcio do osso. QUAIS OS EFEITOS DO CALCITRIOL? 1. Aumenta absorção intestinal de cálcio e fosforo 2. Aumenta reabsorção tubular de cálcio nos rins ⇢ diminui excretas e perda renal de cálcio 3. Aumenta perda renal de fosforo 4. Aumenta PTH ⇢ tira cálcio do osso Eletrólitos e relação: o PTH aumentado; o Cálcio normal; Pq absorve mais cálcio no intestino, não joga tanto cálcio fora na urina e retirar o cálcio do osso pra manter os níveis normais na urina. o Fósforo baixo (sempre ao contrário do cálcio); o Calciúria alta. o CTX e FAL aumentados. 12 Luana Mattos – Medicina XLII Etiologias Adenoma o Causa mais comum de hiperparatireoidismo primário. o Causa mais comum de hipercalcemia ambulatorial. Causa mais comum de hipercalcemia hospitalar: neoplasia. o Acomete mais idosos, sexo feminino, acima de 45 anos. o São casos esporádicos e afeta só 1 glândula. o Sensor receptor de cálcio precisa de mais cálcio pra ser inativado e diminuir a produção de PTH. o Não é por mutação! É alteração no set point do sensor receptor. Situações familiares o Inicia com cálcio alto ⇢ olhar PTH do pct ⇢ se PTH alto = buscar por membros da família acometidos, se tem tumores endócrinos/hiperplasia de glândulas. Neoplasia endócrina múltipla (NEM) o Desconfiar em jovens, com hiperparatireoidismo e presença de história familiar de tumores endócrinos. o HF de hiperparatireoidismo + tumor endócrino (chance de ter mais de uma neoplasia e em mais de uma glândula). o Importante para prevenção. o NEM 2A: Outros cânceres endócrinos e depois hiperparatireoidismo. Principalmente em pcts jovens. Acometimento de mais de 1 glândula. Hipercalcemia hipocalciúrica familial o Sensor inativador não funciona direito: fica produzindo PTH em excesso. Por mais que chegue cálcio não consegue inativar e fica produzindo PTH por causa de uma mutação no SENSOR. o Hipocalciúria marcada: avaliar quanto de cálcio joga pra fora. o Pct hipercalcemia e PTH pouco discretos ⇢ pensar em hipercalcemia hipocalciúrica familiar (HHF) ⇢ avaliar quando de cálcio joga pra fora ⇢ se jogar pouco cálcio pra fora tem chances de ser HHF. o Não requer tto cirúrgico. Hiperparatireoidismo-tumor de mandíbula o Bem raro. o Adenoma de paratireoide + tumor na mandíbula (fibroma ossificante de mandíbula). o Pode ser caso familial. Investigar o resto da família pq provavelmente mais alguém deve ter. Sinais e sintomas Fraqueza muscular: principalmente proximal. Dor óssea. Constipação evoluindo até pancreatite: cálcio ocupa as células de contratura muscular do intestino e bloqueia, constipando. o Dar cálcio para pct ⇢ efeito adverso: constipação. Pedras no rim (frequentes). Doença óssea: osteíte fibrosa cística. o Estímulo exagerado de reabsorção óssea. o Muito PTH ⇢ muito osteoclasto ativado ⇢ muita reabsorção ⇢ osso é comido de forma desorganizada ⇢ ‘osso fica cheio de buracos’. PTH quer cálcio a qualquer custo, nem que tenha que tirar cálcio do osso. o Achados de imagem Dedo em ampulheta ◊ Comum no 2º e 3º dedos. ◊ Afinação no meio do dedo, característico de reabsorção. Crânio em sal e pimenta ◊ Retirada de focos de cálcio do crânio. ◊ DD: mieloma múltiplo. Cistos ósseos ou tumores marrons: começa a formar osso novo em cima do que foi comido e sai consertando tudo de forma desorganizada, formando um tumor. ◊ Parte mais escura, penetra mais raio X. Parte que o osso foi comido e em cima formou um osso não tão bom, pouco mineralizado. Coluna vertebral em camisa de Rugby: região central do osso rarefeita, está faltando osso, ou seja, osso cortical em déficit. ◊ Pct chega com PTH e cálcio altos, mas era pro PTH ter caído, então dizemos que o PTH está inapropriadamente elevado. 