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A possibilidade de gravidez deve ser considerada em qualquer paciente do sexo feminino na faixa etária entre os 10 e 50 anos. A incidência de trauma durante a gravidez situa-se em torno de 6%. As prioridades no atendimento e tratamento da gestante traumatizada são as mesmas da paciente não grávida. As prioridades na assistência à mulher grávida são semelhantes às da não grávida, mas as alterações anatômicas e fisiológicas da gravidez podem modificar a resposta ao trau ma. O pronto reconhecimento do estado gravídico, seja pela palpação abdominal do útero gravídico, seja por testes de laboratório (gonadotrofina coriônica humana, ou hCG) e a avaliação precoce do feto, são medidas importantes para a sobrevivência tanto da mãe como do feto. Apesar disso, o melhor tratamento inicial para o feto, além de sua avaliação precoce, é a adoção das melhores medidas de reanimação para a mãe. Um cirurgião e um obstetra experientes devem ser consultados desde o início para a avaliação da gestante traumatizada. Trauma penetrante na parte superior do abdômen durante a gestação tardia pode resultar em lesões intestinais complexas por ca usa deste deslocamento cefálico. Sinais clínicos de irritação peritoneal são menos evidentes em grávidas- portanto, o exame físico pode ser menos informativo. LARISSA RODRIGUES SANTOSTRAUMA NA GESTANTE terça-feira, 23 de novembro de 2021 07:51 Página 1 de ALTS 1 trimestre - o útero tem paredes grossas e estrutura de tamanho limitado, confinada dentro da pelve óssea. 2 trimestre - útero aumenta além de sua localização intrapélvica protegida, mas o pequeno feto permanece móvel e amortecido por uma generos a quantidade de líquido amniótico. O líquido amniótico pode causar embolia de líquido amniótico e coagulação intravascular disseminada apó s trauma. 3 trimestre - útero é grande e de paredes finas. A cabeça fetal está geralmente na pelve, e o restante do feto é exposto acima da borda pél vica. Fratura (s) pélvica (s) no final da gestação pode resultar em fratura do crânio ou graves lesões intracranianas do feto. Plac enta é pouco elástica. Placenta - vulnerabilidade às forças de cisalhamento - pode levar ao descolamento de placenta. - A redução abrupta do volume circulante da mãe pode resultar em profundo aumento na resistência vascular uterina, reduzindo a oxigenação fetal a despeito dos sinais vitais da mãe se manterem normais. Então, Gestantes saudáveis podem perder 1 .200 a 1 .500 mL de seu volume sanguíneo, antes que se percebam sinais e sintomas de hipovolemia. - Depois da 10ª semana de gestação, o débito cardíaco aumenta em 1,0 a 1,5 litro por minuto como decorrência do aumento do volume plasmático e da redução da resistência vascular do útero e da placenta, estruturas que recebem cerca de 20o/o do débito cardíaco da gestante durante o terceiro trimestre de gravidez. Página 2 de ALTS - A frequência cardíaca aumenta gradualmente de 10 a 15 batimentos por minuto durante a gravidez, alcançando seus valores máximos no terceiro trimestre. - A gravidez resulta numa queda de 5 a 15 mm Hg nas pressões sistólica e diastólica durante o segundo trimestre. A hipertensão em gestantes pode sinalizar pré-eclâmpsia se associada a proteinúria. - O volume/minuto aumenta primariamente como resultado do aumento do volume corrente. Portanto, a hipocapnia (PaC02 de 30 mm Hg) é comum no final da gravidez. Na gestação, níveis de PaC02 de 35 a 40 mm Hg podem refletir a iminência de uma insuficiência respiratória. Página 3 de ALTS No gastrointestinal: - Retardo do esvaziamento gástrico - Intestino rechaçado para cima - Órgão sólido não modifica a posição - Redução da motilidade