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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIAS DA VIDA CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA JAQUELINE MOMBACH PATOLOGIAS DO SISTEMA GASTROINTESTINAL DE SUÍNOS TOLEDO 2021 2 JAQUELINE MOMBACH PATOLOGIAS DO SISTEMA GASTROINTESTINAL DE SUÍNOS Trabalho Discente Efetivo apresentado à disciplina de Anatomia Patológica, do curso de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Professor: Monica Regina Matos TOLEDO 2021 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 5 2.1 Colibacilose neonatal .................................................................................................... 5 2.2 Clostridiose ..................................................................................................................... 6 2.3 Coccidiose....................................................................................................................... 7 2.4 Rotavirose ....................................................................................................................... 8 2.5 Salmonelose ................................................................................................................... 9 2.6 Ileíte ................................................................................................................................ 10 2.7 Disenteria suína ............................................................................................................ 10 2.8 Estrongiloidíase suína ................................................................................................. 11 3 CONCLUSÃO............................................................................................................ 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 14 4 1 INTRODUÇÃO A suinocultura faz parte de uma importante cadeia produtiva responsável por alavancar a economia brasileira. Em termos mundiais a carne suína é a mais consumida, isso devido ser uma fonte de proteína saudável, saborosa e mais barata quando comparada a outras fontes (GUIMARÃES, et al., 2017). De acordo com relatório anual da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) de 2020, a produção brasileira de carne suína aumentou significativamente nos últimos anos, produzindo no último ano 4,436 milhões de toneladas de carne suína. Concomitante a esse cenário, o consumo per capita também aumentou, sendo 16 quilos ingeridos por habitante no ano anterior. Em sequência, a suinocultura representa uma importante atividade para a região Sul do país, que representam mais de 70% dos animais abatidos em todo o território nacional no ano de 2020 (ABPA, 2020). Os suínos são animais monogástricos, que possuem uma alta eficiência na digestão alimentar, e precisam de dietas balanceadas para ter uma boa conversão alimentar. No entanto, encontramos diversos patógenos que acometem o trato digestório dos suínos, causando doenças de grande importância a nível nacional e mundial (ROLOFF, 2020; ZANELLA; MORÉS; BARCELLOS, 2016). Dentre as afecções que acometem os suínos, algumas são de grande importância e impactam negativamente a mercado externo, outras chamadas de doenças endêmicas ou enzoóticas são responsáveis por causar graves prejuízos nos índices de produção, além das que podem trazer risco a saúde humana (ZANELLA; MORÉS; BARCELLOS, 2016). Nos últimos anos, uma das áreas que mais precisa de demanda na produção dos suínos é a sanidade. As práticas de biosseguridade são fundamentais para uma boa produtividade, a fim de conter e erradicar doenças que afetam toda a cadeia produtiva, preservando ou restaurando a saúde dos animais integra (SANTO et al., 2019). Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo realizar um levantamento bibliográfico das principais patologias que acometem o trato gastrointestinal dos suínos, como a colibacilose, coccidiose, rotavirose, clostridioses dentre outras. 