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HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA DEFINIÇÃO - Hemorragia digestiva: qualquer sangramento do TGI. - HDA: Tem sua origem acima do ângulo de Treitz. - HDM: origem entre o ângulo de Treitz e a válvula íleo-cecal. - HDB: tem sua origem distal à válvula íleo-cecal. HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA - Mesma mortalidade há 40 anos (8-10%). - Incidência de 50-100 para cada 100k hab/ano. - Aumenta com a idade. - 30% dos casos são acima de 65 anos. - Vários tipos de apresentação. - Autolimitada em 80%. ÂNGULO DE TREITZ - Ligamento que fixa a 4ª porção duodenal à 1ª porção jejunal. - Inclui: esôfago, estômago, duodeno. - HDM: delgado. - HDB: cólon, reto e ânus. - Obs: hemorragias nasais ou orais podem ser engolidos e vomitados após um tempo, mas não são considerados HDA. - Dividida em varicosa ou não varicosa. - Dividida também pela apresentação: hematêmese ou melena. - HDM e HDB: apresentação de hematoquezia e enterroragia (sangue sai sem ser digerido). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Hematêmese - Melena - Aguda: sinais de choque hipovolêmico. - Crônica: síncope, dispneia, angina, anemia crônica. AVALIAÇÃO INICIAL - Anamnese. - Exame físico de entrada: graduação do choque. - Laboratoriais (VG e Hb) – parâmetros. - Reposição volêmica. - Monitorização de cardíaca, diurese, VG e Hb. ANAMNESE - Apresentação do sangramento. - Sangramentos anteriores. - Uso de AINES (AAS). - Álcool. - Doença pregressas; coagulopatias. - Cirurgias de TGI. - Ingestão de cáusticos. SEVERIDADE HEMODINÂMICA DA HEMORRAGIA DO TGI AGUDA - Pct em uso de BB e marcapasso, atletas de alta performance, crianças, pct em hipervolemia (gestantes), não altera muito a FC! GRADUAÇÃO DO CHOQUE - PA e FC - Hipotensão ortostática: - Queda de 20mmHg da PAS - FC: +25bpm perda aproximada de 1000mL! - Choque = PAS < 90mmHg. - Perda sanguínea > 1500mL. SITUAÇÕES DE RISCO - Idade acima de 70 anos. - Doenças graves associadas. - Sangramento hospitalizado. - Hematêmese de vulto. - Melena persistente. - Enterorragia de vulto. - Hipotensão postural. - PAS < 100mmHg e pulso > 100bpm. - Ressangramento. ABORDAGEM INICIAL - Acesso venoso - Reposição volêmica - Sonda naso-gástrica - Dieta zero. - Medicação - Encaminhamento para diagnóstico: - Clínico. - Endoscópico. - Outros. REPOSIÇÃO VOLÊMICA - Cristaloides: primeira escolha nas HDA causada por DUP. - Colóides: raramente. - Plasma fresco congelado: cirróticos e coagulopatas. - Plaquetas: contagem < 80.000 e 1U = +8000 plaquetas FATORES DE MORTALIDADE - Idade avançada. - Estados clínicos comórbidos. - Hipotensão persistente. - Necessidade de cirurgia de emergência. - Características endoscópicas: - Hemorragia por malignidades. - Hemorragia varicosa. - Vaso visível sangrando ativamente. - Vasos visíveis não-sangrando. - Obs: hemorragia por neoplasia nunca causa choque. ETIOLOGIA DO SANGRAMENTO DIAGNÓSTICO - Sonda nasogástrica (SNG): - Controversa, usada em cidades pequenas (gastrite mecânica). - Lavado gástrico com solução fisiológica gelada: ineficaz, causa hipotermia, pneumonia e pode provocar piora do sangramento. - Endoscopia digestiva alta (EDA): - Gold standard - Diagnóstico etiológico e orientação terapêutica - Valor prognóstico de recidiva - Realização de procedimentos hemostáticos - Diminui complicações QUANDO INDICAR A TERAPIA ENDOSCÓPICA - Recomendações gerais: - Proteger as VAs. - 2 acessos venosos, jelco grosso. - Ressuscitar com cristaloides ou derivados do sangue. - Instabilidade hemodinâmica UTI. - Tratar empiricamente com supressão ácida. - Terlipressina ou Octreotide: suspeita de hepatopatia crônica, fazem vasoconstrição em áreas não nobres, favorecendo o controle do sangramento. - Corrirgir a coagulopatia. - Solicitar parecer de especialistas. - Terapia mecânica com ligadura elastiva de varizes ou hemoclips. - Fatores preditivos para a falha: - Choque hipovolêmico. - Doenças associadas. - Localização da úlcera na pequena curvatura alta e parede posterior do duodeno. - Úlcera > 2cm. - Hemorragia ativa na endoscopia diagnóstica. - Quando pedir um “second look” endoscópico: - 12 ou 24h. - Após este intervalo pode receber alta. - Cirurgia: - Avaliação multidisciplinar desde “ab inition”. - O perfil do serviço de atenção à saúde deve ser levado em consideração. - Contraindicações da cirurgia: - IC, neoplasia terminal - Aspectos técnicos: - Laparatomia mediana - O objetivo é a parada do sangramento. - Manter o tratamento medicamentoso contínuo no pós-OP quando for indicado. - A melhor conduta deve ser baseada nas condições do pct. A cirurgia deve ser precoce em pcts de risco.
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