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Saúde da Mulher 1 Obstetrícia º INTRODUÇÃO As principais complicações durante o 1º trimestre da gravidez apresentam-se principalmente pela presença de sangramento OBS: Lembrando que o 1º trimestre dura até a 12ª semana de gestação Causas: Abortamento espontâneo Gestação ectópica Doença trofoblástica gestacional Pólipo endocervical Colo uterino friável Trauma Câncer cervical RELAÇÃO COM DIAGNÓST ICO DE GRAVIDEZ O β-HCG quantitativo é um exame importante além de relaciona-lo com a USG de 1º trimestre para relaciona-lo com a idade gestacional É esperado que o valor do β-HCG quantitativo dobre em intervalos de 48h Sendo um sinal que há progressão da gravidez Quando o β-HCG permanece estável ou decai é um sinal de alerta, podendo ser um aviso que a gravidez não irá progredir Outro dado importante é a quantidade de progesterona, já que é o hormônio responsável pela manutenção da gravidez no 1º trimestre Até a 9ª semana é produzido pelo corpo lúteo, alterações que torne o corpo lúteo ineficiente podem promover o aborto O valor ideal de progesterona é que esteja acima de 25 ng/ml, em pacientes que apresentem valores menores que 5 ng/ml é um indicativo de comprometimento Correlação do β-HCG e USG: ID DUM USG abd USG TV B-HCG <5 sem - Sugestivo de SG 1800 5-6 sem SG SG +VV 1800-3500 >7 sem Embrião de 5-10 mm Embrião +BCF >20000 Em pacientes que apresentem uma idade gestacional menor de 5 semanas o β-HCG quantitativo não passará de 1.800 e por USG não apresentará muito desenvolvimento, apenas uma imagem sugestiva do saco gestacional Da 5-6 semana é esperado que o β-HCG dobre, o USG por via transvaginal observe além do saco gestacional a vesícula vitelínica Da 7 semana em diante é esperado que o β-HCG apresente pelo menos > que 5000 e já comece a observar o embrião. Caso o β- HCG esteja baixo e ao repetir ele não dobre de valor é um indicativo de não progressão da doença OBS: Como o USG só consegue observar o embrião depois da 7ª semana, e antes da 5ª semana não apresenta muitas estruturas o USG não é muito recomendado realizar antes OBS: As principais indicações para a realização do USG no 1º trimestre são: Suspeita de aborto ou óbito fetal Calcular a idade gestacional Realizar exames ou procedimentos complementares Suspeita de gestação múltipla (em casos de β-HCG muito alto > 30000 na 6ª semana) Suspeita de doença trofoblástica gestacional Gestação ectópica Localização do DIU (quando engravidar com ele) Suspeita de anormalidades uterinas Avaliação de massa pélvica ABORTAMENTO INTRODUÇÃO É a interrupção da gestação antes da 20 - 22 semanas ou com o concepto pesando < 500g OBS: Em casos de óbito com concepto pesando > de 500g não é considerado aborto + comuns Baixa incidência Saúde da Mulher 2 e sim parto prematuro, nesses casos é necessário o atestado de óbito OBS: Em casos de óbito com concepto pesando < de 500g na 22 semana é considerado natimorto, sendo necessário o atestado de óbito No Brasil há apenas 3 casos onde é permitido realizar o aborto legal: Paciente vítima de estrupo (mesmo consensual em menores de 14 o sexo é considerado estrupo) sendo necessário apenas uma declaração escrita pela própria paciente Risco de vida para a mãe sendo necessário um parecer de 2 médicos Bebês anencéfalos sendo necessário a USG de 2 médicos EPIDEMIOL OGIA No Brasil há uma grande incidência de abortos subclínicos: Pacientes abortam e não notam, por não haver atraso menstrual A existência de abortos clandestinos Quanto maior a idade da mãe, há um maior risco de aborto: Até 30 anos 9-17% 35-39 20% 40-44 40% > 45 anos 80% CL ASSIFICAÇÃO DO ABO RTO Quanto a idade gestacional de ocorrência: Precoce: quando ocorre até a 12º semana Tardio: quando ocorre após a 