Buscar

Complicações do 1 trimestre

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Saúde da Mulher 
 
1 
 
Obstetrícia 
º
 
INTRODUÇÃO 
As principais complicações durante o 1º 
trimestre da gravidez apresentam-se 
principalmente pela presença de 
sangramento 
OBS: Lembrando que o 1º trimestre dura até 
a 12ª semana de gestação 
Causas: 
Abortamento espontâneo 
Gestação ectópica 
Doença trofoblástica gestacional 
Pólipo endocervical 
Colo uterino friável 
Trauma 
Câncer cervical 
 
RELAÇÃO COM DIAGNÓST ICO DE GRAVIDEZ 
O β-HCG quantitativo é um exame 
importante além de relaciona-lo com a USG 
de 1º trimestre para relaciona-lo com a idade 
gestacional 
É esperado que o valor do β-HCG 
quantitativo dobre em intervalos de 48h 
Sendo um sinal que há progressão da 
gravidez 
Quando o β-HCG permanece estável ou 
decai é um sinal de alerta, podendo ser um 
aviso que a gravidez não irá progredir 
Outro dado importante é a quantidade de 
progesterona, já que é o hormônio 
responsável pela manutenção da gravidez no 
1º trimestre 
Até a 9ª semana é produzido pelo corpo 
lúteo, alterações que torne o corpo lúteo 
ineficiente podem promover o aborto 
O valor ideal de progesterona é que esteja 
acima de 25 ng/ml, em pacientes que 
apresentem valores menores que 5 ng/ml é 
um indicativo de comprometimento 
Correlação do β-HCG e USG: 
 
ID DUM USG abd USG TV B-HCG 
<5 sem 
- 
Sugestivo de 
SG 
1800 
5-6 sem SG SG +VV 1800-3500 
>7 sem Embrião de 
5-10 mm 
Embrião 
+BCF 
>20000 
 
Em pacientes que apresentem uma idade 
gestacional menor de 5 semanas o β-HCG 
quantitativo não passará de 1.800 e por USG 
não apresentará muito desenvolvimento, 
apenas uma imagem sugestiva do saco 
gestacional 
Da 5-6 semana é esperado que o β-HCG 
dobre, o USG por via transvaginal observe 
além do saco gestacional a vesícula 
vitelínica 
Da 7 semana em diante é esperado que o 
β-HCG apresente pelo menos > que 5000 e já 
comece a observar o embrião.  Caso o β-
HCG esteja baixo e ao repetir ele não dobre 
de valor é um indicativo de não progressão 
da doença 
OBS: Como o USG só consegue observar o 
embrião depois da 7ª semana, e antes da 5ª 
semana não apresenta muitas estruturas o 
USG não é muito recomendado realizar 
antes 
OBS: As principais indicações para a 
realização do USG no 1º trimestre são: 
 Suspeita de aborto ou óbito fetal 
 Calcular a idade gestacional 
 Realizar exames ou procedimentos 
complementares 
 Suspeita de gestação múltipla (em 
casos de β-HCG muito alto > 30000 na 
6ª semana) 
 Suspeita de doença trofoblástica 
gestacional 
 Gestação ectópica 
 Localização do DIU (quando 
engravidar com ele) 
 Suspeita de anormalidades uterinas 
 Avaliação de massa pélvica 
 
ABORTAMENTO 
INTRODUÇÃO 
É a interrupção da gestação antes da 20 - 
22 semanas ou com o concepto pesando < 
500g 
OBS: Em casos de óbito com concepto 
pesando > de 500g não é considerado aborto 
+ 
comuns 
Baixa 
incidência 
Saúde da Mulher 
 
2 
 
e sim parto prematuro, nesses casos é 
necessário o atestado de óbito 
OBS: Em casos de óbito com concepto 
pesando < de 500g na 22 semana é 
considerado natimorto, sendo necessário o 
atestado de óbito 
No Brasil há apenas 3 casos onde é 
permitido realizar o aborto legal: 
Paciente vítima de estrupo (mesmo 
consensual em menores de 14 o sexo é 
considerado estrupo) sendo necessário 
apenas uma declaração escrita pela própria 
paciente 
Risco de vida para a mãe sendo necessário 
um parecer de 2 médicos 
Bebês anencéfalos sendo necessário a USG 
de 2 médicos 
EPIDEMIOL OGIA 
 