5 2 REFERENCIAL TEÓRICO As doenças entéricas que acometem os suínos desencadeiam grandes desafios na produtividade, aumento os custos com medicamentos, e causando prejuízos na lucratividade. Além disso, com a necessidade de grande produção de animais pra alimentar a população mundial, a criação de suínos passou a ser intensiva, e com isso ocorreu um grande aumento na densidade animal, redução da idade de desmame, maiores desafios imunológicos, além de erros de manejo como na colostragem que favorecem o surgimento de problemas gastrointestinais (ARAÚJO, BROGGIO, 2021). O principal sinal clínico presente nas doenças entéricas é a diarreia, que pode ser classificada em secretória, malabsortivas, inflamatória e por hipermotilidade. A primeira está relacionada ao aumento de secreção de íons que eleva a absorção de água, sendo comum em infecções bacterianas que produzem toxinas. Quando falamos em diarreia malabsortivas, refere-se quando ocorre uma destruição dos enterócitos devido ao rompimento da barreira epitelial, causando atrofia das vilosidades. A diarreia inflamatória, como está referido ao seu termo, é quando desencadeia um processo inflamatório local. Por fim, a diarreia por hipermotilidade não é considerada um fator primário, e está relacionada ao líquido acumulado no lúmen intestinal, que leva ao aumento da motilidade (ARAÚJO, BROGGIO, 2021). 2.1 Colibacilose neonatal A colibacilose neonatal é uma doença causada pela Escherichia coli, muito comum de acometer animais na fase da maternidade em granjas de todo o mundo. É importante frisar que a E. coli é uma bactéria presente na microbiota do animal, e só causam problemas quando cepas patogênicas surgem devido principalmente falhas de manejo, higiene da granja, condicionamento ambiental e o grau imunitário da porca. As cepas patogênicas se aderem a mucosa do intestino delgado, e produzem toxinas fatais, chamadas de ETEC. Esse microrganismo é capaz de se aderir aos enterócitos através de suas fímbrias, que são a K88 (F4), K99 (F5), P987 (F6), F41 e F18, sendo a primeira a mais comum (ARAÚJO, BROGGIO, 2021; SOBESTIANSKY; BARCELLOS, 2012). A respeito da patogenia da doença, a via de entrada é feco-oral e então a E. coli se aloja e começa a multiplicar na mucosa do intestino delgado, produzindo 6 enterotoxinas que são mediadas por suas fímbrias. Além disso, as toxinas estimulam a produção de duas enzimas, a guanil ciclase e a adenil ciclase, que fazem com que aumente a concentração intracelular, elevando a a transferência de bicarbonato de sódio e água presente nas células em direção ao lúmen do intestino, desencadeando então o aumento do fluxo chamado de diarreia secretória, com coloração amarelada. Por consequência, os animais apresentam severa desidratação, além de poderem desenvolver acidose metabólica e cursa quase sempre com a morte dos leitões, e os que sobrevivem vão apresentar desempenho inferior aos demais (CRUZ, 2019). As lesões macroscópicas e microscópicas são pouco significativas. Durante a necropsia, as alterações que podem ser encontradas é a presença de leite coagulado no estômago, e flacidez da parede do intestino delgado, além de encontrar a diarreia amarelada. Na histopatologia, observa-se aderido aos esterócitos a presença de cocobacilos. Para o diagnóstico da doença, deve ser observado os sinais clínicos e histórico da propriedade, e realizar exames laboratoriais como o exame de fezes com isolamento bacterianoe tipificação do agente (SOBESTIANSKY; BARCELLOS, 2012). 2.2 Clostridiose Muito comum nas granjas de todo o Brasil, a clostridiose é uma doença causada por Clostridium spp., em especial o C. perfringens, causando diversos prejuízos econômicos. O C. perfringens possui cinco tipos de toxinas: A, B, C, D e E, sendo as de maior importância para a suinocultura o tipo A e tipo C (COSTA, et al., 2009). Sua incidência também está relacionada a falhas de manejo, contaminação ambiental e doenças primárias. O C. perfringens tipo A produz duas toxinas, a alfa toxina e a enterotoxina, enquanto o C. perfringens tipo C produz beta toxina. A patogenia do tipo A está ligada a ingestão da bactéria ou do esporo, inoculação da bactéria no intestino no jejuno e íleo e produção das toxinas, que vão causar edema de vilosidades, seguido de necrose e secreção de líquidos para o interior do lúmen intestinal, causa uma diarreia amarelada cremosa que pode se tornar mais rosada. No tipo C, após a ingestão da bactéria, a mesma de adere ao jejuno, invade o epitélio das vilosidades intestinais, se multiplicando na lâmina própria, a toxina produzida pode gerar necrose das vilosidades e hemorragia, normalmente o animal vem a óbito COSTA, et al., 2009; SOBESTIANSKY; BARCELLOS, 2012). 