12º semana Quanto à causa: Espontâneo: quando o próprio corpo promove Induzido: decorrente de alguma razão terapêutica Quanto à legalizada: Legal: quando é por anencefalia, promove risco à mãe ou estupro Ilegal: quando não obedece às causas legais ETIOL OGIA DO ABORTAMENTO Cromossopatias: cerca de 20% de todas as gestações sofrem abortamento por essa causa Principalmente por trissomias do 21 Endocrinopatias: principalmente por insuficiência do corpo lúteo e hipotireoidismo Infecções: principalmente do trato urinário, genital inferior e DST´s Tem como principal DST a sífilis, geralmente tardio por volta da 16º semana Imunológicas: lúpus e trombofilias Causas anatômicas do útero: incompetência istmocervical, miomas, sinéquias uterinas (síndrome de Asherman), distopias ou útero em: unicórnio, bicorno, didelfo ou septado FORMAS CL INICAS DO A BORTAMENTO Ameaça de abortamento: há uma chance de abortar, porém pode ser revertido. Cerca de 40% das pacientes que sofrem ameaça de aborto irão abortar Características: Há presença de sangramento discreto, geralmente em borra de café Há compatibilidade entre AFU e idade gestacional Colo uterino impérvio (fechado) Não há perda de elementos ovulares USG presença de embrião e BCF β-HCG + Pode apresentar dor discreta Tratamento: Progesterona 400mg/dia Antiespasmódico a progesterona causa enjoo Aborto inevitável: o aborto irá acontecer Características: Há presença de sangramento por vezes intenso de caráter sangue vivo Há compatibilidade entre AFU e idade gestacional Colo uterino dilatado (aberto) Não há perda de elementos ovulares USG presença de descolamento ovular, SG implantado mais em baixo e BCF em bradicardia (< 100) β-HCG + na maioria dos casos Há presença de cólicas Tratamento: Saúde da Mulher 3 Até 12 semanas é feito por AMIU (aspiração manual intra-útero) ou curetagem Após 12 semanas usa Misoprostol elimina o concepto e promove o esvaziamento uterino OBS: A curetagem e o AMIU não são indicados após a 12ª semana devido a presença de tecido ósseo o que pode ao realizar esses procedimentos uma perfuração do útero Aborto incompleto: Características: Geralmente ocorre após a 10ª semana Há presença de sangramento persistente A AFU está menor que a idade gestacional Colo uterino dilatado (aberto) Há perda parcial de elementos ovulares USG presença de restos ovulares β-HCG – ou decrescente Há presença de cólicas Tratamento: É feita a limpeza uterina por AMIU (aspiração manual intra-útero) ou curetagem OBS: Em caso de não haver tratamento pode evoluir com uma infecção e desenvolver sepse Aborto completo: Características: Geralmente ocorre antes da 10ª semana O sangramento pode ser discreto ou ausente A AFU está menor que a idade gestacional Colo uterino impérvio (fechado) Há perda total de elementos ovulares USG demostrando útero vazio (endométrio fino) β-HCG – ou decrescente Não há presença de cólicas Tratamento: É expectante já que a paciente perdeu tudo não há nada para ser feito Aborto retido: Quando o feto morre intrauterino, com ou sem sinais de ameaça de abortamento Características: O sangramento pode ser discreto ou ausente A AFU está menor que a idade gestacional Colo uterino impérvio (fechado) Não há perda de elementos ovulares USG demostrando embrião sem crescimento ccn < 5 mm e sem presença de BCF β-HCG – ou decrescente Não há presença de cólicas Tratamento: Pode ser expectante esperando até 30 dias para eliminação espontânea, porém há necessidade de um controle do coagulograma (evitar anemias). Porém geralmente não ocorre devido a um prejuízo no psicológico da paciente Usode Misoprostol para relaxar o colo para a realização da AMIU ou curetagem Aborto infectado: Geralmente ocorre quando um aborto incompleto não é tratado logo e há a presença