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A reposição insulínica é feita com uma insulina basal (cuja função é evitar a lipólise e a liberação hepática de glicose no período inter-alimentar), uma insulina durante as refeições (bolus de refeição) e doses de insulina necessárias para corrigir hiperglicemias pré e pós- prandiais ou no período inter-alimentar (bolus de correção). As insulinas basais são representadas pelas de ação ultra-longa, longa e intermediaria (NPH), ja as insulinas de bolus são a de ação rápida e ultra- rápidas. ULTRA-LONGA Degludeca Glargina U-300 Inicio de ação em 2-4 horas Sem pico Não precisa de horário de aplicação Mudança na dose leva até 72 horas para refletir na glicemia DEGLUDECA→ Duração 42 horas GLARGINA→ Duração 36 horas LONGA Glargina Determir Inicio de ação em 2-4 horas Não podem ser misturadas na seringa DETERMIR → Pico em 6-8 horas Duração 20-24 horas GLARGINA→ Não tem pico Duração de 24 horas INTERMEDIARIO NPH Inicio de ação 2-4 horas Pico em 4-10 horas Duração de 10-16 horas RÁPIDO Insulina Humana Regular Inicio de ação em 30 minutos Pico em 2-4 horas Duração 5-8 horas ULTRA-RÁPIDA Glulisina Lispro Asparte Inicio de ação 10-15 minutos Pico em 1-2 horas Duração 4 horas Podem ser aplicadas imediatamente antes ou depois da refeição Menor risco de hipoglicemia Cobertura prandial A insulina regular e a NPH são as únicas oferecidas pelo SUS. Por seu inicio de ação ser em 30 minutos, a regular deve ser injetada 30 minutos antes da refeição. Para oferecer uma cobertura de 24 horas, a NPH deve ser administrada pelo menos 2 vezes ao dia. Outra questão a respeito da NPH é o seu pico em 4-10 horas que se relaciona com casos de hipoglicemia, portanto é importantíssimo orientar o paciente a ingerir algum alimento neste meio tempo. Quanto mais lenta a ação da insulina, menores são os riscos de hipoglicemia; portanto, em relação ao risco de hipoglicemia, podemos ordená-la assim: NPH > Detemir > Glargina U100 > Glargina U300 = Degludeca As insulinas podem vir em frascos de 10 ml, em canetas de 3 ml ou como bombas de insulina. As seringas e agulhas devem idealmente ser de uso único afim de evitar a lipo-hipertrofia, já que a agulha vai ser tornando romba com o tempo. Existem 3 modelos de seringa: 30, 50 e 100 UI de insulina. Nas duas primeiras cada marcação corresponde a 1 UI, enquanto que na última cada marcação corresponde a 2 UI. A bomba de infusão de insulina por outro lado imita a secreção fisiológica de insulina; geralmente é indicada para: Paciente com difícil controle glicêmico Fenômeno do Alvorecer Hipoglicemia frequente Desejo de flexibilidade Com esquema basal-bolus é possível misturar a insulina rápida a lenta, sempre aspirando a rápida primeiro. A via de aplicação é subcutânea (SC) e o sitio de aplicação deve ser mudado constantemente. São indicações para o início da insulinoterapia: Diagnostico de DM1 HbA1c >8,5% + dose máxima de metformina Sintomas graves Glicemia >300 Cetonuria Os esquemas possíveis são basal, basal plus e insulinização plena, Na DM2 seguimos esta ordem. Na DM1, por outro lado, iniciamos já na insulinização plena. ESQUEMA BASAL Deve ser o primeiro esquema a ser tentado, tratando-se de 01 aplicação á noite antes de se deitar. Podem ser utilizadas as bolus (ultra-longa, longa e intermediária). Dose inicial→ 0,1-0,2 UI/kg/dia ou 10-15 UI Após isso, deve-se seguir um controle das glicemias capilares pré- prandiais antes do café da manha a fim de se tatear a dose correta. Caso houver hiperglicemias, deve-se aumentar 2-4 UI a cada 2-3 dias até que a meta glicêmica seja atendida. O aumento pode ser feito assim: Glicemia >130→ ↑2 UI Glicemia >180→ ↑4 UI Glicemia <70→ Reduzir 1 – 2 UI A Degludeca deve ser titulada semanalmente. BASAL PLUS Após se atingir a meta glicemia antes do café da manha, deve-se avaliar as glicemias antes do almoço, jantar e antes de dormir, e a correção das hiperglicemias deve ser orientada com base na refeição anterior: ↑Antes do almoço→ Insulina Rápida 30 min antes do café ou NHP ao café ↑Antes do jantar→ Insulina Rápida 30 