No Brasil há uma grande incidência de 
abortos subclínicos: 
Pacientes abortam e não notam, por não 
haver atraso menstrual 
A existência de abortos clandestinos 
Quanto maior a idade da mãe, há um maior 
risco de aborto: 
 Até 30 anos 9-17% 
 35-39 20% 
 40-44 40% 
 > 45 anos 80% 
CL ASSIFICAÇÃO DO ABO RTO 
Quanto a idade gestacional de ocorrência: 
 Precoce: quando ocorre até a 12º 
semana 
 Tardio: quando ocorre após a 12º 
semana 
Quanto à causa: 
 Espontâneo: quando o próprio corpo 
promove 
 Induzido: decorrente de alguma razão 
terapêutica 
Quanto à legalizada: 
 Legal: quando é por anencefalia, 
promove risco à mãe ou estupro 
 Ilegal: quando não obedece às causas 
legais 
ETIOL OGIA DO ABORTAMENTO 
Cromossopatias: cerca de 20% de todas as 
gestações sofrem abortamento por essa 
causa 
Principalmente por trissomias do 21 
Endocrinopatias: principalmente por 
insuficiência do corpo lúteo e 
hipotireoidismo 
Infecções: principalmente do trato urinário, 
genital inferior e DST´s 
Tem como principal DST a sífilis, 
geralmente tardio por volta da 16º semana 
Imunológicas: lúpus e trombofilias 
Causas anatômicas do útero: 
incompetência istmocervical, miomas, 
sinéquias uterinas (síndrome de Asherman), 
distopias ou útero em: unicórnio, bicorno, 
didelfo ou septado 
FORMAS CL INICAS DO A BORTAMENTO 
Ameaça de abortamento: há uma chance de 
abortar, porém pode ser revertido. Cerca de 
40% das pacientes que sofrem ameaça de 
aborto irão abortar 
Características: 
 Há presença de sangramento 
discreto, geralmente em borra de café 
 Há compatibilidade entre AFU e 
idade gestacional 
 Colo uterino impérvio (fechado) 
 Não há perda de elementos ovulares 
 USG presença de embrião e BCF 
 β-HCG + 
 Pode apresentar dor discreta 
Tratamento: 
 Progesterona 400mg/dia 
 Antiespasmódico  a progesterona 
causa enjoo 
Aborto inevitável: o aborto irá acontecer 
Características: 
 Há presença de sangramento por 
vezes intenso de caráter sangue vivo 
 Há compatibilidade entre AFU e 
idade gestacional 
 Colo uterino dilatado (aberto) 
 Não há perda de elementos ovulares 
 USG presença de descolamento 
ovular, SG implantado mais em baixo 
e BCF em bradicardia (< 100) 
 β-HCG + na maioria dos casos 
 Há presença de cólicas 
Tratamento: 
Saúde da Mulher 
 