de infecção. Sendo geralmente por abortos clandestinos. Ocorrendo devido as bactérias G+, G- e anaeróbios Características: Presença de febre Há presença de sangramento com odor Empastamento uterino -> de caráter endurecido e doloroso Leucocitose USG de apresentação variável β-HCG – Pode haver sinais de peritonite Tratamento: É feita com antibióticos de amplo aspectro para G+, G- e anaeróbios Clindamicina + Gentamicina Esvaziamento uterino OBS: em casos de não resposta ao tratamento pode ser associado ampicilina ou penicilina cristalina Ovo anebrionário (cego): Gestação onde há ausência do embrião no saco gestacional integro Características: USG é possível observar o saco gestacional sem a presença de eco embrionário, além da ausência da vesícula vitelínica no saco gestacional Saúde da Mulher 4 CONDUTA NO ABORTAMEN TO Há probabilidade de 50% de perda na presença de sangramento A presença de BCF é um bom sinal, principalmente acima de 100 Abaixo de 100 já é um bom sinal, principalmente sofrimento fetal A maioria dos abortamentos não há necessidade de intervenção O próprio corpo da mulher se encarrega do processo de eliminação Deve identificar o risco de sangramento e infecção Em casos de abortamento, deve orientar a paciente para tentar engravidar novamente após 6 meses Pois em casos de gestações antes de 6 meses após o aborto há um maior risco de abortar novamente, por isso na hora da alta deve haver essa orientação e apresentar cuidados contraceptivos atenção pós-aborto Procedimentos de esvaziamento uterino: Aspiração Manual intrauterina - AMIU: É procedimento desenvolvido para ser realizado ambulatoriamente, sem necessidade de anestesia geral ou internação Apresenta menor risco de perfuração uterina, de necessidade de dilatação cervical e risco de sinéquias, podendo receber alta logo após Funciona como uma seringa, onde vai aspirar os restos ovulares no útero da mulher Apresentam cânulas onde cada uma corresponde à idade gestacional Não são indicados para abortos > 12 semanas Curetagem: É um procedimento onde é realizada a raspagem do conteúdo uterino através de uma cureta fenestrada Na suspeita de perfuração uterina, a conduta mais adequada é parar imediatamente o procedimento e manter conduta expectante com infusão venosa de ocitocina Apresenta risco de provocar a síndrome de ashman onde há a formação de sinéquias Deve haver a retirada total do conteúdo Deve parar quando se escuta o “canto da cureta”, quando há a presença de um barulho e percepção do endométrio rugoso Saúde da Mulher 5 GRAVIDEZ ECTÓPICA INTRODUÇÃO É a gestação que ocorre fora do útero Ocorre em casos onde o blastocisto se implanta fora da cavidade uterina Ocorre em mais que 1:100 gestações É necessário que haja um diagnóstico precoce, pois é uma das causas de mortalidade materna Os principais fatores de risco são: História de gestação ectópica prévia História de cirurgia tubária História de infecção tubária (DIP’s e infecções pélvicas assintomáticas) Contracepção com pílulas de progestogênios Isso ocorre pois o hormônio é capaz de gerar diminuição da mobilidade tubária O uso de DIU OBS: Há ainda muitas mulheres que apresentam gestações ectópicas sem a presença de nenhum fator de risco As localizações onde pode ocorrer as gestações ectópicas são: Abdominal, cicatriz de cesária, cervical, ovariana e trompa A trompa é um dos principais locais, sendo a ampola é a região mais comum pelo fato de ser o local onde ocorre a fecundação DIAGNÓSTICO Quadro clínico: Amnorreia: como a progesterona ainda é produzida pelo corpo lúteo não há a descamação do endométrio Dor Sangramento: sendo discreto ou não havendo Exame físico: Presença de sinais de choque hemodinâmicaPode ocorrer quando há rotura da tromba uterina Sinal de Cullen