7 As lesões macroscópicas encontradas no tipo A é a congestão da parede do intestino delgado com presença de gases e conteúdo aquoso hemorrágico. Na microscopia, encontrase áreas de necrose do intestino, podendo apresentar atrofia das vilosidades, com presença de clostrídios, e o diagnóstico pode ser feito por meio bacteriologico, imunofluorescência direta e histopatologia. No tipo C, são observadas macroscopicamente conteúdo sanguinolento no jejuno, com avermelhamento da serosa do intestino delgado. No exame microscópico, são encontradas vilosidades necrosadas coberta pelos clostrídios, com grave hemorragia de mucosas, também pode ser observaod enterite necrótica e enfisema. Para o diagnóstico, realiza-se o exame histológico e bacteriológico da mucosa intestinal afetada (SOBESTIANSKY; BARCELLOS, 2012). 2.3 Coccidiose A coccidiose é causada pelo protozoário Cystoisospora suis, muito comum em granjas de todo o mundo, sendo considerada uma doença endêmica, causando graves prejuízos no ganho de peso e desempenho dos animais. Os leitões acometidos geralmente são aqueles com em média 15 dias de idade, apresentando uma diarreia pastosa amarelada (REVISTA SUINOCULTURA INDUSTRIAL, 2017). Os leitões são acometidos através da ingestão dos oocistos que permanecem principalmente nas instalações da maternidade (REVISTA SUINOCULTURA INDUSTRIAL, 2017). O Cystoisospora suis é um protozoário intracelular, com três fases de vida: esporogonias, que é quando os oocistos são eliminados nas fezes, que irão esporular em até 48 horas. A outra fase é a excistação, onde os oocistos esporulados que forma ingeridos pelos animais começam a fazer a liberação de esporozoítos na luz do intestino delgado e fazem penetração nos enterócitos. Por fim, a última fase é o desenvolvimento endógeno, onde os esporozoítos se tornam merontes e inicial a reprodução assexuada, se tornando merogonias, dando origem aos merozoíto, que no último estágio da reprodução formam macrogametas que darão origem aos oocistos que serão eliminados nas fezes recomeçando o ciclo (SOBESTIANSKY; BARCELLOS, 2012). A diarreia ocorre devido a destruição das células do epitélio intestinal, reduzindo as vilosidades, podendo gerar enterite necrótica. Além disso, a coccidiose acaba sendo uma porta de entrada para outros patógenos, como a E. coli, desenvolvendo então uma doença muito mais severa. Junto a diarreia pastosa e 8 amarelada, os leitões ficam desisdratados, perdem peso e retardam o crescimento, com mortalidade podendo chegar até 20% (PAIVA, 1996). As lesões macroscópicas apresentadas na coccidiose é uma hiperemia das mucosas com a formação de uma leve camada fibrinona recobrindo-a, que em casos mais graves pode se tornar necrótica. Microscopicamente, observa-se redução e necrose das vilosidades intestinais, metaplasia intestinais e hiperplasia das cripta, também pode ser encontrado nas células epiteliais a presença de merozoítos e merontes. Para o diagnóstico, além dos sinais clínicos e histórico, utiliza-se a histopatologia, esfregaços de mucosas de jejuno e íleo para identificação do parasito, e exames de fezes (SOBESTIANSKY; BARCELLOS, 2012; PAIVA, 1996). 2.4 Rotavirose As diarreias causadas pelo Rotavirus estão disseminadas em todo o mundo, causando muitos prejuízos principalmente na maternidade. Os animais infectados apresentam diarreia com presença de leite não digerido, prostração, emagrecimento progressivo e desidratação. As mortes ocorrem principalmente devido ao alto grau d desidratação (GREGORI et al., 2006). O Rotavirus pertence a família Reoviridae, e possui diversos sorogrupos, sendo os de maior importância o A, B e H. A respeito da patogenia, a via de infecção é feco-oral, o vírus tem tropismo por enterócitos, principalmente no intestino delgado, se multiplicam no citoplasma dos enterócitos provocando a descamação celular e o tecido é substituído por células imaturas das criptas intestinais, ocasionando fusão e atrofia das vilosidades intestinais. Além disso, o vírus reduz os níveis de lactase, explicando a presença de leite não digerido nas fezes (SOBESTIANSKY; BARCELLOS, 2012). Na necropsia, observa-se a aparência flácida do estômago, o intestino apresenta-se dilatado e flácido, com presença de um conteúdo amarelo acinzentado