3 
 
 Até 12 semanas é feito por AMIU 
(aspiração manual intra-útero) ou 
curetagem 
 Após 12 semanas usa Misoprostol 
elimina o concepto e promove o 
esvaziamento uterino 
OBS: A curetagem e o AMIU não são 
indicados após a 12ª semana devido a 
presença de tecido ósseo o que pode ao 
realizar esses procedimentos uma 
perfuração do útero 
Aborto incompleto: 
Características: 
 Geralmente ocorre após a 10ª semana 
 Há presença de sangramento 
persistente 
 A AFU está menor que a idade 
gestacional 
 Colo uterino dilatado (aberto) 
 Há perda parcial de elementos 
ovulares 
 USG presença de restos ovulares 
 β-HCG – ou decrescente 
 Há presença de cólicas 
Tratamento: 
 É feita a limpeza uterina por AMIU 
(aspiração manual intra-útero) ou 
curetagem 
OBS: Em caso de não haver tratamento pode 
evoluir com uma infecção e desenvolver 
sepse 
Aborto completo: 
Características: 
 Geralmente ocorre antes da 10ª 
semana 
 O sangramento pode ser discreto ou 
ausente 
 A AFU está menor que a idade 
gestacional 
 Colo uterino impérvio (fechado) 
 Há perda total de elementos ovulares 
 USG demostrando útero vazio 
(endométrio fino) 
 β-HCG – ou decrescente 
 Não há presença de cólicas 
Tratamento: É expectante já que a paciente 
perdeu tudo não há nada para ser feito 
Aborto retido: Quando o feto morre 
intrauterino, com ou sem sinais de ameaça 
de abortamento 
Características: 
 O sangramento pode ser discreto ou 
ausente 
 A AFU está menor que a idade 
gestacional 
 Colo uterino impérvio (fechado) 
 Não há perda de elementos ovulares 
 USG demostrando embrião sem 
crescimento ccn < 5 mm e sem 
presença de BCF 
 β-HCG – ou decrescente 
 Não há presença de cólicas 
Tratamento: 
 Pode ser expectante esperando até 30 
dias para eliminação espontânea, 
porém há necessidade de um controle 
do coagulograma (evitar anemias). 
Porém geralmente não ocorre devido 
a um prejuízo no psicológico da 
paciente 
 Usode Misoprostol para relaxar o colo 
para a realização da AMIU ou 
curetagem 
Aborto infectado: Geralmente ocorre 
quando um aborto incompleto não é tratado 
logo e há a presença de infecção. Sendo 
geralmente por abortos clandestinos. 
Ocorrendo devido as bactérias G+, G- e 
anaeróbios 
Características: 
 Presença de febre 
 Há presença de sangramento com 
odor 
 Empastamento uterino -> de caráter 
endurecido e doloroso 
 Leucocitose 
 USG de apresentação variável 
 β-HCG – 
 Pode haver sinais de peritonite 
Tratamento: 
 É feita com antibióticos de amplo 
aspectro para G+, G- e anaeróbios 
Clindamicina + Gentamicina 
 Esvaziamento uterino 
OBS: em casos de não resposta ao 
tratamento pode ser associado ampicilina ou 
penicilina cristalina 
Ovo anebrionário (cego): Gestação onde há 
ausência do embrião no saco gestacional 
integro 
Características: 
 USG é possível observar o saco 
gestacional sem a presença de eco 
embrionário, além da ausência da 
vesícula vitelínica no saco gestacional 
 
Saúde da Mulher 
 
4 
 
 
 
CONDUTA NO ABORTAMEN TO 
Há probabilidade de 50% de perda na 
presença de sangramento 
A presença de BCF é um bom sinal, 
principalmente acima de 100 
Abaixo de 100 já é um bom sinal, 
principalmente sofrimento fetal 
A maioria dos abortamentos não há 
necessidade de intervenção 
O próprio corpo da mulher se encarrega do 
processo de eliminação 
Deve identificar o risco de sangramento e 
infecção 
Em casos de abortamento, deve orientar a 
paciente para tentar engravidar novamente 
após 6 meses 
Pois em casos de gestações antes de 6 
meses após o aborto há um maior risco de 
abortar novamente, por isso na hora da alta 
deve haver essa orientação e apresentar 
cuidados contraceptivos atenção pós-aborto 
Procedimentos de esvaziamento uterino: 
Aspiração Manual intrauterina - AMIU: 
 É procedimento desenvolvido para ser 
realizado ambulatoriamente, sem 
necessidade de anestesia geral ou 
internação 
 Apresenta menor risco de perfuração 
uterina, de necessidade de dilatação 
cervical e risco de sinéquias, podendo 
receber alta logo após 
 Funciona como uma seringa, onde vai 
aspirar os restos ovulares no útero da 
mulher 
 Apresentam cânulas onde cada uma 
corresponde à idade gestacional 
 Não são indicados para abortos > 12 
semanas 
Curetagem: 
 É um procedimento onde é realizada 
a raspagem do conteúdo uterino 
através de uma cureta fenestrada 
 Na suspeita de perfuração uterina, a 
conduta mais adequada é parar 
imediatamente o procedimento e 
manter conduta expectante com 
infusão venosa de ocitocina 
 Apresenta risco de provocar a 
síndrome de ashman onde há a 
formação de sinéquias 
 Deve haver a retirada total do 
conteúdo 
 Deve parar quando se escuta o “canto 
da cureta”, quando há a presença de 
um barulho e percepção do 
endométrio rugoso 
Saúde da Mulher 
 