Quando há sangue na cavidade Sinal de Prost Abaulamento do fundo de saco Grito de Douglas Ao tocar o fundo de saco de douglas a paciente solta um grito Ocorre pois a trompa rota com líquido em cavidade entra em contato com o fundo de saco Sinal de Laffan Dor escapular Ocorre por irradiação do nervo frênico Laboratorial: Não duplicação do β-HCG em 48h Como não ocorre a nidação não há a produção do β- HCG Baixo nível de progesterona sérica Diagnóstico por imagem: US transvaginal: Na vizualização de gravidez tópica afasa o diagnóstico de GE Ausência de saco gestacional, com β- HCG > 1800 sugere GE A vizualização de saco gestacional e embrião fora do útero confirma o diagnóstico OBS: Pode apresentar diagnósticos diferenciais, como: pseudo saco gestacional ou própria rotura do corpo lúteo, podendo ser confundida com a gravidez ovariana Culpocentese: É indicado na suspeita de gravidez ectópica rota, sendo realizada a punção de fundo de saco Na presença de líquido não coagulado (isso pois quando entra em contado com o peritônio não há a promoção de coagulação) OBS: Na prática não é muito realizado, pois a US é um exame fácil execução além de ajudar bem o diagnóstico Saúde da Mulher 6 Conduta: vai depender da situação da gravidez Conduta expectante: Requisitos: Paciente apresenta pouca dor ou sangramento A paciente apresenta condições de fazer um seguimento rigoroso pouco tempo de deslocamento entre casa hospital, comunicação boa Para em casos de intercorrências poder realizar conduta específica o mais precoce possível Apresenta trompa íntegra β-HCG < 2000 mUI e em níveis decrescentes Massa anexial < 2,5 cm ou não detectável Ausência de BCF Conduta: Espera a gravidez se resolver espontaneamente pode ser absorvida sem necessidade de intervenção médica Conduta medicamentosa: Requesitos: Apresentar estabilidade hemodinâmica -> apresentar trompa íntegra Ausência de contraindicação ao metotrexate Plaquetopenia, alterações de enzimas hepáticas. Gravidez íntegra. Ausência de BCF Tumoração < 3,5 cm β-HCG < 5000 mUI Conduta: É feita com o uso de quimioterápico metotrexate Seguro, eficaz, de baixo custo e mantendo a trompa íntegra (permitindo a permanência da fertilidade) Atua por ser antagonista do ác. fólico, inibindo o DNA fetal assim não há desenvolvimento do embrião e então é absorvido pelo corpo materno É realizado em dose única de 1mg/kg ou 50 mg/m2 intramuscular Após o uso deve haver a dosagem do β-HCG no 4º ou 7º dia, devendo se apresentar em decréscimo Haver um acompanhamento semanalmente até negativar o β-HCG Documentar a queda da progesterona para 1,5mg/ml Em casos de não haver a queda do β- HCG em 7 dias, pode realizar uma nova dosagem do metotrexate Conduta cirúrgica: Requesitos: Sinais de instabilidade ou sinais de hemoperitônio Diagnóstico incerto Gravidez ectópica avançada Difícil acompanhamento morar longe, difícil comunicação etc Qualquer contraindicação ao metotrexate Sinais de trompa rota Conduta: Pode ser realizado de forma conservadora principalmente por via videolaparoscópica, visando preservar a tuba uterina Por laparotomia sendo realizado principalmente em casos de urgência, geralmente havendo a necessidade de retirada da trompa por salpingectomia Saúde da Mulher 7 DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL INTRODUÇÃO É uma gestação onde ocorre uma proliferação anormal do epitélio de revestimento dasvilosidades coriônicas -> citotrofoblásto e sinciciotrofoblasto Uma gestação trofoblastica é sinônimo de gestação molar Ocorre em casos onde há fertilizações aberrantes. Os principais fatores predisponentes são: Doença molar prévia Gravidez em extremos de idade Um dos principais exames para fazer o segmento pós�molar é o β-HCG, em níveis maiores que o esperado para a