intestinal - Refluxo gastro esofágico - As reduções da pressão do esfíncter inferior do esôfago e da motilidade gástrica favorecem o vômito. - A placenta produz fosfatase alcalina, elevando os níveis séricos desta enzima. No trato geniturinário: - A taxa de filtração glomerular e o fluxo sangüíneo renal estão aumentados na gestação. - Os níveis de creatinina e o nitrogênio da ureia caem para aproximadamente metade dos níveis normais de pré-gravidez. - Dilatação fisiológica dos cálices, da pelve e dos ureteres (maior à direita). - Hidronefrose - Maior chance de apresentar infecção de trato urinário - Queda de creatinina e nitrogênio urinário - Glicosúria No sistema endócrino: - A hipófise tem seu peso aumentado em 30 a 50%. - Se ocorrer choque circulatório, pode haver necrose da porção anterior da glândula, levando ao hipopituitarismo (Síndrome de Sheeran). No sistema músculo esquelético: - A sínfise púbica se alarga para 4 a 8 mm, e os espaços das articulações sacroilíacas aumentam até o sétimo mês de gestação. - Vasos pélvicos engurgitados – maior sangramento no trauma de bacia. Página 4 de ALTS No sistema neurológico: - Eclâmpsia – simula alterações neurológicas do TCE - Eclampsia - presença de hipertensão, hiperreflexia, proteinúria e edema periférico. - Obtenha uma tomografia computadorizada de crânio para excluir sangramento intracraniano. - Manter um alto índice de suspeita de eclampsia quando as convulsões são acompanhadas por hipertensão,proteinúria, hiperreflexia,e edema periférico em pacientes grávidas com trauma. ATENDIMENTO PRIMÁRIO MATERNO - Via aérea - Ventilação - Oxigenação - Volume circulatório efetivo - Compressão uterina na V Cava – reduz o retorno venoso – piora o choque - Deslocar o útero para o lado esquerdo – descompressão da VCI - Mãe estável – feto em sofrimento fetal (estado hemodinâmico materno) - Cuidado com o choque materno - Descolamento de placenta (70% com sangramento vaginal) - Sensibilidade uterina - Contrações uterinas - Irritabilidade uterina - Tetania uterina - Ultrassonografia é exame de grande valia - Ruptura uterina – lesão rara – sensibilidade abdominal com irritação peritoneal e choque VIA AÉREA NA GESTANTE Página 5 de ALTS RESPIRAÇÃO - Administrar alto fluxo de oxigênio 15 l/min - Resultados insatisfatórios fetais se a saturação for < 100% - Avaliar a Freq Respiratória – FR alterada maior risco de lesão pulmonar - Observar a profundidade da respiração - Avaliar SEMPRE a saturação de O2 - Nível de Consciência alterado = Sonda gástrica - Cuidado em drenagem pleural – o diafragma está elevado CIRCULAÇÃO - A paciente pode se apresentar estável até perder 30% da sua volemia. - Verificar pressão arterial, frequência cardíaca - Avaliar sinais de hemorragia e aplicar pressão direta em sangramentos externos - Mecanismo de lesão – pode trazer informações consideráveis sobre trauma abdominal fechado e choque - Acesso venoso - Se houver suspeita de hipovolemia – iniciar reposição (manutenção da circulação placentária) - A inclinação da paciente para melhorar o fluxo da V cava é de extrema importância na recuperação da pressão arterial - O FAST pode ser difícil na gestação (útero desloca as estruturas) - Mas... Um FAST positivo (líquido livre) é significativo AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA - Avaliação de resposta - Escala de coma de Glasgow - Reflexo pupilar - Avaliação da Glicemia – alteração metabólica EXPOSIÇÃO Página 6 de ALTS EXPOSIÇÃO - Retirar toda a roupa do paciente - Aquecer a paciente - Lembrar da infusão de líquidos quentes no C (temp 36,5 graus) AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA MATERNA - Só deve iniciar após o término da avaliação