min antes do almoço ou NPH ao almoço ↑Antes deitar→ Insulina Rápida 30 minutos antes do jantar Se HbA1c continuar alta, deve-se avaliar as glicemias pós-prandiais, ajustando-se as doses pré-prandiais da refeição. A dose pode ser orientada de acordo coma a contagem de carboidratos ou não: SIM→ 1 U/15g carboidrato NÃO→ 2-4 U antes da refeição INSULINIZAÇÃO PLENA Se a glicemia ainda estiver inadequada, deve-se insulinizar plenamente o paciente, descontinuar o secretagogo, manter agentes sensibilizadores (metformina e pioglitazona) e associar um unibidor de DPP-4 ou agonista GLP1. Dose total DM2→ 0,5-1,5 UI/kg/dia Dose total DM1→ 0,4 – 1 UI/kg/dia São necessárias maiores doses durante a puberdade, gestação e situações de estresse, infecção ou doenças graves, pelo aumento da resistência á insulina, e doses menores para idosos ou pacientes com insuficiência renal. Existem vários esquemas para divisão desta dose, misturando-se basais e bolus: 1. Insulina regular 3X ao dia + NPH 2X ao dia Antes do desejum→ ½ NPH + 1/3 Regular Antes almoço→ 1/3 Regular Antes jantar→ 1/3 Regular Ao deitar→ ½ NPH EXEMPLO: Dose total escolhida para o paciente 0,8 U/kg/dia, em paciente de 60 kg (será usado em todos os exemplos seguintes): 2. Insulina Regular 2 X dia + NPH 2 X dia Antes do desejum→ ½ NPH + ½ Regular Antes jantar→ ½ Regular Ao deitar→ ½ NPH 3. Regular 3X dia + NPH 3 X dia Antes desejum→ 1/3 NPH + 1/3 Regular Antes almoço→ 1/3 NPH + 1/3 Regular Antes jantar→ 1/3 regular Ao deitar→ 1/3 NPH 4. Regime basal-bolus com NPH Antes do desejum→ 30% rápidas ou ultra-rápidas Antes do almoço→ 20% rápidas ou ultra-rápidas Antes jantar→ 15% rápidas ou ultra-rápidas Ao deitar→ 35% NPH 5. Regime basal-bolus com Glargina ou Determir Antes do desejum→ 15% rápidas ou ultra-rápidas Antes do almoço→ 20% rápidas ou ultra-rápidas Antes jantar→ 15% rápidas ou ultra-rápidas Ao deitar→ 50% Glargina / Determir 6. Pre misturas com análogo ultra-rápido 2X dia Antes do desejum → 50% Antes do jantar → 50% 7. Pre mistura com análogo ação ultra-rápida 3X dia Antes do desejum→ 30% Antes almoço→ 40% Antes do jantar→ 30% FATOR DE CORREÇÃO (BC) Trata-se da quantidade de insulina rápida ou ultrarrápida necessária para a correção de hiperglicemia antes das refeições: BC= (Glicemia momento – meta glicêmica) / Fator de sensibilidade FATOR DE SENSIBILIDADE (FS) É quando 1 UI de insulina rápida ou ultrarrápida reduz a glicemia. O fator de correção é primeiramente calculado a partir da dose total diária de insulina (DTD): BC = 1800 a 1500 : DTD Após isso fazemos os cálculos com metas cujo resultado mostra quantas unidades diminuirá o BC, ou seja, 1 UI diminuirá X BC. O valor encontrado será adicionado a dose já tomada de insulina rápida ou ultrapassada do paciente, mas existem esquemas prontos e fim de orientar o paciente: 150-200 mg/dl 1 UI 201-250 mg/dl 2 UI 251-300 mg/dl 3 UI 301-350 mg/dl 4 UI 351-400 mg/dl 5 UI >400 mg/dl 6 UI Dose de correção + Dose bolus prandial Existem também a dose de correção de hipoglicemias, cujo calculo é o mesmo, mas o resultado será em valores negativos, ou seja, o valor é o numero de unidades a ser retirado daquela insulina rápida ou ultrarrápida. Também há um esquema pronto: Glicemia <70→ Reduzir 1 – 2 UI EFEITO SOMOGYE & ALVORECER / AMANHECER / ALBA Estes 2 fenômenos são um grande desafio na insulinização de pacientes DM2. O efeito Somogyi é uma hiperglicemia em resposta a hipoglicemia na madrugada via aumento de hormônios contrarreguladores, estando muitoassociada a aplicação de NPH em horário inadequado (muito antes de deitar); é detectável via aferição de glicemia capilar as 3:00 da manha (haverá hipoglicemia). Já o fenômeno do alvorecer é o aumento exarcebado de hormônio contrarreguladores no inicio da manha, na ausência de hipoglicemia noturna. Solução Somogyi→ Prescrever insulina mais lenta que NPH ou orientar administração mais próximo do horário de deitar Solução Alvorecer→ Aumentar dose de insulina ou prescrever bomba de insulina com programação maior na madrugada
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