idade gestacional é sugestivo de gravidez molar e metástase Provocar metástase. Por isso é importante fazer o acompanhamento com o β-HCG a cada 6 meses ou 1 ano EPIDEMIOL OGIA É rara e de baixa prevalência, com 120.000 casos novos ao ano e de 10-20% evoluem para as formas persistentes (doença trofoblástica gestacional) Pode evoluir de forma fatal em 12 meses, em casos de não tratamento esvaziamento e quimioterapia No Brasil, a incidência é de 1/275 gestações CL ASSIFICAÇÃO Benigna: Casos de mola completa e mola parcial São os tipos mais comuns de DTG Maligna: Tumores trofoblásticos gestacionais -> mola invasiva, coriocarcinoma e tumor invasivo no sítio placentário Esse tipo pode apresentar-se não- metastática e metastática Pode ter bom prognóstico são de ↓ risco por não apresentar fatores de risco associado. Mal prognóstico apresenta ↑ risco por possuir fatores de risco associado OBS: Os fatores de risco que classificam as malignas em de bom prognóstico ou mal são: Níveis de gonadotrofina coriônica (pré-tratamento 40.000 mUI/ml) Duração da doença > 4 meses Presença de metástases cerebrais ou hepáticas Fracasso da quimioterapia Gravidez a termo prévia SÍNDROMES TROFOBL ÁSTICAS Mola hidatiforme: Introdução: Apresenta-se com a placenta oda degenerada, cheia de vesículas (chamada de degeneração hidrópica cheia de líquido), benigna É comum nos primeiros trimestres Por produzirem muito β-HCG, pode ter estímulos ovarianos e fazer cisto tecaluteínicos ovários enormes (20 – 90%) Histologicamente apresenta: anormalidades das vilosidades coriônicas que consistem em graus variados de proliferação trofoblástica e edema de estroma viloso Desenvolvimento: Ocorrência de degeneração das vilosidades coriônicas associada à hiperplasia dos elementos trofoblásticos Saúde da Mulher 8 Neoplasia benigna do trofoblasto, que leva à degeneração das vilosidades coriônicas 1 Mola completa: Características: É ovo anômalo, não apresentando embrião ou feto, caracterizado pela perda de vascularização vilosa e hiperplasia trofoblastica generalizada (principal característica) Apresenta cariótipo diploide (46), porém apenas com o material genético do pai (os óvulos são anucleados) Apresenta potencial de invasão local de 15% e de metástase de 4%, mesmo sendo benigna Como ocorre: Ocorre com a fecundação de um espermatozoide em um óvulo anucleado e por um erro ocorre a endorreplicalção Ocorre a fecundação de 2 espermatozoides em um óvulo anucleado Aspectos anatomopatológico: Macroscopia: Vesículas com aspecto de cacho de uva, ausência de embrião e cisto tecaluteínicos Microscopia: Degeneração hidrópica e edema de estroma viloso generalizado, ausência de vasos sanguíneos nas vilosidades tumefeitas, proliferação do epitélio trofoblástico em grau variável, ausência de feto ou âmnio 2 Mola parcial: Caracteristicas: É ovo anômalo, apresentando elementos embrionários ou fetais, exibindo vilosidades hidrópicas As alterações hidatiformes são em menor quantidade que na mola completa Apresenta cariótipo triploide (69) Como ocorre: Ocorre com a fecundação de um espermatozoide anômalo de cariótipo 46 em um óvulo cariótipo de 23 Diantria Ocorre a fecundação de 2 espermatozoides em um óvulo nucleado Dispermia Aspectos anatomopatológicos: Macroscopia: Vesículas e vilos normais (em baixa quantidade) presença de embrião, feto ou cavidade amniótica Microscopia: Degeneração hidrópica e edema de estroma viloso localizados, proliferação do epitélio trofoblástico local, presença de tecido embrionário ou fetal DIAGN ÓSTICO Quadro clínico: Hemorragias precoces, indolores, de caráter contínuo ou intermitente, repetitivas e progressivas Dor lombar contínua por conta das cólicas Hiperêmese pelo ↑ do β-HCG ocasionado pela proliferação do trofoblasto