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Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 13: URGÊNCIAS COLOPROCTOLÓGICAS 1 1. Trombose hemorroidária Fisiopatologia ❖ Causadas por dilatação e perda da sustentação dos coxins anais (tecido conjuntivo, músculo liso e vasos arteriais e venosos). ❖ Internas (plexo hemorroidário superior/ nervos viscerais) → Acima da linha pectínea ❖ Externas (plexo hemorroidário inferior / nervos somáticos → Abaixo da linha pectínea ❖ Doença do tecido conectivo ❖ Hematoma perianal → Melhor definição Epidemiologia → Adultos jovens Quadro Clínico ❖ Nodulação dolorosa ❖ Associada ou não a sangramento ❖ Necrose de pele → Ulceração → Sangramento exteriorizado (normalmente quando sangra melhora a dor) Diagnóstico →Exame Físico Diagnóstico diferencial → Abscesso anorretal Tratamento ❖ Orientações higiêno-dietéticas ❖ Analgésicos/ AINEs ❖ Banhos de assento com água morna ❖ Cremes anestésicos ❖ Amaciadores de bolo fecal ❖ Cirurgia de urgência → Indicado quando há dor intensa e/ou necrose extensa ❖ Normalmente a conduta é expectante, não fazendo abordagem cirúrgica 2. Fissura anal Laceração do anoderma relacionado a baixa irrigação Mais comum em pacientes jovens. Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 13: URGÊNCIAS COLOPROCTOLÓGICAS 2 > 80% estão na linha média posterior. Agudas → <30 dias Crônicas → >30 dias ❖ Profundas ❖ Exposição de mm. Esfncteriana ❖ Plicomas sentinela → Nodulação de pele ❖ Papilas hipertrófcas. Quadro clínico ❖ Dor à evacuação ❖ Sangramento. Fisiopatologia Diagnóstico → Clínico Tratamento ❖ Orientações higieno-dietéticas ❖ Analgésicos/ AINEs ❖ Banhos de assento com água morna ❖ Cremes anestésicos ❖ Amaciadores de bolo fecal ❖ Relaxantes musculares tópicos (nitratos / bloq. de canais de cálcio) ❖ Toxina botulínica ❖ Cirurgia ➢ Esfncterotomia ➢ Fissurectomia 3. Abscesso anorretal Teoria criptoglandular → Obstrução dos ductos das glândulas anais por fezes, corpos estranhos ou trauma (edema) → estase → infecção. Epidemiologia → Predominância no sexo masculino, entre 30-50 anos. Quadro clínico ❖ Dor anal ❖ Abaulamento ❖ Enduração local ❖ Febre Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 13: URGÊNCIAS COLOPROCTOLÓGICAS 3 Espaços anorretais Diagnóstico ❖ Clínico → A clínica é soberana ❖ TC de abdome ❖ RNM da Pelve Diagnóstico diferencial ❖ Trombose hemorroidária Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 13: URGÊNCIAS COLOPROCTOLÓGICAS 4 ❖ Cisto pilonidal abscedado ❖ Fasceíte necrotizante → Complicação Tratamento ❖ Drenagem Cirúrgica → Incisão e drenagem sob anestesia ❖ Antibióticos? 4. Abscesso pilonidal Infecção crônica subcutânea, com trajetos fistulosos e sínus com pelos Etiopatogenia ❖ Controversa ❖ Teoria congênita ❖ Teoria adquirida (Mais aceita) Epidemiologia ❖ Predominância em homens jovens ❖ H:M 3:1 ❖ Obesidade ❖ Hiperpilifcação Quadro clínico ❖ Abaulamento doloroso e com sinais flogísticos em região interglútea. ❖ Drenagem purulenta Diagnóstico → Clínico Exame físico ❖ Orifícios primários e secundários ❖ Trajetos fistulosos Diagnóstico diferencial ❖ Hidardenite supurativa ❖ Abscessos anorreatais Tratamento (fase aguda) ❖ Drenagem cirúrgica ❖ Antibióticos? Tratamento definitivo (fase crônica) ❖ Incisão e curetagem ❖ Tempo de cicatrização → 6 semanas ➢ Recidiva 8 a 21% ❖ Excisão e marsupialização ❖ Excisão e fechamento primário ➢ Deiscência 16% ➢ Recidiva 38% ❖ Excisão e Rotação de retalho miocutâneo ➢ Manter a cicatriz fora da linha média Cuidados pós operatórios ❖ Tricotomia ❖ Curativo ocupado ❖ Lavagem abundante diária 5. Prolapso retal total (procidência) encarcerado Fisiopatologia → Exteriorização de todas as camadas do reto, por perda do tecido de sustentação Epidemiologia → Principalmente em crianças menores de 3 anos e mulheres idosas. Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 13: URGÊNCIAS COLOPROCTOLÓGICAS 5 Quadro clínico ❖ Exteriorização de conteúdo anal. ❖ Se encarcerado/estrangulado, cursando com dor, com ou sem sangramento Diagnóstico → Exame Físico Tratamento ❖ Redução manual sob anestesia ❖ Retossigmoidectomia via perineal (Altmeier) 6. Empalamento Poucos dados epidemiológicos Homens → Geralmente em práticas sexuais Acidentes Objetos de diversas formas e tamanhos Lesão perineal, anarretal Diagnóstico, por vezes, tardio Quadro clínico → Depende da presença ou não de perfuração retal Diagnóstico ❖ Clínico ❖ Irritação peritoneal ❖ Toque retal ❖ Sangue ❖ Corpo estranho ❖ Proximal ❖ Lesão Rx de abdome ❖ Corpo estranho ❖ Pnuemoperitôneo TC de Abdome Retossigmoidoscopia Enema com contrate solúvel Tratamento ❖ Extração manual transanal sob anestesia ❖ Fazer exame endoscópico do reto ❖ Observar ❖ Cirurgia ➢ Laparoscopia ➢ Laparotomia ➢ Ordenha Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 13: URGÊNCIAS COLOPROCTOLÓGICAS 6 ➢ Colotomia Em caso de sinais de peritonite → Cirurgia 7. Anatomia do reto O reto faz parte do sistema digestório e é a última parte do intestino grosso e conecta o cólon sigmóide ao canal anal. Histologicamente o reto é similar ao restante intestino grosso, com sua estrutura usual: mucosa, submucosa, muscular e serosa/adventícia. É importante para a reabsorção de água e de eletrólitos das fezes e desempenha um papel importante no processo de defecação. Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 13: URGÊNCIAS COLOPROCTOLÓGICAS 7 8. Trauma retal Trauma penetrante (Maioria) ❖ FAF 80% ❖ FAB Trauma contuso: lesões associadas com frequência 10% ❖ Trauma penetrante em abdome inferior, tronco, nádegas, períneo, coxa ❖ Lesão pelviperineal ❖ Trauma de bacia →Mortalidade até 50% Toque retal ❖ Sangue ❖ Lesão Retossigmoidoscopia TC de Abdome e Pelve com triplo contraste Tratamento ❖ Estabilidade hemodinâmica ❖ Transfusão sanguínea ❖ Lesões associadas ❖ Grau de contaminação fecal da cavidade ❖ Localização (intra ou extraperitoneal) Avaliação no trauma ❖ Avaliação primária ❖ Avaliação secundária → Abdome, pelve, períneo e genitais Tratamento como lesão de cólon ❖ < 50% → Rafia ❖ > 50% → Colectomia segmentar com anastomose primária PAF → Debridamento das bordas Condições clínicas ruins ❖ Derivação → Ostomia ➢ Em alça ➢ Terminal + sepultamento do coto retal (Cirurgia a Hartmann) Escala de lesão de reto da American association for the surgery of trauma Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 13: URGÊNCIAS COLOPROCTOLÓGICAS 8 Lesão retal extraperitoneal ❖ Colostomia derivativa → Alça ❖ Sem reparo da lesão ❖ Não há benefício com Washout e drenagem pré sacral Lesão perineal ❖ Lavagem local exaustiva ❖ Sempre que possível, as lesões musculares devem ser reparadas de imediato ❖ Em caso de lesão esfincteriana extensa → Ponderar colostomia derivativa ❖ Antibiótico 9. Gangrena de Fournier Fasceíte Necrotizante infecciosa polimicrobians Atinge órgãos genitais, períneo e região perianal H:M 10:1 Fatores predisponentes ❖ DM ❖ Alcoolismo ❖ Imunossupressão Origem ❖ Coloproctológica ❖ Urogenitais ❖ Dermatológicas Progressão pelas fáscias superfciais, e planos profundos ❖ Abdome ❖ Coxa Principais causas Principais agentes bacterianos Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 13: URGÊNCIAS COLOPROCTOLÓGICAS 9 Quadro clínico ❖ Dor ❖ Febre ❖ Calafrios ❖ Celulite ❖ Crepitação ❖ Necrose ❖ Drenagem purulenta ❖ Odor fétido ❖ Resposta sistêmica (taquicardia, taquipneia) Diagnóstico ❖ Clínico ❖ Tomografia computadorizada❖ Mortalidade → 40% a 67% em algumas séries Tratamento ❖ Imediato e agressivo ❖ Debridamento cirúrgicos seriados de tecidos desvitalizados ❖ Lavagem vigorosa da ferida operatória diária ❖ Antibioticoterapia de amplo espectro ❖ Coadjuvante ao tratamento cirúrgico ❖ Checar profilaxia para tétano ❖ Suporte clínico → Intensivo Oxigenioterapia hiperbárica ❖ Sessões diárias ❖ 10 a 15 sessões Referências bibliográficas Aula de Dra. Lina Codes (22/11/2021) REALIZADO, T. C. D. U. REVISTA BRASILEIRA DE COLOPROCTOLOGIA. Rev bras Coloproct, 25(3). do gene SMAD, M. Sociedade Brasileira de Coloproctologia.
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