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Maria Lídia Resende - Medicina Veterinária CIRURGIA ♦ Procedimentos invasivos manuais e/ou instrumentais são realizados em pacientes de acordo com a recomendação técnica. ♦ Método terapêutico ⚯ empregada no tratamento de doenças, lesões ou deformidades não responsivas a procedimentos não-invasivos. ⚯ visa a preservação da vida, restauração da função normal dos tecidos e remoção de tecidos lesionados. ♦ Métodos diagnóstico ⚯ Auxilia ou define o diagnóstico que não pode ser determinado por meio de exame clínico e complementar. DIVISÃO DA CIRURGIA ♦ Técnica cirúrgica: estudo especial das operações ↳ tempos fundamentais da técnica cirúrgica ♦ Patologia cirúrgica: estudo das afecções visíveis e palpáveis, localizadas em um órgão ou sistema. ⚯ dividida em: geral, especial, regional, sistemática ♦ Clínica cirúrgica: estudo do doente propriamente dito. É o estudo clínico do doente ⚯ dividida em: propedêutica cirúrgica (aplicação da semiologia) e terapêutica cirúrgica (indicação do tratamento) CLASSIFICAÇÃO DA CIRURGIA QUANTO AO TEMPO DE ACAO Cirurgia geral ♦ São os procedimentos cirúrgicos mais frequentes, que não requerem materiais ou instrumentais especiais. ♦ Exemplos: celiotomia, orquiectomía, ovariohisterectomía Cirurgia especial ♦ Procedimentos cirúrgicos que necessitam de técnicas, materiais ou instrumentais específicos. ♦ Exemplos: cirurgias ortopédicas, oftálmicas, neurológicas, vasculares, plásticas. QUANTO AO PORTE - GRAU DE DIFICULDADE Pequeno porte ♦ São os procedimentos cirúrgicos mais simples, geralmente restritos aos tecidos mais superficiais. ♦ Exemplos: remoção de um papiloma cutâneo, extração dentária, biópsia de pele, drenagem de um abscesso Médio porte ♦ São cirurgias que necessitam de um centro cirúrgico totalmente equipado. ♦ Em geral, ocorrem aberturas de cavidades Maria Lídia Resende - Medicina Veterinária ♦ Têm duração de poucas horas e são cirurgias mais frequentes ♦ Exemplos: cesarianas, orquiectomias e OSH, cistotomia; Grande porte ♦ Cirurgias mais complicadas e demoradas. ♦ Exigem equipamentos, materiais ou instrumentais especiais ⚯ pela complexidade das estruturas anatômicas, pela dificuldade de realização do procedimento ♦ Exemplos: cirurgias torácicas, neurológicas, transplante de órgãos QUANTO A PRESENCA DE MICROORGANISMOS Asséptica ♦ Não existe contaminação bacteriana ou a contaminação é mínima. ♦ Observação e emprego de todos os critérios de combate aos microrganismos. ♦ Exemplos: orquiectomia eletiva e OSH eletiva Séptica (contaminada) ♦ Cirurgias realizadas em uma área onde existe contaminação microbiana ♦ Presença do microrganismo patogênico na área cirúrgica, com presença de infecção ativa ♦ Exemplos: OSH em casos de piometra, drenagem de abscessos Potencialmente séptica ♦ Procedimentos em órgãos que têm uma flora microbiana normal ♦ A ferida cirúrgica pode não se contaminar, dependendo dos cuidados adotados: ♦ Exemplos: enterotomia, gastrotomia, QUANTO AO TEMPO DA INDICACAO ATE A REALIZACAO DA CIRURGIA Programada (não-urgente) ♦ Cirurgias eletivas ou que podem ser marcadas para data futura, sem comprometer o estado de saúde do paciente ♦ Há tempo para cumprir todo o protocolo pré-operatório ♦ Exemplos: OSH e orquiectomias eletivas Urgente (relativa urgência) ♦ Cirurgias que devem ser realizadas o mais breve possível, podendo-se aguardar algumas horas ou até alguns dias, para sua execução ♦ O estado geral do paciente pode melhorar e consequentemente, diminuir os possíveis riscos ♦ Exemplos: correção de hérnia inguinal não encarcerada, fraturas Extrema urgência (emergência) ♦ Devem ser realizadas de imediato, não há tempo para cumprir protocolos pré-operatórios: ♦ O paciente corre risco de vir a óbito caso o procedimento seja retardado ♦ Exemplos: síndrome dilatação-torção-vólvulo gástrico, hérnias diafragmáticas, hemorragias internas QUANTO AO RISCO DE MORTE Cirurgia leve ♦ Procedimentos cirúrgicos que dificilmente colocam a vida do paciente em risco ♦ Exemplos: cauterização de pequenas feridas, retirada de papilomas cutâneos Cirurgia moderada ♦ Procedimentos cirúrgicos que exigem maiores cuidados do que a cirurgia de risco leve ♦ Exemplos: cistotomia, OSH Maria Lídia Resende - Medicina Veterinária Cirurgia grave ♦ Colocam a vida do paciente em risco ♦ Comprometem suas funções vitais ♦ Exemplos: cirurgia cardíaca, cirurgia em paciente não-hígido QUANTO AS ESTRUTURAS ANATOMICAS ENVOLVIDAS Simples (elementar) ♦ Envolvem uma porção mínima de tecido ou poucas estruturas anatômicas ♦ Utilizado um número reduzido de instrumentais cirúrgicos ♦ Exemplos: extração dentária, remoção de papilomas cutâneos, drenagem de abscessos Complicada ♦ Pode ser chamada de: composta, complexa ou combinada ♦ Envolvem várias estruturas anatômicas, com técnicas especiais para cada uma ♦ Procedimentos mais demorados ♦ Exemplos: herniorrafia perineal, ortopédicas, neurológicas QUANTO A EXISTENCIA DE HEMORRAGIA Incruenta (seca) ♦ Procedimentos cirúrgicos realizados com pouco ou quase nenhum sangramento ♦ Situação pouco comum ♦ Exemplos: criocirurgia, extração de cristalino a laser, redução e estabilização de certas fraturas Cruenta (úmida) ♦ Há perda significativa de sangue ♦ Os tecidos são muito vascularizados, mais propensos à infecção e têm maior dificuldade de visualização do campo operatório ♦ Exemplos: maioria das cirurgias QUANTO A TECNICA CIRURGICA UTILIZADA Regrada (clássica) ♦ Segue-se um plano de ação predeterminado. ♦ A técnica cirúrgica escolhida é executada em todos os seus passos, sem fugir da regra. ♦ Exemplos: orquiectomias e OSH eletivas Não-regrada (de gênio) ♦ As manobras ou técnicas a serem empregadas vão sendo definidas durante o procedimento cirúrgico ♦ A intervenção decorre sem que se possa programar um plano de ação ♦ Exemplos: celiotomias exploratórias, excisão de neoplasias infiltrativas QUANTO A EFICIENCIA NO TRATAMENTO CIRURGICO OU PROGNOSTICO Radical ♦ A cirurgia é suficiente para tratar a afecção ↳ a causa da afecção é eliminada definitivamente e existe a certeza da resolução do problema ♦ Exemplos: orquiectomia devido à presença de sertolioma Maria Lídia Resende - Medicina Veterinária Paliativa ♦ Não é possível a cura completa do paciente ♦ É realizada para oferecer sobrevida ou melhorar a qualidade de vida ♦ Exemplos: amputação da cabeça e do colo femorais em um cão displásico QUANTO A NECESSIDADE DA CIRURGIA Necessária ♦ Única maneira de tratar uma determinada afecção ↳ pode ter sido instituído um tratamento clínico inicialmente, mas a cirurgia é o tratamento definitivo ♦ Exemplos: cistotomia para retirada de cistólito, gastrotomia para retirada de corpo estranho Desnecessária ♦ Também conhecida como: conveniência, eletiva ou estética ♦ Geralmente realizadas por solicitação do proprietário ♦ Não são necessárias para manter o estado de saúde do paciente ♦ Exemplos: OSH eletiva, orquiectomia eletiva ↳ procedimentos proibidos: conchectomia, cordectomia, onicectomia e caudectomia ↳ Resolução no 877 do CFMV, de 15 de fevereiro de 2008, alterada pela Resolução no 1027, de 10 de maio de 2013 Estética corretiva ou plástica ♦ Beneficiam a estética de um animal portador de alguma alteração ♦ Melhoram a qualidade de vida do paciente, proporcionando maior conforto ♦ Exemplos: blefaroplastia para correção de entrópio ou ectrópio, perineoplastia para correção de laceração perineal após um parto distócico,, caudectomia para correção de ferimento mutilante na cauda do paciente após briga Utilidade zootécnica ♦ Fins produtivos ♦ Realizada com o intuito de facilitar o manejo ou aumentar o valor do animal ♦ Exemplos: transferência de embriões, descorna, orquiectomia em espécies ou determinadas raças produtoras de carne, realização de rufião. ♦ Estética corretiva ou plástica e Utilidade zootécnica: aceitas apenas dentro das Resoluções no 877 e no 1027 do CFMV Maria Lídia Resende - Medicina Veterinária Classificação da cirurgia Quanto ao Divisão Definição Exemplo Tempo de ação Geral Mais frequente CeliotomiaOrquiectomía Especial Específica Ortopédicas Neurológicas Porte - Dificuldade Pequeno Mais simples Extração dentária Biópsia de pele Médio Centro equipado Abertura de cavidades Celiotomia, OH Grande Mais complicadas e demoradas Torácicas Neurológicas Presença de microorganismos Asséptica Sem contaminação bacteriana OH eletiva Séptica Contaminação bacteriana Piometra Potencialmente séptica Em órgãos com flora microbiana Enterotomia Gastrotomia Tempo da indicação até a cirurgia Programada Cirurgias eletivas OH Urgência Podem esperar por um tempo Hérnias não encarcerada Extrema urgência Realização de imediato Torção vólvulo gástrico Risco de morte Leve Sem risco de vida Cauterização de pequenas feridas Moderada Maiores cuidados Cistotomia Grave Com risco de vida Pacientes não hígidos Estruturas envolvidas Simples Porção mínima de tecido Extração dentária Drenagem de abscesso Complicada Várias estruturas Ortopédica Hemorragia Incruenta Sem sangramento Extração de cristalino a laser Cruenta Com sangramento Maioria das cirurgias Maria Lídia Resende - Medicina Veterinária Técnica utilizada Regrada Ações predeterminadas OH eletiva Não regrada Manobras definidas durante o processo Celiotomia exploratória Eficiência no tratamento Radical Suficiente para tratar Orquiectomia devido a sertolioma Paliativa Sem cura completa Amputação da cabeça do fêmur Necessidade de cirurgia Necessária Única maneira de tratar Corpo estranho Desnecessária Não são necessárias para manter o estado de saúde do paciente OH eletiva Estética corretiva Paciente portador de alguma alteração Blefaroplastia - entrópio Utilidade zootécnica Fins produtivos Transferência de embrião
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