13 Luana Mattos – Medicina XLII Calcificaçõesvasculares. Distúrbios psiquiátricos. Achados laboratoriais no hiperpara primário Cálcio alto (total e iônico). PTH alto. Fósforo normal ou baixo. Marcadores ósseos aumentados: pouco PTH indo no osso para comer o clasto e liberar cálcio no sangue, tem muita fosfatase alcalina e CTX. Calciúria: normal ou alta. o As vezes tem tanto cálcio que vence e o PTH não da conta de reabsorver. O PTH deveria agir na ruina e não deixar o cálcio ir embora pela urina já que eu quero ter mais cálcio no sangue. Mas pode ser que já tenha tanto cálcio no sangue e tanto na urina, que satura, passa do limite e o cálcio sai em excesso pela urina = calciúria. o Ex: cálcio = 14 – tanto cálcio que o PTH não da conta de reabsorver. Absorção renal já cansaram de reabsorver e eliminam pela urina. Avaliar função renal, vitamina D, marcadores de reabsorção óssea. PTH relacionado ao osso cortical, ou seja, avaliar radio distal. Tbm é um pouco anabólico, ativa o clasto principalmente no osso cortical = osteoporose no radio distal. o Densito: alteração no radio distal. o HIPERPARA: PEDIR SEMPRE RADIO DISTAL. Imagem dos rins: o Busca ativa de lesões renais, nefrolitiase e nefrocalcinolise. Imagem das paratireoides: o NÃO. o A única função é se tiver indicação cirúrgica para orientar o cirurgião. o Não vai mudar o tto se descobir que a paratireoide está hiperplasiada. TTO cirúrgico quando? Nefrolitíase; Osteíte fibrosa cística; Hiperparatireoidismo assintomático, com uma ou mais condições: o CaT > 1mg/dl o Creatinina < 60 ml/min/1,73 m²; o Osteoporose grave com T-score < -2,5 na coluna lombar, fêmur e radio. o Idade < 50 anos – principalmente os mais jovens. o Fratura antiga de vértebras. o Hipercalciúria > 400 mg/dia + perfil bioquímico renal de pedras nos rins. o Crânio em sal e pimenta: para manter cálcio no sangue ta roubando do osso. Exame para guiar o cirurgião: o Cintilo – paratireoide brilha. Cirurgias: o Hiperplasia das 4: implantar papinha de paratireoide no braço do pct. Hiperpara normocalcêmico Vit D baixa; PTH alto PTH alto: não é pra sair fazendo reposição de vit D! Superabsorve o cálcio da dieta + PTH aumentado = aumento do cálcio sérico = hipercalcemia. o Melhor repor de maneira lenta do que causar hipercalcemia. o Vit D baixa = não absorve tão bem o cálcio, pode estar aumentando PTH para melhorar absorção de cálcio. Procurar por condições secundárias: além da deficiência de vit D, o pct pode ter outra condição associada, como doença celíaca. Ou seja, só faz hipercalcemia pq não absorve bem os nutrientes. 14 Luana Mattos – Medicina XLII Diagnósticos diferenciais Hiperpara secundário Pct com pouca vitamina D, cálcio normal ou baixo e secundariamente aumenta PTH. A segunda alteração é o PTH. Aumento do PTH é uma resposta a algum problema, não é a glândula que aumenta. Causas o DRC: aumenta muito PTH, que estimula as paratireoides e causa hiperparatireoidismo terciário. Uma das partes da glândula resolve ser autônoma e produz mais PTH independente do cálcio, ou seja, o problema volta pra glândula. Problema renal dificuldade de reabsorver cálcio + hiperplasia de glândula paratireoide o Primário: aumento de PTH ⇢ aumento de cálcio. o Hiperpara secundário ⇢ terciário o Estimulo causa hiperplasia de glândula e a torna autônoma, produzindo PTH independente dos níveis de cálcio. Hipercalcemia da malignidade 2ª forma mais comum de hipercalcemia. Quase ¼ das doenças malignas tem hipercalcemia. o Hipercalcemia: tumor na nossa cara, quadro avançado. Aumento da reabsorção óssea pelos osteoclastos. Tumor produz ‘cópia’ do PTH o Crânio em sal e pimenta no mieloma múltiplo: PTH aumentado vai tirando cálcio do osso, Hipocalcemia - Quadro clínico: Depende o Grau de hipocalcemia o Velocidade de instalação. Sinais clínicos sugestivos de tetania latente (não são exclusivos de hipocalcemia, mas sugere) o Sinal de Chvostek: espasmo da musculatura facial ipsilateral o Trousseau: manguito insuflado, pct faz flexão (mão de parteiro). Aumento de calcio Aumento de PTH HIPERPARATIREOIDISO PRIMARIO (PRINCIPAL) Hiperparatireoidismo TERCIARIO Diminuição de PTH NEOPLASIAS (Linfomas - produzem vitamina D, calcitriol, induxzem maior absorção de cacio) Tireootoxicose: quebra muito calcio Fármacos Ex: intoxicação d (Ca alto, Vit D alto, PTH MUITO BAIXO)e vitamina D Oq eu preciso saber sobre essa aula? - Tratar a hipercalcemia mas buscar a doença que está causando - Cálcio alto -> investigar PTH - Interferentes de coleta - Manifestações clínicas - Indicações cirúrgicas - Não ficar pedindo cintilografia -> não muda tratamento 15 Luana Mattos – Medicina XLII Pele seca Cabelos grossos Catarata subcapsular Hipoplasia dentaria Hiperreflexia Hipertensão intracraniana