e aquoso. No intestino delgado, observa-se inflamação, principalmente no jejuno e íleo, os vasos linfáticos ficam ausentes de quilo no seu interior, indicando uma má absorção dos nutrientes. Na histopatologia, as lesões são limitadas ao intestino delgado, com destruição das células epiteliais das vilosidades, principalmente no topo das células, com presença de descamação, onde as células são substituídas por outras cubóides ou achatadas. Se a infecção for mais grave, observa-se uma fusão lateral das vilosidades, com hiperplasia das células da cripta, piorando ainda mais a 9 atrofia das vilosidades. Para fazer o diagnóstico, deve ser conciliado o histórico da propriedade com os sinais clínicos dos animais, podendo realizar o teste da eletroforese em gel de policrilamida (SOBESTIANSKY; BARCELLOS, 2012). 2.5 Salmonelose A salmonelose é uma doença de extrema importância para saúde pública, pois a ingestão de carne contaminada pela Salmonella pode gerar uma intoxicação alimentar. As duas principais espécies de importância para a suinocultura e a S. tiphymurium e S. choleraesuis, causando principalmente enterites agudas ou crônicas e septicemia nos suínos (HERNIG, 2019). A via principal de infecção da salmonelose é a oral, acometendo suínos de 5 semanas a 4 meses de idade. A espécie S. choleraesuis é a mais patogênica, tendo predileção para o íleo e cólon, invadindo as células M que são próximas as placas de Peyer, adentrando também nos eritrócitos. Em seguida, chega na corrente sanguínea e em 24 horas já desenvolve septicemia, antes mesmo do animal apresentar diarreia. Os fatores de virulência da Salmonella estão ligados na capacidade e adesão, invasão e citotoxicidade as células, se alojando dentro das células de defesa o que o torna resistente aos fagócitos. O animal que apresenta diarreia é devido a má absorção intestinal e ao aumento da permeabilidade, levando a um processo inflamatório da mucosa que pode evoluir em necrose (OLIVEIRA, 2011). As lesões macroscópicas observadas são, na forma aguda, gastrenterite hemorrágica, com focos de hemorragia na mucosa intestinal e áreas de perda de mucosa, observa-se esplenomegalia, hemorragias petequiais em rins e bexiga com linfonodos infartados. Os pulmões apresentam focos pneumônicospurulentos com hemorragias, o coração ocorre petéquias no epicárdio e líquido no saco pericárdico, no fígado pode ser observado pontos necróticos. Na forma crônica, observa-se tecido necrosado no cólon e ceco, com formação de tecido fibrinoso. No histopatológico é possível encontrar no intestino grosso a presença de colônias de Salmonella, invadindo o epitélio e lâmina própria. O diagnóstico é por meio do isolamento da bactéria com tipificação da mesma (SOBESTIANSKY; BARCELLOS, 2012). 10 2.6 Ileíte Também chamada de Enterite proliferativa suína, é uma doença causada pela espiroqueta Lawsonia intracellularis. Causadora de graves prejuízos em todo o mundo, os suínos doentes apresentam diarreia, perda de desempenho com redução no ganho de peso diário e animais refugos, podendo ainda evoluir na forma de diarreia hemorrágica que pode levar a óbito (FERONATO, 2019). Acomete principalmente suínos na fase da terminação. Ainda é incerto como ocorre a infecção, acredita-se que que quando a bactéria entra nas células da mucosa do intestino, permanece inicialmente nas membranas, horas depois chega no citoplasma onde vai se multiplicar por divisão binária, e em até 10 dias liberam as bactérias para o meio extracelular. A bactéria coloniza a base das criptas do jejuno e íleo, destruindo-as, e sua replicação é mais rápida do que a troca de células intestinais, permanecendo enterócitos imaturos, além da atrofia das vilosidades, o que explica a má absorção e diarreia (SOBESTIANSKY; BARCELLOS, 2012). As lesões macroscópicas encontradas é o espessamento da parede do intestino, edema e congestão do mesentério, além disso as mucosas apresentam rugosas e espessas, podendo ter conteúdo fibrino-hemorrágico. Microscopicamente, observa-se proliferação das células epiteliais das criptas no intestino delgado nas glândulas da mucosa do inestino grosso, podendo encontrar o microrganismo presente, atrofia das vilosidades e redução das células caliciformes, encontra-se também congestão das mucosas do intestino com acúmulo de sangue no seu inteiror, e a presença de enterócitos imaturos. Para diagnóstico deve ser feito histopatologia ou imunohistoquímica (SOBESTIANSKY; BARCELLOS, 2012). 