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PNEUMOLOGIA- DERRAME PLEURAL DANIEL DUARTE MED79 A pleura é constituída de 2 lâminas, a pleura parietal e a pleura Visceral. Entre as duas lâminas, há uma mínima quantidade de líquido, o Líquido pleural, o qual tem como objetivo evitar o atrito entre as duas pleuras e permitir a respiração. O líquido pleural é sintetizado pelos capilares no ápice e porções superiores do pulmão e drenado por vasos linfáticos na porção inferior do pulmão. Desse modo, uma hiperprodução do líquido pleural ou defeitos na drenagem desse líquido pelos linfáticos, é responsável pelo acúmulo de líquido no espaço pleural. Assim, surge o derrame pleural. Fisiopatologia Como já foi dito, o Derrame Pleural é resultado do armazenamento excessivo de líquido entre as pleuras. São 5 fatores responsáveis por esse cesso de líquido, são eles: 1- ↑ da Pressão Hidrostática capilar; a. Acontece em casos como Insuficiência cardíaca, o que vai resultar em uma congestão vascular nos vasos pulmonares; 2- ↓ da Pressão Coloidosmótica capilar; a. Pode ser causada por insuficiências renal ou Hepatopatia. b. Há uma menor quantidade de proteínas no plasma, o que resulta em uma menor P. coloidos. Assim, há um maior fluxo de água para o espaço pleural 3- Acúmulo de Líquido na Cavidade Peritoneal; a. Ocorre em casos de cirrose; b. Sabemos que há pequenas comunicações entre o espaço pleural e o peritoneal pelo diafragma. Assim, o acúmulo de líquido em um pode influenciar no outro; 4- ↑ da Permeabilidade capilar; a. Como o aumento da permeabilidade, há um maior extravasamento de líquido dos vasos para outro meio. 5- Redução da Drenagem Linfática; Espaço Pleural Em situações normais, há, em média, de 1 a 20 ml de líquido nesse espaço. Entretanto, ele é constantemente renovado, ou seja, há sempre a produção de mais líquido e a drenagem do mesmo. Em um dia, podemos ter um volume corrente de até 700 ml do líquido. A seguir estão algumas características do Líquido Pleural: Volume Livre •1 a 20 ml Volume Mobilizado •700 ml/24 horas Proteínas •1,77 g Pressão Oncótica •6 cmH2O pH •Básico -> 7,64 PNEUMOLOGIA- DERRAME PLEURAL DANIEL DUARTE MED79 Classificação dos Derrames Pleurais Os derrames pleuras podem ser classificados quando a origem, o volume e quanto a localização. Classificação quanto a Origem Os derrames pleurais podem ser classificados em Transudatos e Esxudatos. Quanto ao Volume: Classificação Quantidade Leve < 500 ml Moderado < 1000 ml Grave > 1000 ml Maciço Hemitórax completo Quanto à Localização: Livres; Derrames Interlobar; Derrame Pleural mediastínico; Derrame Pleural Infrapulmonar; Encistados; Sintomas Os sintomas cardinais do derrame pleural são: Dor torácica É mais comum nos derrames pleurais de origem de esxudato e é decorrente do atrito pleural. É um dor localizada e desencadeada pelos movimentos respiratórios e do tórax. A tosse funciona como um agente agravante. Com o avanço do derrame pleural, há a diminuição desse desconforto, visto que cada vez mais há o afastamento das pleuras. Tosse Na maioria dos casos, é “seca”, ou seja, sem expectoração. Dispneia É progressiva e só surge quando o derrame pleural já está mais volumoso. Exame Físico As alterações na inspeção ocorrem só em derrames pleurais volumosos, os quais teríamos abaulamentos da caixa torácica. Com o derrame pleural, temos a diminuição do Frêmito Toracovocal associado a diminuição também do murmúrio vesicular nas ausculta. Na percussão, podemos ter um som maciço ou submaciço no local do derrame. Radiografia no Derrame Pleural O comportamento do derrame pleural vai depender da sua localização (Livres, encistados, interlobar, etc.). Para confirmar o derrame, o qual ainda resta dúvida, podemos solicitar para fazer o exame em decúbito lateral, uma vez que haverá o deslocamento do líquido e