Sialorréia e emagrecimento; Hipertensão podendo causar pré-eclâmpsia Embolização trofoblástica e eliminação espontânea de vesículas Útero cheio e volumoso, maior que a idade gestacional OBS: Pode encontrar o útero em sanfona há eliminação de vesículas (diminui) em seguida há uma produção das vesículas (aumenta) Exame fisíco: Palpação: útero volumoso, ausência de partes fetais (na mola completa). Ausculta: Ausência de BCF (na mola completa) Toque: Cérvice extremamente amolecida. Formação precoce do segmento inferior e um fundo de saco posterior proeminente ocupado pelo tecido trofoblástico Saúde da Mulher 9 Laboratorial: dosagem de gonadotrofina coriônica É uma dosagem diagnóstica e prognóstica Principal exame de segmento Apresenta um nível sérico maior que o esperado para a idade gestacional É um parâmetro importante para o acompanhamento pós-molar Deve ser realizado no mesmo laboratório O nível de HCG é proporcional à quantidade de tecido trofoblástico presente OBS: Se houver β-HCG positivo após o esvaziamento, é necessário fazer US para confirmar que há nada no útero, em casos de não nada no útero deve procurar metástases (cerebrais hepáticas e pulmonares) Diagnóstico por imagem: USG Na mola completa: Cavidade uterina preenchida por imagem heterogênea com padrão vesiculoso, ausência de embrião ou feto, saco amniótico e vesícula vitelínica e cistose ovariana OBS: No uso de doppler: Observa-se fluxo escasso ou ausente entre as vesículas molares (↓ do fluxo sanguíneo) Na mola parcial: Córion frondoso e espesso, vesículas na massa placentária (em pouca quantidade), presença do embrião com crescimento intrauterino retardado (pequeno para a idade gestacional) e com muitas malformações. Cavidade amniótica com CIUR O diagnóstico é dado por: Anamnese, exame físico, títulos de HCG sérico, USG transvaginal com doppler, raio x de tórax se suspeitar de metástase pulmonar, TC ou RNM de crânio, tórax, abdome e pelve Sangramentos ou vômitos excessivos no 1º trimestre sempre realizar USG para o diagnóstico de mola, gestação múltipla ou anomalia fetal. -Sem presença de BCF ou HCG > 80.000 Na mola parcial: Pela apresentação clínica, aborto retido Na mola completa: Tamanho maior para a idade gestacional e sangramento Complicações: Crises de tireotoxicose Vômitos Desidratação Tratamento: Feito através de um esvaziamento, principalmente pelo AMIU, já que com a cureta aumenta a risco de perfurar com a cureta, já que o útero se encontra amolecido A histerectomia é uma opção para algumas pacientes, mas não é a primeira escolha. Quando as pacientes têm prole definida e não desejar tratamento clínico Em pacientes Rh – deve fazer a imunoglobulina anti-Rh Seguimento: Após o esvaziamento deve fazer o β-HCG semanal até ter níveis indetectáveis e faz 2 amostras com intervalos semanais Depois a dosagem de HCG mensal durante 6 meses Depois realiza a dosagem a cada 2 meses durante 6 meses Durante o seguimento é necessário fazer uso de contraceptivos confiáveis: Métodos comportamentais (tabela, muco, temperatura basal e o citotérmico), hormonais, de barreira e dispositivos intrauterinos e definitivos O mais indicado é o hormonal Os anticoncepcionais hormonais variam entre 99,8 – 99,9% se forem usados ideal A anticoncepção de emergência impede o pico deestrógeno e impede ou retarda a ovulação e por consequência espessa o muco cervical Saúde da Mulher 10 Se queda do HCG logarítmica, cai abruptamente e fica por 6 meses do seguimento, podendo engravidar após 6 meses Se gestação precoce, HCG e US precocemente HCG 6 meses após o fim da gestação antes do período liberado TUMORES TROFOBL ÁSTIC OS GESTACIONAIS 1 Tumor trofoblástico gestacional: Introdução: É uma forma maligna da doença trofoblástica gestacional Neoplasia trofoblástica