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Processe de Trabalho em Fonoaudiologia I – PTF I @caemoss Gradiente Timpanométrico O pico da admitância é o momento de máxima complacência e máximo relaxamento da membrana timpânica. Como está a condição da orelha antes desse máximo e depois dele? Pode-se avaliar essa condição por meio do gradiente timpanométrico. É um exame a mais para que a gente avalie as condições da orelha média, pode variar de 0 a 1 ml (valores acima de 0,2 ml, são considerados alterados). Reflexo Acústico É um sistema de proteção, embora alguns discordem disso, existem uma comprovação de que ele protege nossa orelha. Quando se recebe um estímulo acústico qualquer, nossa orelha média os ossículos fazem o movimento de alavanca. Quando eles começam a se movimentar, o som entra pelo conduto auditivo externo, faz vibrar a membrana timpânica, movimenta os ossículos, e essa movimentação é de alavanca, e faz com que faz com que recupere os sons que são perdidos, refletidos, os sons que não conseguem penetrar a orelha média, recuperação de energia. Porém, quando estamos expostos a um estímulo acústico muito intenso não há por quê recuperar essa energia, ou pelo menos não é necessário recuperar tanto essa energia, pois já está exposto a muito estímulo. Então o cérebro percebe que você está exposto a algo muito intenso, seu ouvido está em perigo, então ele muda essa movimentação, o sistema de alavanca tem que mudar, pois ele faz com que você recupere energia, e você não quer mais energia. Passa então a se movimentar de baixo pra cima e não mais como sistema de alavanca. Essa intensidade é de 70 dB a 90 dB acima do seu limiar auditivo, mas varia de pessoa pra pessoa, pode ser 70, 75, 80, 85, 90. Então, se seu limiar for 10 dB, por exemplo, e para desencadear o reflexo você precisa de 80 dB acima do seu limiar, você irá desencadear o reflexo acústico a parti da exposição a um estímulo de 90 dB (10 + 80 = 90 dB). Com esse estímulo e com o reflexo acústico os ossículos vão deixar de ser movimentar no sistema de alavanca e sim de baixo para cima. Alguns profissionais não acreditam que sejam uma função de proteção e sim de filtração, porque o movimento vertical filtra realmente alguns sons, mas não se pode descartar o fato de que também se protege a orelha de um modo geral quando mudamos esse tipo de movimentação do sistema tímpano- ossicular. E como esse movimento acontece? O músculo do Estapédio vai se contrair e quando ele se contrai ele puxa os ossículos, e ao se contrair, acaba mudando a movimentação dos ossículos também. A Imitanciometria é formada pela Timpanometria e pela Pesquisa do Reflexo acústico, e quase 99% dos otorrinos já solicitam toda bateria básica, audiometria (tonal e vocal) e Imitanciometria (Timpanometria e pesquisa do reflexo acústico). No fone convencional vai ser emitido o estímulo acústico para pesquisar o reflexo, então o estímulo é dado (na imagem na orelha esquerda) e ele vai pelo VII Par Craniano (vestibulococlear) via aferente (leva informação ao SNC) chega no córtex e ele percebe: “opa, som forte”, mas só acontece isso, como foi dito anteriormente, se a pessoa estiver exposta a um som de 70 a 90 dB acima do seu limiar auditivo. Exemplo, você pode desencadear em 1000 Hz o reflexo em 70 dB, em 2000 em 75 dB, já outras pessoas podem ser diferentes, desencadear o de 1000 Hz em 90 dB e o de 2000 Hz em 85 dB (varia de pessoa pra pessoa, e frequência a frequência). O reflexo volta pelo VII Par Craniano (Facial) por via eferente (informação do SNC para a periferia). Esse retorno pode ser contralateral (entra por uma orelha e sai em outra) ou ipsilateral (entra por uma orelha e volta por ela mesma). Volta pelas duas orelhas. Condições para desencadear o reflexo • No aparelho - Para desencadear o reflexo no aparelho normalmente é preciso ter uma audição (dentro desses parâmetros), pois o aparelho vai até 110 dB, alguns sendo 120 dB, então para desencadear pelo aparelho esse reflexo é preciso ter uma audição, digamos que normal ou perto disso, obviamente que com uma perda auditiva você irá desencadear o reflexo, só que com intensidades maiores. • Orelha média - Também é necessário ter uma orelha média íntegra, para captar a resposta desse reflexo. Se por acaso houver algum problema de orelha média