Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Técnica Dietética Aula 10: Cardápios Apresentação Na nossa aula anterior, concluímos nossos estudos a respeito dos grupos alimentares e sua aplicação na técnica dietética. Nesta última aula, vamos entender a diferença entre cardápio e dieta. Como você acha que deve ser a composição de um cardápio? A abordagem desta aula vai proporcionar uma alimentação nutricionalmente balanceada e colaborar na formação de hábitos saudáveis. Bons estudos! Objetivos Distinguir cardápios de dietas; Identi�car a estrutura de um cardápio; Esclarecer suas regras e as principais recomendações. CONCEITO Cardápio é de�nido como uma lista de preparações culinárias que compõem uma refeição ou que compõem todas as refeições de um dia ou período determinado. Para tal, utilizam-se de padrões nutricionais e reconhecimento das técnicas dietéticas dos alimentos a �m de atender às leis da alimentação. (BERNARDES, 1997) Fonte: Shuttershock por Andrey_Kuzmin São quatro as leis da alimentação: quantidade, qualidade, harmonia e adequação. A lei da quantidade aponta que os alimentos devem ser su�cientes para satisfazer as necessidades energéticas e nutricionais do organismo e mantê-lo em equilíbrio. Cada indivíduo necessita de quantidades especí�cas de carboidratos, proteínas, gorduras, �bras, vitaminas, minerais e água para manter suas funções orgânicas e atividades diárias. Isto depende do sexo, da idade, do estado �siológico e da atividade física. Tanto o excesso quanto a falta serão prejudiciais ao organismo. Portanto é necessária muita atenção às quantidades individuais. A lei da qualidade mostra que a alimentação deve ser completa em sua composição e que forneça ao organismo todos os nutrientes de que ele necessita. Atenção Os nutrientes são essenciais para formação, crescimento e manutenção de um corpo saudável ao longo da vida, assim como para uma possível recuperação quando necessário. As refeições devem ser variadas, oferecendo todos os grupos de nutrientes para o bom funcionamento do corpo. Segundo a lei da harmonia, é preciso ter equilíbrio entre os todos os nutrientes de que necessitamos. É necessária uma relação de equilíbrio na composição da alimentação, de modo a evitar os excessos ou de�ciências de nutrientes. O organismo aproveita corretamente os nutrientes quando estes se encontram em proporções adequadas. Assim, é importante haver um equilíbrio entre eles, pois as substâncias não agem isoladamente, mas sim em conjunto. Por exemplo: a relação entre a ingestão de carboidratos, proteínas e gorduras deve estar em harmonia. A lei da adequação mostra que a alimentação deve se adequada às necessidades de cada organismo, respeitando as características de cada indivíduo. É necessário considerar: 1 Os ciclos da vida (infância, adolescência, idade adulta e velhice); 2 O estado �siológico (gestação, lactação); 3 O estado de saúde (presença ou ausência de doenças); 4 Os hábitos alimentares (de�ciência de nutrientes); 5 As condições socioeconômicas e culturais (acesso aos alimentos). O nutricionista é o pro�ssional apto a aplicar estas leis para cada indivíduo, respeitando a sua realidade. "Já a dietoterapia é o tratamento dos indivíduos portadores de determinada patologia através de alimentação adequada, considerando-se não só a doença, mas também todas as condições em que se encontra o indivíduo" - AUGUSTO,1995 A alimentação repercute diretamente na sua saúde e qualidade de vida; por isso, deve ser quantitativamente su�ciente, qualitativamente completa, harmoniosa em sua composição e adequada à sua �nalidade e a quem se destina. à ELABORAÇÃO Deve ser elaborado de forma a permitir uma escolha saudável; Deve haver também preocupação com a orientação nutricional dos clientes, induzindo-os a optar por uma