5 
 
 
GRAVIDEZ ECTÓPICA 
INTRODUÇÃO 
É a gestação que ocorre fora do útero 
Ocorre em casos onde o blastocisto se 
implanta fora da cavidade uterina 
Ocorre em mais que 1:100 gestações 
É necessário que haja um diagnóstico 
precoce, pois é uma das causas de 
mortalidade materna 
Os principais fatores de risco são: 
 História de gestação ectópica prévia 
 História de cirurgia tubária 
 História de infecção tubária (DIP’s e 
infecções pélvicas assintomáticas) 
 Contracepção com pílulas de 
progestogênios Isso ocorre pois o 
hormônio é capaz de gerar diminuição 
da mobilidade tubária 
 O uso de DIU 
OBS: Há ainda muitas mulheres que 
apresentam gestações ectópicas sem a 
presença de nenhum fator de risco 
As localizações onde pode ocorrer as 
gestações ectópicas são: Abdominal, cicatriz 
de cesária, cervical, ovariana e trompa 
 A trompa é um dos principais locais, 
sendo a ampola é a região mais 
comum pelo fato de ser o local onde 
ocorre a fecundação 
 
DIAGNÓSTICO 
Quadro clínico: 
Amnorreia: como a progesterona ainda é 
produzida pelo corpo lúteo não há a 
descamação do endométrio 
Dor 
Sangramento: sendo discreto ou não 
havendo 
Exame físico: 
Presença de sinais de choque 
hemodinâmicaPode ocorrer quando há 
rotura da tromba uterina 
Sinal de Cullen Quando há sangue na 
cavidade 
Sinal de Prost Abaulamento do fundo de 
saco 
Grito de Douglas Ao tocar o fundo de saco 
de douglas a paciente solta um grito 
 Ocorre pois a trompa rota com líquido 
em cavidade entra em contato com o 
fundo de saco 
Sinal de Laffan Dor escapular 
 Ocorre por irradiação do nervo frênico 
Laboratorial: 
Não duplicação do β-HCG em 48h Como 
não ocorre a nidação não há a produção do β-
HCG 
Baixo nível de progesterona sérica 
Diagnóstico por imagem: 
US transvaginal: 
 Na vizualização de gravidez tópica 
afasa o diagnóstico de GE 
 Ausência de saco gestacional, com β-
HCG > 1800 sugere GE 
 A vizualização de saco gestacional e 
embrião fora do útero confirma o 
diagnóstico 
OBS: Pode apresentar diagnósticos 
diferenciais, como: pseudo saco gestacional 
ou própria rotura do corpo lúteo, podendo ser 
confundida com a gravidez ovariana 
Culpocentese: 
É indicado na suspeita de gravidez ectópica 
rota, sendo realizada a punção de fundo de 
saco 
Na presença de líquido não coagulado (isso 
pois quando entra em contado com o 
peritônio não há a promoção de coagulação) 
OBS: Na prática não é muito realizado, pois 
a US é um exame fácil execução além de 
ajudar bem o diagnóstico 
 
Saúde da Mulher 
 
6 
 
 
 