gestacional Mola invasora ou corioadenoma destruens: É um supercrescimento trofoblástico excessivo e penetra até o miométrio Podendo invadir o peritônio, parâmetro e abóbada vaginal Localmente invasivas e tem menor tendência a metástases à distância que o coriocarcinoma Características: Macroscopia Vesículas que invadem o miométrio, nódulos violáceos intramiomentriais ou metástases vilositárias à distância Microscopia Células trofoblásticas entremeadas por fibras miometriais e manutenção do padrão viloso 2 Coriocarcinoma: Introdução: Predispõe do trofoblástico normal para crescimento invasivo e erosão dos vasos sanguíneos muito exagerada Possui massa de crescimento rápido, invadindo músculos e vasos sanguíneos uterinos, causando hemorragia e necrose. As metástases se desenvolvem precocemente, principalmente para pulmões (75%) e vagina (50%), vulva, rins, ovários, cérebro e intestino Apresenta cistos tecaluteínicos em 1/3 dos casos Características: Macroscopia: Tumor vermelho escuro ou púrpuro, irregular e friável. Útero com nódulos escuros e irregulares. Microscopia: Hiperplasia de células trofoblásticas (cito, sincício e trofoblasto intermediário)élulas trofoblásticas entremeadas por fibras miomet, desorganização do padrão viloso, necrose e hemorragia central 3 Tumor trofoblástico no sítio placentário: Introdução: Origina-se do sítio de implantação placentária após uma gravidez a termo ou um abortamento Apresenta níveis de gonadotrofina baixos e são relativamente insensíveis à quimioterapia Características: Histologicamente: Apresenta células predominantemente citrofoblásticas e a coloração imunohistoquímica revela muitas células produtora de hLP e algumas produtoras de HCG Quadro clínico dos tumores trofoblásticos gestacionais: Hemorragia é um dos sinais mais comuns, apresentando�se irregular, após o puerpério imediato, associada a subinovulação. A presença de lesões metastática pode provocar: tosse e hemoptise (quando no pulmão), tumores vaginais e vulvares Doenças metastáticas: Principalmente nos pulmões (80%), sendo visíveis em radiografias torácicas Sendo encontrada no cérebro e no fígado Normalmente, no SNC é uma doença avançada, tendo acometimento pulmonar ou vaginal A metástase hepática tem uma demora no diagnóstico, podendo apresentar dor epigástrica ou no QSD -> podendo apresentar hemorragia por ruptura hepática, causando hemorragia intraperitoneal exsanguinante Diagnóstico: Determinação da gonadotrofina Platô de β-HCG em 3 semanas ou mais Aumento de mais de 10% por 2 semanas ou mais Persistência de β-HCG detectável por 6 meses ou mais após o esvaziamento. Diagnóstico histológico de coriocarcinoma Saúde da Mulher 11 O mais importante é desconfiar de uma TTG num pós parto Manejo: Exame clínico, sempre avaliando a metástase vaginal pelo exame especular Título sérico semanal de β-HCG HC, coagulograma, ureia, creatinina, teste de função hepática, tireoidiana Procurar sempre os sítios de metástase Curetagem se houver sangramento uterino Cintilografia se a doença persistir e for resistente à quimioterapia Estadiamento: É realizado pela classificação FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia): Estágio I: O tumor se encontra apenas no útero Estágio II: O tumor se desenvolveu em outras estruturas genitais, como vagina ou ovários, mas não se disseminou para fora da pelve Estágio III: O tumor se disseminou para os pulmões, e pode também envolver as estruturas genitais, como vagina ou vulva Estágio IV: O tumor se disseminou para outros órgãos, como cérebro, fígado, rins e/ou trato gastrointestinal Em pacientes de baixo risco, faz monoquimioterapia, só com metatrexate Em paciente de alto risco, faz poliquimioterapia
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