primária, quando todas as lesões com risco de vida foram diagnosticadas e tratadas - SE durante o exame, houver mudanças, reinicie o ABCDE - Na avaliação secundária, o mecanismo de trauma é importante - AMPLA - É o momento de fazer o exame da cabeça aos pés - Documentar ferimentos, lesões e fraturas AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA - EXAME ABDOMINAL MATERNO O que precisa saber? - Data da última menstruação - Gestação atual – previsão da data do parto - Qualquer complicação da gestação - Se a gestação é única ou gemelar Quando não se sabe a idade gestacional – estima-se através da medida do fundo uterino. - Avaliar o tônus uterino (se estiver mais tenso pode ser descolamento prematurode placenta) - Avalia as contrações uterinas - Presença de dor uterina ou sensibilidade - Identificar a posição fetal (orientação e posição da cabeça) - O exame especular é de melhor realização pelo obstetra - Exame especular (vaginal) ○ Avaliação da dilatação cervical uterina ○ Inspecionar o períneo e genitais ○ Procure sangramentos AVALIAÇÃO FETAL - Monitoramento fetal – a partir de 24 semanas – Cardiotocografia - Avaliação em < 24 semanas é mais difícil - Cardiotoco – contrações uterinas e batimento fetal - Lembrar-se que a frequência cardíaca fetal varia de 120 a 160 bpm - Fatores de risco: ○ FC > 110 bpm ○ Evidência de descolamento de placenta ○ FC fetal > 160 bpm ou < 120 bpm ○ Ejeção de veiculo ○ Colisão com moto Página 7 de ALTS EXAMES - TIPAGEM - HEMOGRAMA - PROVA CRUZADA - FIBRINOGÊNIO - TP TTPA - HEMÁCEAS FETAIS CIRCULANTES - TOXICOLÓGICOS - AMILASE - URINA TIPO I RAIO X - Os riscos de radiação (teratogênese) são maiores até 8 semanas - 30% do raio X é absorvida pelo feto - Fazer o essencial - Rx tórax e coluna com proteção - TAC - USG abdome e obstétrico TOMOGRAFIA DE ABDOME - A tomografia computadorizada pode ser usada para pacientes grávidas com trauma se existe uma preocupação significativa com lesões intra- abdominais. - A tomo de abdome e pelve aumenta a quantidade de radiação para a mãe e para o feto - Usar com parsimônia ULTRASSONOGRAFIA - Avalia lesão de grandes órgãos - Determina a presença de líquido na cavidade - Calcula a idade gestacional e a frequência cardíaca fetal - Avalia o bem estar fetal - Determina as condições da placenta - Calcula o volume de líquido amniótico ○ NÃO EXCLUI O DESCOLAMENTO PLACENTÁRIO EXAMES E IMUNIZAÇÃO - Na avaliação secundária cabe a revisão de uso de vacina e fazer a profilaxia para o tétano - Teste de Kleihauer – avalia o volume de sangue fetal no corpo materno e vai determinar a isoimunização - Se houver sangramento vaginal aguardar para fazer a imunização - O Anti D deve ser oferecido até 72 horas após o evento de sensibilização PARADA CARDÍACA MATERNA - A RCP no final da gestação é mais difícil de ter sucesso – desvio aorta caval e compressão pelo útero gravídico - A cesariana só é indicada conforme o protocolo de ressuscitação em gestante - A cesariana perimortem só tem benefício quando iniciada 4 minutos após a perda do débito cardíaco e o parto deve ser realizado em menos de 5 minutos. - O objetivo do parto é esvaziar o útero e restaurar a perfusão para os órgãos maternos - Existe a chance de sobrevivência fetal (de acordo com a idade gestacional) - É um momento crucial para mãe e feto e deve ser realizada por equipe experiente Idade gestacional inferior a 20 semanas: a histerotomia de emergência não é indicada para um único feto, mas pode ser indicada para mais de um feto. Idade gestacional de 20 a 23 semanas: a histerotomia de emergência é indicada para permitir a ressuscitação bem -sucedida, mas não para a sobrevivência do feto que nasceu. Página 8 de ALTS Idade