Conduta: vai depender da situação da 
gravidez 
Conduta expectante: 
Requisitos: 
 Paciente apresenta pouca dor ou 
sangramento 
 A paciente apresenta condições de 
fazer um seguimento rigoroso pouco 
tempo de deslocamento entre casa 
hospital, comunicação boa  Para em 
casos de intercorrências poder 
realizar conduta específica o mais 
precoce possível 
 Apresenta trompa íntegra 
 β-HCG < 2000 mUI e em níveis 
decrescentes 
 Massa anexial < 2,5 cm ou não 
detectável 
 Ausência de BCF 
Conduta: Espera a gravidez se resolver 
espontaneamente pode ser absorvida sem 
necessidade de intervenção médica 
Conduta medicamentosa: 
Requesitos: 
 Apresentar estabilidade 
hemodinâmica -> apresentar trompa 
íntegra 
 Ausência de contraindicação ao 
metotrexate Plaquetopenia, 
alterações de enzimas hepáticas.  
Gravidez íntegra. 
 Ausência de BCF 
 Tumoração < 3,5 cm 
 β-HCG < 5000 mUI 
Conduta: 
 É feita com o uso de quimioterápico 
metotrexate Seguro, eficaz, de baixo 
custo e mantendo a trompa íntegra 
(permitindo a permanência da 
fertilidade) 
 Atua por ser antagonista do ác. fólico, 
inibindo o DNA fetal assim não há 
desenvolvimento do embrião e então é 
absorvido pelo corpo materno 
 É realizado em dose única de 1mg/kg 
ou 50 mg/m2 intramuscular 
 Após o uso deve haver a dosagem do 
β-HCG no 4º ou 7º dia, devendo se 
apresentar em decréscimo 
 Haver um acompanhamento 
semanalmente até negativar o β-HCG 
 Documentar a queda da progesterona 
para 1,5mg/ml 
 Em casos de não haver a queda do β-
HCG em 7 dias, pode realizar uma 
nova dosagem do metotrexate 
Conduta cirúrgica: 
Requesitos: 
 Sinais de instabilidade ou sinais de 
hemoperitônio 
 Diagnóstico incerto 
 Gravidez ectópica avançada 
 Difícil acompanhamento morar longe, 
difícil comunicação etc 
 Qualquer contraindicação ao 
metotrexate 
 Sinais de trompa rota 
Conduta: 
 Pode ser realizado de forma 
conservadora principalmente por via 
videolaparoscópica, visando 
preservar a tuba uterina 
 Por laparotomia sendo realizado 
principalmente em casos de urgência, 
geralmente havendo a necessidade de 
retirada da trompa por 
salpingectomia 
 
 
 
 
 
Saúde da Mulher 
 
7 
 
 
 
DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL 
INTRODUÇÃO 
 
É uma gestação onde ocorre uma 
proliferação anormal do epitélio de 
revestimento dasvilosidades coriônicas -> 
citotrofoblásto e sinciciotrofoblasto 
 Uma gestação trofoblastica é 
sinônimo de gestação molar 
Ocorre em casos onde há fertilizações 
aberrantes. 
Os principais fatores predisponentes são: 
Doença molar prévia 
Gravidez em extremos de idade 
Um dos principais exames para fazer o 
segmento pós�molar é o β-HCG, em níveis 
maiores que o esperado para a idade 
gestacional é sugestivo de gravidez molar e 
metástase 
Provocar metástase. Por isso é importante 
fazer o acompanhamento com o β-HCG a 
cada 6 meses ou 1 ano 
EPIDEMIOL OGIA 
É rara e de baixa prevalência, com 120.000 
casos novos ao ano e de 10-20% evoluem 
para as formas persistentes (doença 
trofoblástica gestacional) 
Pode evoluir de forma fatal em 12 meses, 
em casos de não tratamento esvaziamento e 
quimioterapia 
No Brasil, a incidência é de 1/275 gestações 
CL ASSIFICAÇÃO 
Benigna: Casos de mola completa e mola 
parcial 
São os tipos mais comuns de DTG 
Maligna: Tumores trofoblásticos 
gestacionais -> mola invasiva, 
coriocarcinoma e tumor invasivo no sítio 
placentário 
Esse tipo pode apresentar-se não-
metastática e metastática 
Pode ter bom prognóstico são de ↓ risco por 
não apresentar fatores de risco associado. 
Mal prognóstico apresenta ↑ risco por 
possuir fatores de risco associado 
OBS: Os fatores de risco que classificam as 
malignas em de bom prognóstico ou mal são: 
 Níveis de gonadotrofina coriônica 
(pré-tratamento 40.000 mUI/ml) 
 Duração da doença > 4 meses 
 Presença de metástases cerebrais ou 
hepáticas 
 Fracasso da quimioterapia 
 Gravidez a termo prévia 
SÍNDROMES TROFOBL ÁSTICAS 
Mola hidatiforme: 
Introdução: 
 Apresenta-se com a placenta oda 
degenerada, cheia de vesículas 
(chamada de degeneração hidrópica 
cheia de líquido), benigna 
 É comum nos primeiros trimestres 
 Por produzirem muito β-HCG, pode 
ter estímulos ovarianos e fazer cisto 
tecaluteínicos ovários enormes (20 – 
90%) 
 Histologicamente apresenta: 
anormalidades das vilosidades 
coriônicas que consistem em graus 
variados de proliferação trofoblástica 
e edema de estroma viloso 
Desenvolvimento: 
Ocorrência de degeneração das vilosidades 
coriônicas associada à hiperplasia dos 
elementos trofoblásticos 
Saúde da Mulher 
 
