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Condomínio Edilício Ora se está numa área comum ora está numa área exclusiva → Natureza jurídica: PJ ou não? Ainda é um ponto de discussão. Pj é uma pessoa reconhecida pelo direito, formada por diversas pessoas ou bens, mas tem um reconhecimento que a distingue dos integrantes. 1. Pessoa anômala: Há um entendimento em que o condomínio seria uma pessoa anômala. 2. Ente despersonalizado: O condomínio não é uma pessoa a par dos condôminos. 3. Tipo de personalidade: Outro entendimento em que o condomínio seria um tipo de propriedade O condomínio não se encaixa em nenhuma das figuras previstas no rol art 44 do CC. Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos. VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. No condomínio, não há uma finalidade comum, que se exige a uma pj. Há diversos moradores, mas há interesses diferentes. Eles apenas constituem o mesmo espaço. O condomínio em si, não tem uma finalidade própria. Mas, é inegável que o condomínio pode demandar ou demandado. Por isso, ele é considerado um ente despersonalizado. Entretanto, Cada vez mais fortalece o entendimento de que o condomínio deve ser visto/ considerado pj. Tem CNPJ. O condomínio emprega. Só falta o “affectio societatis”. Lembre!!! A associação de moradores do condomínio pode ser uma PJ. Não conseguimos ter um consenso. Em algumas situações o julgador decide que o condomínio é PJ, ora discorda. → Instituição: não é tão simples criar um condomínio de edifícios. Para surgir, exige um formalismo grande. É preciso registrar no cartório imobiliário algumas informações essenciais. Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em lei especial: I - a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das partes comuns; Quais áreas comuns e quais áreas serão exclusivas. II - a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e partes comuns; A parte comum é de todos, mas cada condômino tem direito a uma fração ideal da parte comum. III - o fim a que as unidades se destinam. Residencial, para atividade comercial, misto… Sem o registro, não se presume condomínio edilício. No geral, é uma só propriedade. Tudo comum No edilício, há áreas comuns e áreas exclusivas. Não é presumido. Deve ser registrado. → Constituição: “Convenção” (norma que regula a convivência entre os condôminos): organiza a convivência. Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção. Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Deve ser o mais detalhada possível para evitar conflitos. O legislador decidiu impor o mínimo: Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará: I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio; Taxa condominial. II - sua forma de administração; Síndico, sub-síndico, diretorias, conselheiros… III - a competência das assembléias, forma de sua convocação e quorum exigido para as deliberações; IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; V - o regimento interno. Trata do cotidiano, utilização das áreas comuns, horário de mudança, reforma… § 1o A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento particular. § 2o São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônomas. A convenção é uma norma de caŕater privado, não pode se sobrepor a normas públicas, constitucionais, civis. O limite da convenção é a própria estrutura do nosso poder jurídico. Não pode retirar direitos… O condômino que se sentir lesado pode levar tal cláusula ou cláusulas ao judiciário. É possível verificar ilegalidade. → Direitos Art. 1.335. São direitos do condômino: I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; A restrição está no uso. Tem direito de usar dentro dos limites da destinação do imóvel. II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores; III - votar nas deliberações da assembléia e delas participar, estando quite. Há restrições por conta da propriedade comum. → Deveres Art. 1.336. São deveres do condômino: I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação; III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. § 1o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito. § 2o O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá à assembléia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa. → Deveres Contribuir com a despesas do prédio, não alterar fachadas, não alterar cores externas, não construir de forma a prejudicar a estrutura do prédio, seguir a destinação do condomínio.
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