gestacional maior que 23 semanas: a histerotomia de emergência é indicada para salvar a vida da mãe e do feto. COMPLICAÇÕES NO TRAUMA DA GESTANTE TRAUMA ABDOMINAL CONTUSO Mecanismos de trauma: - acidente por veículo motorizado - Quedas - agressão direta sobre o abdome - O uso do cinto de segurança diminui a incidência de lesões maternas e a morte por prevenir a ejeção do veículo - Cintos de fixação abdominal ensejam maior risco de compressão uterina com possível ruptura ou descolamento de placenta - Os cintos de 3 pontos dissipam as forças numa superfície maior, o que os torna mais eficientes, porém, a sua porção abdominaldeve ficar abaixo das cristas ilíacas ântero-superiores e não sobre o abdome Página 9 de ALTS - A parede abdominal, miométrio uterino e o líquido amniótico atuam como um tampão e protegem a lesão fetal do trauma contuso. - A presença de contusões externa de abrasões da parede abdominal são sinais que possa haver ruptura uterina. - No entanto, lesões fetais podem ocorrer quando a parede abdominal atinge um objeto, como o painel ou volante, ou quando uma paciente grávida é atingida por um instrumento contundente. - Lesão indireta ao feto pode ocorrer por compressão rápida, desaceleração, o efeito de contragolpe, ou uma força de cisalhamento resultando em descolamento prematuro de placenta. - Hemorragias retroperitoneais graves secundárias ao trauma da pelve e do abdome inferior - maior tamanho dos órgãos pélvicos e ao maior fluxo sanguíneo para esta área. - O trauma do intestino delgado - menos frequente - as alças intestinais são protegidas pelo útero aumentado de tamanho. - A ruptura uterina traumática é pouco frequente. - Possíveis lesões: ○ Descolamento de placenta – força de cisalhamento e mudança de pressão abrupta no líquido amniótico. ○ Hemorragia fetal e materna ○ Lesão intracraniana fetal direta RUPTURA UTERINA A rotura uterina consiste no rompimento total ou parcial do miométrio durante a gravidez ou durante o parto. Conceitualmente, pode ser completa, quando há total rotura da parede, havendo continuidade entre a cavidade uterina e a cavidade peritoneal, normalmente com sintomas de choque hipovolêmico, ou incompleta, quando o peritônio parietal permanece intacto, podendo permanecer assintomática, passando despercebida após um pa rto vaginal. - A clínica da rotura é de abdome agudo, com fortes dores abdominais e sinais de irritação peritoneal. - Pode ocorrer sangramento vaginal de cor vermelho vivo. - A parada das contrações após dor muito forte. - Choque hipovolêmico, com taquicardia importante e hipotensão, já que o sangramento nem sempre será visível. - A presença de crepitação à palpação abdominal sugere a presença do enfisema subcutâneo, decorrente da passagem de ar da vagina, através do útero roto, para o peritônio e tecido subcutâneo, o que caracteriza o sinal de Clark. - Ao toque vaginal, observa-se subida da apresentação fetal, o que caracteriza o sinal de Reasens. A abordagem da paciente com rotura consumada envolve, primeiramente, estabilização hemodinâmica, com atenção aos pontos do AB C da reanimação, provendo vias aéreas pérvias, fornecimento de O2 e ressuscitação volêmica com cristaloides. A laparotomia com anestesia gera l é basicamente o principal método para confirmação do diagnóstico e também a intervenção terapêutica necessária. O feto pode ser encontrado total ou par cialmente na cavidade abdominal, juntamente com a placenta, o que é sinal de péssimo prognóstico fetal. DESCOLAMENTO DE PLACENTA Trauma abdominal direto significativo, sensibilidade abdominal ou uterina ou sangramento vaginal são sugestivos de descolamen to e justificam monitoramento fetal e uterino e avaliação