2.7 Disenteria suína A disenteria suína é uma enfermidade causada pela bactéria A Brachyspira hyodisenteriae, responsável por causar diarreia muco hemorrágica em suínos de recria e terminação. Acredita-se que a doença pode ser influenciada por situações de estresses dos animais, como por exemplo alta densidade de lote, como também falta de higiene (PASCOAL, 2013). A infecção ocorre por via oral, seja pela ingestão alimentos ou fezes contaminadas, ou por meio de botas, roedores ou outros carreadores indiretos. A patogenia da doença ainda não é completamente entendida, acredita-se que para que aconteça, devam haver outros agentes envolvidos. A bactéria após ingerida, 11 sobrevive aos ácidos estomacais e chega até o intestino grosso, onde desenvolve a doença, produzindo hemolisinas que causam danos locais, como a descamação do epitélio intestinal resultando em uma diarreia com sangue, anorexia, emagrecimento e febre (SONÁLIO, 2020). As lesões observadas são hiperemia e edema da parede intestinal, mesentério e linfonodos mesentéricos, com uma linha demarcatória na união ileocecal, típico da doença. Na mucosa intestinal, observa-se edema com redução da rugosidade, que se encontra com muco, fibrina e sangue, e quanto maior o tempo da doença, a mucosa intestinal afina progressivamente. Microscopicamente, é possível notar elevação da quantidade de neutrófilos, linfócitos e de outras células presentes na lâmina própria, além de necrose superficial do intestino grosso, com conteúdo fibrinonecrótico mucoso. O diagnóstico da doença deve ser realizado conciliando os sinais clínicos, lesões encontradas e o isolamento bacteriano, podendo ou não ser feito PCR (PASCOAL, 2013; SONÁLIO, 2020). 2.8 Estrongiloidíase suína Causada pelo parasita Strongyloides ransomi, é uma doença amplamente difundida em várias espécies animais. Seu habitat é o intestino delgado, causando lesões que desencadeiam diarreias principalmente em leitões (ARAÚJO; BROGGIO, 2021). O parasita evolui até o terceiro estágio em vida livre, e então infecta o animal através da ingestão ou da migração cutânea. Ocorre migração traqueal, onde será maturado em cerca de 6 dias, ou migração somática, onde permanece no tecido adiposo, que é o que acontece com as porcas infectadas, armazenando o parasito na gordura e posteriormente eliminando no colostro, realizando uma infecção transmamária. Nos leitões, ocorre uma enterite aguda, com muita diarreia sanguinolenta, emaciação, anorexia e queda de produção, podendo levar a óbito (SANAVRIA, 2006). As lesões macroscópicas não são específicas, observa-se leite não digerido no intestino. É possível encontrar pequenas hemorragias nos pulmões, devido a migração das larvas. Microscopicamente, observa-se nos pulmões afecções nos septos alveolares, com agregados linfocíticos, e no intestino delgado encontra-se o parasita com destruição das bases da vilosidade intestinal e também das criptas que se tornam hiperplásicas. Também é encontrado eosinófilos e linfócitos na lâmina 12 própria do intestino, havendo ou não erosão epitelial da superfície. O diagnóstico é realizado por meio de exame microscópico de fezes (ARAÚJO; BROGGIO, 2021; PEARSON, 2020). 13 3 CONCLUSÃO As doenças gastro intestinais na suinocultura representam grande parte do prejuízo que ocorre nessa atividade em todo o mundo. Os cuidados com o manejo das instalações, com limpeza, desinfecção e vazio sanitário, bem como o manejo com os próprios animais, ofertando alimentos de boa qualidade, mantendo a vacinação em dia e cuidando com fatores estressantes são primordiais para garantir uma boa produtividade. Em sequência, entender a fisiopatologia das doenças, como elas ocorrem, quem afetam, como diagnostica-las e como realizar seu tratamento são fatores importantes para evitar e conter as doenças. Com isso, conclui-se a importância dos agentes citados para a suinocultura, que acarretam em muitas perdas, mas que podem ser tomadas medidas a fim de impedi-los. 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJJO, L. M. F.; BROGGIO, B. Doenças entéricas na suinocultura – maternidade. 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