Papiledema Calcificações em SNC: convulsões, alteração da marcha. Prolongamento O hipopara é decorrente de alguma coisa: operou tiroide, usou alguma medicação, síndromes poliglandulares, vitiligo, candidíase mucocutânea a) Como ocorre a hipocalcemia? O cálcio baixo deveria aumentar o PTH. No hipopara, o cálcio está baixo e o PTH TAMBÉM. O pct pode ter secreção de PTH deficiente e por isso não tem PTH para ir no osso e roubar o cálcio, logo, o fósforo aumenta. O produto cálcio baixo e PTH baixo faz o complexo se depositar em locais que não deveria. QUAIS OS ACHADOS LABORATORIAIS DO HIPOPARATIREOIDISMO? Cálcio e PTH baixos (talvez por secreção deficiente de PTH) Fósforo alto O pseudohipopara produz PTH, mas não funciona e por isso Ca baixo e fósforo alto. Mais comum em pediatria pela osteodistrofia. Tratamento da hipocalcemia ⇢ tratar hipocalcemia trata hipoparatireoidismo Níveis normais de cálcio no sangue: de 8,8 a 10,4 mg/dL. a) Hipocalcemia leve Cálcio entre 8 e 8,5. Repor cálcio pela dieta ou via oral. b) Hipocalcemia moderada Cálcio de 7,5 a 8,5. Cálcio via oral: calcitriol. c) Hipocalcemia grave Corrigir níveis de magnésio, cálcio VO ou EV e calcitriol. 16 Luana Mattos – Medicina XLII HIPOPARATIREOIDISMO Ocorre em pós cirúrgico de hiperpara, clampeamento das veias em tireoidectomia. Raro. Etiologia Hipopara por deficiência de PTH o Comprometimento na produção de PTH o Alteração da regulação da secreção de PTH Hipopara por resitencia periférica ao PTH = pseudo-hipoparatireoidismo. Pós cirúrgico Causa mais comum. Sintomas de hipocalcemia aparecem no 1º e 2º dia PO, já que o cálcio vai caindo nas primeiras 48h. Com isso o fosforo aumenta. Na maioria das vezes é autolimitado e consegue ser recuperado a função das paratireoides. Tireoidectomia total o PO: cálcio e calcitriol ⇢ vai diminuindo a dose até a retirada. Síndrome do osso faminto O normal quando o cálcio abaixa é o fósforo subir. Em hipopara, geralmente em PO de tireoidectomia, osso com fome capta tudo, Ca abaixa e fosforo abaixa também pq o osso ‘pega tudo de volta’. DIFERENÇA: SINDROME DA FOME OSSEA TEM PTH ALTO. HIPOPARA TEM PTH BAIXO É SÓ OLHAR O NOME HIPO Auto-imune o Candidíase mucocutanea (sempre) + insuficiência adrenal + hipopara. o Diagnosticado na pediatria. Hipopara isolado o AC contra paratireoide. o Ocorre mais na infância, caráter autoimune. Hipopara pós cirúrgico > autoimune Diagnóstico laboratorial Dosar cálcio, albumina, fosforo, PTH, função renal. DD: caibrã, parestesia – deficiência de magnésio e potássio. o Deficiência de vitamina D: vira vitamina D3, passa pelo fígado e vira 25, que vai para o rim e se transforma em 1,25, responsável pelasações ativas da vitamina D. o Insuficiência hepática: não faz o primeiro passo da metabolização. o Raquitismos Vit D depende primeiro da quantidade de exposição solar e da pigmentação da pele (melanina). A produção menos eficiente de VIT D diminui níveis de cálcio. Vit D boa acima de 20. Em fatores de risco um pouquinho de vitamina D a mais faz bem. Causas de deficiência de vitamina D o Insuficiência hepática ou renal Vit D de origem animal: calciferol/D3. o Sintetizada pelos raios UVB pela pele em D3 e da início a toda a cascata. o Alimentos que tem vitamina D adequada? PESSIMA IDEIA, pq são alimentos geralmente caros e fora da nossa rotina. o Suplementar quando não exposto ao sol. Correção da hiperfosfatemia Manter relação Ca/Fosforo < 55 mg/dl para não fazer deposição óssea inadequada. Principal quelante do fosforo: cálcio. Hipopara: monitorar cálcio E FOSFORO por causa do produto da calcificação. Redução de alimentos ricos em fosforo: leite e derivados (mas como tu quer que ele coma pq ta com hipocalcemia, é sem sentido dizer pra não comer) Se parar o cálcio faz hipocalcemia. Uso de calcitriol só se tiver alguma doença, não é indicado como rotina P1: diabetes + osso (sem tratamento, saber conceitos importantes – reconhecer a doença) Oq eu preciso saber sobre essa aula - Não suspenda medicações - Usar calcitriol e cálcio - principal causa de hipopara é pós cirúrgica e é TRANSITÓRIO - Se hipopara autoimune: procurar por outras doenças - Fazer sinais semiológicos - Checar cálcio, fosforo e magnésio