laboratorial. Página 10 de ALTS A incidência relatada de descolamento prematuro da placenta após o trauma varia, mas é consistentemente maior do que a taxa n a população obstétrica geral, que é de 0,4 a 1,3 por cento. Uma pequena proporção de todos os descolamentos estão relacionados a eventos mecânicos s úbitos (por exemplo, trauma abdominal fechado ou descompressão uterina rápida. O repentino estiramento ou contração da parede uterina subjacente causado por esses eventos causa cisalhamento da placenta in elástica. Em colisões de veículos motorizados, um fator adicional é a rápida aceleração-desaceleração do útero, que causa alongamento uterino sem alongamento concomitante da placenta, levando a uma força de cisalhamento entre a placenta e a parede uterina. O trauma materno grave está associado a um aumento de seis vezes no descolamento, mas mesmo traumas menores podem resultar em descolamento A cerca do diagnóstico: - Início abrupto de sangramento vaginal, dor abdominal e / ou nas costas de leve a moderada e contrações uterinas. - A dor nas costas é proeminente quando a placenta está na parede posterior do útero. - O útero costuma estar firme e pode estar rígido e sensível. - As contrações são geralmente de alta frequência e baixa amplitude, mas um padrãode contração típico do trabalho de parto também é possível, e o trabalho de parto pode prosseguir rapidamente. - Quando a separação da placenta excede 50 por cento, a coagulação intravascular disseminada aguda (DIC) e a morte fetal são comuns. - Em 10 a 20 por cento dos descolamentos da placenta, os pacientes apresentam apenas trabalho de parto prematuro e nenhum ou pouco sangramento vaginal. - Nestes casos, denominado "descolamento oculto", todo ou a maior parte do sangue fica preso entre as membranas fetais e a decídua, em vez de escapar pelo colo do útero e pela vagina. - Em mulheres grávidas com dor abdominal e contrações uterinas, mesmo avaliação materna e fetal cuidadosa para descolamento prematuro da placenta. - Em outros casos, um pequeno descolamento oculto pode ser assintomático e apenas reconhecido como um achado incidental em um ultrassom. Ultrassom - a identificação de um hematoma retroplacentário é o achado ultrassonográfico clássico de descolamento prematuro da placenta. Os hematomas retroplacentários têm aparência variável; eles podem parecer sólidos, complexos e hipo, hiper ou isoecóicos em c omparação com a placenta. Hipoecogenicidade e sonolucência são características de resolução, em vez de hematomas agudos. A sensibilidade dos achados d e ultrassom para o diagnóstico de descolamento é de apenas 25 a 60 por cento, mas o valor preditivo positivo é alto (88 por cento) quando os ach ados de ultrassom sugestivos de descolamento estão presentes em pacientes sintomáticos. Tomografia computadorizada (TC) - tem alta sensibilidade, mas baixa especificidade para identificar descolamento prematuro da placenta. A TC também pode estimar a extensão (<25 por cento, 25 a 50 por cento,> 50 por cento) da separação da placenta. - Sugerimos um período mínimo de 24 horas de monitoramento para mulheres com qualquer um dos seguintes: ○ Hematomas abdominais ou outras lesões abdominais óbvias ○ Contrações regulares (≥1 em 10 minutos [6 / hora]) ○ Sangramento vaginal ○ Traçado de frequência cardíaca fetal anormal ○ Dor abdominal / uterina ○ Coagulopatia (por exemplo, plaquetas baixas ou fibrinogênio <200 mg / dL) - Essas pacientes não devem receber alta até que o médico tenha certeza razoável de que não houve descolamento ou trabalho de parto prematuro. Página 11 de ALTS SANGRAMENTO MATERNO FETAL - 2,6 a 30 por cento das pacientes grávidas com trauma. - É mais comum em pacientes com