8 
 
Neoplasia benigna do trofoblasto, que leva 
à degeneração das vilosidades coriônicas 
1 Mola completa: 
Características: 
 É ovo anômalo, não apresentando 
embrião ou feto, caracterizado pela 
perda de vascularização vilosa e 
hiperplasia trofoblastica 
generalizada (principal 
característica) 
 Apresenta cariótipo diploide (46), 
porém apenas com o material genético 
do pai (os óvulos são anucleados) 
 Apresenta potencial de invasão local 
de 15% e de metástase de 4%, mesmo 
sendo benigna 
Como ocorre: 
 Ocorre com a fecundação de um 
espermatozoide em um óvulo 
anucleado e por um erro ocorre a 
endorreplicalção 
 Ocorre a fecundação de 2 
espermatozoides em um óvulo 
anucleado 
Aspectos anatomopatológico: 
 Macroscopia: Vesículas com aspecto 
de cacho de uva, ausência de embrião 
e cisto tecaluteínicos 
 Microscopia: Degeneração hidrópica e 
edema de estroma viloso 
generalizado, ausência de vasos 
sanguíneos nas vilosidades 
tumefeitas, proliferação do epitélio 
trofoblástico em grau variável, 
ausência de feto ou âmnio 
2 Mola parcial: 
Caracteristicas: 
 É ovo anômalo, apresentando 
elementos embrionários ou fetais, 
exibindo vilosidades hidrópicas 
 As alterações hidatiformes são em 
menor quantidade que na mola 
completa 
 Apresenta cariótipo triploide (69) 
Como ocorre: 
 Ocorre com a fecundação de um 
espermatozoide anômalo de cariótipo 
46 em um óvulo cariótipo de 23 
Diantria 
 Ocorre a fecundação de 2 
espermatozoides em um óvulo 
nucleado Dispermia 
Aspectos anatomopatológicos: 
 Macroscopia: Vesículas e vilos 
normais (em baixa quantidade) 
presença de embrião, feto ou cavidade 
amniótica 
 Microscopia: Degeneração hidrópica e 
edema de estroma viloso localizados, 
proliferação do epitélio trofoblástico 
local, presença de tecido embrionário 
ou fetal 
 
DIAGN ÓSTICO 
Quadro clínico: 
Hemorragias precoces, indolores, de 
caráter contínuo ou intermitente, 
repetitivas e progressivas 
Dor lombar contínua por conta das cólicas 
Hiperêmese pelo ↑ do β-HCG ocasionado 
pela proliferação do trofoblasto 
Sialorréia e emagrecimento;  Hipertensão 
podendo causar pré-eclâmpsia 
Embolização trofoblástica e eliminação 
espontânea de vesículas 
Útero cheio e volumoso, maior que a idade 
gestacional 
OBS: Pode encontrar o útero em sanfona há 
eliminação de vesículas (diminui) em 
seguida há uma produção das vesículas 
(aumenta) 
Exame fisíco: 
Palpação: útero volumoso, ausência de 
partes fetais (na mola completa). 
Ausculta: Ausência de BCF (na mola 
completa) 
Toque: Cérvice extremamente amolecida. 
Formação precoce do segmento inferior e um 
fundo de saco posterior proeminente 
ocupado pelo tecido trofoblástico 
Saúde da Mulher 
 
