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ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO ENFOQUE GERAL FISIOLOGIA (dor abdominal) Visceral vaga e mal localizada no epigástrio, região periumbilical ou hipogástrio consequência de distensão de uma víscera oca Parietal relacionada com a irritação das raízes dos nervos segmentares que inervam o peritônio tende a ser mais aguda e mais bem localizada A dor referida percebida em um local distante da fonte do estímulo ANATOMIA FISIOPATOLOGIA interrupção do trânsito intestinal origina eventos que culminarão habitualmente com quadro obstrutivo Distúrbios hidroeletrolíticos: O intestino delgado função secretória e absortiva 20% da água corporal total obstruções nesse segmento interferem na funcionalidade resultar em depleção hidroeletrolítica significativa Vômitos frequentes exacerbam o distúrbio hidroeletrolítico resultando em hipocalemia e hipovolemia graves podendo levar ao óbito ou a complicações cirúrgicas Distensão abdominal: O segmento anterior à obstrução absorção e eliminação de gases e fluidos pela mucosa intestinal NORMAL Ponto posterior distensão devido ao acúmulo desses componentes gerando um colapso no sistema Além disso influxo contínuo de secreções biliares e pancreáticas agravando o aporte de fluidos nesse segmento O gás responsável pela distensão intestinal nos estágios iniciais da obstrução ar ingerido que progressivamente aumenta com os gases gerados pela fermentação das bactérias intestinais A distensão progressiva do segmento acometido ocasiona aumento da pressão luminal comprometendo a drenagem venosa com aumento do influxo de água e eletrólitos para o lúmen além de perda através da camada serosa para a superfície peritoneal Oligúria: A perda de sódio e água para o lúmen intestinal aumenta progressivamente função absortiva permanece comprometida GERA depleção do volume intravascular efetivo com redução da excreção urinária de sal e água gerando oligúria e deslocamento de água do espaço extracelular para o intravascular Ausência de ruídos hidroaéreos (RHA): Inicialmente pode haver aumento significativo da peristalse a fim de vencer o fator obstrutivo evoluindo posteriormente para fadiga da musculatura lisa com parada dos movimentos intestinais Obstrução do intestino grosso O comportamento da obstrução no intestino grosso é determinado pela competência da válvula ileocecal (VIC) Válvula Ileocecal (VIC): Uma obstrução em “alça fechada” - entre a VIC e o ponto de obstrução – ocorre caso a válvula permaneça competente levando à dilatação progressiva do cólon com posterior comprometimento vascular. pode gerar necrose e perfuração do segmento acometido. O ceco é o local mais vulnerável à perfuração devido à sua parede mais delgada que a do cólon esquerdo Volvo intestinal: importante causa de obstrução em alça fechada uma vez que o segmento rotaciona sobre o mesentério podendo levar a sofrimento vascular Pode ser primário por má formação congênita Secundário por rotação através de um orifício ou de uma aderência Sofrimento vascular: Caso haja estrangulamento de alça intestinal por aderência ou por angulação pode haver comprometimento vascular grave secundário ao aumento da pressão na parede intestinal resulta em redução da drenagem venosa mais tardiamente necrose por ausência do suprimento arterial Translocação bacteriana: Se houver translocação bacteriana através da parede intestinal danificada gera peritonite localizada ou difusa Obstrução funcional • Distúrbios metabólicos: Distúrbios metabólicos e/ou hidroeletrolíticos podem ocasionar obstrução intestinal sem fator mecânico existente exemplo de hipocalemia, uremia ou diabetes descompensada. • Síndrome de Ogilvie: há pseudo-obstrução intestinal com distensão colônica por disautonomia nervosa sem fator mecânico Pode levar a sofrimento vascular e isquemia intestinal ENFOQUE CLÍNICO QUADRO CLÍNICO Alteração do estado geral, com desidratação, hipotensão arterial, febre complicação do quadro Dor abdominal tipo cólica início brusco evolui em salvas localização variável dependendo da etiologia mudança do padrão da dor para continuada suspeitar de comprometimento vascular Os sítios de localização levam à suspeição do fator que desencadeou o quadro Dores em região superior de abdome - obstrução intestinal alta estenose pilórica tumores duodenais tumores periampulares Dores em região periumbilical - obstrução de intestino delgado bridas e aderências hérnias encarceradas bolo de áscaris estenoses inflamatórias tumores carcinomatose Dores em hipogástrio - sugere obstrução de intestino grosso hérnias encarceradas corpo estranho intussuscepção volvo de cólon fecaloma tumores de cólon reto Náuseas e vômitos: surgem precocemente nas obstruções altas eliminando material estagnado e de aspecto biliar Nos quadros onde há obstrução baixa pode não haver vômitos com conteúdo entérico Parada de eliminação de fezes e gases: sintomas tardios demonstram a completa obstrução do intestino Distensão abdominal simétrica ou assimétrica: surge após poucas horas da instalação do quadro discreta ou inexistente nos quadros de obstrução alta DIAGNÓSTICO EXAME FÍSICO sinais vitais estarão alterados somente na vigência dos sintomas de dor Em abdome, observa-se defesa de parede à palpação e presença de massas Os ruídos hidroaéreos estão altos, agudos e metálicos na vigência das cólicas tornam-se diminuídos com a evolução do quadro podendo tornar-se ausentes. Com a evolução do quadro instalação de desidratação e aumento da distensão abdominal Raciocínio clínico Exames complementares Laboratoriais hemograma completo estudo da coagulação provas de função renal dosagem sérica de eletrólitos para avaliar a gravidade do quadro Exames de Imagem Devem responder algumas questões: Existe obstrução intestinal? Qual a localização? Qual é a causa? Há sinais de estrangulamento ou isquemia? Os casos que não forem esclarecidos com a utilização do Rx simples de abdome, deverão ser submetidos a radiografias seriadas nos casos de íleo paralítico radiografias têm uma eficácia de 50 a 60% quando comparadas à laparotomia (padrão ouro) As imagens Obstrução gástrica: Local de maior frequência é na região antro- piloro-duodena deslocamento inferior do cólon transverso por contorno com densidade de partes moles gerando distensão gástrica por acúmulo de líquidos e gases pode ocorrer também por gastroparesia diabética medicações morfina, hipocalemia, intoxicação por chumbo vagotomia prévia Obstrução de delgado: Ao rx contrastado será observada mudança súbita de calibre intestinal alças na porção proximal à obstrução estarão dilatadas na porção distal se apresentarão colabadas presença de níveis líquidos empilhamento de moedas afastamento de alças contíguas TRATAMENTO Manejo conservador Manejo cirúrgico (por espessamento de parede intestinal) distensão difusa de alças intestinais caracterizam a presença de obstrução As alças distais à obstrução terão pobreza ou ausência de gases Obstrução colônica: As imagens ao Rx simples de abdome são: obstrução e diminuição de gases em cólon distal dilatação gasosa de alças proximais Indicado para pacientes clinicamente estáveis Medidas Ressuscitação volêmica Correção dos distúrbios hidroeletrolíticos Controle da diurese Descompressão por sonda Nasogástrica Intestinal Retal Antibioticoterapia contra gram-negativos e anaeróbios em caso de isquemia Analgesia Indicação Complicações Isquemia Necrose Perfuração Peritonite Tratamento conservador não resolutivo em mais de 48 horas O procedimento varia conforme a etiologia e local de obstruçãoViabilidade das alças Cor Peristalse Pulsação
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