alimentação equilibrada; Isto poderá ser feito apresentando, entre outros recursos, um maior número de preparações adequadas; Coletividade sadia; Estabelecer o indivíduo padrão a partir da média das características da população estudada. O planejamento do cardápio visa: Estabelecer os parâmetros que irão contribuir para a montagem do cardápio propriamente dito, com o objetivo de atender às expectativas e desejos dos clientes em potencial; Disponibilidade dos alimentos; Verba disponível; Safra dos alimentos; Mercado fornecedor; Aceitação por parte da clientela; Hábitos; Combinação e monotonia dos ingredientes; Tipo de preparação: mão de obra, equipamentos, utensílios, área física, número de refeições, horário de distribuição, estações do ano, textura, cor, sabor, forma, consistência, temperatura, nível de saciedade e técnica de preparo. ESTRUTURA DO CARDÁPIO Entrada: sopa, salgado fria ou quente, salada cozida ou crua, antepasto, torradas, pães. Prato principal: composto pela preparação que mais contribua para o aporte proteico da refeição (maior custo). Opção ao prato principal; Guarnição: preparações que acompanham o prato principal (farofas, batata frita, vegetal ou massa); Acompanhamento: arroz com feijão (ou outra leguminosa); Sobremesa: doce ou fruta; Líquidos: água, sucos, bebidas etc. Atenção O tipo de alimento depende do padrão do cardápio e do custo estabelecido. REGRAS PARA ELABORAÇÃO DE CARDÁPIOS Variar receitas, tipos de corte e preparação. Ex.: Frango cozido, frango assado; Cenoura cozida, cenoura ralada Evitar cardápios com alimentos de mesma característica Ex.: tudo pastoso ou tudo cozido; Variar o sabor. Evitar receitas repetidas toda semana. Ex.: caruru às sextas-feiras; Variar receitas, tipos de corte e preparação. Ex.: Frango cozido, frango assado; Cenoura cozida, cenoura ralada Evitar cardápios com alimentos de mesma característica Ex.: tudo pastoso ou tudo cozido; Não repetir cores; Observar consistência. Ex.: frango grelhado + arroz integral + batata palha (duro); Evitar preparações semelhantes em dias próximos. Exemplo Opção 1 Segunda: bife à milanesa Terça: frango assado Quarta: carne à doré Quinta: quiabada Sexta: peixe frito Opção 2 Segunda: frango assado Terça: carne assada Quarta: peixe assado; Atenção No caso do prato principal e opção, não oferecer no mesmo dia duas preparações de baixa aceitação. Ex.: Almôndegas ao sugo, fígado grelhado acebolado; Incluir pratos caros ou festivos uma vez por mês; Não usar mais de um alimento frito na refeição; Observar a disponibilidade de equipamentos, utensílios, instalações e mão-de-obra; Adequar o tipo de cardápio à clientela (diferenças na aceitabilidade das preparações: padrão básico, intermediário e superior; É desejável que os cardápios ofereçam pelo menos: Uma porção de frutas e uma de legumes ou verduras nas refeições principais (almoço e jantar); Uma porção de frutas nas refeições menores (desjejum e lanche). RECOMENDAÇÕES 1 Quando houver duas carnes como opção, uma deve ser grelhada 2 No caso de servir um prato principal de baixa aceitabilidade, oferecer opção (dobradinha, rabada e língua bovina, peixes) 3 Nutricionistas devem estar familiarizados(as) com a nomenclatura clássica das preparações. Ex: à grega, à parmegiana. Clique nos botões para ver as informações. Utiliza preparações simples que se adaptam melhor a coletividades sadias de menos poder aquisitivo e a coletividades enfermas nos hospitais com menos recursos �nanceiros. Trivial Muito comum nos self-services. Apresenta maior variedade. A elaboração é mais trabalhosa e voltada para uma clientela de poder aquisitivo mais alto que a do trivial. Médio Modi�cado desde a arrumação das mesas até a apresentação das preparações. Apresenta toques de requinte, seja na forma de preparar, seja na apresentação