9 
 
Laboratorial: dosagem de gonadotrofina 
coriônica 
É uma dosagem diagnóstica e prognóstica 
Principal exame de segmento 
Apresenta um nível sérico maior que o 
esperado para a idade gestacional 
É um parâmetro importante para o 
acompanhamento pós-molar 
Deve ser realizado no mesmo laboratório 
O nível de HCG é proporcional à 
quantidade de tecido trofoblástico presente 
OBS: Se houver β-HCG positivo após o 
esvaziamento, é necessário fazer US para 
confirmar que há nada no útero, em casos de 
não nada no útero deve procurar metástases 
(cerebrais hepáticas e pulmonares) 
Diagnóstico por imagem: USG 
Na mola completa: Cavidade uterina 
preenchida por imagem heterogênea com 
padrão vesiculoso, ausência de embrião ou 
feto, saco amniótico e vesícula vitelínica e 
cistose ovariana 
OBS: No uso de doppler: Observa-se fluxo 
escasso ou ausente entre as vesículas 
molares (↓ do fluxo sanguíneo) 
 
 
 
Na mola parcial: Córion frondoso e espesso, 
vesículas na massa placentária (em pouca 
quantidade), presença do embrião com 
crescimento intrauterino retardado 
(pequeno para a idade gestacional) e com 
muitas malformações. Cavidade amniótica 
com CIUR 
 
 
 
O diagnóstico é dado por: 
Anamnese, exame físico, títulos de HCG 
sérico, USG transvaginal com doppler, raio 
x de tórax se suspeitar de metástase 
pulmonar, TC ou RNM de crânio, tórax, 
abdome e pelve 
Sangramentos ou vômitos excessivos no 1º 
trimestre sempre realizar USG para o 
diagnóstico de mola, gestação múltipla ou 
anomalia fetal. -Sem presença de BCF ou 
HCG > 80.000 
Na mola parcial: Pela apresentação 
clínica, aborto retido 
Na mola completa: Tamanho maior para a 
idade gestacional e sangramento 
Complicações: 
Crises de tireotoxicose 
Vômitos 
Desidratação 
Tratamento: 
Feito através de um esvaziamento, 
principalmente pelo AMIU, já que com a 
cureta aumenta a risco de perfurar com a 
cureta, já que o útero se encontra amolecido 
A histerectomia é uma opção para algumas 
pacientes, mas não é a primeira escolha. 
Quando as pacientes têm prole definida e 
não desejar tratamento clínico 
Em pacientes Rh – deve fazer a 
imunoglobulina anti-Rh 
Seguimento: 
Após o esvaziamento deve fazer o β-HCG 
semanal até ter níveis indetectáveis e faz 2 
amostras com intervalos semanais 
Depois a dosagem de HCG mensal durante 
6 meses 
Depois realiza a dosagem a cada 2 meses 
durante 6 meses 
Durante o seguimento é necessário fazer 
uso de contraceptivos confiáveis: 
 Métodos comportamentais (tabela, 
muco, temperatura basal e o 
citotérmico), hormonais, de barreira e 
dispositivos intrauterinos e 
definitivos 
 O mais indicado é o hormonal 
 Os anticoncepcionais hormonais 
variam entre 99,8 – 99,9% se forem 
usados ideal 
 A anticoncepção de emergência 
impede o pico deestrógeno e impede 
ou retarda a ovulação e por 
consequência espessa o muco cervical 
Saúde da Mulher 
 