não é possível captar o reflexo. Tipos de Reflexo • Contralateral – estímulo por uma orelha e o reflexo volta pela outra orelha, ex.: estímulo na esquerda, reflexo na direita; • Ipsilateral – dou um estímulo por uma orelha e o reflexo volta pela mesma orelha, ex.: estímulo na esquerda e volta pela esquerda; Reflexo Acústico – contralateral • Ausente por aferência – se não tiver audição suficiente para desencadear esse reflexo então chamamos de ausente por aferência; • Ausente por eferência – se há uma otite, otosclerose, desarticulação de cadeia, qualquer problema na orelha média, vou conseguir desencadear o reflexo pois tem uma audição necessária na orelha que foi estimulada, mas aí tem um problema na orelha contralateral, aí o reflexo vai estar ausente, ausente por eferência, a sonda que está esperando a resposta na orelha contralateral não vai captar a resposta; Reflexo Acústico – ipsilateral Na pesquisa de reflexo ipsilateral só é necessária a sonda, não precisa do fone, pois a sonda emite o estímulo acústico por meio do speaker e o microfone capta. As frequências que a sonda pesquisa são 500, 1000, 2000 e 4000 Hz. Alguns aparelhos só pesquisam em 1000 e 2000 Hz (inclusive o da UNCISAL), mas o contralateral é pesquisado em 500, 1000, 2000 e 4000. É necessário no ipsilateral ter aferência, audição, e eferência, orelha média íntegra. Se não houver audição. • Ausência por aferência – o reflexo não é desencadeado pelo som que é estimulado; • Ausência por eferência – o som não é captado ou não retorna pela falta de integridade ou problema na orelha média; • Ausência por aferência e por eferência – quando se tem perda auditiva e um problema de orelha média, como num caso de otosclerose, onde ambas as funções são prejudicadas, é uma ausência por aferência e por eferência; Classificação do Reflexo Acústico Contralateral Alguns autores consideram até 100 dB também acima do limiar, não só os 90 dB. Professora comenta que na prática clínica dela encontra o reflexo desencadeado em pessoas com perdas auditivas condutiva e seria necessária mais intensidade para o desencadear. Mas os 90 dB é o que é estabelecido como normal pelo conselho. Presente e diminuído - limiar em 50 dB, exemplo, e o reflexo achado em 110, os 110-50 é 60, abaixo de 70, então está diminuído – é muito característico em perdas auditivas sensorioneurais, a cóclea está acometida, alteração de recrutamento (paciente não ouve bem, pede pra falar mais alto, mas quando aumenta a intensidade pede para falar mais baixo, pois o ouvido dói; Presente e aumentado – tenho um limiar em 0 e o reflexo em 110 dB, o que não é comum pois a audição está normal, 110 está muito acima do normal, aumentado; normalmente encontra aumentado, quando o paciente tem uma perda auditiva condutiva na orelha que está desencadeando o reflexo (ipsilateral), nunca vai encontrar em contralateral; Cores dos Reflexos • Reflexo contralateral esquerdo – cor vermelha, pois o som/estímulo é emitido na orelha esquerda, porém é captado na orelha direita, se estou avaliando a orelha direita é essa a cor usada; • Reflexo contralateral direito – cor azul, pois o estímulo é na orelha direita, mas captada na esquerda; • Reflexo ipsilateral direito – cor vermelha; • Reflexo ipsilateral esquerdo – cor azul; Resultados no exame • Marcação; • Recrutamento de Metz – quando acha-se a diferença de contralateral abaixo de 70 dB – alteração coclear; Os resultados de IPSILATERAL podem ser menores que o de CONTRALATERAL,pois no contra o estímulo tem que passar de uma orelha a outra, isso exige mais intensidade. Os resultados de IPSI não é preciso classificar se é normal, aumentando ou diminuído, apenas no contralateral. Interpretação dos Resultados • Audição normal – timpanograma tipo A, reflexos presentes; • Perda auditiva condutiva – timpanogramas com curvas alteradas (B, C, Ad e Ar), reflexos provavelmente ausentes; • Perda auditiva sensorioneural – timpanograma tipo A, reflexos podem estar presentes dependendo do grau da perda auditiva; • Neuropatia – timpanograma tipo A, reflexos ipsilaterais presentes, mas como é uma neuropatia não vai conseguir cruzar, então contralaterais ausentes; • Paralisia Facial – super-estapediana reflexo ausente, infra-estapediana presentes;
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