ou distribuição. Oferecido para clientes de mais elevado poder aquisitivo. Formal Exemplo Trivial Médio Formal Bife de panela Bife grelhado com cebola Medalhão ao molho madeira Chuchu refogado Chuchu ao molho branco ou Suflê de chuchu Quiche de chuchu, cenoura e ervilhas Aspectos físicos Sexo, peso, altura, faixa etária, estado nutricional Atividade física, ocupaçãoNúmero de comensais Tempo disponível para as refeições Aspectos psicossociais Hábitos alimentares (hábitos regionais) Crença religiosa Tabus Preferências alimentares VANTAGENS Oferecer alimentação nutricionalmente balanceada; Considerar as preferências do grupo; Economia de tempo, dinheiro e energia; Oferecer refeições variadas; Modi�car e/ou sugerir novos cardápios, considerando o padrão alimentar da família; Adequação ao orçamento; Colaborar na formação de hábitos saudáveis. Composição Refeição SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA 15/04/13 16/04/13 17/04/13 18/04/13 19/04/13 SALADAS Cenoura Ralada Sal. de feijão branco Pepino c/ tomate Beterraba c/ milho Salada de alface Batata c/ salsa Repolho bicolor Salada de abóboora Escarola c/ beterraba Legumes cozidos GUARNIÇÃO Farofa de Cuscuz Espaguete ao meson Acelga chinesa Purê de batata Pirão OPÇÃO Moqueca de ovos Figado de Liboete Frigideira de carne Toscana Acebolada Silveirinha de frango ARROZ Simples Simples Simples Simples Simples FEIJÃO Simples Simples Tropeiro Simples p/ opção SOBREMESA Melancia Pudim Banana Mamão Tangerina SUCO Goiaba Caju Umbu Manga Acerola PRESCRIÇÃO DIETÉTICA Prescrição é o ato ou efeito de prescrever, uma ordem expressa, uma disposição, indicação ou preceito. A prescrição dietética será a determinação e o registro do planejamento alimentar elaborado para um indivíduo. As informações devem ser bem organizadas, passíveis de revisão e compreensão por pro�ssionais. Resolução CFN nº 304/2003: Dispõe sobre critérios para prescrição dietética na área de nutrição clínica e dá outras providências. 1. Considera a prescrição dietética como ato privativo do nutricionista e que este, ao elaborá-la, utiliza métodos e técnicas terapêuticas especí�cas; 2. Considera que a Dietética e a Dietoterapia têm por objetivo preservar, promover e recuperar a saúde, por meio da aplicação de métodos e técnicas próprios, que integram o currículo especí�co da formação do nutricionista; 3. Considera que a atuação do nutricionista na área de Nutrição Clínica abrange o atendimento ao cliente-paciente na internação, ambulatório, consultório e domicílio. Art. 6º. O nutricionista, ao realizar a prescrição dietética, deverá: “I - Considerar o cliente-paciente globalmente, respeitando suas condições clínicas, individuais, socioeconômicas, culturais e religiosas; II - Considerar diagnósticos, laudos e pareceres dos demais membros da equipe multipro�ssional, de�nindo com estes, sempre que pertinente, os procedimentos complementares à prescrição dietética; III - Respeitar os princípios da bioética.” - Resolução CFN nº 304/2003: Atividade 1. Nas Unidades de Alimentação e Nutrição Hospitalar, o planejamento de cardápio deve ser cuidadosamente elaborado. Para tanto, deve-se atentar para diversas características; entre elas, destacam-se: o per�l da clientela e a avaliação do estabelecimento no tocante à área física, equipamentos, bem como recursos humanos e �nanceiros. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as assertivas abaixo: Cardápio é de�nido como lista de preparações culinárias que compõem uma refeição ou lista de preparações que compõem todas as refeições de um dia ou determinado período. O nutricionista, no momento do planejamento/ elaboração do cardápio, não considera relevantes os hábitos alimentares da clientela. O cardápio pode ser chamado de menu, lista ou carta. Nos serviços comerciais, é um veículo de informações, venda e publicidade de um restaurante e tem a �nalidade de auxiliar os clientes na escolha dos alimentos e/ou bebidas. A elaboração dos cardápios constitui a etapa inicial para a previsão e a compra de gêneros alimentícios. Além do per capita líquido, há necessidade do fator de correção para que seja efetuado o cálculo do per capita bruto. A adoção do cardápio com maior densidade energética nas refeições (almoço e jantar) requer a oferta de saladas, legumes e verduras como guarnição, a redução da quantidade de óleo utilizada nas preparações e a opção de carnes grelhadas/ assadas. A partir do planejamento de cardápio, é possível de�nir não apenas a lista de alimentos, condimentos e bebidas a serem adquiridos, como também os equipamentos e os utensílios necessários para preparar e servir os alimentos listados. 2. A professora do 6º ano do Fundamental II percebeu que a aluna Ana Clara estava apresentando fraqueza e sonolência durante as aulas. A mãe foi orientada a levar a criança ao médico e foi diagnosticada uma anemia ferropriva. A nutricionista da escola orientou a mãe em relação aos alimentos que contêm ferro e sobre os fatores que afetam a biodisponibilidade desse mineral na alimentação. Entre as sugestões de cardápio citadas, a refeição com melhor disponibilidade de ferro é: a) Macarrão, carne moída, queijo ralado e suco de limão b) Arroz com lentilha, ovo frito, beterraba e suco de laranja c) Arroz, feijão, bife acebolado, couve refogada e suco de goiaba d) Arroz, feijão, carne cozida, beterraba crua e leite enriquecido com ferro e) Macarrão, frango, alface e maçã 3. “Cardápio é a relação de preparações ou alimentos que serão consumidos em uma ou mais refeições. Deve ser cuidadosa e criteriosamente pensado e elaborado. Para isto, devem-se observar os fundamentos da nutrição, como as leis da alimentação, de�nidos por Pedro Escudero, em 1937. Uma dessas leis de�ne que a quantidade dos diversos nutrientes que integram a alimentação deve guardar uma relação de proporção entre si”. Trata-se da Lei da: a) Harmonia b) Qualidade c) Adequação d) Quantidade e) Custo 4. O sucesso na elaboração e confecção do cardápio/ alimentação implica o uso e�ciente dos recursos materiais e �nanceiros disponíveis e treinamento adequado dos manipuladores. É fundamental o conhecimento da clientela para a elaboração do cardápio, considerando-se os aspectos físicos e psicossociais. Assinale a alternativa que apresenta um aspecto físico da clientela: a) Tabus b) Origem c) Preferências alimentares d) Atividade física e ocupação e) Alergia alimentar 5. “O padrão dos cardápios deve ser compatível com a disponibilidade �nanceira e do mercado. Segundo Almeida (2007), a estruturação do cardápio deverá seguir uma sequência ordenada pela qual é servida. O(a) ______________ se utiliza de preparações mais elaboradas, empregando hortaliças, massas, farofas, preparações ao forno, acrescidas ou não de molhos variados”. Assinale a alternativa que completa corretamente a a�rmativa anterior: a) Entrada b) Guarnição c) Prato principal d) Acompanhamento e) Sobremesa Notas Título modal 1 Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Título modal 1 Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Referências ABREU, E.; SPINELLI, M.G.N. Seleção e preparo de alimentos: Gastronomia e Nutrição. São Paulo: Metha, 2014. PINTO; SILVA, M. E. M.; YONAMINE, G. H.; ATZINGEN, C. B. C. von. Técnica dietética aplicada à dietoterapia. 1. ed. Manole, 2015. TEIXEIRA, S. M. F. G. et al. Administração aplicada às unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Atheneu, 2006. Explore mais Assista aos seguintes vídeos: Técnica dietética – Série Planejamento de Cardápios. Planejamento de cardápio. javascript:void(0); javascript:void(0);
Compartilhar