10 
 
 Se queda do HCG logarítmica, cai 
abruptamente e fica por 6 meses do 
seguimento, podendo engravidar após 
6 meses 
 Se gestação precoce, HCG e US 
precocemente 
 HCG 6 meses após o fim da gestação 
antes do período liberado 
TUMORES TROFOBL ÁSTIC OS GESTACIONAIS 
1 Tumor trofoblástico gestacional: 
Introdução: 
É uma forma maligna da doença 
trofoblástica gestacional Neoplasia 
trofoblástica gestacional 
Mola invasora ou corioadenoma destruens: 
 É um supercrescimento trofoblástico 
excessivo e penetra até o miométrio 
 Podendo invadir o peritônio, 
parâmetro e abóbada vaginal 
Localmente invasivas e tem menor 
tendência a metástases à distância que o 
coriocarcinoma 
Características: 
Macroscopia Vesículas que invadem o 
miométrio, nódulos violáceos 
intramiomentriais ou metástases 
vilositárias à distância 
Microscopia Células trofoblásticas 
entremeadas por fibras miometriais e 
manutenção do padrão viloso 
2 Coriocarcinoma: 
Introdução: 
Predispõe do trofoblástico normal para 
crescimento invasivo e erosão dos vasos 
sanguíneos muito exagerada 
Possui massa de crescimento rápido, 
invadindo músculos e vasos sanguíneos 
uterinos, causando hemorragia e necrose. 
As metástases se desenvolvem 
precocemente, principalmente para pulmões 
(75%) e vagina (50%), vulva, rins, ovários, 
cérebro e intestino 
Apresenta cistos tecaluteínicos em 1/3 dos 
casos 
Características: 
Macroscopia: Tumor vermelho escuro ou 
púrpuro, irregular e friável. Útero com 
nódulos escuros e irregulares. 
Microscopia: Hiperplasia de células 
trofoblásticas (cito, sincício e trofoblasto 
intermediário)élulas trofoblásticas 
entremeadas por fibras miomet, 
desorganização do padrão viloso, necrose e 
hemorragia central 
3 Tumor trofoblástico no sítio placentário: 
Introdução: 
Origina-se do sítio de implantação 
placentária após uma gravidez a termo ou 
um abortamento 
Apresenta níveis de gonadotrofina baixos e 
são relativamente insensíveis à 
quimioterapia 
Características: 
Histologicamente: Apresenta células 
predominantemente citrofoblásticas e a 
coloração imunohistoquímica revela muitas 
células produtora de hLP e algumas 
produtoras de HCG 
 
Quadro clínico dos tumores trofoblásticos 
gestacionais: 
 Hemorragia é um dos sinais mais 
comuns, apresentando�se irregular, 
após o puerpério imediato, associada 
a subinovulação. 
 A presença de lesões metastática pode 
provocar: tosse e hemoptise (quando 
no pulmão), tumores vaginais e 
vulvares 
Doenças metastáticas: 
 Principalmente nos pulmões (80%), 
sendo visíveis em radiografias 
torácicas 
 Sendo encontrada no cérebro e no 
fígado 
 Normalmente, no SNC é uma doença 
avançada, tendo acometimento 
pulmonar ou vaginal 
 A metástase hepática tem uma 
demora no diagnóstico, podendo 
apresentar dor epigástrica ou no QSD 
-> podendo apresentar hemorragia 
por ruptura hepática, causando 
hemorragia intraperitoneal 
exsanguinante 
Diagnóstico: Determinação da 
gonadotrofina 
 Platô de β-HCG em 3 semanas ou 
mais 
 Aumento de mais de 10% por 2 
semanas ou mais 
 Persistência de β-HCG detectável por 
6 meses ou mais após o esvaziamento. 
 Diagnóstico histológico de 
coriocarcinoma 
Saúde da Mulher 
 
11 
 
 O mais importante é desconfiar de 
uma TTG num pós parto 
Manejo: 
 Exame clínico, sempre avaliando a 
metástase vaginal pelo exame 
especular 
 Título sérico semanal de β-HCG 
 HC, coagulograma, ureia, creatinina, 
teste de função hepática, tireoidiana 
 Procurar sempre os sítios de 
metástase 
 Curetagem se houver sangramento 
uterino 
 Cintilografia se a doença persistir e 
for resistente à quimioterapia 
 Estadiamento: 
 É realizado pela classificação FIGO 
(Federação Internacional de Ginecologia e 
Obstetrícia): 
 Estágio I: O tumor se encontra apenas 
no útero 
 Estágio II: O tumor se desenvolveu em 
outras estruturas genitais, como 
vagina ou ovários, mas não se 
disseminou para fora da pelve 
 Estágio III: O tumor se disseminou 
para os pulmões, e pode também 
envolver as estruturas genitais, como 
vagina ou vulva 
 Estágio IV: O tumor se disseminou 
para outros órgãos, como cérebro, 
fígado, rins e/ou trato gastrointestinal 
Em pacientes de baixo risco, faz 
monoquimioterapia, só com metatrexate 
Em paciente de alto risco, faz 
poliquimioterapia

Outros materiais