placenta anterior ou útero dolorido. - As complicações associadas ao sangramento feto - maternal incluem anemia fetal, morte fetal e aloimunização materna. - A ocorrência de sangramento fetomaternal pode ser determinada por um teste de Kleihauer-Betke, que mede a porcentagem de glóbulos vermelhos contendo hemoglobina fetal no sangue materno. - Obtemos um teste de Kleihauer-Betke em pacientes grávidas RhD-negativas que sofreram trauma abdominal significativo para determinar se doses adicionais de globulina anti-D-imune são necessárias devido a uma grande infusão fetomaternal de sangue. EMBOLIA LIQUIDO AMNIOTICO - A embolia de líquido amniótico constitui uma síndrome patológica rara, e muitas vezes fatal que surge como complicação obstétrica. - A etiologia tem por base a passagem de elementos fetais para a circulação materna. - Caracterizado por hipotensão, hipoxémia, colapso cardio-respiratório, seguido de CID e alterações neurológicas. - O parto do bebê pode ser feito imediatamente. - É pouco freqüente a associação da embolização de líquido amniótico com aborto terapêutico, trauma abdominal, ruptura uterina e amnioinfusão. Conteúdos sólidos de líquido amniótico, mecônio, descamação epitelial, mucina, tecido amorfo, lipídios, pigmentos biliares e lanugem entram na circulação materna, quer através dos sinusoides venosos da circulação uteroplacentária, quer pelas veias endocervicais. Ao se alojar sob re as arteríolas pulmonares, esse material não só obstrui o fluxo sanguíneo, como propicia algum grau de vasoconstricção pulmonar reflexa, levando a um quadro de cor pulmonale agudo. TRABALHO DE PARTO PREMATURO - Lesões traumáticas durante a gravidez podem resultar em prematuridade trabalho através de vários mecanismos: ○ Descolamento da placenta – 20% dos casos ○ Redução de prostaglandinas ○ Ruptura prematura O risco aumenta conforme maior gravidade da lesão. LESÃO FETAL AGUDA - Tecidos moles maternos, útero e líquido amniótico servem para diminuir a força entregue ao feto. - Lesão fetal direta no trauma abdominal contuso frequentemente envolve o crânio e o cérebro fetais. - Um possível mecanismo envolve fratura da pelve materna no final da gestação resultando em fratura do crânio fetal. - A lesão por desaceleração de uma cabeça desengatada também pode ocorrer. Página 12 de ALTS - A lesão por desaceleração de uma cabeça desengatada também pode ocorrer. TRAUMA ABDOMINAL PENETRANTE - À medida que o útero grávido cresce, as outras vísceras são relativamente protegidas de ferimentos penetrantes. - A probabilidade de lesão uterina aumenta. - A musculatura uterina densa no início da gravidez pode absorver uma quantidade significativa de energia de penetrar objetos, diminuindo sua velocidade e diminuindo o risco de ferimentos em outras vísceras. - O líquido amniótico e o feto também absorvem energia e contribuem para a desaceleração do objeto penetrante. - Quando o penetra o útero, os riscos podem ser fatais ao feto. - O intestino materno é menos provável estar envolvido com lesões penetrantes após o segundo trimestre devido à proteção fornecida pelo útero grosso. - A incidência de lesão visceral materna com penetração trauma abdominal é de apenas 15% a 40% em comparação com 80% para 90% em mulheres não grávidas. - No em geral, o feto sofre lesão em 60% a 70% dos casos, enquanto as lesões viscerais maternas são vistas apenas em 20% dos trauma abdominal penetrante. - 70% dos ferimentos por arma de fogo abdominais resultam em lesão fetal, e 40% a 65% desses fetos morrem. - Mortalidade fetal geralmente resulta de parto prematuro, choque materno, lesão uteroplacentária ou lesão fetal direta. 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