teremos a confirmação do diagnóstico. • Causados por: • Aumento da Pressão hidrostática no capilar; • Diminuição da pressão oncótica no capilar • Exemplos: Insulficiências Renais e Cardíacas, Hipoalbumineimia; Transudato • Causados por: • Aumento da permeabilidade vascular; • Diminuição da drenagem linfática; • Exmplos: Infecções (Pneumonias), câncer pulmonar, doenças gastrointestinais, hemotórax. Esxudato Dor Torácica Tosse Dispneia PNEUMOLOGIA- DERRAME PLEURAL DANIEL DUARTE MED79 A maioria dos derrames pleuras são livres e estes apresentam as seguintes características: Obliteração dos Seios costofrênitos (Anterior e posterio); Parábola de Demouseau; Imagem Opacificada; Em derrames Maciços e grandes, podemos ter: Desvio contralateral do mediastino; Desvio contralateral da traqueia; Figura 1 Derrame pleural significativo com desvio contralateral do mediastino e da traqueia. Derrames Pleurais Atípicos Subpilmonar Líquido entre o diagragma e a base do Pulmão Figura 2-Derrame Subpulmonar. Derrame encistado Está relacionado com o acúmulo de células necróticas. Há um derrame com um ângulo Obtuso. Figura 3-Derrame encistado. Entre outros exames de imagens, temos a ultrassom, a qual apresenta relevância para alguns tipos de derrames pleurais, sobretudo, os não livres. A ultrassom auxilia na medida da quantidade de líquido e na localização do acúmulo dele (Septados). A TC auxilia na etiologia da derrame pleural. Manejo do Paciente com Derrame Pleural Para a maioria dos casos de derrames pleurais, fazemos a pulsão do líquido, ou seja, retiramos esse acúmulo de líquidos e encaminhamos para a análise. A pulsão é feita a partir da aplicação de um anestésico na borda inferior da costela superior e em seguida é feito a pulsão da líquido na borda superior da costela inferior. Para facilitar a punção, é pedido que o paciente levante as mãos e as leve até a cabeça, a fim de que exista um aumento dos espaços intercostais. Esxudato x Transudato É feito essa diferenciação a partir da análise do DHL e das Proteínas presentes no conteúdo da pulsão e faz-se uma comparação com os níveis séricos. Assim temos o seguinte raciocínio: PNEUMOLOGIA- DERRAME PLEURAL DANIEL DUARTE MED79 Para o líquido pleural (L.P) ser considerado um transudato ele deve ter obrigatoriamente os três parâmetros. Caso não seja atingido um parâmetro, é considerado esxudato. Assim, os transudatos vão apresentar uma menor quantidade de proteínas e de DHL no líquido pleural quando comparado com os níveis séricos. Biopsia pleural É para casos de derrames pleurais de natureza de esxudato, no qual não foi possível identificar a causa. Caso ainda não seja descoberto a etiologia, pode-se fazer uma toracoscopia. Derrame Parapneumônico É um derrame pleural secundário a uma pneumonia. Nesses casos devemos sempre fazer a pulsão e analisar o líquido. Isso porque dependendo da característica do líquido, a alteração na cunduta terapêutica. O derrame parapneumônico pode ser classificado em: Complicado; o Temos o aumento progressivo de células e de proteínas (> 3,5 g/dl); o Há o indicativo de bactérias no líquido, uma vez que temos: Glicose < 40 mg/dl/ pH < 7,1 DHL > 1000 U/L Não-complicado; o É um esxudato com aumento de células e o predomínio de polimorfonucleados. o O tratamento da pneumonia já trataria o derrame. o Características: Glicose > 60 mg/dl; DHL < 500U/L; pH > 7,3; Empiema Pleural; o Tratamento: é uma drenagem completa fechada. Não se faz uso de trombolítico. o A antibioticoterapia deve ser de grande amplitude e de uso prolongado (3 a 4 semanas). Para diferenciar essas três classes, solicitamos o pH, o DHL e a Glicose. Patâmetros Relação Proteínas (L.P/Sérica) Relação DHL (L.P/Sérica) DHL no L.P > 2/3 do LSN do soro Transudato < 0,5 < 0,6 Não Esxudato > 0,5 > 0,6 Sim
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